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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Escândalo internacional: ex-presos cubanos, do “inferno” castrista ao “limbo” espanhol

HEITOR DE PAOLA

Destaque Internacional

Nem sequer o cardeal Ortega, arcebispo de Havana, que visitou Madri para ter reuniões com a chanceler Jiménez, convocou os cubanos desterrados para falar com eles, e não se sabe se ao menos rezou uma conta do seu rosário com a intenção de tirá-los do limbo jurídico em que se encontram

1. Pouco ou nada se conhece na América Latina e nos Estados Unidos sobre o drama que sofre na Espanha o grupo de ex-presos políticos cubanos que há exatos seis meses, em 13 de julho de 2010, chegou ao desterro no país ibérico, depois de sua expulsão da ilha.

2. Sair do inferno castrista já foi quase um milagre. E os santos desse milagre não foram precisamente os integrantes da troika regime cubano-governo espanhol-Episcopado cubano, que negociaram a expulsão, e sim esses heróis que resistiram nos cárceres castristas às maiores torturas e privações, o que obrigou o regime a enviá-los ao desterro. Esses heróis, do fundo dos cárceres cubanos, proclamaram: é preferível morrer a ser vermelhos. Ao que o regime respondeu: então, quanto mais longe, melhor.

Porém, chegando à Madri o pesadelo não acabou. Por obra e desgraça do governo socialista do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero, os cubanos desterrados foram apanhados em um limbo jurídico e psicológico articulado pelo então chanceler Miguel Angel Moratinos, e mantido pela atual chanceler Trinidad Jiménez.

Moratinos negou-lhes uma entrevista insistentemente pedida desde a chegada do grupo, e essa negativa continuou por parte da ministra Jiménez. Moratinos e Jiménez, advogados do regime de Havana ante seus pares da União Européia, estão negando aos ex-presos cubanos o merecido status de refugiados políticos.

4. Nem sequer o cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino, que visitou Madri de maneira silenciosa e quase secreta, para ter reuniões reservadas com a chanceler Jiménez e com o ex-chanceler Moratinos, os convocou para falar com eles, e não se sabe se ao menos rezou uma conta de seu rosário com a intenção de tirá-los do limbo em que se encontram.

“O cardeal Ortega bem poderia manter um encontro com os cubanos desterrados, que majoritariamente professamos a fé cristã, e assim conhecer em primeira mão a situação pela qual estamos atravessando. Não teve tempo disponível para isso ou terá se esquecido de atender e falar com suas ovelhas?”, lamentou o ex-preso e jornalista Julio César Gálvez.

5. O referido opositor, que chegou ao desterro em Madri no dia 13 de julho de 2010, aproveitou para advertir que “as anunciadas mudanças do regime são pura fachada” que neste momento “o aumento da repressão e do terror se intensifica contra os opositores em Cuba” que “o tempo continua passando, os acordos vão ficando pela metade e a grande ganhadora poderá ser a ditadura castrista, se continuar recebendo a ajuda do governo da Espanha e da Igreja cubana”. Gálvez agradeceu ao povo espanhol pela solidariedade que demonstra em relação a eles, em contraste com a ira e discriminação das autoridades socialistas.

6. Os amantes da liberdade na América Latina, Estados Unidos, Europa e muito especialmente na Espanha, têm a obrigação moral de redobrar esforços para ajudar esses ex-presos políticos que chegaram ao solo espanhol, mas também a tantos outros heróis cubanos que dentro e fora de Cuba lutam pacificamente, com a força da verdade, para que Cuba se livre da ditadura comunista.

Editorial relacionado: “Cuba: Lobos, Chapeuzinhos Vermelhos e Pedrinhas


(Gerações recentes de ex-presos políticos cubanos têm a vocação de ser novos Davis dispostos a denunciar, de maneira invariavelmente objetiva, aquilo que Lobos, Chapeuzinhos Vermelhos e Pastores colaboracionistas querem esconder).

Destaque Internacional - Informes de Conjuntura - Ano XIII - Nº 316 - Madri - São José da Costa Rica - Santiago do Chile, 10 de janeiro de 2011 - Responsável: Javier González.


Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".