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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Cuba é o principal destino da ajuda humanitária brasileira

BLOG DA LUCINEIDE MEDEIROS

Cavaleiro: e se este dinheiro fosse empregado no Brasil para prevenir as enchentes de agora e de ontem?



Entre 2005 e 2009, Cuba embolsou cerca de 33,5 milhões de reais em ajuda humanitária do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se da nação que mais recebeu recursos de cooperação internacional do Brasil no período. A ilha da ditadura dos irmãos Castro conseguiu a proeza de ficar à frente até do paupérrimo Haiti – onde o Exército brasileiro realiza um elogiado trabalho, que é tido pelo próprio governo brasileiro como principal símbolo de sua presença humanitária extraterritorial. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Avançada (Ipea), que publicou o relatório Cooperação Brasileira para o Desenvolvimento Internacional.

O total destinado pelo governo brasileiro à cooperação internacional no período soma 2,9 bilhões de reais, dividido entre as modalidades de ajuda humanitária, bolsa de estudo para estrangeiro, cooperação técnica, científica e tecnológica e contribuições para organizações. Na teoria, ajudar as populações de países menos favorecidos foi uma das principais bandeiras de propaganda do governo anterior. Contudo, os números mostram outro cenário. A ajuda humanitária representa apenas 5% dos recursos bilionários enviados ao exterior a título de cooperação internacional.

A maior parte do dinheiro (76%) volta-se a organizações internacionais e bancos regionais, sendo a união aduaneira do Mercosul e a Organização das Nações Unidas (ONU), os principais beneficiados – tendo recebido 677,3 milhões de reais entre 2005 e 2009.

Ainda que o Brasil tenha destinado 155,3 milhões de reais a ajuda humanitária no período, a seleção dos países aptos a receber os recursos abre espaço para controvérsia. Além de Cuba ter ficado à frente do Haiti, as nações africanas – muitas delas marcadas por sucessivas guerras civis e miséria, e que estiveram no centro da propaganda ‘lulista’ como prioritárias na agenda Sul-Sul – receberam, em seu conjunto, apenas 10 milhões de reais do governo brasileiro (menos de um terço do que foi destinado a Cuba).

Vale ressaltar que, pelo regime totalitário cubano, todos os recursos que chegam ao país são coletados pelos irmãos Castro e distribuídos – sem qualquer transparência – pelos agentes do governo. Assim, não há a mínima certeza de que a população tenha sido, de fato, beneficiada. O documento explica que o crescimento dessa ajuda deve-se, em grande parte, a auxílios emergenciais com o objetivo de minimizar os prejuízos com chuvas e furacões. Ironicamente, tal preocupação com o sofrido povo cubano não foi demonstrada em 2008, durante os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro. Naquele episódio, o governo brasileiro não hesitou em entregar ao regime de Fidel dois boxeadores cubanos que haviam tentado se refugiar no país para fugir da miséria e da total ausência de perspectiva de vida.

Outra nuance interessante da política externa é a ajuda humanitária ao Território Palestino, destino de 19 milhões de reais (ou 12%) dos recursos entre 2005 e 2009. O território é o terceiro na lista dos que mais receberam o auxílio. A região esteve também no foco do interesse do ex-presidente Lula em vender uma imagem de protagonista da cena internacional. Estratégia mal-sucedida, pois, nas duas tentativas em que tentou mediar o conflito entre árabes e judeus no Oriente Médio, foi criticado por ambos os lados.

Mais pobres foram preteridos – Essa seleção ideológica – que fez com que países com regimes antidemocráticos recebessem aportes generosos – também se revelou desconectada das reais necessidades das populações. Isso se comprova quando os valores de auxílio humanitário são classificados por renda. Em 2005, 100% dos recursos destinava-se a nações de renda baixa e renda média-baixa (6,2% e 93,8%, respectivamente). Os países de renda média-alta passaram, então, a ganhar expressividade. Em 2009, estas nações abocanharam a maior parte do dinheiro, 39,6%, contra 25,2% da ajuda aos países de renda média-baixa e 35,2% dos de renda baixa.

A presença no Haiti – O Brasil controla as missões de paz da ONU no Haiti. Os recursos brasileiros destinados a esse tipo de missão estão previstos no Orçamento e são parcialmente reembolsados pelo organismo internacional. Tais aportes somaram, entre 2005 e 2009, 218 milhões de reais, mas não entram na conta do relatório de cooperação internacional. O documento apenas mostra quanto o Brasil desembolsou em programas de auxílio humanitário ao país - cerca de 29 milhões de reais. O valor, abaixo dos 33 milhões de Cuba, é enviado, sobretudo, em forma de suprimentos à população. Já os 218 milhões de reais previstos no Orçamento ajudam a financiar as tropas do exército brasileiro que estão na ilha desde 2004.

O terremoto que atingiu o Haiti há exatamente um ano mobilizou esforços diplomáticos e financeiros, cujos números ainda não foram divulgados. No entanto, no próximo relatório, tais valores deverão entrar na conta de auxílio humanitário, e não no orçamento para missões de paz. Os brasileiros poderão então conferir se o desastre enfrentado pelo Haiti comoveu as autoridades brasileiras a ponto de os aportes humanitários ao país superarem os do regime cubano.

FONTE-VEJA

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".