Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Um olhar triste

Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR
10 de Setembro de 2008 | Klauber Cristofen Pires

Três fatos ocorridos nos últimos 5 e 7 de setembro (dia dos desfiles pela semana da pátria) remeteram-me, curiosamente, a uma famosa fotografia no tempo da Segunda Guerra Mundial: a de um cidadão parisiense, aparentando estar nos seus cinqüenta, a chorar perante o desfile das tropas nazistas invasoras. Foi uma imagem que espontaneamente aflorou-se-me à mente justamente quando eu estendia um olhar triste para o horizonte, tentando encontrar explicações ou alguma solução para os eventos deploráveis que marcaram as comemorações pela independência do Brasil.

Eis o primeiro acontecimento: as escolas de Belém desfilaram com uma bandeira cujo pavilhão era composto pelo logotipo do atual governo do estado do Pará! Tudo bem, eu sei que a ficha do leitor ainda não deve ter caído, então vou explicar de novo! As escolas paraenses, além das bandeiras do Brasil e do ESTADO do Pará, ombrearam também, ao lado destas, a bandeira que continha o LOGOTIPO POLÍTICO do atual governo do PT, da governadora Ana Júlia Carepa!

Na escola em que a minha filha desfilou, tal infâmia só foi evitada porque houve uma mãe diligente que impediu resolutamente que seu filho servisse de massa de manobra política. Até o momento, sobre isto nada vi nos jornais. Espero que o TSE e o Ministério Público tomem alguma medida, que é gravíssima, mas, sinceramente, duvido que isto ocorra: afinal, estão por demais ocupados a bisbilhotar o Orkut e blogs alheios!

Salvo, olhá lá, salvo notório engano, tenho que estes logos representam, por si só, uma ilegalidade, dado que é vedado aos agentes públicos fazerem propaganda pessoal ou partidária. Porém, por meio de um artifício, isto é, por uma brecha na interpretação da lei, diferentes governos estaduais e municipais os criam para se distinguir politicamente e assim identificar os seus feitos, fazendo uso de referências estéticas às respectivas bandeiras e escudos dos seus estados ou municípios. No caso do logo do atual governo do estado do Pará, este símbolo compõe-se de triângulos que lembram barcos a vela, tendo como slogan, logo abaixo, a espressão “Governo Popular”.

O segundo ocorrido: os alunos da escola estadual Augusto Meira, em pleno desfile, tiraram o uniforme e exibiram o luto em frente ao palanque das autoridades, em protesto por um estudante assassinado na porta daquele colégio alguns dias antes. Não, mas espere mais: logo ao fim dos desfiles, estudantes de três escolas estaduais, a Visconde de Souza Franco, a Dom Pedro II e a Lauro Sodré protagonizaram um apocalíptico estado da arte da selvageria, envolvendo-se em uma briga campal, para pavor dos demais cidadãos, e isto não obstante a presença de um expressivo aparato policial.

Enfim, o último dos acontecimentos, o tiro de misericórdia, foi o tal do grito dos excluídos, que, pela sua assiduidade, dispensa comentários.

Que, pois, dizer, diante de tão dantesco cenário? Que esperança depositar na ordem, nas instituições e na nação em que vivemos? Que esperança atribuir ao Brasil? Diante de tanta insistência em politizar tudo, o civismo sucumbiu. A conspurcação já havia começado quando inventaram de comemorar uma porcaria de coisa que ninguém sabe o que é e que leva o nome de “dia da raça” (não, não vou escrever isto com maiúsculas!), pois na minha infância e juventude sempre desfilei pela pátria, e só por ela.

Ao invés de ensinarem às crianças a amar o seu país, a ter a união dos que moram aqui como a coisa mais importante, acima de quaisquer diferenças transitórias, os professores marxistas incutiram e incutiram e incutiram em suas cabeças que o dia da nação era uma farsa, que o Brasil não era um país independente, mas colonizado pelos impérios dos países desenvlvidos e toda aquela conversa fiada e ridícula. Eis, pois, o que eles têm por independência! Eis o que têm por civilidade! Eis o seu conceito de cidadania!

Velhacaria total! Autoridades que não se dão ao respeito! Professores que não se dão ao respeito! Alunos que não se dão ao respeito! Acabou tudo! Anomia total! Pois, que se regozijem com seu espetáculo de horrores! Eu e minha família não participaremos de mais nenhum 5 ou 7 de setembro!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Os nexos de Lula com as FARC

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Luis Alberto Villamarín Pulido em 10 de setembro de 2008

Resumo: O certo é que as relações de Lula da Silva e seu governo com as FARC, não podem ficar como uma revelação secundária publicada por uma revista de segunda categoria e nada mais.


© 2008 MidiaSemMascara.org

Estavam demorando, o governo colombiano e os meios de comunicação, para destampar a panela apodrecida da relação do governo brasileiro com as FARC, não somente pelos reveladores correios eletrônicos encontrados nos PC’s de Reyes, como também por fatos concretos anteriores, como a contribuição de vários milhões de dólares das FARC em apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT) durante a primeira eleição de Lula.

A diferença entre Lula e os bocudos da Venezuela, Equador e Nicarágua, é de estilo mas não de pensamento nem de propósitos. E, claro que a uma potência econômica como o Brasil, com um dos exércitos mais bem preparados e que carregam uma responsabilidade muito grande em defesa da soberania nacional e da segurança do hemisfério, a ditadura cubana não a pode manipular com a mesma facilidade com que dispõe de seus cachorros em Quito, Caracas, Manágua e La Paz. Porém, ao mesmo tempo, Lula está de acordo com o que pensam e fazem seus vizinhos co-partidários, mancomunados com Piedad Córdoba e o Partido Comunista Colombiano.

O fato de que apareçam tantos funcionários públicos da administração Lula nos correios de Reyes, e que em quase todos Reyes insista na importância das relações políticas das FARC com o mandatário brasileiro, é um claro sinal de que a situação é estrutural e não uma simples conjuntura. Sem dúvida, Lula (embora à sua maneira) faz parte do complô contra a Colômbia e no final o que contam são os resultados.

A isso se acrescenta que o terrorista Oliverio Medina não tenha sido extraditado e que, pelo contrário, se lhe tenha dado status de refugiado no Brasil, além de que este estivesse ansioso à espera do passaporte para visitar Reyes no Equador.

Ao mesmo tempo, a Coordenadora Continental Bolivariana (CCB), integrada pelos partidos comunistas de todo o hemisfério e alguns representantes do ETA basco e do comunismo espanhol, não fizeram outra coisa senão multiplicar o ódio anti-yanque, a relação do governo colombiano com os Estados Unidos, a necessidade de dar protagonismo e liderança regional ao Brasil, a construção da chamada Pátria Grande e o reconhecimento político às FARC.

Palavras mais, palavras menos, esses têm sido os mesmos delineamentos de Lula que, por meio de outras argúcias e com a tática de tirar a brasa com a mão alheia, consentiu desde a suposta distância que debaixo de seu nariz se desenvolva toda esta trama com a preconcebida desculpa de que, se algum dia as coisas se descobrirem, do mesmo modo que o vergonhoso mandatário colombiano Ernesto Samper, dirá que tudo foi feito pelas suas costas.

É evidente que neste momento o presidente Uribe tem a faca e o queijo na mão, pois possue as provas que comprometem vários governos, inclusive o de Lula, com os terroristas das FARC. O desafio imediato é o emprego estratégico dessa mesma informação, não só para derrotar as FARC no campo político, senão para salvar o hemisfério da crescente onda de “aventureiros” no poder e o risco de atraso estrutural da região, se cai no projeto totalitário comunista.

Não vamos padecer a vergonha cubana que depois de meio século de ditadura nem podem viajar para fora de seu país, nem usar a Internet nem possuir um telefone celular próprio. Afora isso, perder o direito à livre expressão, à propriedade privada e à livre locomoção.

A prova disso é que quando Correa começou a desenvolver a teatral manifestação de dignidade de vitrine, ordenada pela ditadura cubana a ele e aos demais paus mandados de Fidel Castro, fez um périplo pela Bolívia, Venezuela, Brasil e Manágua antes de ir à Cúpula do Rio. É claro que tal viagem não era só para pedir solidariedade, senão para uma série de reuniões de inimigos da Colômbia, com o objetivo de refinar a mentira e as tapeações com as quais pretendiam desviar a realidade e descartar a grave responsabilidade de suas alianças com as FARC.

Não se pode esquecer que

Lula é um dos fundadores do FORO DE SÃO PAULO,

reunião pró-subversiva que acolheu as FARC como movimento político, e que o mandatário brasileiro nunca se retratou disto. Tampouco se pode esquecer que Lula nunca quis aceitar que as FARC são terroristas e inclusive disse que não faz isso, para poder servir em uma eventual intermediação na paz que ninguém lhe solicitou. Chama a atenção que os correios encontrados no PC de Reyes refiram a insistência do governo brasileiro no Acordo Humanitário, quer dizer, todos estão de acordo; não são meras coincidências.

Em outras palavras, é a mesma tese de Chávez e Correa, prevista para que os governantes “pátria ou morte” com Fidel Castro, dessem status de beligerância às FARC, assim que Chávez se reunisse com Tirofijo para protocolizar a doação de 300 milhões de dólares, mais uns barris de petróleo, com a finalidade de financiar a etapa da ofensiva final das FARC contra a Colômbia. Inclusive foi com essa mesma missão que as FARC liberaram Luis Eladio Pérez. E foi essa mesma a tese de Piedad Córdoba em suas intervenções ante auditórios no exterior.

O certo é que

as relações de Lula da Silva e seu governo com as FARC (via FORO DE SÃO PAULO), não podem ficar como uma revelação secundária publicada por uma revista de segunda categoria e nada mais.

É necessário que o governo colombiano inicie sem mais demora a ofensiva diplomática internacional, para que o mundo inteiro tenha os elementos de juízo suficientes para entender a dimensão do complô contra a Colômbia, e para buscar apoio na luta contra o terrorismo.

De maneira paralela, é hora de que a Procuradoria Geral da Nação inicie as investigações formais contra todos os conspiradores e os peça em extradição pois, como se supõe, os países de origem não os vão entregar, então haveria um forte argumento para levar os casos à Corte Penal Internacional. Das águas turvas e das posições pusilânimes nunca se escreveu nada. O que está em jogo é a continuidade do sistema democrático na Colômbia e a segurança integral do hemisfério. Lula não é só inimigo da Colômbia. É um dissimulado.

Os reveladores achados da conexão Lula-FARC são um elemento-chave e concreto para a reeleição de Uribe, e a continuidade da luta para conseguir a estabilidade e a paz com justiça social no país. Por isso cabe lembrar uma frase de Trumman: “Os governos não caem pelos maus senão pelos fracos”.

Que a debilidade humana não vá tocar o Presidente Uribe. Que desate a ofensiva diplomática e jurídica contra os conspiradores. Os abraços de Lula, as caleidoscópicas mudanças de atitude de Chávez e Correa, e as mudanças bruscas de Ortega, não são outra coisa que o desdobramento de uma cartilha dirigida desde Havana e justificada pelos populistas franceses. A Colômbia está na mira dos terroristas e de seus corifeus. E esse objetivo não se pode retirar do foco.

Aqui não valem nem servem para nada as posições dos consuetudinários pacifistas acovardados que, como o pavão real, encolhem a plumagem ao primeiro ruído. Tampouco valem os cantos de sereia dos camaleões, ou as desculpas esfarrapadas de Lula. Todos os conspiradores são comunistas e partem do princípio de que há uma luta de classes, na qual a Colômbia é o inimigo ao qual têm que derrotar para impor a paz socialista. Quanto ao mais, é dar oportunidade...

E mais um detalhe: já é hora de o governo colombiano trazer à luz pública as revelações que por razões óbvias devem ter os PC de Reyes, com os lógicos nexos e direção estratégica de todo o complô por parte da ditadura cubana.

Nota da Tradutora: Este artigo foi publicado em 31 de julho mas permanece atualíssimo considerando que, por ordem do governo, a imprensa além de minimizar a gravidade das denúncias, de desmenti-las sem provas contestatórias e desmerecer a revista “Cambio” como sensacionalista, colocou uma pedra sobre o assunto e nunca mais se falou disso. Daí a importância deste artigo, para que não caia no esquecimento do público mal informado, que há vínculos sólidos e reais do PT e do Sr. Lula com as FARC.

Fonte: www.eltiempo.com

Tradução: Graça Salgueiro

Luis Alberto Villamarín Pulido é analista de assuntos estratégicos e autor de várias obras importantes sobre terrorismo e tráfico de drogas, como “El Eln por dentro” (1995), “El cartel de las Farc” (1996), “La Selva Roja” (1997), “En el infierno” (2003) e “Narcoterrorismo: La guerra del nuevo siglo”, este lançado recentemente na Espanha. Seus livros são o resultado de 25 anos de experiência no comando de operações militares contra as guerrilhas colombianas. Especialista em contraterrorismo urbano e rural, inteligência militar, explosivos e demolições, e ainda graduado em Ciências Políticas, o tenente-coronel Luis Alberto Villamarín, hoje aposentado, tem mais de uma centena de artigos publicados na mídia internacional e uma coluna permanente na Military Review, revista do Exército dos Estados Unidos.

Agentes de mudança

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Jeffrey Nyquist em 09 de setembro de 2008

Resumo: Embora Sarah Palin tenha seus méritos ela é apenas um fenômeno midiático, exatamente como o candidato Barack Obama, o que reduz a política americana a uma questão de aparências no momento em que uma grave crise está prestes a atingir os EUA.

© 2008 MidiaSemMascara.org

A candidatura a vice-presidência da governadora do Alasca, Sarah Palin, causou sensação na direita política americana. Tente achar uma figura que se compare a Palin e a única que vem à mente é a da primeira-ministra britânica Margaret Thatcher – liderança firme e combativa numa embalagem feminina. Hoje, a embalagem tem mais importância, infelizmente.

A intelligentsia esquerdista gostaria de descartar Palin, como se ela fosse uma versão feminina de Dan Quayle (objeto de zombaria e escárnio por supostamente ser intelectualmente um peso-leve, logo que ele se juntou à chapa republicana, encabeçada por Bush pai, em 1988). Porém, Palin não é nenhum Dan Quayle. Em vez de se embaraçar diante de críticas, ela revela o mesmo instinto matador que lhe rendeu o apelido de “Sarah Barracuda”[1]. Fica mal bater numa garota, e às vezes a garota sabe disso – e não hesita em começar uma briga ela mesma. “Qual a diferença entre uma mãezona[2] e um pit bull?”, Palin perguntou aos presentes à convenção. “O batom”, foi a sua resposta rápida e certeira.

Palin Pit Bull pode se tornar a primeira mulher presidente dos Estados Unidos. É claro, personalidades se desfazem na política nacional. O verdadeiro teste é o da durabilidade. Será que algum político pode ser tão durável quanto Thatcher? Palin é bastante diferente de Thatcher, e o analista político de ocasião deveria hesitar antes de atribuir durabilidade a uma candidata ainda não testada. Há um toque de grandeza na durabilidade, e a grandeza é rara. Como é que o público julga essas questões? O eleitorado é bombardeado com slogans, frases feitas e imagens digitais.

Esta eleição promete algo novo. Os velhos estereótipos estão sendo desafiados. Obama apresenta as idéias da esquerda em palavras que um conservador pode engolir, enquanto McCain apresenta as idéias da direita em termos de servir ao povo. Depois de cinqüenta anos de mudanças sociais, o país parece ávido por mudanças políticas. Tudo que era estabelecido foi questionado: os papéis do marido e da mulher, a primazia do patriarcado e o mandamento divino de “crescei e multiplicai-vos”. O país não tem bússola e ninguém sabe para onde vamos. O Partido Democrata sutilmente oferece uma passagem para a cidadania global. O Partido Republicano parece mais flexível e aberto.

Há muito se sabe que o eleitorado prefere os “outsiders” de Washington [i.e., candidatos não ligados ao establishment] em eleições presidenciais. Enquanto McCain é um senador veterano, não obstante, está preso ao grande carrossel. Ele fala de mudança porque, depois de quinhentos anos de progresso e avanços científicos, “mudança” significa algo bom. Então, é mudança, mudança, mudança. Perdemos o instinto para achar segurança naquilo que é familiar.

Um antigo senador romano censuraria os slogans de mudança de hoje em dia. A antiga idéia de ser fiel a princípios testados e verdadeiros, de manter-se apegado a tradições era a base mesma do entendimento político romano. É por isso que Júlio César pareceu ser um escândalo e um horror. O Senado Romano tinha que se livrar dele porque ele era um agente de mudança. O que aprendemos da finada República Romana é mais ou menos isto: mudança sinaliza crise e crise resulta em poderes emergenciais dados a um homem ou a um partido. E poderes emergenciais levam à tirania – a um estado permanente de relações não naturais e instáveis entre o povo e o seu governo.

Em termos de candidatos nacionais, McCain e Palin, junto com Obama, parecem representar algo novo na política americana. Porém, é sensato ser cético e duvidar que eles tragam mudanças significativas. Na verdade, eu penso que eles são o resultado, o produto final, das mais profundas transformações realizadas há muito tempo. Eles não trarão a mudança porque eles mesmos representam mudanças que já aconteceram. Veja, a televisão se tornou tão grande e onipresente em nossa cultura pós-letrada[3] e as idéias tornaram-se tão fluidas, que combinações políticas antes impensáveis são agora possíveis. O conhecimento da grande política, levado adiante pelo pensamento tradicional, deu lugar a algo mais caótico. Pessoas sem experiência em política nacional podem lançar-se candidatos aos mais altos postos e o eleitorado os aceitará porque eles aparecem bem diante de uma câmera.

O conteúdo intelectual de nossas idéias políticas foi reduzido a slogans fragmentados e superficiais. Se o problema real está nos detalhes, estes têm sido completamente evitados sob este novo ambiente político. Qualquer idéia pode ganhar adesão, a depender da personalidade ou da máquina de construção de imagem por detrás dela. Qualquer pessoa pode tornar-se um político superstar, da noite para o dia. Ainda que seja possível produzir um bom líder dessa maneira, um resultado desastroso é mais provável. Pois, no curso do tempo, a vantagem cabe ao demagogo esperto e agradável. Mas imagem não é realidade e a televisão faz pouco caso da profundidade das questões.

McCain e Obama parecem ser bons sujeitos. O problema é com o país como um todo, e a crise se aproxima. O processo que estamos testemunhando, a despeito das melhores intenções dos candidatos, é o da polarização nacional. Isto não foi compreendido em sua totalidade. O que temos são dois conjuntos de imagens, duas noções de realidade e dois campos ideológicos em uma só nação. É uma medida apenas temporária recobrir essa rachadura ideológica com meras palavras; pois a crise já se infiltra, neste exato momento.

Enquanto acontecia a convenção nacional Republicana, a economia estava gemendo. As comportas e diques financeiros estão rangendo. A ordem internacional está se desfazendo. Algo está no ar. Algo está prestes a se romper. A mudança está chegando, e não é uma mudança boa. Aquilo sobre o que os candidatos estão falando nesta eleição pode ser completamente irrelevante.

Tal como explicou um diplomata russo em julho último, os Estados Unidos estão prestes a entrar "numa crise quanto à sua própria existência".

© 2008 Jeffrey R. Nyquist

Publicado por Financialsense.com

Tradução: MSM

[1] NT: A barracuda, ou bicuda no Brasil, é um tipo de peixe bastante agressivo, um “brigador” na linguagem de pescadores.

[2] NT: “Mãezona” é uma adaptação livre de uma expressão americana – hockey mom – típica dos estados onde o frio é intenso e o jogo de hockey é popular também entre os garotos de escola. Uma hockey mom é aquela mãe que participa intensamente da vida escolar dos filhos, vai às reuniões sobre currículos e aos jogos: discute, propõe, se organiza e não aceita as coisas passivamente. Enfim, uma que não desiste de lutar pelos filhos. A frase e a resposta de Sarah Palin foram um dos pontos descontraídos, mas também mordazes, de seu discurso de aceitação na Convenção Republicana.

[3] NT: Uma sociedade pós-letrada seria aquela onde os meios de comunicação via imagem tornariam dispensável a habilidade de ler.

Jeffrey Nyquist é formado em sociologia política na Universidade da Califórnia e é expert em geopolítica. Escreve artigos semanais para o Financial Sense (http://www.financialsense.com/), é autor de The Origins of The Fourth World War e mantém um website: http://www.jrnyquist.com/

1968: 40 ANOS DO AI-5 - FÉLIX MAYER

Do portal PAPÉIS AVULSOS do HEITOR DE PAOLA
Félix Mayer



O Jornal da Câmara, de 2/9/2008 , lembra que neste dia, em 1968, o deputado pelo MDB, Márcio Moreira Alves, proferiu um discurso&nbspem que atacava a ditadura militar por ter invadido a Universidade de Brasília no dia 29 de agosto. No dia seguinte,&nbsp3/9, Moreira Alves voltou à carga e pediu aos pais que boicotassem&nbspas festividades do&nbspSete e Setembro, não deixando seus filhos assistirem aos&nbspdesfiles,&nbspe finalizou afimando que o Exército era um "valhacouto de bandidos". Não se sabe porquê, a gravação&nbsporiginal deste "pinga-fogo" de Moreira Alves&nbspsumiu misteriosamente da Câmara, segundo afirmou o ex-senador Jarbas Passarinho.


O Jornal da Câmara apresentou a opinião de outros palestrantes, além de Passarinho, que participaram do seminário "Brasil: 1968-2008", ocorrido no Interlegis/Senado Federal,&nbspno dia 26 de agosto, como os historiadores Carlos Fico, da UFRJ, e Estevão de Rezende Martins, da UnB. (Participaram do seminário, ainda, os cientistas políticos&nbspPaulo Kramer e David Fleischer, da UnB, e o jornalista José Nêumanne Pinto, do Estadão o cineasta Wladimir de Carvalho não pôde comparecer ao evento, por estar sofrendo de forte dor de coluna.) Invertendo fatos históricos, Carlos Fico afirmou em sua palestra (a qual eu assisti) que a ditadura militar foi quem promoveu a violência em 1968, não os terroristas, ao invadir a UnB e&nbspcensurar a peça "Roda Viva" de Chico Buarque, e que a fala de&nbspMoreira Alves foi apenas uma deixa para fechar ainda mais o regime. Como se pode deduzir, Carlos Fico, à moda de Habsbawm, analisa a História apenas sob a ótica marxista, pinçando fatos a seu favor.


O ano de 1968 contém uma agenda muito mais ampla e macabra do que a apresentada&nbsppelo Jornal da Câmara, que&nbsplista apenas&nbsp7 datas (a conta do mentiroso...), muito bem escolhidas, ideologicamente falando. Foi um ano em que começaram a proliferar muitos grupos terroristas, especialmente no Rio e em São Paulo, sob as ordens de Cuba, de acordo com o que foi deliberado pela OLAS, em 1966, fundada sob inspiração de Salvador Allende, para "criar vários Vietnãs na América Latina", segundo afirmou Fidel Castro na ocasião. Com a morte de Che Guevara na Bolívia, em 1967,&nbspmuitos estudantes latino-americanos queriam ser iguais ao guapo jovem de boina vermelha, que havia se tornado um mito entre a estudantada.


Carlos Fico afirmou, ainda, que não havia necessidade de implantar uma ditadura para combater os grupos terroristas.&nbspQue isso poderia ter sido feito dentro do regime democrático. Jarbas Passarinho rebateu o historiador relativista&nbspno seminário aludido, afirmando que o habeas corpus, p. ex., mandava soltar terroristas sanguinários, como Carlos Marighela, e que havia, sim, necessidade de endurecimento do governo, com leis especiais, afirmando que a&nbspColômbia “nunca editou seu AI-5” e o resultado aí está: as FARC já aterrorizam toda a nação há 44 anos.


Vejamos quais foram os principais acontecimentos de 1968, que justificaram a criação do AI-5:


No dia 1º de maio, em um comício na Praça da Sé, em São Paulo, o Governador Abreu Sodré e sua comitiva foram expulsos da tribuna, a qual foi utilizada por agitadores para ataques violentos ao Governo militar.


No dia 26 de junho, o soldado do Exército, Mário Kosel Filho, foi explodido pela VPR de Carlos Lamarca em uma guarita do QG do então II Exército, onde tirava serviço de sentinela. Nesse mesmo dia (mera coincidência?), realizava- se no Rio a "passeata dos 100 mil", reunindo estudantes, padres, artistas, "intelectuais" e outros.


No dia 22 de julho, a VPR rouba 9 FAL do Hospital Militar do Cambuci, em São Paulo.


No dia 10 de agosto, a ALN de Carlos Marighela assalta o trem-pagador Santos-Jundiaí, ação que rendeu ao grupo NCr$ 108.000.000,00 e consolidou sua entrada na luta armada. O ministro da Justiça&nbspdo governo&nbspFernando Henrique Cardoso, Aloysio&nbspNunes Ferreira, foi um dos que participaram daquele assalto, fugindo em seguida com a mulher para Paris, com documentos falsos. Em Paris, o "Ronald Biggs" caboclo viria a participar da Frente Brasileira de Informações (FBI), criada em 1968 em Argel, Argélia, sob inspiração de Miguel Arraes, ligada a organizações de esquerda, de oposição ao governo militar do Brasil, órgão que tinha por objetivo promover a desinformatsya,&nbsptanto no Brasil, quanto no exterior. "Marcito pinga-fogo" também foi um ativo militante da FBI, junto com Fernando Gabeira e Francisco Whitaker Ferreira,&nbspFrente essa&nbspque teve o apoio ostensivo&nbspdo guru marxista francês Jean-Paul Sartre e as bênçãos do bispo vermelho D. Hélder Câmara.


No dia 20 de agosto, foi morto por terroristas o soldado da Polícia Militar de São Paulo, Antônio Carlos Jeffery.


No dia 12 de outubro, a VPR assassinou o capitão do Exército dos EUA, Charles Rodney Chandler, projetando-se perante as organizações terroristas nacionais e internacionais.


No dia 7 de setembro, foi assassinado o soldado da PM de São Paulo, Eduardo Custódio de Souza, e
No dia 7 de novembro foi assassinado o Sr. Estanislau Ignácio Correa, ocasião em que os terroristas levaram seu automóvel.


Nesse mesmo ano de 1968, houve um crescendo na agitação estudantil de todo o País, fruto da "Revolução Cultural" implementada na China por Mao Tsé-Tung, com os famigerados "livros vermelhos", que atingiu também Paris, quase derrubando o Governo Charles de Gaulle, e pela OLAS de Cuba, como já foi citado acima. Em Paris, os estudantes eram influenciados pelas idéias neomarxistas de Marcuse e pelo líder estudantil Daniel Cohn Bendit, além de movimentos mundiais contra a Guerra do Vietnã, contestada principalmente pelos negros americanos.


Muitos estudantes, brasileiros ou não, queriam ser os "novos guevaras", após o "martírio" de Che na Bolívia, em 1967. A agitação estudantil era insuflada principalmente pela Ação Popular (AP), pela Dissidência da Guanabara (DI/GB), pelo Comando de Libertação Nacional (COLINA), pelo Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e pela Ala Marighela (posterior Ação Libertadora Nacional - ALN). Os principais líderes estudantis eram Vladimir Palmeira e Franklin Martins, da DI/GB, e José Dirceu, da ALN.


No dia 28 de março de 1968 foi morto no Rio o estudante Edson Luís de Lima Souto, em um choque de estudantes contra a polícia. Durante seu enterro, foi depredado um carro da Embaixada americana e incendiado um carro da Aeronáutica.


No dia 31 de março, uma passeata de estudantes contra a Revolução deixou 1 pessoa morta e dezenas de policiais da PM feridos no Rio.


No dia 19 de junho, liderados por Vladimir Palmeira, presidente da UNE, 800 estudantes tentaram tomar o prédio do MEC no Rio, ocasião em que 3 veículos do Exército foram incendiados.


No dia 21 de junho, no Rio, 10.000 estudantes incendiaram carros, saquearam lojas, atacaram a tiros a Embaixada Americana e as tropas da PM, resultando 10 mortos, incluindo o sargento da PM, Nélson de Barros, e centenas de feridos.


No dia 22 de junho, estudantes tentaram tomar a Universidade de Brasília (UnB).


No dia 24 de junho, estudantes depredaram a Farmácia do Exército, o City Bank e a sede do jornal O Estado de S. Paulo.


No dia 26 de junho ocorreu a "passeata dos 100 mil", no Rio, e o assassinato do soldado Kozel Filho, como já afirmado acima.


No dia 3 de julho, estudantes portando armas invadiram a USP, ameaçando colocar bombas e prender generais.


No dia 4 de julho, a "passeata dos 50 mil" tinha como principal bordão "só o povo armado derruba a ditadura".


No dia 29 de agosto, houve agitação no interior da UnB, ocasião em que foi preso o militante da AP, Honestino Guimarães, presidente da Federação de Estudantes Universtários de Brasília (FEUB), o qual, desde então,&nbspfoi dado como desaparecido. O deputado Mário Covas foi à UnB para lhe prestar solidariedade.


No dia 3 de outubro, choques entre estudantes da USP e do Mackenzie ocasionaram a morte de um deles, baleado na cabeça.


No dia 12 de outubro, realizou-se o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, SP. A polícia prendeu os participantes, entre os quais Vladimir Palmeira, José Dirceu e Franklin Martins. Nesse Woodstock tupiniquim, foram encontradas drogas, bebidas alcoólicas e uma infinidade de preservativos usados. Havia até uma "escala de serviço" de moças para atendimento sexual. Os líderes estudantis, em acordo com Marighela e&nbspcom o governo de Cuba, haviam chegado à conclusão de que o estopim para a luta armada viria de uma prisão em massa de estudantes, envolvendo comunistas e inocentes úteis, e jogaria essa massa nos braços da luta armada.


No dia 15 de outubro, estudantes tentaram tomar o prédio da UNE, queimando carros oficiais. Fernando Gabeira participou do ato terrorista.


Para analisar aqueles "anos da matraca", especialmente o quentíssimo ano de 1968, convém lembrar duas passagens de José Antonio Giusti Tavares, em seu livro Totalitarismo Tardio - O caso do PT:


"Juízos de valor acerca de condutas do passado devem ser feitos não a partir de parâmetros éticos do presente, mas da contextualização da conduta na sua própria época, e nela, por comparação com condutas diferentes".


"Os historiadores e os cientistas sociais devem cumprir pelo menos dois requisitos básicos da epistemologia e da ética das ciências humanas:


1) evitar tanto quanto possível qualquer restrição ou seleção dos fatos brutos e,


2) ao apresentá-los, distinguir sempre, tanto quanto possível, entre fatos e interpretações".
Seria importante o Jornal da Câmara difundir todos esses fatos ocorridos ao longo de 1968, não apenas aqueles que atendam a algum propósito ideológico. No entanto, tenho que concordar com o Jornal em pelo menos um aspecto: "a verdadeira história ainda não foi contada".


Por que a Câmara não começa, enfim, a contar toda essa história, de verdade, ao invés de contá-la pela metade, sonegando informações históricas importantes ao povo brasileiro?

Rede Globo: agonia e êxtase!

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Heitor De Paola em 04 de setembro de 2008

Comentário do autor em seu site sobre o artigo:

NUM PAÍS ONDE SE CONSIDERA IDEAL FEMININO APARECER NO BBB E SAIR NUA NA CAPA DA PLAYBOY, NÃO ADMIRA A AVALANCHE DE OFENSAS E ASNEIRAS A QUE ESTÃO SUBMETENDO MRS PALIN

Resumo: Os jornalistas brasileiros que só lêem os press releases do Washington Post e do New York Times levaram um susto com a escolha da candidata a vice-presidente do republicano McCain, e transformam suas análises sobre o episódio num festival de hiprocrisia e reacionarismo moralista.

© 2008 MidiaSemMascara.org

A mídia oficialista brasileira levou um susto quando soube quem McCain havia escolhido como Vice. Depois de ignorarem solenemente a existência da Governadora do Alaska, embora qualquer pessoa que acessasse os jornais eletrônicos americanos já soubesse de sua inclusão nos planos há mais de um mês – e de seu favoritismo há duas semanas – se apavoraram com a notícia. Nossos grandes jornalistas que ganham para fazer não sei bem o quê, e só lêem os press releases do Washington Post e do New York Times, na véspera da escolha ainda colocavam três nomes como favoritos – todos homens, à frente Mitt Romney, há muito descartado.

O grande susto foi porque Sarah Palin é mulher, muito bonita, casada com o descendente de uma minoria – esquimós – mãe de muitos filhos, inclusive um com Síndrome de Down que recusou abortar porque é radicalmente anti-abortista, é a favor da abstenção pré-casamento, contra o ‘casamento’ (sic) gay, a favor da exploração do petróleo no seu estado, mas que já provou não ser capacho das petrolíferas impondo-lhes pesadas perdas. À primeira vista, imbatível! Agonia na Globo: e agora? Nosso queridinho Osama – perdão, Obama – pode ser derrotado!

O dia do comunicado também foi preciso: a data em que se comemora a assinatura da XV Emenda à Constituição Americana com a qual as mulheres conquistaram definitivamente o direito de sufrágio. Após um longo debate a Emenda foi aprovada pelo Congresso e, como é necessário, passou pelo processo de ratificação de, no mínimo, 36 estados, o último dos quais foi o Tennessee em 18 de agosto de 1920. No dia 26 foram certificadas as ratificações e a lei posta em vigor a 29.

The right of citizens of the United States to vote shall not be denied or abridged by the United States or by any State on account of sex. Congress shall have power to enforce this article by appropriate legislation.

O timing foi tão perfeto que ofuscou até mesmo a data escolhida por Obama, a do discurso de Martin Luther King Jr. na véspera.

A Globo, como todo mundo sabe, tem uma influência decisiva na opinião pública americana – línguas maldosas dizem até que pululam secretamente cursos de Português para entender a GloboMews (atenção revisora: não é erro, é estábulo mesmo, devido ao conteúdo que expele!). O que fazer para reverter votos ex-Hillary e de conservadores irritados com Bush, e com as posições mais liberais de McCain?

Eis que se descobre um grande pecado e a agonia se transmuta em êxtase: a filha da Sarah, solteira, com 17 aninhos, está grávida! Oh, o horror! Finalmente os pés de barro que faltavam! A Globo, extremamente conservadora, como defensora incansável da moral tradicional e dos bons costumes – o que se espelha em suas saudáveis novelas de casamentos estáveis, famílias felizes, o bem sempre vencendo o mal – não poderia menos do que denunciar este escândalo indesculpável, esta afronta inominável!

Uma teen-ager grávida e solteira e nem favelada é! ECA nela! Finalmente as crianças e adolescentes até os 18 anos devem ter a ‘proteção’ do Estado. Ah, mas lá eles não têm ECA para cassar o pátrio poder dos Palin e mandar a transviada para o Conselho Tutelar de Juneau. Que pena! Já que não se pode tomar nenhuma medida legal recorra-se à suprema hipocrisia: paladinos das teorias liberais de criação de filhos transmutam-se imediatamente em sisudos reacionários e com aquele ar de indignação e cenho franzido como só os esquerdopatas conseguem à perfeição, decretam: incoerência assola a família Palin, enquanto a mãe defende a abstenção sexual pré-nupcial a filha ‘dá pra todo o mundo’, é uma devassa (comuna quando finge indignação não deixa por menos!). A esta altura, se bem conheço as redes comunistas mundiais, as ofensas já se espalharam por todo o planeta, tanto quanto foram sonegadas as informações sobre as ligações comunistas e antiamericanas do queridinho Os(b)ama, bem como sua falsidade ideológica – certidão de nascimento falsa e tudo quanto a ele se opõe.

Com que então, solenes cavalheiros, os filhos têm que seguir as idéias morais dos pais senão, pau neles? Ora, a alegação de incoerência não passa de um sofisma de péssima qualidade baseado nas idiotices coletivistas que recusam o direito à liberdade individual. Mas não vai dar certo, os conservadores americanos não são idiotas - e, queira a Globo ou não, são eles que votam: o truque do falso moralismo de ocasião não deu certo com o atual Vice, Dick Cheney, cuja filha é declaradamente lésbica, chefiou sua campanha ao lado de sua ‘companheira’ e Bush-Cheney foram eleitos duas vezes!

O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP). É autor do livro "O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial" . Site: www.heitordepaola.com.

A DOUTRINAÇÃO (esquerdista nas escolas) CONTINUA

Por e-mail

Nelson Lehmann
Quando se discute a doutrinação esquerdizante nas escolas, ouve-se freqüentemente a justificativa de que devem preparar para o Vestibular. E as provas do vestibular são formuladas com esse viés. Marxismo é sinônimo de Ciência. Fora da visão marxista só existem ideologias. E estas a serviço de interesses.

Acabo de comprar na banca de jornais o Guia para o vestibular 2009, caderno História, da editora Abril.

Não chega a ser marxismo explícito. Mas o que perpassa todo o texto, seu pano de fundo constante, é a luta de classes. Senhores e escravos, nobres e servos, burgueses e proletários, colonizadores e colonizados. Exploradores e explorados.

A Igreja "monopolizou" a ciência na Idade Média, em vez de tê-la preservado e difundido. Espanha e Portugal dizimaram os índios (que viviam no paraíso), em vez de tê-los civilizado. O capitalismo explorou e destruiu o meio-ambiente, em vez de ter impulsionado o progresso.

A complexidade e ambivalências das obras humanas nunca é mostrada.

Sim, o stalinismo, o maoísmo, o castrismo, ao lado do nazismo, também são criticados. Mas nunca o marxismo. Foram experiências deturpadas, desviantes da doutrina pura.

Em suma, a História Humana é uma sucessão de lutas pelo domínio do outro, o lucro é o único valor impulsionador da ação humana. O capitalismo é instituição perversa e os Estados Unidos seu paradigma.

Falta uma visão orgânica, integral da História.

A Igreja não era um corpo estranho na sociedade medieval, mas sua própria alma. Nos tempos coloniais o Brasil não era dominado por Portugal, como duas identidades distintas. E a qualidade de vida que hoje desfrutamos devemos simplesmente ao impulso capitalista, não a planos estatais. Para que persistir na visão maniqueísta? Os bons e os maus. Como se estas características não estivessem em toda parte, em todas as instituições e indivíduos?

Os autores e professores contaminados pelo vírus simplista da luta de classes não estão de todo errados. Denunciam uma realidade. Mas pecam pela parcialidade de sua visão, pela ausência de alternativas de interpretação da realidade. Pela recusa em ver os fatos em sua totalidade. Pelo pessimismo que incutem na juventude.

Comentário do Cavaleiro: mesmo em sistemas socialistas existe a disputa ENTRE SERES HUMANOS, a busca por espaço profissional, pessoal, etc. É a coisa mais natural do Universo. Mesmo se conseguíssemos "eliminar" a luta de classes, patética bandeira esquerdopatista, ainda assim seriam seres humanos buscando seu espaço no mínimo através do auto-desenvolvimento pessoal/profissonal. Não venham me dizer por exemplo que os melhores atletas cubanos recebem o mesmo tratamento que os piores, os que se desenvolvem menos. Eles não buscam as melhores marcas para irem às Olimpíadas? Para isto não... DISPUTAM COM OS OUTROS ATLETAS? E os melhores não recebem mais.. REGALIAS? Ao receberem mais regalias não... MUDAM DE CLASSE? O que estes salafrários propõem na prática é a substituição da luta de classes pela disputa de TODOS contra o ESTADO SOCIOPATISTA como vimos e vemos em Cuba, China e em todos os antigos e atuais sistemas escravocratas, onde o cidadão que gosta da CONDIÇÃO HUMANA tenta de todo jeito fugir.


– visite e divulgue o www.escolasempartido.org

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Conversas secretas de Lula e FHC esfriaram mensalão

Do portal PAPÉIS AVULSOS do HEITOR DE PAOLA



QUANDO SE DIZ QUE NÃO EXISTE DIFERENÇA ENTRE

PT E PSDB

E QUE SUAS DIVERGÊNCIAS NÃO PASSAM DE GUERRA DE QUADRILHAS, MUITOS LEITORES "ACHAM" EXAGERO.


Leia abaixo e lembre na hora de votar em 'oposição':

O Estado de S. Paulo. (AE)
31 de agosto de 2008

São Paulo - Durante todo o primeiro mandato e parte do segundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma linha direta de consultas com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mantida por meio de conversas secretas dos então ministros Antonio Palocci, da Fazenda, e Márcio Thomaz Bastos, da Justiça. A linha direta funcionou com mais vigor no auge do escândalo do mensalão, quando os ministros pediram a Fernando Henrique para agir e evitar que a oposição descambasse para pedir o impeachment de Lula. Ele atendeu e se posicionou publicamente contra o impeachment.

Os encontros foram confirmados ao Estado pelo ex-presidente, Palocci e Bastos. Palocci confirmou que esteve pessoalmente com Fernando Henrique “pelo menos cinco vezes”; Bastos disse ter conversado com ele pessoalmente apenas uma vez, em junho de 2005, momento em que crescia a onda do impeachment. Mas os contatos por telefone foram bem mais freqüentes, confirmam os três. Palocci e Bastos asseguram que Lula sempre soube das conversas antes de elas ocorrerem e foi informado do seu resultado depois.

Mais de uma vez, no entanto, em momentos de difícil enfrentamento com a oposição, Lula sugeriu a Palocci: “Vai conversar com Fernando Henrique.” E pelo menos uma vez, em dezembro de 2007, o presidente determinou expressamente que Palocci - então já fora do governo - procurasse o tucano para negociar o projeto de reforma política que pretendia enviar ao Congresso no começo de 2008. Palocci marcou a conversa, mas antes que ela acontecesse Lula desistiu de promover a reforma política.

Ao Estado, Fernando Henrique elogiou Palocci e Bastos, confirmou as conversas e disse que elas foram possíveis porque os dois ex-ministros de Lula têm “noção institucional”. Estendeu o elogio ao chefe de gabinete Gilberto Carvalho: “Esse também tem noção institucional.” Lamentou que a linha de consulta tenha sido interrompida em 2008. No começo, não foi difícil a Palocci procurar o ex-presidente: além de manter excelentes relações com a oposição desde quando era ministro, ele tem a simpatia de Fernando Henrique desde que, prefeito de Ribeirão Preto, inaugurou uma estátua dele na cidade. “Não foi fácil para ele”, reconhece o ex-presidente. Do gesto, brotou afeto. As informações são do jornal.

Um cristão pelo capitalismo

Do portal OrdemLivre.org
por James Gwartney

Muitos líderes cristãos – evangélicos, protestantes tradicionais e católicos – parecem acreditar que o capitalismo é injusto e que talvez seja necessária mais intervenção governamental para humanizá-lo. Embora muitos de nós que somos economistas e cristãos consideremos essa visão equivocada, às vezes não temos argumentos suficientes para ajudar a mudá-la. Mas eu gostaria de oferecer alguns.

O que eu defendo, quando falo sobre o capitalismo, é uma ordem social que se mobilize para proteger a propriedade de alguém, caso ela tenha sido adquirida sem o uso da violência, do roubo ou da fraude; e que confie primeiramente nos preços do livre mercado para a alocação de bens e serviços – o sistema social fundamental dos Estados Unidos. Aqui estão algumas razões pelas quais os cristãos devem pensar com mais carinho sobre esse tema.

O capitalismo recompensa e reforça a prestação de serviços a terceiros. No capitalismo, a renda de uma pessoa é diretamente relacionada à sua capacidade de fornecer bens e serviços que melhorem o bem-estar dos outros. Os vencedores no mundo dos negócios são aqueles que descobrem o que os consumidores desejam e lhes oferecem um negócio melhor do que encontrariam em outro local.

Além disso, essas iniciativas colocam pressão sobre outras empresas para que sirvam melhor os consumidores, como você perceberá se observar como os varejistas reagem à abertura de uma nova loja de produtos baratos. Claro que os homens de negócios não devem se preocupar com outras pessoas, como os cristãos são guiados a fazer. Porém, se desejam ser bem sucedidos, eles devem servir a seus consumidores melhor do que a concorrência. Em essência, a competição força os homens de negócios a agir como se preocupassem com os outros.

O capitalismo abastece as massas, não apenas a elite. Para se obter um grande sucesso no capitalismo, você deve produzir algo que atraia muitas pessoas. Henry Ford se tornou um multimilionário por produzir automóveis a preços baixos, que cabiam no orçamento da massa de consumidores. Por outro lado, Sir Henry Royce morreu com uma modesta riqueza. Ele desenvolveu um carro bem superior ao de Ford, o Rolls Royce, mas o desenvolveu para os ricos. O mercado o recompensou de acordo com a sua escolha.

O capitalismo cria oportunidades para realizadores de todas as origens socioeconômicas subirem na escala social. Não é coincidência que as pessoas pobres do mundo corram em direção aos países capitalistas, ao invés de para longe deles. Os pobres trabalhadores mexicanos arriscam suas vidas por oportunidades de trabalho nos Estados Unidos. Na Europa, os soviéticos construíram um muro para evitar que mais pessoas fossem para o ocidente capitalista. No sudeste da Ásia, as pessoas são atraídas por Hong Kong, Taiwan, Tailândia e outros países capitalistas. Por quê? Porque o capitalismo fornece oportunidades para aqueles que desejam o sucesso.

Nos Estados Unidos, os que antes eram refugiados pobres estão obtendo sucesso, seja trabalhando em restaurantes, dirigindo táxis ou fazendo negócios. Um estudo recente descobriu que quase metade das famílias que faziam parte dos 20% mais pobres nos Estados Unidos em 1971, tinham subido bastante na escala econômica já em 1978. Nenhum outro sistema fornece mais oportunidades para avanços com menos rigor social embutido.
O movimento escala abaixo também acontece: as riquezas de hoje não garantem seu sucesso amanhã. Como o Deus dos cristãos, o capitalismo “não faz acepção de pessoas.”

O capitalismo protege as opiniões minoritárias. Quando as decisões são tomadas politicamente, as visões minoritárias, geralmente, são suprimidas. Por exemplo, em uma escola pública, a maioria decide se serão permitidas orações, se haverá aulas de educação sexual e qual deverá ser a ênfase nas habilidades básicas. Aqueles que não concordam com a decisão deverão desistir ou então pagar duas vezes pela educação, uma vez nos impostos e outra nas mensalidades da escola privada.

Um sistema de mercado permitiria que cada minoria fosse representada. Por exemplo, sem interferir na liberdade dos outros, alguns pais poderiam enviar suas crianças para escolas que permitem orações. Cristãos praticantes, que freqüentemente se encontram em minoria, deveriam apreciar esse aspecto do capitalismo, que permite que pessoas tenham objetivos diferentes sem conflito ou rancor.

Mesmo aqueles que conseguem ver essas vantagens ainda podem acreditar que o capitalismo é materialista demais. É verdade que esse sistema possibilita às pessoas ter prosperidade e algumas pessoas acabam tendo problemas em sua busca por riquezas. Porém, o capitalismo não força os indivíduos a cultuar o “dólar sagrado”. Os indivíduos são tão livres para ser cristãos ascetas quanto para ser hedonistas.

Às vezes, os cristãos argumentam que o capitalismo promove a desigualdade, favorecendo os ricos. Porém, a desigualdade está presente em todos os sistemas econômicos. As pessoas que têm as melhores idéias, as mentes mais criativas e mais energia, tendem a subir ao topo da burocracia socialista, exatamente como aconteceria em um sistema capitalista.

Entretanto, as elites em um sistema capitalista possuem menos poder do que as elites em um sistema no qual o governo predomina. Mesmo em uma democracia, os detentores de cargos eletivos possuem mais poder sobre a vida dos outros do que o mais rico dos indivíduos. Os membros do congresso têm o poder de tomar uma porção de nossos rendimentos sem nosso consentimento, algo que David Rockefeller ou os irmãos Hunt não podem fazer, não importa o quão ricos sejam. Além disso, caso as pessoas ricas utilizem suas riquezas de forma improdutiva – ou seja, para o consumo em vez de para o investimento, ou para fornecer coisas que as pessoas rejeitam – ver-las-ão desaparecer com o tempo. Mesmo um milionário que viva de dividendos gerados por suas ações só recebe os frutos de seu investimento se as companhias fornecerem produtos que as pessoas desejam.

É claro que o capitalismo não impõe demandas morais, como o cristianismo. Porém, os sistemas econômicos que buscam aperfeiçoar a natureza humana nos levam com mais freqüência à tirania do que à melhora da raça humana. Os cristãos fariam muito bem ao se satisfazer com um sistema econômico que reforça as virtudes cristãs, melhora os padrões de vida e dá espaço à visões minoritárias. E esse sistema é o capitalismo.

Original em inglês.

Ação em defesa da vida!

Do portal MOVIMENTO ENDIREITAR
Seg, 08 de Setembro de 2008 | Wellington Moraes

Aqueles que afirmam que o aborto precisa ser legal para executar bebês indefesos não são moralmente qualificados para trabalhar em nenhum cargo político. E aqueles que ajudam a elegê-los não têm nenhum direito de se chamarem pró-vida” (Mark Crutcher)

Toda a literatura médica afirma que o desenvolvimento humano se inicia quando o ovócito é fertilizado pelo espermatozóide.

Em abril de 2007 o Supremo Tribunal Federal convocou audiência pública para ouvir cientistas e definir, cientificamente, o momento do início da vida. Todos os cientistas “reconheceram que, no zigoto, ou seja, na primeira célula decorrente da união do óvulo com o espermatozóide: 1) há vida; e 2) essa vida é vida humana”. [1]

O aborto, o extermínio da mais frágil e indefesa forma de vida humana, é a mais hedionda e cruel forma de assassinato. Se possuímos a liberdade de destruir a vida humana e negar-lhe sua dignidade em uma etapa, questionava um velho teólogo americano, por que não em outras?

O Movimento Endireitar convida a todos os cidadãos brasileiros contrários a essa prática repulsiva a um posicionamento firme e claro diante dos políticos e partidos que apóiam o aborto.

Propomos um movimento de ação contínua para excluir do cenário político brasileiro todo e qualquer promotor do assassinato de bebês em gestação. Mais: sugerimos que este seja um dos principais critérios para a escolha de um candidato em todas as eleições. Não vote em candidato abortista!

A posição de um candidato na questão do aborto é tudo o que precisamos saber e tudo o que importa. Se um político errar nesse ponto, ele não conseguirá acertar em quase nada mais para compensar esse ponto”. (Mark Crutcher)

Nosso primeiro alvo nessa luta em defesa da vida é um partido político muito influente e poderoso: o Partido dos Trabalhadores (PT).

Segundo informações do seu próprio site [2], existe uma resolução partidária, ratificada pelo 3º Congresso do PT, de defesa da descriminalização do aborto. Mais: “a primeira vez que o PT fechou posição quanto à legalização do aborto foi ao longo do debate interno para a Constituinte, em 1987”. Os membros do PT são obrigados a promover a política do partido: o abortismo. Quem não segue a linha do partido é punido.

O PT é um partido de origem marxista. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (atual Rússia) também seguia esta mesma doutrina e foi o primeiro país do mundo a legalizar o aborto na década de 1920. A segunda nação moderna a legalizar o aborto foi a Alemanha Nazista, em junho de 1935. Destruir a vida inocente e indefesa, esta é prática destas pessoas. Petismo, Comunismo e Nazismo são abomináveis.

O Movimento Endireitar não é ligado a nenhum partido político. Direcionamos primeiramente nossas baterias contra o PT por causa do seu apoio explícito e desavergonhado ao assassinato dos indefesos.

Se o prezado leitor é um verdadeiro defensor da vida junte-se a nós e ajude a impedir que políticos abortistas consigam se eleger.

Lembre-se, nossa meta é excluir definitivamente do cenário político não só o PT pelos motivos expostos acima, mas todo e qualquer promotor da destruição da vida humana.

Como poderei ajudar?

Primeiramente se informe. Os abortistas são mestres na arte de inventar as mais belas desculpas e utilizar as mais belas palavras para justificar e designar seus mais torpes propósitos. A internet é melhor meio de informação atual. Basta digitar “contra o aborto” em qualquer mecanismo de busca e um mundo de informações surgirá. Recomendamos também a leitura dos artigos reproduzidos em nossa seção especial sobre o assunto. Acesse: http://www.endireitar.org/site/aborto

Segundo, utilize sua criatividade. Nós incentivamos o prezado leitor a por em prática suas próprias idéias e formas de divulgação. Acreditamos piamente que você é capaz de agir sozinho de forma eficiente e eficaz sem o “guiamento” de alguém.

Terceiro converse com seus familiares, vizinhos, amigos da escola, faculdade e igreja sempre que for possível. Solicite o empenho de cada um na causa pró-Vida.

Quarto, faça com que nossa e a sua mensagem se espalhe por todos os meios acessíveis a você, por email, Orkut, blogs, folhetos impressos, etc.

Sob a proteção de Deus, vamos entrar em Ação em defesa da vida!

Um abraço,

Comunidade Ação em defesa da vida!
Orkut: http://www.orkut.com.br/Community.aspx?cmm=68545093



[1] Martins, Ives Gandra. O início da vida e o STF. Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 08 maio 2007. Disponível em: < http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=353079 >. Acesso em: 07 set. 2008.

[2] Conferir: “Uma vitória das feministas do PT” em http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=15103&Itemid=201

Carta aberta ao Ministro Marco Aurélio Mello

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por João Luiz Mauad em 09 de setembro de 2008

Resumo: Algumas das respostas do ministro Marco Aurélio Cunha durante uma entrevista para a revista Veja revelam incongruência com a lógica e o descompasso com os princípios mais elementares do Estado Democrático de Direito.

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Excelentíssimo Ministro Marco Aurélio Mello

Perdoe por iniciar esta missiva de forma tão direta, mas preciso dizer-lhe que fiquei absolutamente embasbacado ao ler a entrevista de Vossa Excelência sobre o tema do aborto, concedida à revista Veja desta semana. (Semana retrasada)

Antes de quaisquer outras considerações, esclareço que meu espanto foi diretamente proporcional ao apreço e respeito que tenho por Vossa Excelência, especialmente pela independência que sempre demonstrou perante o Poder Executivo, bem como pela conduta exemplar de respeito à lei e, principalmente, aos direitos e garantias individuais que sempre manteve.

Não pretendo aqui entrar no mérito da questão do aborto de fetos anencéfalos, nem tampouco do aborto em geral, temas já exaustivamente tratados, nos autos do processo em que V. Ex.ª é relator, por gente muito mais gabaritada e preparada do que eu. Meu interesse é apenas apontar a incongruência de algumas de suas respostas com a lógica mais elementar, bem como o descompasso de outras com os princípios mais básicos do Estado Democrático de Direito, fato que, partindo de um homem indubitavelmente inteligente e preparado, só pode ser creditado, a meu juízo, à excessiva ideologização em que essa questão encontra-se mergulhada.

Eis as perguntas e respostas, com os respectivos comentários:

“Em 2004, o plenário do STF derrubou uma liminar concedida pelo senhor que autorizava a interrupção da gestação de anencéfalos. Por que o senhor decidiu trazer o assunto à tona novamente?

“Tomei como base o resultado da recente votação na corte do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas. Se esse debate tivesse ocorrido em 2004, muito provavelmente o resultado não teria sido o mesmo. Embora a decisão a favor do uso de células-tronco tenha sido apertadíssima (6 votos contra 5), representou uma abertura do Supremo. Por isso, acredito que agora a Casa aprovará a interrupção da gestação de anencéfalos. Desta vez, a votação será menos apertada do que foi no caso das células-tronco. Diria que teremos um 7 a 4 ou um 8 a 3. E, depois que o Supremo bater o martelo, não adiantará recorrer ao Santo Padre.”

O que primeiro chama a atenção nesta resposta são as inferências sobre o possível resultado do julgamento. Em assim agindo, V. Ex.ª deixa transparecer que o resultado do mesmo já seria previamente conhecido, de acordo com convicções anteriormente firmadas, independentemente dos debates, das provas e dos argumentos jurídicos trazidos aos autos – os quais, por dedução lógica, seriam somente parte de um grande teatro.

Também não entendi por que, ao final de sua resposta, V. Ex.ª traz o Santo Padre para o meio da pendenga, como se alguém o estivesse tentando colocar em posição hierárquica superior à do STF, o que não era o caso. Enfim, V. Ex.ª deve ter lá as suas razões.

“O senhor acredita que a maior flexibilização do STF abre a possibilidade para a discussão do aborto em geral?

“Sem dúvida. O debate atual é um passo importante para que nós, os ministros do Supremo, selecionemos elementos que, no futuro, possam respaldar o julgamento do aborto de forma mais ampla. O sistema atual está capenga. Por que a prática de aborto de fetos potencialmente saudáveis no caso de estupro é permitida? Esse tema é cercado por incongruências. Temos 1 milhão de abortos clandestinos por ano no Brasil. Isso implica um risco enorme de vida para a mulher. Na maioria das vezes, o aborto é feito em condições inexistentes de assepsia, sem um apoio médico de primeira grandeza. Há uma hipocrisia aí. O aborto é punido por normas penais, mas é feito de forma escamoteada. Nosso sistema é laico. Não somos regidos pelo sistema canônico, mas por leis. A sociedade precisa deixar em segundo plano as paixões condenáveis.”

Nesta resposta, data máxima vênia, V. Ex.ª agride a lógica mais elementar. Já vi tal argumento na boca de diversas pessoas, mas jamais imaginei que pudesse encontrá-lo na sua, porque absolutamente absurdo. Para prová-lo, não precisamos gastar muitos neurônios ou argumentos. Digamos que, num surto de loucura, eu pretendesse defender a descriminação do assalto a mão armada em nosso país. Então, perguntado sobre o tema, eu responderia exatamente a mesma coisa que V. Ex.ª, tomando o cuidado de trocar a palavra “aborto” por “assalto”. Minha resposta seria, então, a seguinte:

“Esse tema é cercado por incongruências. Temos mais de 1 milhão de assaltos clandestinos por ano no Brasil. Isso implica um risco enorme de vida para o assaltante. Na maioria das vezes, o assalto é feito em condições precárias, sem um apoio de primeira grandeza. Há uma hipocrisia aí. O assalto é punido por normas penais, mas é feito de forma escamoteada. Nosso sistema é laico. Não somos regidos pelo sistema canônico, mas por leis. A sociedade precisa deixar em segundo plano as paixões condenáveis.”

Reparou, Senhor Ministro? O argumento de que um crime deva deixar de sê-lo pelo fato de ser praticado de forma escamoteada e em grande quantidade é absurdo. Quer dizer então que, se um crime é praticado rotineiramente, com risco para o criminoso, ele deve simplesmente deixar de ser considerado crime? Confesso que não entendi o alcance do raciocínio. Se a norma legal vem sendo descumprida, devemos simplesmente acabar com ela? Nesse caso, convenhamos, sobrariam no Brasil muito poucas leis.

Mais à frente, talvez no afã de defender o estado laico, que não está, absolutamente, sob ataque, V. Ex.ª ainda se refere à fé dos crentes como “paixões condenáveis”, o que é, data vênia, lamentável sob o ponto de vista da tolerância. Estado Laico – e peço que me corrija se eu estiver errado – significa “Estado separado da Igreja”, e não que os crentes, porque influenciados em suas subjetividades pelas doutrinas das respectivas religiões, não possam participar dos debates da vida civil ou da política. Uma coisa é querer impor as normas canônicas acima das normas civis; outra, bem diferente, é o debate político e jurídico, onde a validade dos argumentos independe da crença de quem os pronuncia.

“Para os que se opõem ao aborto, no entanto, a mulher não tem direito a essa liberdade. A Igreja Católica, por exemplo, argumenta que a vida deve sempre ser acolhida como um dom.

"É preciso esclarecer que a vida pressupõe o parto. O Código Civil prevê o direito do nascituro, ou seja, daquele que nasceu respirando por esforço próprio. Enquanto o feto está ligado ao cordão umbilical, a responsabilidade é da mulher que o carrega. Quando a vida é totalmente improvável ou indesejada, deve ser discutida."

Como é, Senhor Ministro, que “a vida pressupõe o parto”? O que V. Ex.ª está dizendo aqui é que, até o momento do parto, a mulher teria pleno direito de decidir sobre a vida do feto, mesmo que este já esteja totalmente formado. Então, pergunto: um bebê com um dia de vida é um ser humano, mas um feto, às vésperas do parto, não o é, simplesmente porque ainda não respira espontaneamente? De acordo com este mesmo raciocínio, a lei (o Estado) só deveria proteger a vida após o nascimento e, assim, nada impediria que, por exemplo, em nome da própria liberdade, a mãe – desculpe pela imagem macabra – enterrasse uma chave de fenda no crânio de seu feto, através do canal vaginal, apenas momentos antes do parto? Em face da importância do tema, rogo que V. Ex.ª esclareça este seu ponto de vista com urgência, pois não consigo acreditar que o senhor tenha realmente pretendido dizer o que – pelo menos na minha interpretação – parece ter dito.

Atenciosamente

João Luiz Mauad

O autor é empresário e formado em administração de empresas pela FGV/RJ.

Psicose lingüística - PEDOFILIA

Do portal do OLAVO DE CARVALHO
5 de setembro de 2008

O mesmo sintoma que revelaria a doença ao médico tarimbado pode torná-la invisível aos olhos do paciente, que por isso mesmo não consegue descrever com clareza o que sente e acaba colocando o médico na pista errada. Fenômeno idêntico acontece na sociedade humana, quando a deterioração da linguagem, que manifesta uma perda geral de consciência, torna essa perda tanto mais grave quanto mais vão desaparecendo os meios lingüísticos aptos a diagnosticá-la e corrigi-la. A mera degradação intelectual evolui assim rapidamente para um estado de psicose social, onde aquilo que se diz vai se afastando cada vez mais daquilo que se conhece na experiência, até que se chega àquele estado de ruptura completa no qual os fatos reais, encobertos sob construções imaginárias hipnóticas, se tornam definitivamente imperceptíveis.

Tomemos um exemplo banal, mas revelador pela sua tipicidade mesma. Leiam este parágrafo do jovem “teórico gay” Deco Ribeiro, tido nos meios homossexuais como uma espécie de líder intelectual:

“Pedofilia é um desejo e não existe polícia de pensamento ainda. O crime ocorre quando o indivíduo sai do pensamento e parte para a prática. ‘Crime de pedofilia’ é coisa de jornalista. Mau jornalista. Ou jornalista f. da p.” (http://www.e-jovem.com/tema25.html#adolescentes).

Com toda a evidência, a distinção usual entre “pedofilia” e “crime de pedofilia” visa a assinalar a mesma diferença que aí se enfatiza entre o mero desejo e a ação. Se a segunda expressão for suprimida, o termo “pedofilia” terá de ser usado para designar as duas coisas, provocando automaticamente aquilo mesmo que o rapaz desejaria evitar: a criminalização do desejo. Se alguém quer impedir que um pensamento seja tido por crime, não pode, no mesmo ato, protestar contra a existência de termos diferentes para designar o pensamento e o crime que o realiza. A percepção disso deveria ser instantânea e intuitiva em qualquer pessoa alfabetizada, mas hoje ela escapa por completo a um formador de opinião e à massa de seus leitores universitários. Estes não entendem o que lêem, aquele não entende o que escreve.

Mas a confusão aí manifesta tem uma segunda camada mais profunda. Se determinado ato é crime, é preciso reprimir não somente o ato mas também o desejo de cometê-lo. A primeira modalidade de repressão cabe à polícia, a segunda à cultura, da qual o jornalismo, a educação e o show business são as expressões mais populares. O Código Penal absorve essa distinção, tornando crime a mera apologia do ato criminoso. Se a cultura popular permite ou fomenta o desejo de praticar determinado crime que a polícia ao mesmo tempo reprime, fica declarada a guerra entre a cultura e a polícia, uma guerra que os policiais acabarão perdendo, pois sua mente é formada pela mesma cultura que os envolve e nenhum deles é um gênio capaz de se desaculturar a si próprio. No parágrafo que estou examinando, a expressão “polícia de pensamento” aparece usada de maneira ambígua. Uma coisa é prender as pessoas por delito de opinião. A livre expressão de um desejo é algo mais que mera opinião e infinitamente mais do que um pensamento inexpresso – é um convite aberto, uma incitação ao ato correspondente. É portanto apologia do crime. O sr. Luiz Mott, por exemplo, incorre nela quando erotiza em público a imagem de um bebê pelado. Mas Deco Ribeiro não se revolta apenas contra a punição que a polícia impõe à apologia do crime. Ele abomina, na verdade, o que quer que se diga contra a pedofilia, mesmo quando se diz com toda a moderação possível, tal como acontece na distinção entre “pedofilia” e “crime de pedofilia”. Se até essa polida distinção deve ser abominada como “polícia de pensamento”, então é claro que qualquer expressão pública de repulsa à pedofilia é um horror nazista. Tal é o sentimento real que o parágrafo citado veicula, mas, como esse sentimento é indecente e sua expressão direta é apologia do crime, Deco Ribeiro vê-se instintivamente forçado a camuflá-lo sob uma construção verbal postiça cuja autocontradição primária revela ao observador atento a própria má intenção que ela pretendia ocultar do público em geral.

Esse episódio é miúdo porém típico: ele ilustra com clareza didática o tipo de estrutura verbal que se tornou dominante em todos os debates públicos neste país (e que vai se disseminando rapidamente em países mais cultos), erigindo a linguagem como uma placa de chumbo entre percepção e realidade e tornando absolutamente impossível a discussão séria do que quer que seja.

Vou dar agora um exemplo incomparavelmente mais grave. Leiam estes parágrafos publicados no último dia 2 no site oficial do PT:

“Até o final deste ano, o governo deve ter pronta uma proposta para criar no país uma lei de responsabilidade educacional que, a exemplo da Lei de Responsabilidade Fiscal, estabelecerá metas de conduta para os gestores de escolas públicas. A informação foi dada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) é um dos defensores da lei de responsabilidade educacional. Para Cristovam, a nova lei deveria tornar inelegíveis representantes do Executivo que não cumprissem metas educacionais estabelecidas pela população ou pelo governo federal. A proposta foi defendida pelo senador em palestra no ‘Seminário Internacional Ética e Responsabilidade na Educação: Compromisso e Resultados’, promovido pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).”

A idéia aí subentendida é que a educação brasileira fracassou por não cumprir as metas do Ministério da Educação, inspiradas ou ditadas por organismos internacionais como a ONU e a Unesco. É idéia totalmente falsa. A educação brasileira fracassou porque se baseia em teorias educacionais erradas e porque as metas fundadas nessas teorias vêm sendo cumpridas à risca, uniformemente, em todo o território nacional, pelo menos desde o governo FHC. Lançar a culpa sobre os executores do plano, e expô-los ao risco de punições temíveis, é esquivar-se à discussão mesma que o Seminário se propôs nominalmente a fazer.

As metas educacionais da Unesco podem ser avaliadas pelo prêmio dado a uma estudante do Rio de Janeiro, entre 50 mil concorrentes, pelo escrito “Pátria Madrasta Vil”, num concurso de redações sobre o tema (adivinhem) “Como Vencer a Pobreza e a Desigualdade”.

A redação vencedora – que pode ser lida no site http://joserosafilho.wordpress.com/2008/08/14/patria-madrasta-vil-clarice-zeitel-vianna-silva/ se o leitor for paciente e caridoso o bastante – é um amálgama pueril dos chavões de palanque mais usados e abusados nas eleições brasileiras, arranjados de tal modo que se torna impossível saber a que fatores histórico-sociais concretos a autora está se referindo na sua furiosa diatribe contra o país em que nasceu.

A premiação dessa estupidez já seria grave o bastante se o autor dela fosse uma criança de doze anos: o teor da coisa revelaria apenas a vulnerabilidade inerme da mente infantil a uma saraivada de slogans politicamente corretos, bombardeados em quantidade tal que se torna impossível quebrar-lhes a casca para analisar o seu conteúdo fático (análise que seria a primeira obrigação de um ensino decente). Mas a autora do treco é uma universitária de 26 anos. Aos 26 anos, Flannery O’Connor já tinha publicado seu espetacular romance, Wise Blood, Rachel de Queiroz o premiado O Quinze e Clarice Lispector o surpreendente Perto do Coração Selvagem. Aos 26 anos, Cecília Meirelles, Bruno Tolentino, Castro Alves, Gonçalves Dias já tinham produzido alguns de seus mais belos poemas. Aos 26 anos, Franz Brentano já havia escrito sua análise magistral de Aristóteles, que até hoje é usada no ensino universitário. Aos 26 anos, Goethe já era o celebrado autor de Os Sofrimentos do Jovem Werther. Aos 26 anos, Arthur Rimbaud já havia parado de escrever e o filósofo Otto Weininger já tinha estourado os miolos. A mocinha carioca escreveu aquela banalidade atroz e foi considerada a melhor entre 50 mil. Imagino os outros 49.999.

O prêmio ilustra, inequivocamente, o que a Unesco e seu fiel discípulo, o Ministério da Educação, esperam dos estudantes brasileiros. Em vez de punir quem falhe em realizar essa meta, seria preciso enviar à cadeia os que a realizam.

Enquanto a burrice verbosa era premiada pela Unesco, no Brasil os dois homeschoolers David e Jonatas, sob ameaça de ver seu pai enviado à prisão por crime de “abandono intelectual”, submetidos pelo Ministério da Educação a exame capcioso propositadamente dificultado com o intuito de reprová-los, humilharam quem os pretendia humilhar: passaram nas provas, embora quase metade das matérias a cair só lhes fossem reveladas uma semana antes. O pai das crianças agora exige que exame idêntico seja imposto aos alunos de escolas públicas. Não passariam nele nunca, porque não passam em provas incomparavelmente mais fáceis. Eu exijo mais: exijo que o sr. ministro da Educação faça o mesmo exame. Se não passar, que vá para a cadeia por três crimes: (a) abandono intelectual de si próprio; (b) discriminação e crueldade para com crianças, por tratar os dois meninos com manifesta e perversa desigualdade em comparação com os alunos de escolas públicas e por obrigá-los a prestar exame sob condições de intimidação psicológica intolerável; (c) estelionato, por fingir-se profissionalmente habilitado a julgar o que está acima de sua capacidade.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Falsificações da História – O soldado brasileiro e a contra-revolução de 64

Do portal MÍDIA SEM MÁSCARA
por Heitor De Paola em 25 de agosto de 2007

Resumo: A esquerda vocifera com tremendo estardalhaço a necessidade de serem abertos os “arquivos da ditadura”. Apesar de estarem no poder e terem autoridade para obrigar os Comandos Militares a abri-los, apenas seguem vociferando. Será que é por medo de verem seus atos de terrorismo, banditismo e assassinatos revelados ao público?

© 2007 MidiaSemMascara.org

“Quem domina o passado, domina o presente;

quem domina o presente, domina o futuro”.

GEORGE ORWELL, “1984”

O Dia do Soldado é uma ocasião propícia para retomar o tema das Falsificações da História. Cada vez que este dia se aproxima a mídia chapa branca revira os “porões da ditadura” em busca de novos embustes. A principal trapaça deste ano de 2007 é uma série de reportagens do jornal O Globo, do Rio, intitulada “Os brasileiros que ainda vivem na ditadura”. A extensa matéria focaliza a verdadeira ditadura exercida pelos narcotraficantes e as milícias sobre a população mais pobre do Rio de Janeiro, particularmente os favelados. No próprio texto são feitas comparações com os “terríveis anos de chumbo”, mas o must vem no final: um encarte diário, mais ou menos longo, com testemunhos das “vítimas indefesas da ditadura militar”. Traduzindo: subliminarmente equiparam os soldados aos bandidos!

Possivelmente a História, como a conhecemos, tenha sido aqui e ali falsificada, de forma voluntária ou não. Seja por interesse de ocultar ou acrescentar alguma coisa ou por distorção involuntária, seja por se tratar de registro de relatos orais muito antigos já modificados no próprio tempo, o caso é que os documentos históricos nem sempre apresentam os fatos como eles realmente ocorreram. O estudioso de história deve contar com estas possíveis deturpações, principalmente no que toca a relatos de períodos muito antigos, aos quais as teorias não podem mais ser testadas nem a História pode encontrar uma sólida fundação em fatos.

No entanto, os historiadores antigos, sinceros e de certa forma ingênuos, jamais poderiam imaginar que a falsificação da História se transformasse num ofício, numa arte espúria, exercida sistematicamente por milhares de escribas selecionados por autoridades que necessitam manipular os conhecimentos sobre o passado para, seletivamente, expurgar o que lhes retiraria legitimidade ou revelaria suas atrocidades. Pois isto aconteceu exatamente no século em que o crescimento exponencial da capacidade de armazenamento de documentos históricos parecia indicar um futuro promissor para esta bela arte. Desde o golpe de Estado bolchevista na Rússia em 1917 a criação de uma nova História, de novas “verdades”, vem ocupando lugar de destaque na estruturação dos departamentos de desinformação comunista. Ironicamente, Orwell chamou a repartição que tinha esta função em Oceania de Ministério da Verdade.

Basta olhar quem hoje está no poder político no Brasil para perceber que são os derrotados militarmente em 64, os herdeiros dos bolchevistas, que venceram uma das batalhas mais importantes: a cultural. Refugiando-se nesta área negligenciada pelos governos militares, e baseando-se na desinformação e nas orientações de Féliks Dzerzhinsky, o mestre da desinformação e fundador da primeira polícia secreta bolchevista – a Tcheka - passaram a escrever grande parte da História, principalmente aquela de alcance público, acadêmico e nas escolas de todos os níveis, novelas e minisséries de TV. Tornaram-se “donos” dos significados das palavras. Temos hoje muito mais mitologia induzida do que história ocorrida. É trabalho para décadas – se houver liberdade para tanto – desfazer todos os mitos dos chamados “anos de chumbo”. Mas o tempo funciona a favor dos trapaceiros, pois dentro de alguns anos não existirá mais ninguém das gerações que viveram a vida adulta naqueles tempos, hoje já acima dos sessenta. Contam com o tempo para completar o verdadeiro genocídio da História: a morte dos que a conheceram vivamente. E a verdade sumirá se não for tentado algo para salvá-la. Tento fazer a minha parte contando o que vivi.

AS OPÇÕES POLÍTICAS NA DÉCADA DE 60

Uma das maiores distorções é o mito de que soldados maldosos, aliados à “burguesia” nacional “ameaçada em seus privilégios” - e subordinados às demandas maquiavélicas dos Estados Unidos - resolveram abortar pelas armas a política conduzida por um governo legítimo e que atendia aos “anseios populares”. Em primeiro lugar, esconde-se o fato de que em 1959 a geopolítica da América Latina tinha virado do avesso pela tomada do poder em Cuba por Castro, que logo assumiu sua condição de comunista e se aliou à URSS. Seguiu-se um banho de sangue de proporções inimagináveis – do qual é proibido falar! - e a lenta e progressiva instalação na ilha de numerosos instrutores soviéticos que adestraram tropas cubanas, formaram e exportaram guerrilheiros e terroristas, e re-estruturaram o sistema de Inteligência. Através desta “cabeça de ponte” aumentou sobremaneira a influência da URSS na AL. Os jornais noticiavam diariamente as tentativas de derrubada do governo legitimamente eleito da Venezuela, país-chave pela produção petrolífera. O próximo objetivo estratégico era o Brasil, país imenso, já em fase inicial de industrialização e cujas Forças Armadas representavam um poderoso obstáculo à penetração comunista no Continente.

25 de agosto de 1961, a renúncia de Jânio Quadros marca um momento importante. O Vice, João Goulart, encontrava-se na China e declarou que iria comandar o processo de “reformas sociais” tão logo assumisse. Os Ministros Militares e amplos setores civis se opuseram à posse de Jango por suas notórias ligações com a esquerda. Seu cunhado Brizola, Governador do Rio Grande do Sul reagiu, o Comandante do Terceiro Exército, Gen. Machado Lopes, ficou do lado dele e o Brasil esteve à beira da guerra civil. A Força Aérea chegou a dar uns tiros no Palácio Piratini. Brizola tomou todas as rádios de Porto Alegre e obrigou as demais a entrarem em cadeia, a Cadeia da Legalidade! E lá estava eu, “comandando” uma mesa em plena rua na cidade de Rio Grande-RS, a uns 4° C, com uma lista de assinaturas para quem quisesse “pegar em armas pela legalidade”, atuando em conjunto com membros do extinto PCB. Com a emenda parlamentarista tudo se acalmou, mas em janeiro de 63, num plebiscito nada confiável, o país retorna ao Presidencialismo.

Fiz parte da Juventude Trabalhista e só não entrei para os Grupos dos 11, do Brizola, sobre os quais hoje quase nada se ouve, porque não tinha idade e, portanto, não era confiável. No início dos anos 60 o hoje santificado Betinho, junto com o Padre Vaz, elaborou o “Documento Base da Ação Popular”, que previa a instalação de um governo socialista cristão no Brasil. Mas o documento em que a AP se declarava francamente a favor da instalação de uma ditadura ao estilo maoísta foi mantido secreto até para os militantes da base. Só vim a ter contato com ele através de Duarte do Lago Brasil Pacheco Pereira (um dos membros do Comando Nacional de AP) em agosto de 65, quando, ocupando uma Vice-Presidência da UNE, eu já era mais “confiável”. O documento, que era obviamente o produto de uma luta interna na esquerda mundial, defendia a luta em três etapas: reivindicatória (movimentos populares, greves); política (início das guerrilhas no campo, como na China e Vietnam) e ideológica (a formação do Exército Popular de Libertação). Contrariava a teoria do foco guerrilheiro, preferida por Guevara e Debray.

O MASTER (nome do MST da época), do Brizola, invadia terras no RS (como a do Banhado do Colégio, em Camaquã) e as Ligas Camponesas, de Francisco Julião, com apoio explícito do Governador Arraes, no Nordeste. A CGT, (presidida por Dante Pelacani) e a UNE (José Serra) propunham abertamente um golpe com fechamento do Congresso. Armas tchecas começaram a surgir. O ano de 1963 foi uma agitação só. O movimento estudantil, do qual posso falar, estava dividido entre a Ação Popular (AP) e o PCB. Quem não viveu aqueles tempos dificilmente pode imaginar o nível de agitação que havia por aqui. O re-início das aulas em março de 64 praticamente não houve.

Num encontro em Pelotas, onde eu estudava Medicina, com o último Ministro da Educação do Jango, Sambaqui, no início de março, ele nos revelou que tudo começaria com o comício marcado para o dia 13, em local proibido para manifestações públicas (em frente ao Ministério da Guerra) já em desafio aberto e simbólico à lei, seria continuado pelo levante dos sargentos do Exército e da Marinha - formando verdadeiros soviets - e pelos Fuzileiros Navais em peso, comandados pelo “Almirante do Povo”, Aragão. Pregava-se a subversão da hierarquia e disciplina militares. Seguir-se-ia pelo já programado discurso de Jango no Automóvel Clube do Brasil. A pressão final sobre o Congresso seria em abril e maio: se não aprovasse as “reformas de base”, seria fechado com pleno apoio popular.

Na mesma época, participei de uma ação comandada por um agitador da Petrobrás e da SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária), em Rio Grande, pela encampação da Refinaria de Petróleo Ipiranga o qual, num discurso na Prefeitura, declarou que a República Socialista do Brasil estava próxima. As ocorrências de março só confirmaram a conspiração acima mencionada. No comício do dia 13 Brizola pregou o fechamento do Congresso se não aprovasse as tais “Reformas de Base” (na lei ou na marra) – ninguém me contou, eu ouvi no rádio. Prestes dizia que os comunistas já estavam no Governo, só faltava tomarem o Poder.

Não havia, pois, opção democrática alguma. Restava decidir se teríamos o predomínio dos comunistas ou de uma ditadura ao estilo peronista, chefiada por Jango. As passeatas civis – as Marchas da Família com Deus pela Liberdade - estavam nas ruas exigindo o fim da baderna e em apoio ao Congresso. Sugerir que se devia esperar que Jango desse o golpe para depois tirá-lo, me parece uma idéia legalista infantil, pois então teria que ser muito mais cruento. Foi, na verdade, um contra-golpe cívico-militar preventivo.

PARTICIPAÇÃO DOS EEUU

Outro mito é sobre a participação americana no “golpe” de 64. Chamada de “Operação Thomas Mann” (nome do então Secretário de Estado Adjunto para a AL) não passa de uma mentira baseada em documentos forjados pelo Departamento de Desinformação através da espionagem Tcheca. Quem montou a operação foi o espião Ladislav Bittman que, em 1985 revelou tudo no seu livro “The KGB and Soviet Disinformation: An Insiders View”, Pergamon-Brasseys, Washington, DC, 1985. Segundo suas declarações, “A Operação foi projetada para criar no público latino-americano uma prevenção contra a política linha dura americana, incitar demonstrações mais intensas de sentimentos antiamericanos e rotular a CIA como notória perpetradora de intrigas antidemocráticas”. Outra fonte é o livro de Phyllis Parker “Brazil and the Quiet Intervention: 1964”, Univ of Texas Press, 1979, onde fica claro que os EEUU acompanhavam a situação de perto, faziam seus lobbies e sua política com a costumeira agressividade, e tinham um plano B para o caso de o país entrar em guerra civil. Entretanto, não há provas de que os Estados Unidos instigaram, planejaram, dirigiram ou participaram da execução do “golpe” de 64. Embora as revelações tenham sido tornadas públicas em 79/85, a imprensa brasileira nada publicou a respeito não permitindo que a opinião pública tomasse conhecimento da mentira que durante anos a enganou. Apenas a revista Veja na sua edição nº 1777, de 13/11/02, publica a matéria “O Fator Jango” de autoria de João Gabriel de Lima, onde este assunto é abordado. Recentemente (3/7/2007), O Globo publicou com grande estardalhaço documentos que eram conhecidos desde 31 de março de 2004, aos 40 anos do movimento, quando a CIA desclassificou documentos da época que revelam um grande interesse da Casa Branca, do Departamento de Estado e da CIA no que estava por ocorrer no Brasil. Qual o interesse de “revelar” documentos já conhecidos há mais de 3 anos como se novidade fosse? Não sei, mas é mais uma peça de desinformação, pois o que demonstram é que havia planos para apoiar o movimento cívico-militar, o que já era sabido por todos que viveram aqueles tempos ou se interessaram em estudar.

A LUTA ARMADA E O AI-5

Finalmente, o mito de que brasileiros patriotas e democratas se levantaram em armas contra o “endurecimento da ditadura” através do Ato Institucional Nº 5, 12/68. A UNE, foco permanente de agitação esquerdista ficou acéfala com a fuga para o exterior do Presidente eleito em 1963, José Serra, hoje Governador de São Paulo e foi extinta pela Lei Suplicy (Lei Nº. 4.464, de 9/11/64). No mesmo ano, Alberto Abraão Abissamara, Presidente da UEE da Guanabara, tomou conta dos arquivos que sobraram e convocou um Congresso para julho de 1965 que veio a ser realizado no Centro Politécnico em SP no qual fui eleito Vice-Presidente de Intercâmbio Internacional. Em outubro fui preso em Fortaleza, o que impediu minha ida ao Congresso da União Internacional de Estudantes na Mongólia, onde seria traçada uma estratégia de recrudescimento da violência revolucionária na AL. Quando retornei ao Rio a Diretoria eleita naquele Congresso estava dissolvida só restando o Presidente, Antonio Alves Xavier, o Primeiro Vice, José Fidelis Augusto Sarno, Altino Dantas e eu. O primeiro estava tomado de uma megalomania revolucionária que fez com que nos afastássemos dele e Altino tomou seu lugar. Eu pensei que seria impossível levar avante a tarefa. Como me afastei, só vim a saber bem mais tarde que a missão que seria minha naquele Congresso da UIE era de denunciar o “reformismo e a conciliação” daquela entidade com os “imperialistas”. A denúncia foi feita e há notícias de que 13 delegações se retiraram do Congresso, entre as quais a delegação da UNE, a chinesa, a cubana e uma delegação norte-americana, o que foi confirmado por Carlos I. Azambuja.

NOS “PORÕES DA DITADURA”

Fui preso pelo DOPS e encaminhado ao 23º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza, onde permaneci durante dois meses. A única tortura a que fui submetido foi permanecer este tempo todo incomunicável. Fisicamente jamais me tocaram, pelo contrário, fui bem tratado, inclusive em função de uma diarréia inicialmente verdadeira e artificialmente “prolongada” por mim, passei a comer do cassino de oficiais. Vale recordar dois episódios, um hilário e outro que guardo com gratidão.

Terminado o IPM eu poderia sair do quartel mas como estava por chegar um Promotor do Superior Tribunal Militar para me re-inquirir para a instrução do processo junto ao STM, o encarregado do inquérito, Major Edísio Facó, sugeriu que eu ficasse no quartel entre os toques de recolher e o de alvorada. Criou-se um impasse: como ficariam meus pertences durante minha ausência? Na época eu estava no xadrez da Enfermaria e o Sargento encarregado encontrou a solução: trancou o cadeado e entregou-me a chave! Que eu saiba fui o único prisioneiro da história a ter a chave da cela!

O outro episódio se deu porque, apesar da incomunicabilidade, consegui que um soldado que terminara sua pena passasse um cabograma para meu pai avisando que eu estava preso. Meu pai era maçom tendo galgado todos os postos dentro da Ordem, menos o de Grão-Mestre. Mas o Grão-Mestre do Rio Grande do Sul era muito amigo e comunicou-se com o do Ceará, Sr. José Ramos Torres de Melo que foi me visitar sem poder falar comigo a não ser através do Chefe da S2 e quando saí tratou-me com um pai, emprestou-me a quantia que eu precisava para retornar ao Sul sem me permitir sequer passar um recibo – “entre irmãos isto não é necessário, sei que seu pai me pagará”. Muitos anos depois, já nesta luta “do outro lado”, vim a saber que se tratava do pai do General Francisco Batista Torres de Melo, Presidente do Grupo Guararapes.

DE VOLTA

De 66 – ano da Conferencia Tricontinental de Havana e da fundação da Organización Latino Americana de Solidaridad (OLAS) - a 68 participei, no Sul, das intensas discussões clandestinas sobre a luta armada conduzidas por militantes da AP treinados em Pequim. Em janeiro de 68, 11 meses antes da edição do AI-5, a luta foi implementada por todas as organizações revolucionárias, menos o PCB. A AP “rachou”, eu fiquei do lado contrário à maluquice da luta armada. Logo depois, mudou o nome para Ação Popular Marxista-Leninista do Brasil, o que já estava previsto no citado documento secreto desde 63/64. Como vários autores mais credenciados já têm se manifestado sobre isto, não vejo necessidade de mais para deixar claro que o AI-5 não passou de uma reação ao incremento das atividades revolucionárias, e não o oposto, como reza a “história oficial”.

Um outro fator a influenciar minha decisão de sair foi quando, numa reunião do “Comando Zonal Sul - RS”, discutia-se o caso de um militante recém “ampliado” que, por força de nosso apoio tornara-se Presidente de um importante Centro Acadêmico e dava mostras de “fraqueza ideológica” e independência de pensamento. Passou-se a discutir se num processo revolucionário aberto, que estava em preparação, alguém teria coragem de matar um “companheiro” ou ao menos dar a ordem para isto. Eu disse que teria coragem de dar a ordem. No momento, até a mim mesmo pareceu uma bravata, mas, mais tarde, pensando comigo mesmo fiquei horrorizado com a possibilidade de chegar a um ponto em que isto se tornaria inevitável: numa situação plenamente revolucionária pode chegar o momento do “ou ele ou eu”. Isto aconteceu em final de 1967; logo em janeiro de 1968 fomos informados das preparações para a “luta armada contra a ditadura”. Era a hora de dar o fora, o que fiz não sem sofrer ameaças por parte de meus antigos “companheiros”.

Anos depois, ao re-encontrar a esposa de um antigo “companheiro”, ela me contou que o mesmo tinha passado para a clandestinidade tornando-se um revolucionário profissional. Ela o acompanhara até o momento em que ele lhe mostrou a “necessidade revolucionária” de estar disponível para satisfazer sexualmente outros militantes clandestinos que não tinham como fazê-lo sem risco, fora da organização. Profundamente decepcionada ela o abandonara e voltara para sua cidade e sua família. Mas não pensem os leitores que isto é uma exceção: é a regra!

***

O estranho em tudo isto é que a esquerda vocifera com tremendo estardalhaço a necessidade de serem abertos os “arquivos da ditadura”. Apesar de estarem no poder e terem autoridade para obrigar os Comandos Militares a abri-los, apenas seguem vociferando. Conheço inúmeros militares que desejam ardentemente que estes documentos sejam abertos, mas não podem fazê-lo sem ordem superior. Um deles, o Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, vem tentando inutilmente discutir os fatos ocorridos naqueles tempos e não rejeita ser acusado; o que pede – e é de seu pleno direito – são provas e não boatos, fofocas, meros testemunhos sussurrados nas universidades, nas redações e nas reuniões sociais do jet set! Porém, parece que a intenção da esquerda é julgá-lo a priori, antes de ser condenado, só porque pertenceu à odiada “comunidade de informações”.

Quem teme a abertura que tanto pedem by lip service são os que construíram esta mentira em toda a América Latina; temem que as novas gerações descubram que foram seus atos terroristas que levaram à auto-defesa dos governos militares das décadas de 60-70, e não ao contrário.

Os soldados brasileiros não têm de que se envergonhar. Comemorem o seu dia!

Nota do autor: Este artigo é uma versão revisada e ampliada de outro já publicado aqui (Desfazendo alguns mitos sobre 64).

O autor é escritor e comentarista político, membro da International Psychoanalytical Association e ex-Clinical Consultant, Boyer House Foundation, Berkeley, Califórnia, Membro do Board of Directors da Drug Watch International, e Diretor Cultural do Farol da Democracia Representativa (www.faroldademocracia.org) . Possui trabalhos nas áreas de psicanálise e comentários políticos publicados no Brasil e exterior. E é ex-militante da organização comunista clandestina, Ação Popular (AP). É autor do livro "O Eixo do Mal Latino-Americano e a Nova Ordem Mundial" . Site: www.heitordepaola.com.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".