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sábado, 15 de janeiro de 2011

Um caso surpreendente de recuperação industrial

INTITUTO MILLENIUM
janeiro 15, 2011

Autor: Marcello Averbug

Está acontecendo o que parecia impossível: o reerguimento da indústria automobilística americana! Considerado, há dois anos atrás, à beira da extinção, esse setor vinha padecendo, nas duas últimas décadas, de um processo de perda vertiginosa de participação nos mercados interno e externo, com os consequentes aumento da capacidade ociosa e saúde financeira cambaleante.

Essa perda de mercado resultou de vários fatores que conspiraram contra a competitividade de seus produtos, entre os quais destacam-se: estagnação gerencial, atraso tecnológico, motores com elevado consumo de combustível, veículos com qualidade insatisfatória e modelos de mau gosto. A recente crise econômica internacional precipitou a deterioração financeira dessas empresas, culminando com as concordatas, patrocinadas pelo governo, da General Motors e Chrysler e com a profunda reestruturação da Ford.

O amparo financeiro estatal ao setor não foi de mão beijada. Rígidas metas de reorganização gerencial e tecnológica foram estabelecidas. Por exemplo: a) definiram-se mudanças estruturais nos veículos, principalmente quanto ao consumo de combustível e padrão de qualidade; b) exigiram-se medidas visando redução dos custos de produção, inclusive a transferência a fundações, administradas pelos trabalhadores, dos gastos com assistência médica e aposentadoria dos empregados. Esses gastos adicionavam US$1.500 ao preço de cada veículo; c) os sindicatos concordaram em fazer concessões salariais e na quantidade de vagas de trabalho.

O governo também está incentivando o setor através de recursos para desenvolvimento tecnológico. O Ministério de Energia efetuou aportes às empresas no total de $ 2,4 bilhões, a serem direcionados à pesquisa e avanços no processo produtivo. Relevante parcela da opinião pública americana opôs-se à ajuda prestada ao setor, considerando-a conflitante com o sistema capitalista. Para essa corrente de pensamento, o correto seria deixar as empresas resolverem seus problemas por conta própria e, se for o caso, falirem, como punição pela incompetência.

Porém, para a surpresa geral, no segundo semestre de 2010 as três montadoras americanas já exibiam sinais evidentes de recuperação, que vêm se consolidando. Abandonando seu vício a motores devoradores de gasolina, optando por carros mais leves, aprimorando a qualidade e o estilo de seus veículos e incrementando a produtividade industrial, Detroit vem recuperando mercado e obtendo resultados lucrativos. Existe a expectativa de GM e Ford anunciarem agradáveis desempenhos financeiros para 2010. Chrysler continua apresentando prejuízo, mas seu plano de reestruturação ainda não foi divulgado pela Fiat, o novo sócio italiano que passou a liderar seu comando.

Segundo matéria do “New York Times” (07/01/11), as companhias automobilísticas americanas estão acelerando sua transição para fontes alternativas e verdes de energia, tendo como ponto de referência o preço projetado de petróleo a US$120 barril. A indústria japonesa ainda mantêm liderança na economia de combustível, mas Detroit vem diminuindo significativamente esse gap. Por exemplo: a fábrica Ford de Wayne, Michigan, produzia enormes camionetas famintas de petróleo. Hoje, após US$550 milhões de investimentos, essa fábrica é o símbolo de uma nova Detroit: produzirá o Focus, em versões progressivamente combustível – eficientes, inclusive a elétrica total. A GM já começou a distribuir o Chevrolet Volt, híbrido-elétrico, além de outros modelos poupadores de sub-produtos do petróleo.

Embora o setor automobilístico americano ainda ofereça mais modelos pesados do que seus rivais estrangeiros, a produção desses veículos encolheu de forma expressiva. GM, Ford e Chrysler fecharam várias plantas montadoras de pickup, SUV e vans, nos Estados Unidos e Canadá.

Apesar de persistirem incógnitas sobre a viabilidade econômica de algumas fontes energéticas alternativas, as maiores empresas automobilísticas do mundo estão engajadas no seu desenvolvimento. Mesmo que os consumidores ainda não estejam prontos para comprar carros híbridos e elétricos em grandes números, os fabricantes, inclusive os americanos, sabem que a busca por melhor eficiência nesse campo é irreversível.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".