PERCIVAL PUGGINA
14/01/2011
Houve um tempo, longo tempo, tempo que cruza os séculos, em que o professor era símbolo de autoridade no pequeno e gigantesco espaço da sala de aula. Note-se que autoridade é um atributo moralmente superior ao poder, mas, quando fosse necessário, a valiosa autoridade do professor, fundada no saber e na conduta, vinha respaldada por poder. Nas últimas quatro décadas, infelizmente, a educação brasileira foi atacada em dois flancos pela esquerda delirante. E tanto a autoridade quanto o valor econômico e social do trabalho dos professores, reconhecidos há milênios em todas as civilizações, desabaram fragorosamente em nosso país.
Por um dos flancos, fustigou-a aquilo que Nelson Rodrigues chamava de Poder Jovem, acolhido entre aplausos por pedagogos de meia tigela como expressão de libertação para a criatividade. Todo poder ao jovem! A maturidade tornou-se um mal e a imaturidade, um bem a ser preservado. Era imprescindível erradicar as formas negativas da pedagogia. Coisas como certo e errado, sim e não, correção com caneta vermelha, entre outras práticas, precisavam ser substituídas por vaporosas sutilezas que não contrariassem os pupilos. Afinal, eles podem ser portadores natos de uma nova e superior forma de saber. Guardo como pérola desse disparate a frase do vate sergipano que adoça com sua voz aveludada os julgamentos do Supremo Tribunal Federal. No caso da reserva Raposa Serra do Sol, ele, o ministro Ayres Britto, em reverência à sabedoria indígena, lascou, citando Paulo Freire: “Não existe saber maior ou menor; existem apenas saberes diferentes”. De fato, o veterano Marco Aurélio Mello e o garoto Dias Toffoli exemplificam saberes diferentes, quantitativamente iguais, não é ministro? E viva Paulo Freire.
Pessoalmente ainda estou à espera de que algum desses guris maleducados das universidades brasileiras, depois de tantos anos de sua completa libertação, apresentem alguma contribuição à ciência, à técnica e à cultura nacional. Ao contrário, o que se vê é o país ocupando o 93º lugar no componente educação, entre 169 pesquisados. E não me surpreenderei se encontrar por aí doutos pedagogos convencidos de que o mundo, por pura inveja, se recusa a cair de joelhos diante da qualidade muito peculiar e superior do saber construído por nossos jovens. De minha parte, vejo o sucesso sempre ao alcance dos que queimaram pestana sobre os livros, levaram a sério seus estudos ou cavoucaram com responsabilidade seus espaços na vida pública ou na iniciativa privada, mediante capacidade de renúncia ao bem atual com vistas ao investimento no bem futuro maior. Esses jovens agem no contrafluxo do deslizamento que descrevi, arquitetado por uma escola de viés marxista, que está levando três anos inteiros para alfabetizar uma criança, quando nos meus anos de curso primário se aprendia isso em seis meses de aula. A educação, caro leitor, conceitual e deliberadamente, deixou de lado seus objetivos essenciais e se voltou para formar cidadãos conscientes, politicamente engajados. Enquanto não chegam lá, os cidadãozinhos treinam sua cidadaniazinha desrespeitando e espancando os professores.
Pelo outro flanco, e no mesmo tom, os professores politicamente engajados, abdicantes de sua autoridade, assumiram-se como "trabalhadores em educação". O conselheiro tutelar, escolhido em pleito de baixíssimo comparecimento, por força de preceito contra o qual nenhuma voz se ergue com suficiência, exerce mais autoridade nas escolas do que os professores ou os diretores. Estes, a seu turno, são, também eles, eleitos num concurso de promessas e de simpatia, com participação e engajamento dos alunos. No Brasil, amigo leitor, aluno vota para diretor! Vota para reitor de universidade! E ninguém se escandaliza! Por que será que os praças não elegem os comandantes e os pacientes não escolhem os diretores dos hospitais e centros de saúde? Quando o poste passa a desaguar no cachorro e o aluno a meter o dedo na cara do professor, ainda há quem se surpreenda.
O Ministério da Educação está veiculando nestes dias um comercial com o objetivo de ampliar o interesse pela carreira do magistério. Mostra uma obviedade: os povos que melhor se desenvolvem atribuem a seus professores o principal mérito por esses bons resultados. É claro que nossos professores ganham muito pouco, mas os maiores problemas, nesse particular, estão na péssima preparação dos graduados para o magistério e na falta de recursos didáticos nas escolas. De outra parte, veja quais os países bem sucedidos em seus objetivos sociais, com mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano, que se reportam prioritariamente a fundamentos marxistas nas salas de aula e na formação de seus educadores. Duvido que encontre algum. A crise dos trabalhadores em educação é uma responsabilidade deles mesmos e das ideias que abraçam. É responsabilidade deles mesmos, como professores dos professores nos cursos de Educação, como alunos desses cursos na recepção passiva de ferramentas de trabalho comprovadamente erradas e ineficientes, como reprodutores acríticos do mau conhecimento adquirido. É, também, uma decorrência de suas reivindicações equivocadas, da busca de uma autonomia para fazer o que bem entendem que só é menor do que o desejo dos alunos de se comportarem do mesmo modo. É uma consequência de seus engajamentos, do desmonte que produziram na própria autoridade e dos líderes que vêm escolhendo para os representar.
Mas só aos professores, o senhor diz isso? Não, digo-o com muito maior ênfase a eles porque são, de fato, como informa a propaganda do MEC, os principais responsáveis pelo desenvolvimento social de qualquer nação. Enquanto os professores se submeterem às diretrizes de quem, com um tranco ideológico e partidário, os derruba à condição de meros trabalhadores em educação; enquanto se deixarem levar pelas cartilhas da pedagogia dominante; enquanto conviverem passivamente com a destruição de sua autoridade; enquanto tomarem como inegociável planos de carreira que nivelam competentes e incompetentes; e enquanto não refugarem uma organização que transforma o acesso ao comando da Escola em concurso de coleguismo e simpatia, viverão uma crise sem fim.
______________
* Percival Puggina (66) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.
Não demonstre medo diante de seus inimigos. Seja bravo e justo e Deus o amará. Diga sempre a verdade, mesmo que isso o leve à morte. Proteja os mais fracos e seja correto. Assim, você estará em paz com Deus e contigo.
Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Corte Européia manda Alemanha indenizar maniacos sexuais
O GLOBO
Enviado por Graça Magalhães-Ruether - 13.01.2011
Enviado por Graça Magalhães-Ruether - 13.01.2011
Depois de condenar a prática alemã de custódia de segurança para os criminosos mais perigosos, a Corte Européia de Direitos Humanos mandou a Alemanha indenizar três criminosos, que já haviam cumprido suas penas mas tinham sido mantidos na prisão para evitar reincidência, com uma quantia total de 125 mil euros.
A custódia de segurança era usada pelos estados alemães como uma forma de manter na prisão os criminosos mais perigosos, como maniacos sexuais que haviam assassinado crianças, mesmo depois da conclusão de suas penas. No ano passado, em reação ao processo movido por um preso, a corte proibiu a prática, desencadeando uma avalanche de processos de homens em situação parecida. Cerca de 80 criminosos já foram libertados. E vinte deles abriram processo contra a Alemanha na Corte Européia para exigir indenização.
Apesar do enorme potencial de perigo dos criminosos, vistos pelos especialistas como psicopatas, os juizes da Corte Européia acusaram a Alemanha de ir contra odireito de liberdade da convenção de direitos humanos, direito que segundo eles vale também para os estupradores e assassinos.
Gabriele Karl, mãe de Stefanie Karl, assassinada por uma maniaco há quinze anos quando tinha apenas 18 anos de idade, reagiu indignada à decisão da corte. Gabriele, fundadora da ONG “Opfer gegen Gewalt” (vitimas contra a violência), disse que há atualmente na Europa um „lobby em defesa dos criminosos“
Agenda da União Europeia inclui festividades muçulmanas, hindus e judaicas, mas nada de Natal ou Páscoa
JULIO SEVERO
14 de janeiro de 2011
A agenda inclui referências às festividades muçulmanas, hindus, sikhs, judaicas e chinesas, assim como ao 9 de maio — o Dia da Europa. Contudo, não há nenhuma menção ao Natal ou à Páscoa.
14 de janeiro de 2011
FRANÇA, 13 de janeiro de 2011 (Notícias Pró-Família) — A Comissão Europeia foi atacada nesta semana por ter produzido mais de três milhões de exemplares de uma agenda chamada Agenda Europa, que comete a negligência de não mencionar o Natal e nenhum outro feriado cristão.
Agenda Europa |
A seção da agenda datada de 25 de dezembro está em branco, enquanto no fim da página há uma mensagem secular que diz: “Um amigo de verdade é alguém que tem as mesmas preocupações que você tem e duplicará sua alegria”, informa o jornalTelegraph de Londres.
“Será que estamos envergonhados de nossa identidade cristã?” Laurent Wauquiez, ministro de Assuntos Europeus, perguntounuma entrevista coletiva à imprensa. “Será que estamos envergonhados de que a Europa de torres de igrejas foi a base de nossa identidade europeia?”
Frederic Vincent, porta-voz da comissão em Bruxelas, disse que o “erro estúpido” não seria repetido em edições futuras. “Lamentamos sobre isso, e vamos corrigir isso na próxima edição. Os feriados religiosos não podem de forma alguma ser mencionados para se evitar polêmicas”, Vincent disse, de acordo com a reportagem do Telegraph.
Johanna Touzel, porta-voz da Comissão Católica da Conferência dos Bispos da Comunidade Europeia, disse que a ausência dos feriados cristãos é “simplesmente impressionante”.
“O Natal e a Páscoa são importantes festas para centenas de milhões de cristãos e europeus. É uma omissão estranha. Espero que não seja intencional”, disse ela.
No começo desta semana, o Papa Bento 16 havia denunciado o hábito de governos seculares de proibir que os feriados religiosos cristãos sejam reconhecidos, por medo de “ofender” as minorias religiosas, num discurso num encontro do corpo diplomático do Vaticano.
Ele também criticou a “tendência crescente de se considerar a religião, todas as religiões, como algo insignificante, alienígena ou até mesmo desestabilizador para a sociedade moderna”. Ele avisou que há tentativas de “impedi-la de ter qualquer influência na vida da sociedade”.
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/eu-diary-includes-muslim-hindu-jewish-festivities-but-no-christmas-or-easte
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Um caso surpreendente de recuperação industrial
INTITUTO MILLENIUM
janeiro 15, 2011
Autor: Marcello Averbug
Está acontecendo o que parecia impossível: o reerguimento da indústria automobilística americana! Considerado, há dois anos atrás, à beira da extinção, esse setor vinha padecendo, nas duas últimas décadas, de um processo de perda vertiginosa de participação nos mercados interno e externo, com os consequentes aumento da capacidade ociosa e saúde financeira cambaleante.
Essa perda de mercado resultou de vários fatores que conspiraram contra a competitividade de seus produtos, entre os quais destacam-se: estagnação gerencial, atraso tecnológico, motores com elevado consumo de combustível, veículos com qualidade insatisfatória e modelos de mau gosto. A recente crise econômica internacional precipitou a deterioração financeira dessas empresas, culminando com as concordatas, patrocinadas pelo governo, da General Motors e Chrysler e com a profunda reestruturação da Ford.
O amparo financeiro estatal ao setor não foi de mão beijada. Rígidas metas de reorganização gerencial e tecnológica foram estabelecidas. Por exemplo: a) definiram-se mudanças estruturais nos veículos, principalmente quanto ao consumo de combustível e padrão de qualidade; b) exigiram-se medidas visando redução dos custos de produção, inclusive a transferência a fundações, administradas pelos trabalhadores, dos gastos com assistência médica e aposentadoria dos empregados. Esses gastos adicionavam US$1.500 ao preço de cada veículo; c) os sindicatos concordaram em fazer concessões salariais e na quantidade de vagas de trabalho.
O governo também está incentivando o setor através de recursos para desenvolvimento tecnológico. O Ministério de Energia efetuou aportes às empresas no total de $ 2,4 bilhões, a serem direcionados à pesquisa e avanços no processo produtivo. Relevante parcela da opinião pública americana opôs-se à ajuda prestada ao setor, considerando-a conflitante com o sistema capitalista. Para essa corrente de pensamento, o correto seria deixar as empresas resolverem seus problemas por conta própria e, se for o caso, falirem, como punição pela incompetência.
Porém, para a surpresa geral, no segundo semestre de 2010 as três montadoras americanas já exibiam sinais evidentes de recuperação, que vêm se consolidando. Abandonando seu vício a motores devoradores de gasolina, optando por carros mais leves, aprimorando a qualidade e o estilo de seus veículos e incrementando a produtividade industrial, Detroit vem recuperando mercado e obtendo resultados lucrativos. Existe a expectativa de GM e Ford anunciarem agradáveis desempenhos financeiros para 2010. Chrysler continua apresentando prejuízo, mas seu plano de reestruturação ainda não foi divulgado pela Fiat, o novo sócio italiano que passou a liderar seu comando.
Segundo matéria do “New York Times” (07/01/11), as companhias automobilísticas americanas estão acelerando sua transição para fontes alternativas e verdes de energia, tendo como ponto de referência o preço projetado de petróleo a US$120 barril. A indústria japonesa ainda mantêm liderança na economia de combustível, mas Detroit vem diminuindo significativamente esse gap. Por exemplo: a fábrica Ford de Wayne, Michigan, produzia enormes camionetas famintas de petróleo. Hoje, após US$550 milhões de investimentos, essa fábrica é o símbolo de uma nova Detroit: produzirá o Focus, em versões progressivamente combustível – eficientes, inclusive a elétrica total. A GM já começou a distribuir o Chevrolet Volt, híbrido-elétrico, além de outros modelos poupadores de sub-produtos do petróleo.
Embora o setor automobilístico americano ainda ofereça mais modelos pesados do que seus rivais estrangeiros, a produção desses veículos encolheu de forma expressiva. GM, Ford e Chrysler fecharam várias plantas montadoras de pickup, SUV e vans, nos Estados Unidos e Canadá.
Apesar de persistirem incógnitas sobre a viabilidade econômica de algumas fontes energéticas alternativas, as maiores empresas automobilísticas do mundo estão engajadas no seu desenvolvimento. Mesmo que os consumidores ainda não estejam prontos para comprar carros híbridos e elétricos em grandes números, os fabricantes, inclusive os americanos, sabem que a busca por melhor eficiência nesse campo é irreversível.
janeiro 15, 2011
Autor: Marcello Averbug
Está acontecendo o que parecia impossível: o reerguimento da indústria automobilística americana! Considerado, há dois anos atrás, à beira da extinção, esse setor vinha padecendo, nas duas últimas décadas, de um processo de perda vertiginosa de participação nos mercados interno e externo, com os consequentes aumento da capacidade ociosa e saúde financeira cambaleante.
Essa perda de mercado resultou de vários fatores que conspiraram contra a competitividade de seus produtos, entre os quais destacam-se: estagnação gerencial, atraso tecnológico, motores com elevado consumo de combustível, veículos com qualidade insatisfatória e modelos de mau gosto. A recente crise econômica internacional precipitou a deterioração financeira dessas empresas, culminando com as concordatas, patrocinadas pelo governo, da General Motors e Chrysler e com a profunda reestruturação da Ford.
O amparo financeiro estatal ao setor não foi de mão beijada. Rígidas metas de reorganização gerencial e tecnológica foram estabelecidas. Por exemplo: a) definiram-se mudanças estruturais nos veículos, principalmente quanto ao consumo de combustível e padrão de qualidade; b) exigiram-se medidas visando redução dos custos de produção, inclusive a transferência a fundações, administradas pelos trabalhadores, dos gastos com assistência médica e aposentadoria dos empregados. Esses gastos adicionavam US$1.500 ao preço de cada veículo; c) os sindicatos concordaram em fazer concessões salariais e na quantidade de vagas de trabalho.
O governo também está incentivando o setor através de recursos para desenvolvimento tecnológico. O Ministério de Energia efetuou aportes às empresas no total de $ 2,4 bilhões, a serem direcionados à pesquisa e avanços no processo produtivo. Relevante parcela da opinião pública americana opôs-se à ajuda prestada ao setor, considerando-a conflitante com o sistema capitalista. Para essa corrente de pensamento, o correto seria deixar as empresas resolverem seus problemas por conta própria e, se for o caso, falirem, como punição pela incompetência.
Porém, para a surpresa geral, no segundo semestre de 2010 as três montadoras americanas já exibiam sinais evidentes de recuperação, que vêm se consolidando. Abandonando seu vício a motores devoradores de gasolina, optando por carros mais leves, aprimorando a qualidade e o estilo de seus veículos e incrementando a produtividade industrial, Detroit vem recuperando mercado e obtendo resultados lucrativos. Existe a expectativa de GM e Ford anunciarem agradáveis desempenhos financeiros para 2010. Chrysler continua apresentando prejuízo, mas seu plano de reestruturação ainda não foi divulgado pela Fiat, o novo sócio italiano que passou a liderar seu comando.
Segundo matéria do “New York Times” (07/01/11), as companhias automobilísticas americanas estão acelerando sua transição para fontes alternativas e verdes de energia, tendo como ponto de referência o preço projetado de petróleo a US$120 barril. A indústria japonesa ainda mantêm liderança na economia de combustível, mas Detroit vem diminuindo significativamente esse gap. Por exemplo: a fábrica Ford de Wayne, Michigan, produzia enormes camionetas famintas de petróleo. Hoje, após US$550 milhões de investimentos, essa fábrica é o símbolo de uma nova Detroit: produzirá o Focus, em versões progressivamente combustível – eficientes, inclusive a elétrica total. A GM já começou a distribuir o Chevrolet Volt, híbrido-elétrico, além de outros modelos poupadores de sub-produtos do petróleo.
Embora o setor automobilístico americano ainda ofereça mais modelos pesados do que seus rivais estrangeiros, a produção desses veículos encolheu de forma expressiva. GM, Ford e Chrysler fecharam várias plantas montadoras de pickup, SUV e vans, nos Estados Unidos e Canadá.
Apesar de persistirem incógnitas sobre a viabilidade econômica de algumas fontes energéticas alternativas, as maiores empresas automobilísticas do mundo estão engajadas no seu desenvolvimento. Mesmo que os consumidores ainda não estejam prontos para comprar carros híbridos e elétricos em grandes números, os fabricantes, inclusive os americanos, sabem que a busca por melhor eficiência nesse campo é irreversível.
Entre whisky e whisky
MÍDIA SEM MÁSCARA
No último fim de semana foi publicado neste periódico uma interessante reportagem que a ex-candidata vice-presidencial do Polo Democrático, Patricia Lara, fez com Juan Manuel Santos durante a viagem que ele realizou à Brasília para celebrar o ano novo e, ao mesmo tempo, assistir a posse de Dilma Rousseff. Trata-se da mais importante entrevista com o Presidente, desde o dia de sua posse. E embora tenha tratado de ser algo ameno, entre whisky e whisky, salmões, bons vinhos, filmes de ação, biografias de grandes traidores e elegantíssimos bailes ao melhor estilo Pastrana, a jornalista conseguiu alguns elementos que põem de manifesto as características da personalidade do mandatário.
ERNESTO YAMHURE | 14 JANEIRO 2011
INTERNACIONAL - AMÉRICA LATINA
INTERNACIONAL - AMÉRICA LATINA
Entre um gole e outro, Juan Manuel Santos calma e descaradamente confessa: sua agenda política é de esquerda.
No último fim de semana foi publicado neste periódico uma interessante reportagem que a ex-candidata vice-presidencial do Polo Democrático, Patricia Lara, fez com Juan Manuel Santos durante a viagem que ele realizou à Brasília para celebrar o ano novo e, ao mesmo tempo, assistir a posse de Dilma Rousseff. Trata-se da mais importante entrevista com o Presidente, desde o dia de sua posse. E embora tenha tratado de ser algo ameno, entre whisky e whisky, salmões, bons vinhos, filmes de ação, biografias de grandes traidores e elegantíssimos bailes ao melhor estilo Pastrana, a jornalista conseguiu alguns elementos que põem de manifesto as características da personalidade do mandatário.
Não é desconhecido de ninguém sua inclinação para o jogo. Os que durante a campanha o criticavam com sevícia e hoje o aplaudem delirantemente, miseravelmente o catalogavam de ludópata e jogador profissional trapaceiro. Os apostadores desenvolvem uma misteriosa habilidade para conhecer a psicologia de seus rivais. Descobrem suas debilidades e temores, para dar uma patada no momento indicado.
É interessante quando a cronista nos recorda que Santos, desde sua coluna em "El Tiempo", converteu-se em um firme opositor do regime contaminado de Ernesto Samper. Porém, há alguns que acreditam fervorosamente no dinamismo da política. Aquele que ontem era meu inimigo, hoje é meu aliado. Essa doutrina permitiu que o brilhante farol do atual governo seja o ex-presidente Samper.
Conta Juan Manuel Santos que, "por disciplina liberal" (esquerdista), não acompanhou Álvaro Uribe em sua candidatura de 2002. Esqueceu-se de lembrar aos leitores que também o criticou e se opôs a muitas de suas políticas até o dia em que resolveu dar - digamos com crueza - a cambalhota. Em 2006, passou de ser um esquerdista disciplinado e obediente a furibundo uribista, promotor da re-eleição como única alternativa viável para a estabilidade do nosso país. Não é novidade para ninguém que os convertidos tendem a se mostrar dignos de sua nova religião com atitudes que podem beirar o fanatismo.
A disciplina foi dar ao traste no ano passado quando anunciou sua candidatura presidencial, aspiração que resolveu tramitar no seio do Partido da U e não no do seu amado e respeitado esquerdismo. Já dissemos: há físicos extraviados nos despenhadeiros da política com demasiada capacidade para escrever um tratado sobre o dinamismo.
Em 29 de outubro de 2008, 27 oficiais e sub-oficiais do Exército, inclusive três generais, foram retirados do serviço, acusados de ser os "responsáveis" pelos denominados "falsos positivos". Essa decisão, que minou para sempre a moral dos soldados, não estava respaldada por uma investigação, senão por um informe vago e temerário que foi elaborado por uma equipe liderada pelo tenebroso general conhecido com o apelido de "La Machaca".
Passaram-se mais de dois anos desde o dia em que aqueles membros do Exército foram expulsos como se se tratassem dos piores criminosos, sem que até o momento se lhes tenha imputado o cometimento de delito ou falta disciplinar alguma. Sua honestidade não pôde ser questionada pelas autoridades. Porém, Juan Manuel Santos sente orgulho dessa gigantesca iniqüidade que se consumou enquanto ele desempenhava a função de ministro da Defesa do presidente Uribe.
A esse respeito, e sem pensar duas vezes, ele disse a Patricia Lara que "tinha que relevar todos os possíveis envolvidos de maneira exemplar". Lamentavelmente, essa retirada do serviço ativo violou o mais fundamental dos direitos de qualquer cidadão: a presunção de sua inocência. Antes de terminar, o presidente reconheceu o que habilidosamente soube esconder enquanto buscava os 9 milhões de votos uribistas: que sua agenda política é de esquerda. Diria um melancólico: se eu tivesse sabido...
* Colunista do jornal El Espectador de Bogotá
Tradução: Graça Salgueiro
NA RABEIRA DA HISTÓRIA
HEITOR DE PAOLA
Anatoli Oliynik
Anatoli Oliynik
A Rússia implantou o regime comunista em 1917 à custa de vinte e cinco milhões de russos assassinados por não concordarem com o novo regime. Esses assassinatos são a base do novo verbete ainda não corrente nos dicionários que é o democídio[1]. Estes dados são os oficiais. Estima-se que o número de mortos seja o dobro. Seus responsáveis? Lênin e Stalin. Este, o segundo maior carniceiro na história da humanidade.
A China, por sua vez, seguindo a orientação russa desde 1919 pelo carniceiro-mor de toda a humanidade, Mao Tse-tung, implantou definitivamente o seu regime comunista em 1949, após o democídio de sessenta e cinco milhões de chineses. Estima-se que o número de mortos seja em torno de oitenta milhões.
Portanto, em apenas dois países – Rússia e China – foram assassinadas noventa milhões de pessoas pelo simples fato de discordar do regime comunista de governo.
Na Rússia o regime comunista imperou, oficialmente, durante setenta e dois anos.
Na China o comunismo ainda é o regime de governo em vigor e já dura sessenta e dois anos.
À luz destas informações, é possível desenvolver o mais elementar dos raciocínios: Se uma das finalidades do comunismo é a igualdade na distribuição da riqueza, então a Rússia, com noventa e quatro anos de comunismo, deveria ser o país mais rico do planeta. A renda por pessoa deveria ser a mais alta do mundo. E o que vemos na Rússia hoje? Pobreza – todos são iguais na miséria, mas alguns são mais iguais que outros –, corrupção institucionalizada, prostituição generalizada, degradação dos costumes, ateísmo, domínio da máfia formada pelos ex-integrantes da KGB aliados aos altos mandatários do politiburo, a mais brutal concentração de renda nas mãos dos dirigentes do regime comunista e a mancha negra de vinte e cinco milhões de russos assassinados para a implantação do FRACASSO !
E a China? O país é governado pelo Partido Comunista da China (PCC), cujo monopólio é garantido pela Constituição, portanto, um governo autoritário e absolutista onde não há liberdade de imprensa, de reunião, de movimentos, de direitos reprodutivos e de culto a religião, de livre acesso a rede mundial de computadores entre milhares de outras proibições. Com uma população de um bilhão, trezentos e cinqüenta milhões de pessoas[2] das quais setecentos milhões vivem na mais absoluta miséria, a China só não entrou em colapso total, porque o país promoveu a abertura da economia permitindo o aporte de capital estrangeiro. Se não fossem os malvados capitalistas ocidentais, os níveis de miséria absoluta seriam muito mais altos. Portanto, a China, assim como a Rússia com os seus regimes de governo psicóticos e democídas, só conseguiram produzir duas coisas: TRAGÉDIA e FRACASSO !
A Alemanha após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi dividida em duas: A Alemanha Ocidental sob o regime democrático e modelo econômico capitalista, e a Alemanha Oriental sob o regime político comunista e o modelo econômico estatizado. O que foi que aconteceu após a queda do Muro de Berlim em 1989? Os malvados capitalistas da Alemanha Ocidental tiveram que adotar a Alemanha Oriental e tirá-la da miséria produzida pelos bondosos e benevolentes comunistas, reformadores do mundo e da humanidade. É só olhar para o que é a Alemanha hoje para constatar qual dos dois regimes proporcionou maior progresso e bem-estar ao seu povo. O grande problema é que as nações não aprendem e os alemães estão elegendo novamente governos socialistas. A lição histórica nunca é suficiente. A ignorância não tem limites, ela pode ser expandida indefinidamente.
E o Brasil? O Brasil capitaneado por governos esquerdistas nos últimos dezesseis anos caminha, rigorosamente, na rabeira da história seguindo orgulhosamente os passos já trilhados pela Rússia e pela China, países que prometeram igualdade na distribuição riquezas e outras utopias psicóticas, mas que só produziram o caos, a miséria, o nivelamento por baixo de seus povos e noventa milhões de almas cruelmente assassinadas, constituindo o maior morticínio na história da humanidade. Em tempos de paz, matou-se o dobro de pessoas que nas duas Grandes Guerras Mundiais, somadas.
Este é o comunismo que a massa ignara, a elite acadêmica e “intelectual”, os bispos e padres marxistas da teologia da libertação e os empresários brasileiros veneram, a ponto de eleger, seguidamente, três de seus mais fiéis representantes e que estão implantando no país, sob a cortina adjacente apelidada de “socialismo”, o novo comunismo “terra-brasílis”.
Quando a cabeça é torta, a alma paga o pato.
[1] A palavra democídio é qualquer assassinato pelo governo
[2] Fonte: Banco Mundial. Dados de 2009
Um ato de rotina
DIÁRIO DO COMÉRCIO
6/1/2011 - 20h16
Olavo de Carvalho
6/1/2011 - 20h16
Olavo de Carvalho
Quem não sabia, com meses de antecedência, que o Sr. Luiz Inácio iria jogar o peso da sua autoridade de presidente numa última cartada espetacular em favor do terrorismo internacional? Quem não sabia que Cesare Battisti, ao fugir para o Brasil, escolhera o melhor lugar do mundo para tipos como ele, o abrigo infalível de terroristas e narcotraficantes?
"Quem não sabia?" Que pergunta mais idiota. Eu sabia, meus colegas e leitores do Diário do Comércio sabiam, a parcela ínfima da população brasileira que se mantém informada sabia e, é claro, a turma do Foro de São Paulo sabia. O resto da humanidade esperava de Lula outra atitude, simetricamente inversa, compatível com a imagem estereotipada de estadista sereno e pragmático que a mídia internacional forjou para torná-lo atraente aos investidores.
De toda parte, as reações indignadas ao gesto de solicitude paternal do nosso ex-presidente para com um notório terrorista e assassino vieram com a expressão de surpresa e desencanto do marido enganado que, até a véspera, confiava cegamente na esposa. Definitivamente, ninguém na grande mídia ou nos altos círculos da Itália, de qualquer outro país europeu ou dos EUA tem ou quer ter a menor ideia de quem é Luís Inácio Lula da Silva.
Sem a mais leve pretensão de infundir nas cabeças dessas criaturas um conhecimento que não desejam, do qual fogem como da peste, assinalo aqui alguns lances memoráveis do curriculum vitae do ex-presidente:
- Ele teve como seu mentor espiritual, desde a juventude até a velhice, o ex-frade Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, colaborador fiel do governo de Fidel Castro e co-autor da Constituição Cubana. Jamais renegou o guru.
- Logo após a queda da URSS, aderiu ao lema "reconquistar na América Latina o que perdemos no Leste Europeu" e para isso fundou em 1990 e presidiu por doze anos o Foro de São Paulo, coordenação estratégica do movimento comunista na América Latina, irmanando num plano estratégico abrangente partidos legais e organizações criminosas. Em comunicado oficial no 15º aniversário do Foro, as Farc, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, reconheceram que essa iniciativa salvara da extinção iminente o movimento comunista internacional.
- Ao eleger-se presidente, fingiu afastar-se do Foro de São Paulo mas continuou extra-oficialmente no comando da entidade por meio do ministro Marco Aurélio Garcia e do assessor de imprensa Gilberto Carvalho.
- Jurando não ter tido jamais qualquer contato com as Farc, presidiu assembléias do Foro ao lado de Manuel Marulanda, comandante da narcoguerrilha colombiana, e permitiu que membros do seu governo, junto com figuras estelares do seu partido, se associassem a Marulanda na direção da mais importante revista de debates internos do movimento comunista no continente, America Libre.
- Durante seu governo, muitos concorrentes e dissidentes das Farc foram perseguidos e presos no Brasil, enquanto os agentes da organização operavam livremente no território nacional, não só distribuindo drogas, mas fornecendo armas e treinamento a quadrilhas de bandidos locais e aos militantes do MST, protegidos do governo. Quando o representante das Farc no país, Olivério Medina, foi preso pela Polícia Federal, o partido e o governo de Lula se mobilizaram para libertá-lo, dando-lhe, de quebra, a cidadania brasileira e emprego oficial para sua esposa no ministério então chefiado pela atual presidente da República, Dilma Rousseff (que negou envolvimento no caso até que sua assinatura no decreto de nomeação fosse publicada na imprensa). O único militante farqueano que permaneceu preso no Brasil foi Juan Carlos Ramirez Abadia. Esta exceção explica-se porque o referido, agindo evidentemente à margem das Farc, se envolveu num plano para sequestrar o filho de Lula, Luís Cláudio.
- O governo Lula sempre rejeitou o pedido colombiano de aplicar às Farc o qualificativo oficial de "organização terrorista", propondo, ao contrário, que a quadrilha de narcotraficantes fosse premiada por seus crimes mediante a anistia geral e a transmutação da coisa em partido político legal.
- Em dois discursos oficiais, publicados no site da Presidência da República mas jamais noticiados por qualquer órgão de mídia no Brasil, ele confessou a interferência direta do Foro e de São Paulo e dele próprio na política interna da Venezuela e de outros países, para colocar e manter no poder tipos como Hugo Chávez, Morales e tutti quanti.
- É verdade que, no campo econômico, Lula se comportou direitinho e fez tudo quanto o Banco Mundial mandou. Mas só agiria de outro modo se fosse louco. Se o próprio Lenin fez o diabo para acalmar e seduzir os investidores internacionais enquanto consolidava o poder interno dos comunistas na Rússia, por que haveria Lula de entrar em guerra com o capitalismo planetário enquanto ia discretamente ajudando a entregar aos agentes do Foro de São Paulo o controle de várias nações latino-americanas?
A tática da dupla face funcionou tão bem que, numa mesma semana, ele foi homenageado pelo Foro Econômico de Davos por sua adesão ao capitalismo e no Foro de São Paulo por sua fidelidade ao comunismo.
Os que agora explodem de cólera ante a proteção que ele deu a Cesare Battisti só conhecem, decerto, a primeira face. Por isso vêem nessa decisão obscena uma exceção repentina, incoerente, inexplicável. Quem conhece a segunda entende que foi um ato de rotina, o último de uma longa série. Incoerência é uma coisa, duplicidade é outra.
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
E a Ficha Limpa?
DIÁRIO DE CUIABÁ
Edição nº 12909 13/01/2011
Tudo aconteceu em pouco, ou quase nenhum alarde. No meio daquela expectativa sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) se iria ou não aprovar a validade do projeto da Ficha Limpa ainda para as eleições de 2010, poucos perceberam o óbvio: mesmo sem a decisão final do STF, em razão do empate no plenário da Corte, a própria Justiça se encarregou de tornar nula a nova regra no pleito passado.
A primeira decisão foi assinada pelo ministro Gilmar Mendes, em setembro passado, que validou a candidatura do senador Héraclitos Fortes, do Democratas do Piauí. A partir daí, até pelo princípio da isonomia, muitos políticos condenados por instâncias judiciais colegiadas conseguiram o aval de suas candidaturas a cargos eletivos.
É claro que houve situações em que a Justiça barrou as candidaturas de políticos condenados. Entretanto, o que era para ser considerada excessão – a permissão para políticos condenados – acabou se tornando regra. E o contrário disso, virou excessão!
Mesmo com todos os entraves que o Ficha Limpa encontrou neste pleito, vale registrar que a maioria dos argumentos utilizado por políticos foi a tal da não-retroavidade da lei. Ou seja, o projeto de lei foi aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente da República pouco antes do período eleitoral, o que foi um prato cheio para a defesa jurídica dos “enquadrados”.
A esperança dos brasileiros, contudo, está na aplicação do Ficha Limpa nas eleições de 2012. O pleito é de prefeitos e vereadores, considerados “peixes-pequenos”, perto da influência política de candidatos majoritários. Servindo como “boi-de-piranha”, eles poderão se transformar nos principais agentes de fortalecimento da aplicação da Lei. Claro, tudo isso com a mesma rigidez da Justiça eleitoral comandada nacionalmente pelo ministro Ricardo Lewandovski, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo desembargador Rui Ramos, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.
Esses pequenos passos dados no processo eleitoral deste ano, com certeza, será recompensados nos próximos pleitos. Mais ou menos igual ao “pequeno passo para a humanidade” dado pelo astronauta americano ao pisar na lau. É só esperar pra ver. Cabe, também, à sociedade cobrar com pulso firme, o que também já fez nas últimas eleições.
ALEXANDRE APRÁ é jornalista
alexandre.apra@diariodecuiaba.com.br
Edição nº 12909 13/01/2011
Tudo aconteceu em pouco, ou quase nenhum alarde. No meio daquela expectativa sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) se iria ou não aprovar a validade do projeto da Ficha Limpa ainda para as eleições de 2010, poucos perceberam o óbvio: mesmo sem a decisão final do STF, em razão do empate no plenário da Corte, a própria Justiça se encarregou de tornar nula a nova regra no pleito passado.
A primeira decisão foi assinada pelo ministro Gilmar Mendes, em setembro passado, que validou a candidatura do senador Héraclitos Fortes, do Democratas do Piauí. A partir daí, até pelo princípio da isonomia, muitos políticos condenados por instâncias judiciais colegiadas conseguiram o aval de suas candidaturas a cargos eletivos.
É claro que houve situações em que a Justiça barrou as candidaturas de políticos condenados. Entretanto, o que era para ser considerada excessão – a permissão para políticos condenados – acabou se tornando regra. E o contrário disso, virou excessão!
Mesmo com todos os entraves que o Ficha Limpa encontrou neste pleito, vale registrar que a maioria dos argumentos utilizado por políticos foi a tal da não-retroavidade da lei. Ou seja, o projeto de lei foi aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente da República pouco antes do período eleitoral, o que foi um prato cheio para a defesa jurídica dos “enquadrados”.
A esperança dos brasileiros, contudo, está na aplicação do Ficha Limpa nas eleições de 2012. O pleito é de prefeitos e vereadores, considerados “peixes-pequenos”, perto da influência política de candidatos majoritários. Servindo como “boi-de-piranha”, eles poderão se transformar nos principais agentes de fortalecimento da aplicação da Lei. Claro, tudo isso com a mesma rigidez da Justiça eleitoral comandada nacionalmente pelo ministro Ricardo Lewandovski, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo desembargador Rui Ramos, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.
Esses pequenos passos dados no processo eleitoral deste ano, com certeza, será recompensados nos próximos pleitos. Mais ou menos igual ao “pequeno passo para a humanidade” dado pelo astronauta americano ao pisar na lau. É só esperar pra ver. Cabe, também, à sociedade cobrar com pulso firme, o que também já fez nas últimas eleições.
ALEXANDRE APRÁ é jornalista
alexandre.apra@diariodecuiaba.com.br
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Líderes religiosos do Iraque apelam por proteção a cristãos
ESTADÃO
13 de janeiro de 2011 | 17h 49
REUTERS
Líderes religiosos cristãos e muçulmanos do Iraque fizeram na quinta-feira um apelo por unidade na proteção à comunidade cristã do país, alvo de uma série de recentes ataques.
Milhares de cristãos fugiram de Bagdá depois de um atentado, em outubro, contra uma catedral cristã siríaca, que matou 52 pessoas, e de explosões de bombas, em dezembro, nas casas de cristãos, com saldo de 2 mortos e 16 feridos.
Num encontro na quinta-feira, Ahmed Abdul Ghafour al-Samarrai, líder religioso da minoria muçulmana sunita, disse que criminosos não irão conseguir dividir os iraquianos por questões étnicas e religiosas.
"Os iraquianos são um só sangue. Se a parte cristã sofre, o resto do corpo muçulmano irá reagir a isso. O sangue iraquiano é sagrado, não se pode cruzar uma linha vermelha", disse Samarrai aos participantes da conferência, intitulada "O Diálogo das Religiões", na zona oeste da capital.
Insurgentes sunitas ligados à Al Qaeda reivindicaram a responsabilidade pelos atentados, que despertaram temores de uma retomada da violência sectária que assolou o país depois da ocupação norte-americana, em 2003, e atingiu seu auge em 2006/07.
O grupo Estado Islâmico do Iraque, afiliado à Al Qaeda, diz que os cristãos iraquianos serão alvo de novos ataques se não pressionarem a Igreja Cristã do Egito a libertar mulheres que supostamente estariam sendo mantidas presas depois de se converterem ao Islã.
Os cristãos já chegaram a ser mais de 1,5 milhão no Iraque, mas se estima que atualmente esse contingente tenha caído para 850 mil pessoas, numa população total de 30 milhões, onde a maioria é composta por muçulmanos xiitas, com uma expressiva minoria sunita.
Cerca de mil famílias cristãs já fugiram para o Curdistão iraquiano (região semiautônoma no norte do país) ou para nações vizinhas desde o ataque à catedral, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
"O cristão do Iraque não é inimigo de ninguém, nunca apontou uma arma para ninguém, e nunca lutou para expulsar os muçulmanos das suas casas neste país", disse Abdullah al-Naftali, líder de uma congregação cristã iraquiana.
O encontro inter-religioso, o primeiro do gênero no país, ocorreu na mesquita Um al-Qura, na zona oeste da capital.
Uma imagem de duas mãos surgindo de duas famosas mesquitas, uma sunita e outra xiita, e envolvendo a catedral de Nossa Senhora da Salvação, cenário do atentado de 31 de outubro, estava exposta em uma das paredes da mesquita.
A violência no Iraque teve um forte declínio desde o auge da tensão sectária, mas tiroteios e explosões ainda ocorrem diariamente.
(Reportagem de Khalid al-Ansary)
13 de janeiro de 2011 | 17h 49
REUTERS
Líderes religiosos cristãos e muçulmanos do Iraque fizeram na quinta-feira um apelo por unidade na proteção à comunidade cristã do país, alvo de uma série de recentes ataques.
Milhares de cristãos fugiram de Bagdá depois de um atentado, em outubro, contra uma catedral cristã siríaca, que matou 52 pessoas, e de explosões de bombas, em dezembro, nas casas de cristãos, com saldo de 2 mortos e 16 feridos.
Num encontro na quinta-feira, Ahmed Abdul Ghafour al-Samarrai, líder religioso da minoria muçulmana sunita, disse que criminosos não irão conseguir dividir os iraquianos por questões étnicas e religiosas.
"Os iraquianos são um só sangue. Se a parte cristã sofre, o resto do corpo muçulmano irá reagir a isso. O sangue iraquiano é sagrado, não se pode cruzar uma linha vermelha", disse Samarrai aos participantes da conferência, intitulada "O Diálogo das Religiões", na zona oeste da capital.
Insurgentes sunitas ligados à Al Qaeda reivindicaram a responsabilidade pelos atentados, que despertaram temores de uma retomada da violência sectária que assolou o país depois da ocupação norte-americana, em 2003, e atingiu seu auge em 2006/07.
O grupo Estado Islâmico do Iraque, afiliado à Al Qaeda, diz que os cristãos iraquianos serão alvo de novos ataques se não pressionarem a Igreja Cristã do Egito a libertar mulheres que supostamente estariam sendo mantidas presas depois de se converterem ao Islã.
Os cristãos já chegaram a ser mais de 1,5 milhão no Iraque, mas se estima que atualmente esse contingente tenha caído para 850 mil pessoas, numa população total de 30 milhões, onde a maioria é composta por muçulmanos xiitas, com uma expressiva minoria sunita.
Cerca de mil famílias cristãs já fugiram para o Curdistão iraquiano (região semiautônoma no norte do país) ou para nações vizinhas desde o ataque à catedral, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
"O cristão do Iraque não é inimigo de ninguém, nunca apontou uma arma para ninguém, e nunca lutou para expulsar os muçulmanos das suas casas neste país", disse Abdullah al-Naftali, líder de uma congregação cristã iraquiana.
O encontro inter-religioso, o primeiro do gênero no país, ocorreu na mesquita Um al-Qura, na zona oeste da capital.
Uma imagem de duas mãos surgindo de duas famosas mesquitas, uma sunita e outra xiita, e envolvendo a catedral de Nossa Senhora da Salvação, cenário do atentado de 31 de outubro, estava exposta em uma das paredes da mesquita.
A violência no Iraque teve um forte declínio desde o auge da tensão sectária, mas tiroteios e explosões ainda ocorrem diariamente.
(Reportagem de Khalid al-Ansary)
Escândalo internacional: ex-presos cubanos, do “inferno” castrista ao “limbo” espanhol
HEITOR DE PAOLA
Destaque Internacional
Nem sequer o cardeal Ortega, arcebispo de Havana, que visitou Madri para ter reuniões com a chanceler Jiménez, convocou os cubanos desterrados para falar com eles, e não se sabe se ao menos rezou uma conta do seu rosário com a intenção de tirá-los do limbo jurídico em que se encontram
1. Pouco ou nada se conhece na América Latina e nos Estados Unidos sobre o drama que sofre na Espanha o grupo de ex-presos políticos cubanos que há exatos seis meses, em 13 de julho de 2010, chegou ao desterro no país ibérico, depois de sua expulsão da ilha.
2. Sair do inferno castrista já foi quase um milagre. E os santos desse milagre não foram precisamente os integrantes da troika regime cubano-governo espanhol-Episcopado cubano, que negociaram a expulsão, e sim esses heróis que resistiram nos cárceres castristas às maiores torturas e privações, o que obrigou o regime a enviá-los ao desterro. Esses heróis, do fundo dos cárceres cubanos, proclamaram: é preferível morrer a ser vermelhos. Ao que o regime respondeu: então, quanto mais longe, melhor.
Porém, chegando à Madri o pesadelo não acabou. Por obra e desgraça do governo socialista do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, os cubanos desterrados foram apanhados em um limbo jurídico e psicológico articulado pelo então chanceler Miguel Angel Moratinos, e mantido pela atual chanceler Trinidad Jiménez.
Moratinos negou-lhes uma entrevista insistentemente pedida desde a chegada do grupo, e essa negativa continuou por parte da ministra Jiménez. Moratinos e Jiménez, advogados do regime de Havana ante seus pares da União Européia, estão negando aos ex-presos cubanos o merecido status de refugiados políticos.
4. Nem sequer o cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino, que visitou Madri de maneira silenciosa e quase secreta, para ter reuniões reservadas com a chanceler Jiménez e com o ex-chanceler Moratinos, os convocou para falar com eles, e não se sabe se ao menos rezou uma conta de seu rosário com a intenção de tirá-los do limbo em que se encontram.
“O cardeal Ortega bem poderia manter um encontro com os cubanos desterrados, que majoritariamente professamos a fé cristã, e assim conhecer em primeira mão a situação pela qual estamos atravessando. Não teve tempo disponível para isso ou terá se esquecido de atender e falar com suas ovelhas?”, lamentou o ex-preso e jornalista Julio César Gálvez.
5. O referido opositor, que chegou ao desterro em Madri no dia 13 de julho de 2010, aproveitou para advertir que “as anunciadas mudanças do regime são pura fachada” que neste momento “o aumento da repressão e do terror se intensifica contra os opositores em Cuba” que “o tempo continua passando, os acordos vão ficando pela metade e a grande ganhadora poderá ser a ditadura castrista, se continuar recebendo a ajuda do governo da Espanha e da Igreja cubana”. Gálvez agradeceu ao povo espanhol pela solidariedade que demonstra em relação a eles, em contraste com a ira e discriminação das autoridades socialistas.
6. Os amantes da liberdade na América Latina, Estados Unidos, Europa e muito especialmente na Espanha, têm a obrigação moral de redobrar esforços para ajudar esses ex-presos políticos que chegaram ao solo espanhol, mas também a tantos outros heróis cubanos que dentro e fora de Cuba lutam pacificamente, com a força da verdade, para que Cuba se livre da ditadura comunista.
Editorial relacionado: “Cuba: Lobos, Chapeuzinhos Vermelhos e Pedrinhas”
(Gerações recentes de ex-presos políticos cubanos têm a vocação de ser novos Davis dispostos a denunciar, de maneira invariavelmente objetiva, aquilo que Lobos, Chapeuzinhos Vermelhos e Pastores colaboracionistas querem esconder).
Destaque Internacional - Informes de Conjuntura - Ano XIII - Nº 316 - Madri - São José da Costa Rica - Santiago do Chile, 10 de janeiro de 2011 - Responsável: Javier González.
Tradução: Graça Salgueiro
Destaque Internacional
Nem sequer o cardeal Ortega, arcebispo de Havana, que visitou Madri para ter reuniões com a chanceler Jiménez, convocou os cubanos desterrados para falar com eles, e não se sabe se ao menos rezou uma conta do seu rosário com a intenção de tirá-los do limbo jurídico em que se encontram
1. Pouco ou nada se conhece na América Latina e nos Estados Unidos sobre o drama que sofre na Espanha o grupo de ex-presos políticos cubanos que há exatos seis meses, em 13 de julho de 2010, chegou ao desterro no país ibérico, depois de sua expulsão da ilha.
2. Sair do inferno castrista já foi quase um milagre. E os santos desse milagre não foram precisamente os integrantes da troika regime cubano-governo espanhol-Episcopado cubano, que negociaram a expulsão, e sim esses heróis que resistiram nos cárceres castristas às maiores torturas e privações, o que obrigou o regime a enviá-los ao desterro. Esses heróis, do fundo dos cárceres cubanos, proclamaram: é preferível morrer a ser vermelhos. Ao que o regime respondeu: então, quanto mais longe, melhor.
Porém, chegando à Madri o pesadelo não acabou. Por obra e desgraça do governo socialista do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, os cubanos desterrados foram apanhados em um limbo jurídico e psicológico articulado pelo então chanceler Miguel Angel Moratinos, e mantido pela atual chanceler Trinidad Jiménez.
Moratinos negou-lhes uma entrevista insistentemente pedida desde a chegada do grupo, e essa negativa continuou por parte da ministra Jiménez. Moratinos e Jiménez, advogados do regime de Havana ante seus pares da União Européia, estão negando aos ex-presos cubanos o merecido status de refugiados políticos.
4. Nem sequer o cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino, que visitou Madri de maneira silenciosa e quase secreta, para ter reuniões reservadas com a chanceler Jiménez e com o ex-chanceler Moratinos, os convocou para falar com eles, e não se sabe se ao menos rezou uma conta de seu rosário com a intenção de tirá-los do limbo em que se encontram.
“O cardeal Ortega bem poderia manter um encontro com os cubanos desterrados, que majoritariamente professamos a fé cristã, e assim conhecer em primeira mão a situação pela qual estamos atravessando. Não teve tempo disponível para isso ou terá se esquecido de atender e falar com suas ovelhas?”, lamentou o ex-preso e jornalista Julio César Gálvez.
5. O referido opositor, que chegou ao desterro em Madri no dia 13 de julho de 2010, aproveitou para advertir que “as anunciadas mudanças do regime são pura fachada” que neste momento “o aumento da repressão e do terror se intensifica contra os opositores em Cuba” que “o tempo continua passando, os acordos vão ficando pela metade e a grande ganhadora poderá ser a ditadura castrista, se continuar recebendo a ajuda do governo da Espanha e da Igreja cubana”. Gálvez agradeceu ao povo espanhol pela solidariedade que demonstra em relação a eles, em contraste com a ira e discriminação das autoridades socialistas.
6. Os amantes da liberdade na América Latina, Estados Unidos, Europa e muito especialmente na Espanha, têm a obrigação moral de redobrar esforços para ajudar esses ex-presos políticos que chegaram ao solo espanhol, mas também a tantos outros heróis cubanos que dentro e fora de Cuba lutam pacificamente, com a força da verdade, para que Cuba se livre da ditadura comunista.
Editorial relacionado: “Cuba: Lobos, Chapeuzinhos Vermelhos e Pedrinhas”
(Gerações recentes de ex-presos políticos cubanos têm a vocação de ser novos Davis dispostos a denunciar, de maneira invariavelmente objetiva, aquilo que Lobos, Chapeuzinhos Vermelhos e Pastores colaboracionistas querem esconder).
Destaque Internacional - Informes de Conjuntura - Ano XIII - Nº 316 - Madri - São José da Costa Rica - Santiago do Chile, 10 de janeiro de 2011 - Responsável: Javier González.
Tradução: Graça Salgueiro
Piada do dia: Lula pagou a dívida, os militares mataram muita gente e o Brasil não precisa pedir emprestado mais...
Leiam, é um comentário neste artigo.
Carlos Câmara disse...
Afora as centenas de obras que estão incluídas no período (mas realizadas em outros posteriores e outras ainda nem sequer realizadas), o mais foi feito com dinheiro emprestado a taxas de juros e condições que por pouco não nos tornaram novamente uma colônia (Lula pagou o FMI agora!). A nossa dívida externa e uma inflacão crônica não estão citadas. Nem as torturas e assassinatos.
Liga, desliga: como a lei sustenta o sistema russo - Partes 1 e 2
DEXTRA
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2011
Mafioso Russo
Se você quiser entender como a atual ordem social e política opera na Rússia, você primeiro precisa entender as duas crenças fundamentais e complementares sobre as quais ela está fundada.
Limitações orçamentárias suaves
De acordo com Kornai, restrições orçamentárias suaves são o defeito básico de uma economia planificada. Elas refletem o fato de que uma empresa não tem nenhuma responsabilidade pelos resultados de sua atividade e pode explorar oportunidades para usar o orçamento do estado para pagar por seus custos crescentes. No fim dos anos 80, o conceito de Kornai teve um papel importante na formação de idéias sobre os modos (e limitações) de se reformar uma economia socialista. O conceito deu origem ao ciclo inevitável de "liberalização - estabilização - privatização," que é o que se acreditava que garantiria a transição de um regime de limitações orçamentárias suaves para um regime de limitações duras (e parecia ser a fórmula para se lançar o capitalismo em países que até pouco tempo eram socialistas).
Ao usar um termo baseado em uma analogia com o de Kornai, eu quiz enfatizar que os problemas em discussão são, em certa medida, os sucessores de problemas que foram, até certo ponto, tratados durante o último ciclo de reformas da economia planificada. Mas antes de defini-los mais precisamente e interpretar a ligação, nós primeiro precisamos descrever o que seria um "regime de suaves limitações legais."
Suaves limitações legais
Em alguns jogos de cartas, o objetivo é acumular tantas cartas quanto for possível; em outros, é se livrar de cartas que tenham sido negociadas. Do mesmo modo, há regimes nos quais o objetivo das leis é que elas devem ser observadas e outros onde as leis foram feitas para serem violadas sistematicamente, mas de acordo com leis estabelecidas. Há regras não-oficiais para se quebrarem regras oficiais.
Este estado de coisas distingue o atual regime de uma oredem diferente, na qual não se aderem às regras, porque as instituições de cumprimento da lei sejam fracas, como eram na Rússia na primeira metade dos anos 90. Sob um regime de suaves limitações legais, não faltam ao estado meios de fazer a lei ser cumprida. O fato de que as regras serem quebradas de forma padronizada torna possível considerar o sistema como uma forma particular de ordem (ou permanência), que na consciência da sociedade pode até ser interpretado como um benefício (ao contrário da quebra das regras de forma desregrada e caótica).
Este regime particular cria leis escritas para elas poderem ser quebradas, e de modo que faça sentido agir assim. O que eu quero dizer com isto é que elas são elaboradas de tal modo que observá-las é difícil e representa um custo substancial, enquanto que a possibilidade de quebrá-las dá uma considerável vantagem competitiva. Para pôr a coisa de outro modo, as regras são estabelecidads para provocarem infrações. O resultado é que a vida inteira de nossa sociedade é estruturada como uma contínua barganha, organizada em torno de "direitos" individuais de se quebrarem certas regras, quando quebrá-las garante conveniencia e vantagens. O estado, representado pela máquina burocrática, faz o papel peculiar de uma loja que emite licenças especiais para se quebrarem as regras.
O papel do governo
Cada nível do governo tem direito a distribuir direitos a que se quebrem certas regras e, naturalmente, tem de ter os poderes necessários para punir qualquer infração não-autorizada. Este importante tema deve ser enfatizado: todo e qualquer corpo burocrático com autoridade não se ocupa da observância das regras, mas, ao invés disto, com a punição de infrações não-autorizadas. De modo que eles não têm nenhum interesse em otimizar a regulação e o controle nem em minimizar os casos de (ou incentivos a) quebras das regras. A sua única função é estabelecer um espaço de barganha ao redor destas infrações.
Expliquemos esta questão olhando para o papel da polícia de trânsito na Rússia. A polícia de trânsito não se preocupa com quem quebrou o código de trânsito e com que gravidade. Eles não têm meios de reduzir o número de infrações, seja removendo os incentivos para que se violem as leis ou usando sistemas de monitoramento automazido. Para eles -- como um corpo autorizado do governo -- o que importa é distribuir o pessoal nos vários pontos onde as leis são normalmente violadas e instituírem barganhas ao redor destas infrações. Então, ao contrário de outros países, onde as estradas e ruas são patrulhadas a esmo pela polícia, os policiais russos quase sempre se posicionam em pontos estacionários. Eles estão muito menos interessados em evitar infrações que sejam uma ameaça real à segurança (ou a direção agressiva ou perigosa, por exemplo), do que estão em monitorar o cumprimento de um certo conjunto de leis em certos lugares. As leis que eles controlam estão apenas indiretamente relacionadas com os reais assuntos da segurança nas ruas: se os motoristas estão de posse de documentos e licença e se os carros estão com os papéis em dia.
SEGUNDA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2011
Mafioso Russo
Kirill Rogov: Open Democracy.net, 17 de dezembro de 2010
Tradução: Dextra
Em alguns jogos de cartas, o objetivo é reunir tantas cartas quanto possível; em outros, é livrar-se de cartas que tenham sido negociadas. Há regimes nos quais o sentido das leis é que elas devem ser seguidas e outros nos quais elas simplesmente estão lá para serem violadas. Esta é a Rússia, explica Kiril Rogov.
Kiril Rogov é pesquisador no Instituto Gaidar de Política Econômica, em Moscou.
Kiril Rogov é pesquisador no Instituto Gaidar de Política Econômica, em Moscou.
Se você quiser entender como a atual ordem social e política opera na Rússia, você primeiro precisa entender as duas crenças fundamentais e complementares sobre as quais ela está fundada.
A primeira é o reconhecimento por parte da sociedade de uma corrupção generalizada em todos os níveis da vida econômica e estatal e um reconhecimento semelhante da inadequação extrema das instituições existentes (no primeiro exemplo, das instituições judiciais). Esta crença em particular é endossada por pessoas de várias filiações políticas e condições sociais -- compartilhada de forma igual por vendedores de lojas, membros da oposição, funcionários de baixo escalão e funcionários políticos.
Distrito Comercial da Zona Oeste de Moscou. Embora entendam que o sistema é corrupto, os negócios não necessariamente o consideram como um mal. Os custos de quaisquer ineficiência e subornos, são, afinal de contas, repassados para o consumidor. Foto: NVO.
A segunda crença é igualmente difundida. Ela supõe que, por várias razões, qualquer mudança na ordem existente está fora de questão. Em outras palavras, o reconhecimento do triste estado dos assuntos relativos à regulação legal não leva a uma demanda correspondente por melhorias reais na leis. A situação não é um paradoxo novo e impossível de se explicar. Na verdade, na economia, isto tem um nome -- "a armadilha institucioal." Instituições ruins causam perdas consideráveis à economia e inconvenientes às pessoas, mas, no geral, as massas conseguem se adaptar à situação. Na verdade, muito mais do que isto: parte da sociedade, na realidade, se beneficia do modo como as instuituições ruins funcionam. E uma outra parte da sociedade têm dúvidas sobre o quão competitiva ela será em condições ainda desconhecidas e difíceis de se imaginar. Dado isto, o custo de reformar as instituições começam a parecer altos demais e os benefícios insuficientemente claros. É isto o que sela a preservação do status quo, apesar das óbvias falhas.
Mais adiante, neste artigo, eu tentarei descrever como esta armadilha institucional funciona, para identificar as características especiais da ordem política que estão atualmente sendo mantidas em um estado de equilíbrio temporário. Primeiro, eu gostaria de sugerir que nós chamemos esta ordem de um "regime de suaves limitações legais." Este é um decalque consciente do termo de Janos Kornai "limitações orçamentárias suaves", que ele usou para descrever as características fundamentais de uma sociedade socialista.
Limitações orçamentárias suaves
De acordo com Kornai, restrições orçamentárias suaves são o defeito básico de uma economia planificada. Elas refletem o fato de que uma empresa não tem nenhuma responsabilidade pelos resultados de sua atividade e pode explorar oportunidades para usar o orçamento do estado para pagar por seus custos crescentes. No fim dos anos 80, o conceito de Kornai teve um papel importante na formação de idéias sobre os modos (e limitações) de se reformar uma economia socialista. O conceito deu origem ao ciclo inevitável de "liberalização - estabilização - privatização," que é o que se acreditava que garantiria a transição de um regime de limitações orçamentárias suaves para um regime de limitações duras (e parecia ser a fórmula para se lançar o capitalismo em países que até pouco tempo eram socialistas).
Ao usar um termo baseado em uma analogia com o de Kornai, eu quiz enfatizar que os problemas em discussão são, em certa medida, os sucessores de problemas que foram, até certo ponto, tratados durante o último ciclo de reformas da economia planificada. Mas antes de defini-los mais precisamente e interpretar a ligação, nós primeiro precisamos descrever o que seria um "regime de suaves limitações legais."
Suaves limitações legais
Este é um regime no qual as regras (a lei escrita) existem, não para serem observadas, mas para serem quebradas; ou onde no mínimo são violadas sistematicamente. Seria falso dizer que elas não funcionam. Elas funcionam, mas funcionam a seu modo particular.
Em alguns jogos de cartas, o objetivo é acumular tantas cartas quanto for possível; em outros, é se livrar de cartas que tenham sido negociadas. Do mesmo modo, há regimes nos quais o objetivo das leis é que elas devem ser observadas e outros onde as leis foram feitas para serem violadas sistematicamente, mas de acordo com leis estabelecidas. Há regras não-oficiais para se quebrarem regras oficiais.
Este estado de coisas distingue o atual regime de uma oredem diferente, na qual não se aderem às regras, porque as instituições de cumprimento da lei sejam fracas, como eram na Rússia na primeira metade dos anos 90. Sob um regime de suaves limitações legais, não faltam ao estado meios de fazer a lei ser cumprida. O fato de que as regras serem quebradas de forma padronizada torna possível considerar o sistema como uma forma particular de ordem (ou permanência), que na consciência da sociedade pode até ser interpretado como um benefício (ao contrário da quebra das regras de forma desregrada e caótica).
Este regime particular cria leis escritas para elas poderem ser quebradas, e de modo que faça sentido agir assim. O que eu quero dizer com isto é que elas são elaboradas de tal modo que observá-las é difícil e representa um custo substancial, enquanto que a possibilidade de quebrá-las dá uma considerável vantagem competitiva. Para pôr a coisa de outro modo, as regras são estabelecidads para provocarem infrações. O resultado é que a vida inteira de nossa sociedade é estruturada como uma contínua barganha, organizada em torno de "direitos" individuais de se quebrarem certas regras, quando quebrá-las garante conveniencia e vantagens. O estado, representado pela máquina burocrática, faz o papel peculiar de uma loja que emite licenças especiais para se quebrarem as regras.
O papel do governo
Cada nível do governo tem direito a distribuir direitos a que se quebrem certas regras e, naturalmente, tem de ter os poderes necessários para punir qualquer infração não-autorizada. Este importante tema deve ser enfatizado: todo e qualquer corpo burocrático com autoridade não se ocupa da observância das regras, mas, ao invés disto, com a punição de infrações não-autorizadas. De modo que eles não têm nenhum interesse em otimizar a regulação e o controle nem em minimizar os casos de (ou incentivos a) quebras das regras. A sua única função é estabelecer um espaço de barganha ao redor destas infrações.
Expliquemos esta questão olhando para o papel da polícia de trânsito na Rússia. A polícia de trânsito não se preocupa com quem quebrou o código de trânsito e com que gravidade. Eles não têm meios de reduzir o número de infrações, seja removendo os incentivos para que se violem as leis ou usando sistemas de monitoramento automazido. Para eles -- como um corpo autorizado do governo -- o que importa é distribuir o pessoal nos vários pontos onde as leis são normalmente violadas e instituírem barganhas ao redor destas infrações. Então, ao contrário de outros países, onde as estradas e ruas são patrulhadas a esmo pela polícia, os policiais russos quase sempre se posicionam em pontos estacionários. Eles estão muito menos interessados em evitar infrações que sejam uma ameaça real à segurança (ou a direção agressiva ou perigosa, por exemplo), do que estão em monitorar o cumprimento de um certo conjunto de leis em certos lugares. As leis que eles controlam estão apenas indiretamente relacionadas com os reais assuntos da segurança nas ruas: se os motoristas estão de posse de documentos e licença e se os carros estão com os papéis em dia.
VIVER DE NOVO, VIVER AGORA
VIVERDENOVO
SEXTA-FEIRA, 14 DE JANEIRO DE 2011
Por Arlindo Montenegro
Foi de repente! Como se o céu desabasse e o chão faltasse, os pensamentos ficaram congelados, os olhos perdidos na paisagem do que há pouco existia e de repente sumiu da vista, do tato, do olfato. Uma existência real foi transmutada, de repente, mas tudo persistia como raiz fincada no terreiro da mente.
Logo ali, meus avós presentes nas fotografias em preto e branco, memórias de carinho e afabilidade, vozes desafiantes e consoladoras reproduzidas pela mente nos momentos difíceis, bem ali, eles construíram a casa e plantaram a mangueira onde foi pendurado o balanço. Havia também o banco tosco de madeira onde vovó gostava de sentar-se ao entardecer para ouvir o canto dos pássaros.
Ela dizia que a gente devia pensar como passarinho, vivendo cada dia na segurança do ninho, voando alto para ver o mundo vário e as semelhanças entre as variedades. Era preciso caçar o de comer, até disputar o proprio alimento e trazer ao ninho para alimentar as crias novas.
A casa foi reformada por meu pai. Ganhou uma varanda grande, mais um quarto e a garagem para o primeiro carro, um "Itamaratí" verde da FNM, com motor forte que ele dizia ser "um bicho valente!" Num instante suportando sem reclamar o peso e a agitação, nos conduzia até a praia e esperava paciente a hora de voltar prá o descanso noturno na garagem.
Meus avós, meus pais, meus irmãos nascidos como eu naquele pedaço de chão, de repente são apenas memória. A casa onde criei meus filhos é memória. Naquele dia chegou a notificação oficial dizendo que aquele terreno com todos os bens imóveis nele existentes passava a ser propriedade dos "quilombolas". Eu nem sabia quem eram, nem onde estavam no passado.
Em resumo, de repente, perdemos tudo quanto geração após geração havia construído, o mesmo que perder a pátria, o mesmo que perder um ser querido ferido de morte. O mesmo que desabar o ceu e faltar o chão, ficar sem fala e sem saber o que fazer... perder mesmo a vontade de viver. E mesmo assim sobreviver em ambiente estranho, onde apenas lembranças intocáveis afagam o coração e a mente.
Vendo as imagens de da catástrofe natural na serra, as centenas de vidas mutiladas, a mente balança entre a força da natureza e a força humana que destroi continuamente o que está feito, pulveriza vidas e relacionamentos entre pessoas, intervém na casa que foi a nossa Pátria e entrega a pessoas estranhas, sem face e sem nome, apenas rótulos, "quilombolas" que causam tanta destruição como as chuvas fortes os rios raivosos e as encostas que sepultam vidas, projetos, sonhos e o trabalho de gerações.
Um nó na garganta, uma avalanche que deixa uma pedra sobre o peito, o choque paralisante das tragédias naturais previsíveis ou a surpresa dos golpes humanos insuspeitados. O olhar perdido contemplando o lugar onde estava a mangueira e o balanço, a varanda onde se comememoravam os aniversários com risos, doces, afagos e surpresas. Tudo sumiu, de repente.
E de repente uma fagulha brilhante ao alvorecer. A chuva se foi e o sol volta a brilhar mostrando um céu azul onde se movem ao vento brancas nuvens, inocentes, crianças e carneiros brincando na pastagem. Formas que parecem espelhar a natureza da terra, com gente, bichos, árvores, riachos, tudo esperando que algum artista venha colorir.
Os olhos pacificam a vida teimosa e a mente lembra que tudo é passageiro. Eternas são as formas mentais que sempre estão ao alcance dos que vão reconstruir, seguindo em frente, arrumando as pedras, plantando as sementes, gerando novas vidas, alimentando as chamas de amor por uma Pátria por vir, uma Pátria que sempre esteve presente nos melhores sonhos da família e dos indivíduos.
É infinita a capacidade humana de recomeçar quando tudo parece estar perdido ou que seja impossível superar tanta violencia da natureza, consequente das agressões humanas. Parece milagrosa a maneira natural como Pátria e mentes superam os ambientes soterrados, brotam, surgem com nova e vigorosa força entre os escombros.
A fragilidade da vida indica que fazer bem feito agora, fazer o bem agora, dizer a palavra amorosa agora, respirar o ar profundamente agora, sentir o fluxo da vida passageira agora, afirma o ser e compromete com a eternidade. Olhar para a frente e ajudar o outro a levantar é o que a natureza nos dá como lição perpétua.
SEXTA-FEIRA, 14 DE JANEIRO DE 2011
Por Arlindo Montenegro
Olhar para a frente e ajudar o outro a levantar é o que a natureza nos dá como lição perpétua. Bem diferente de jogar tudo e todos no chão para que, juntos, tenham o sonho de um dia poderem levantar.
Foi de repente! Como se o céu desabasse e o chão faltasse, os pensamentos ficaram congelados, os olhos perdidos na paisagem do que há pouco existia e de repente sumiu da vista, do tato, do olfato. Uma existência real foi transmutada, de repente, mas tudo persistia como raiz fincada no terreiro da mente.
Logo ali, meus avós presentes nas fotografias em preto e branco, memórias de carinho e afabilidade, vozes desafiantes e consoladoras reproduzidas pela mente nos momentos difíceis, bem ali, eles construíram a casa e plantaram a mangueira onde foi pendurado o balanço. Havia também o banco tosco de madeira onde vovó gostava de sentar-se ao entardecer para ouvir o canto dos pássaros.
Ela dizia que a gente devia pensar como passarinho, vivendo cada dia na segurança do ninho, voando alto para ver o mundo vário e as semelhanças entre as variedades. Era preciso caçar o de comer, até disputar o proprio alimento e trazer ao ninho para alimentar as crias novas.
A casa foi reformada por meu pai. Ganhou uma varanda grande, mais um quarto e a garagem para o primeiro carro, um "Itamaratí" verde da FNM, com motor forte que ele dizia ser "um bicho valente!" Num instante suportando sem reclamar o peso e a agitação, nos conduzia até a praia e esperava paciente a hora de voltar prá o descanso noturno na garagem.
Meus avós, meus pais, meus irmãos nascidos como eu naquele pedaço de chão, de repente são apenas memória. A casa onde criei meus filhos é memória. Naquele dia chegou a notificação oficial dizendo que aquele terreno com todos os bens imóveis nele existentes passava a ser propriedade dos "quilombolas". Eu nem sabia quem eram, nem onde estavam no passado.
Em resumo, de repente, perdemos tudo quanto geração após geração havia construído, o mesmo que perder a pátria, o mesmo que perder um ser querido ferido de morte. O mesmo que desabar o ceu e faltar o chão, ficar sem fala e sem saber o que fazer... perder mesmo a vontade de viver. E mesmo assim sobreviver em ambiente estranho, onde apenas lembranças intocáveis afagam o coração e a mente.
Vendo as imagens de da catástrofe natural na serra, as centenas de vidas mutiladas, a mente balança entre a força da natureza e a força humana que destroi continuamente o que está feito, pulveriza vidas e relacionamentos entre pessoas, intervém na casa que foi a nossa Pátria e entrega a pessoas estranhas, sem face e sem nome, apenas rótulos, "quilombolas" que causam tanta destruição como as chuvas fortes os rios raivosos e as encostas que sepultam vidas, projetos, sonhos e o trabalho de gerações.
Um nó na garganta, uma avalanche que deixa uma pedra sobre o peito, o choque paralisante das tragédias naturais previsíveis ou a surpresa dos golpes humanos insuspeitados. O olhar perdido contemplando o lugar onde estava a mangueira e o balanço, a varanda onde se comememoravam os aniversários com risos, doces, afagos e surpresas. Tudo sumiu, de repente.
E de repente uma fagulha brilhante ao alvorecer. A chuva se foi e o sol volta a brilhar mostrando um céu azul onde se movem ao vento brancas nuvens, inocentes, crianças e carneiros brincando na pastagem. Formas que parecem espelhar a natureza da terra, com gente, bichos, árvores, riachos, tudo esperando que algum artista venha colorir.
Os olhos pacificam a vida teimosa e a mente lembra que tudo é passageiro. Eternas são as formas mentais que sempre estão ao alcance dos que vão reconstruir, seguindo em frente, arrumando as pedras, plantando as sementes, gerando novas vidas, alimentando as chamas de amor por uma Pátria por vir, uma Pátria que sempre esteve presente nos melhores sonhos da família e dos indivíduos.
É infinita a capacidade humana de recomeçar quando tudo parece estar perdido ou que seja impossível superar tanta violencia da natureza, consequente das agressões humanas. Parece milagrosa a maneira natural como Pátria e mentes superam os ambientes soterrados, brotam, surgem com nova e vigorosa força entre os escombros.
A fragilidade da vida indica que fazer bem feito agora, fazer o bem agora, dizer a palavra amorosa agora, respirar o ar profundamente agora, sentir o fluxo da vida passageira agora, afirma o ser e compromete com a eternidade. Olhar para a frente e ajudar o outro a levantar é o que a natureza nos dá como lição perpétua.
PROMOÇÃO ABSOLUTAMENTE INCRÍVEL: livro O Misterio Do Capital de Hernando de Soto por R$ 9,90 + frete
Ao IDIOTA do Giácomo, que veio ao CT para deixar seus "komentários" no artigo que postei de Hernando de Soto: o autor do livro não é da sua turma como você queria que fosse. Seu partido de merda (PT) quer extinguir o capital. A prova DE FONTE PRIMÁRIA está aqui.
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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".