Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Docta Ignorantia e a epistemologia atual

MÍDIA SEM MÁSCARA

As universidades e os meios acadêmicos de um modo geral, sobretudo no Brasil, acostumados a reduzir as discussões e os debates ao nível da retórica barata e da patifaria lingüística, ensinam aos estudantes menos despertos a cultivarem a canalhice intelectual desde o primeiro momento.
Há três posições possíveis quanto ao assumir nossa condição intelectual: 1) saber que se sabe; 2) não saber que se não sabe e 3) saber que não se sabe. Nas três possibilidades apresentadas, não se buscará aqui a dimensão estética da análise intelectual, senão o estado cognitivo real em que um indivíduo se encontra.
No primeiro caso, temos o exemplo da tradição. Ou seja, os pensadores que se vão incorporando à determinada tradição de pensamento só realmente se incorporam quando possuem um conhecimento acerca dos fundamentos mesmos que constituem a dita tradição. Portanto, sabem que sabem. Ou ainda, alguém que exerce determinada técnica e sabe que sabe como proceder.
No segundo caso, podemos colocar boa parte do atual establishment universitário brasileiro. Não falo de todos os professores universitários evidentemente, mas de uma parcela considerável deles. Quer dizer: "não sabem que não sabem", e acreditam saberem certas áreas do conhecimento e certos atributos da atividade cognitiva. Não possuem a menor idéia do que seja isso e falam "como se soubessem". Claramente, mentem para si mesmos, pois acreditam saber algo que verdadeiramente não sabem. No entanto, pelo ofício da profissão e pela vergonha desmedida de serem surpreendidos por outros de estatura intelectual superior, usam de artifícios retóricos e malignos para inviabilizar qualquer forma de contato que possa desmascará-los publicamente. Ademais, formulam certas teses imbecis e sem sentido com certa lógica argumentativa e com termos recolhidos do vocabulário menos acessível apenas para dar uma aparência de cientificidade que, levada às últimas conseqüências, apenas demonstrará que tais teses nada são senão falseamentos e hipóteses retóricas sem um qualquer fundamento substancial na realidade concreta.
No terceiro caso, deparamo-nos com a chamada docta ignorantia. A douta ignorância consiste na sapiência da auto-limitação cognitiva frente à totalidade da realidade aberta para a inteligência humana. No plano filosófico, por exemplo, há o reconhecimento da incompreensibilidade dos elementos ontológicos e substanciais do cosmos. Quer dizer: a totalidade se abre para o conhecimento possível, mas esse conhecimento, por ser apenas possível, jamais alcançará a compreensão completa do todo. Por essa razão, assume-se que se está ignorante frente à uma totalidade aberta para ser compreendida, mas que nunca poderá sê-la por completo, não apenas pelas limitações cognitivas do indivíduo pensante, mas pela própria natureza do Ser. Sócrates demonstrara exatamente isso quando estivera ciente de seu estado cognitivo frente à totalidade do cosmos, sabendo que não sabia. Ou seja, diferentemente dos demais com quem dialogara, ele tinha conhecimento de sua real situação frente ao todo do conhecimento. Assumia, assim, a 'docta ignorantia', não apenas sabendo que nada sabia, como também não "presumindo que sabia algo que, de fato, não sabia". Portanto, a ignorância de Sócrates é sábia, não apenas pelo conhecimento daquilo que ele sabe, mas também pela ciência de que não sabe aquilo que de fato não sabe. É uma sabedoria positiva diante da ausência reconhecida. Diríamos, com Nicolau de Cusa, que "saber é ignorar". Eu mesmo, enquanto escrevo esse mísero artigo, reconheço minhas próprias limitações diante da totalidade de possibilidades de análise existentes acerca do tema tratado aqui, por exemplo.
No plano da chamada "teologia positiva", muito se discutiu a esse respeito no que tange a incompreensibilidade da essência divina. Deus, infinito e incompreensível em sua totalidade, dá-se a conhecer ao homem de forma parcial e contingente, já que a própria estrutura cognitiva do ser humano é demasiadamente limitada frente à infinitude divina. Assim, a docta ignorantia consiste num saber primário sobre nosso próprio estado de incompreensibilidade frente ao mundo misterioso das potencialidades cognitivas. É dizer, uma ciência de nossa ignorância frente à infinitude e, por isso mesmo, docta. Uma sábia ignorância sobre a essência de Deus, como também uma prévia ciência de que o mesmo Deus não pode ser ignorado. Sobre esse tema, Hilário de Poitiers, Basílio de Cesaréia, João Crisóstomo, Gregório de Nisa e Agostinho de Hipona, dentre outros, mostraram, como Sócrates já fizera na Filosofia, a impossibilidade cognitiva de elevar a mente ao plano de Deus para conhecê-lo na totalidade, embora possamos reconhecê-lo misteriosamente na origem de nossa própria possibilidade cognitiva. O próprio Santo Agostinho diz que "Deus é secreto e público ao mesmo tempo: que ninguém pode conhecê-lo tal como é, mas ninguém pode ignorá-lo" (Enarratio in Psalmum). Então, a fórmula da docta ignorantiapressupõe um entendimento sobre a infinitude que se traduz na incompreensibilidade da mesma e, assim, na sabedoria da própria ignorância. "Sei que nada sei", famosa frase dita com freqüência, mas pouco experienciada na vida acadêmica brasileira.
Mais tarde, São Tomás de Aquino e, principalmente, Nicolau de Cusa, analisarão o tema com maior afinco do que os primeiros Padres. O último, autor do fim da escolástica, em sua obra que leva o nome do artigo em questão (Docta Ignorantia), dirá que "a divindade é inteligível de maneira incompreensível", ou seja, Deus só é entendido como Ser impossível de ser compreendido em sua substância. Por isso, reconhecer nossa ininteligibilidade frente ao Divino é um ato de sapiência.
Portanto, a Teologia Positiva e a Filosofia Primeira estão a reconhecer a docta ignorantiacomo pressuposto para toda e qualquer atividade cognitiva. Hoje em dia, as universidades e os meios acadêmicos de um modo geral, sobretudo no Brasil, acostumados a reduzir as discussões e os debates ao nível da retórica barata e da patifaria lingüística, ensinam aos estudantes menos despertos a cultivarem a canalhice intelectual desde o primeiro momento: achar que se sabe tudo para debater e argumentar. Dizem eles que não existe verdade: assim, acreditam que o discurso retórico substancia-se em si mesmo, não prestando contas nem às suas causas nem às conseqüências. A linguagem não requer a "realidade", dizem eles. Então, tudo é possível. Não há padrões morais nem intelectuais objetivos para essa cultura que se instalou. Estão "libertos" para serem estúpidos e falsos. Ao invés de doutos ignorantes, são "ignorantes profissionais": possuem orgulho de "não saber que não sabem".

Revelações de WikiLeaks retiram culpa de Peña Esclusa

MÍDIA SEM MÁSCARA

Bogotá, 30 de dezembro - Segundo um cabo confidencial filtrado por WikiLeaks, o governo de Evo Morales simulou uma trama terrorista para culpar UnoAmérica.
Em 29 de abril de 2009, a Embaixada dos Estados Unidos enviou um cabo, identificado com o número 204756, onde assegura que o governo boliviano armou um falso complô para "assassinar" o presidente Evo Morales e depois culpar seus adversários, entre eles a União de Organizações Democráticas da América, UnoAmérica.
WikiLeaks revela que a Embaixada dos Estados Unidos informou a Washington sobre a trama do governo boliviano a respeito da existência de uma suposta célula terrorista, dirigida por um estrangeiro de sobrenome Rozsa, à qual os meios de comunicação oficiais - entre eles Bolpress- tentaram vincular com UnoAmérica, sem apresentar prova alguma.
A Embaixada dos Estados Unidos afirma que Rozsa e seus companheiros foram contratados pelos serviços de inteligência bolivianos para montar uma falsa trama terrorista, e justificar a perseguição desatada depois contra os dirigentes de Santa Cruz, bastião opositor ao Governo. Segundo o cabo, os serviços secretos plantaram provas falsas para justificar sua versão.
O cabo filtrado por WikiLeaks informa que o governo boliviano desqualifica UnoAmérica, dizendo que trata-se de "uma organização de ultra direita, dependente de instituições norte-americanas, como a USAID e a National Endowment Foundation (NED)".
Em julho de 2010, o governo venezuelano seguiu exatamente o mesmo roteiro: inventou uma trama sobre uma suposta célula terrorista, dirigida por um estrangeiro de sobrenome Chávez Abarca que - segundo o governo - pretendia assassinar Hugo Chávez. Os meios de comunicação oficiais - entre eles Venezolana de TeleVisión (VTV) - envolveram o Presidente de UnoAmérica, Alejandro Peña Esclusa, com este complô, sem apresentar qualquer prova. Chávez Abarca foi enviado imediatamente à Cuba, para que não pudesse ser interrogado. Previamente, os canais do Estado lançaram uma feroz campanha de desqualificações contra Peña Esclusa.
No passado 12 de julho, um comando de 20 homens armados entraram ilegalmente na casa de Peña Esclusa, plantaram provas falsas no escritório de sua filha de oito anos, e o levaram para os calabouços da polícia política, onde permanece preso até a presente data.
Um porta-voz de UnoAmérica declarou que "as revelações de WikiLeaks demonstram que os governos da Bolívia e da Venezuela utilizam as mesmas operações sujas, planejadas pelo G2 cubano, para neutralizar ilegalmente seus adversários. Estes novos indícios deveriam ser suficientes para exonerar Peña Esclusa de toda a culpa".
Para ler o extrato do cabo filtrado por WikiLeaks (em inglês), onde se faz referência a UnoAmérica, clique aqui.

Tradução: Graça Salgueiro

Bolsonaro explica como foram os assassinatos cometidos por Cesare Battisti

Veja o tamanho deste monstro italiano e, sendo esquerdopata (ora, e qual não é um monstro,certo?).



Abaixo, as famílias dos assassinados agradecem ao ogro barbudo.

Com aval da AGU, presidente deve manter Battisti no Brasil

JUS BRASIL
Extraído de: 24 Horas News  -  1 hora atrás


Em documento que pode desencadear nova crise entre o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) e irritou o governo italiano, a Advocacia-Geral da União (AGU) entregou ontem parecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no qual defende a permanência no Brasil do ex-ativista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos na Itália na década de 70. A expectativa era de que Lula definisse o destino de Battisti ontem após conversar com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, e com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Ao fim do dia, porém, Lula decidiu adiar para hoje o desfecho do caso.

Mas a inclinação do presidente de seguir o parecer da AGU será apenas mais uma etapa desse imbróglio jurídico. Os ministros do STF adiantaram que podem derrubar uma eventual decisão de manter Battisti no Brasil. Peluso, após a audiência com Lula, afirmou que a corte, mesmo que não haja contestação do governo italiano, vai avaliar se os argumentos usados por Lula violam o tratado de extradição firmado entre Brasil e Itália.
Outro ministro acrescentou que o STF precisa avaliar se as alegações do presidente repetirão os argumentos usados pelo Ministério da Justiça para reconhecer o status de refugiado de Battisti em janeiro de 2009, ato que foi julgado ilegal pelo STF. Se entenderem não haver nenhum argumento diferente do que foi usado inicialmente, os ministros poderão derrubar a decisão do presidente, conforme um dos integrantes do tribunal. Essa avaliação só aconteceria em fevereiro, quando os ministros retornam do recesso.
Autoridades italianas reagiram à possibilidade de o presidente Lula negar a extradição de Battisti. "Seria incompreensível e inaceitável", manifestou-se o governo italiano em nota. "O presidente Lula deveria neste caso explicar tal decisão não só ao governo (italiano), mas a todos os italianos e em particular às famílias das vítimas", acrescentou.
Nos argumentos jurídicos entregues a Lula para manter Battisti no Brasil, um calhamaço de 70 páginas, a AGU alega que o ex-ativista poderia ter sua "situação agravada" caso fosse levado para a Itália a fim de cumprir pena. Com essa saída, o governo não descumpriria o tratado de extradição entre o Brasil e a Itália, avaliaram os advogados da União.
Para manter Battisti no Brasil com base nesse argumento, a AGU cita o artigo 3 do tratado. O texto informa que basta ao presidente ter "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos antes mencionados".
Se Lula decidir negar a extradição, há um terceiro problema. Battisti está preso em Brasília desde março de 2007 à espera do julgamento do processo de extradição. Com a decisão de mantê-lo no Brasil, a defesa de Battisti esperava sua liberação imediata. A libertação de Battisti, conforme integrantes do governo, dependerá de decisão do STF. O caso ficará nas mãos do ministro Gilmar Mendes, novo relator do processo. No tribunal, a expectativa é de que Mendes não decidirá isso sozinho, deverá levar o assunto ao plenário. 
Autor: Redação 24 Horas News

O jornal "Corrierre della Serra" publica vídeo destacando a trajetória de "30 anos de fuga" do terrorista que agora poderá ficar "nêsti paíz"..

Do artigo publicado aqui.


O deputado federal Paes de Lira explica muito bem que é este amigo da aberração luliana.

Governo italiano critica o Brasil por não extraditar o terrorista Cesare Battisti

Confirmada a permanência de mais um celerado "nêsti paíz", tomara que a os italianos entendam quem é Lula, fundador do FORO DE SÃO PAULO e portanto o  maior canalha já fabricado por estas bandas. A Itália fala:

Agora é Oficial: Lula confirma a permanência do terrorista Cesare Battisti no Brasil

O LEGADO DE LULA

PERCIVAL PUGGINA



         Acabou! Não há bem que sempre dure (na perspectiva dos 87% que gostaram), nem mal que não acabe (segundo a ótica dos 13% descontentes). Faço parte do pequeno grupo que não se deixa seduzir por conversa fiada, publicidade enganosa e não sente atração pelos salões e cofres do poder.

         Lula chega ao fim de seu mandato em meio a um paradoxo que cobra explicações: a política e os que a ela se dedicam despencaram na confiança popular para um índice de rejeição de 92%! Ora, como entender que os políticos valham tão pouco perante a opinião pública enquanto o grande senhor, o chefe, o mandante, o comandante da política, surfa nas ondas de uma popularidade messiânica? Ouço miados nessa tuba. Como pode? Quanto mais crescia a popularidade do presidente mais decrescia o prestígio da política! E ele nada tem a ver? Chefiou durante quase uma década o Estado, o governo, a administração, uma fornida maioria parlamentar, o numeroso bloco de partidos integrantes de sua base de apoio, nomeou 8 dos 11 ministros do STF, estendeu seu braço protetor sobre as piores figuras da cena nacional e é a virgem do lupanar?

         Eu aprecio os governantes realistas. Sei que o realismo se inclui entre as características de todos os estadistas. Seja como homem do governo, seja como chefe de Estado, o estadista lida com os fatos. Ideais elevados e pés no chão. Causas e consequências, problemas e soluções. Realismo. Isso me agrada. Mas há um realismo cínico, desprovido de caráter, que desconhece limites éticos, que se abraça com o demônio se ele puder ser útil. A história está cheia de líderes assim e apenas os olfatos mais sensíveis parecem capazes de perceber o cheiro de enxofre que exalam. Há uma relação de causa e efeito entre a degradação da política brasileira e a ação do presidente Lula. Ele a deteriorou e comprometeu a democracia através do aparelhamento de tudo, da cooptação, da compra de votos com favores, do fracionamento e da descaracterização dos partidos. Assim como atuam os desmanches de automóveis, assim operou a política presidencial com os pedaços dos partidos nacionais, comprados das fontes mais suspeitas e pelos piores meios.

         Quer dizer, senhores e senhoras arrebatados pela retórica lulista, que a democracia perdeu importância e pode ser uma coisa qualquer, apoiada por qualquer arremedo de política? Não se exige mais, de quem governa, um padrão mínimo de dignidade? De coerência e respeito? Não! Pelo jeito, basta encher o bolso dos ricos e distribuir esmolas aos pobres para que surja um novo São Francisco em Garanhuns.

         Ah, Puggina! Mas com ele a economia cresceu, o número de miseráveis diminuiu e se realizaram obras importantes. Vá que seja. Mas convenhamos: era preciso muita incompetência para que a economia ficasse travada em meio a um ciclo mundial extremamente favorável. Pergunto: não estavam diligentemente postas pelos antecessores as condições (privatizações, estabilidade monetária e jurídica, integração ao comércio mundial, credibilidade externa, responsabilidade fiscal e estímulo ao agronegócio)?  Estavam, sim. Faltava o que Lula teve a partir de 2005: dinheiro jorrando, comprador e investidor, no mercado internacional. E ainda assim, entre 2002 e 2009, o crescimento do PIB per capita do Brasil teve um desempenho medíocre comparado com outros emergentes e, mesmo, com a maior parte dos países da América Latina.

         O Partido dos Trabalhadores se construiu mediante três estratégias convergentes. Primeiro, a rigorosa adoção da cartilha gramsciana, assenhoreando-se dos meios de formação da cultura nacional, sem esquecer-se de qualquer deles - igrejas, sindicatos, movimentos sociais, universidades, meios de comunicação, material didático, música popular. Segundo, combatendo tudo, mas tudo mesmo, que os governos anteriores buscavam implementar como condição para que o país retomasse o crescimento: Plano Real, abertura da economia, privatizações, cumprimento de contratos, pagamento da dívida, responsabilidade fiscal, busca de superávits, agronegócio e Proer. Tudo era denunciado como maligno, perverso, antinacional, corrupto. Terceiro, destruindo de modo sistemático a imagem de quem se interpusesse no seu caminho para o poder, até restar, do imaginário de muitos, como a grande reserva moral da pátria. Dois anos no poder bastaram para que os véus do templo se rasgassem de alto abaixo e os muitos petistas bem intencionados arrancassem os cabelos num maremoto de escândalos.

         Somente alguém totalmente irresponsável ou com desmedida ganância pelo poder haveria de desejar para a nação um governo social e economicamente desastroso. Não é e nunca foi meu caso. Não escrevo estas linhas para desconsiderar o que andou bem no governo do presidente Lula. Mas não posso deixar de expor o que vi - e como vi! - de sórdido e prejudicial em seu modo de fazer política. Para concluir, temperando os exageros de uma publicidade que custou ao país, na média dos últimos três anos, R$ 900 milhões por ano, considero sensata a observação a seguir. Quando Lula assumiu, em 2003, os principais problemas do Brasil situavam-se nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública. Passados oito anos, haverá quem tenha coragem de afirmar que não persistem os problemas da Educação e que não se agravaram os da Saúde e da Segurança Pública? Haverá 87% de brasileiros dispostos a se declarar satisfeitos com a situação nacional nesses três pilares de uma vida social digna?

______________
* Percival Puggina (66) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

UM MONGE E A SUA CURIOSIDADE

BLOG DO ANGUETH
QUINTA-FEIRA, DEZEMBRO 30, 2010



Nota do Blog (do Angueth): Com esta historinha linda, o blog deseja aos seus leitores um ano totalmente nas mãos de Deus (
Cavaleiro: e este blog toma emprestadas as palavras do professor Angueth para desejar-lhes o mesmo). Que Ele seja providencial para vocês com têm sido para mim. Que Ele nos ensine Seus caminhos, com o fez para este mendigo feliz, que já participava da realeza de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Vivia um monge no silêncio de seu mosteiro. Era sábio e santo. Permitiu Deus que uma curiosidade perturbasse a paz de sua alma: "Qual será atualmente no mundo - perguntava-se - das almas a mais santa?" "E a mais sábia e mais feliz, qual será?"

Estava no coro, às primeiras horas da manhã, orava e dirigia a Deus a mesma pergunta: "Senhor, das almas que vivem agora neste mundo, qual será a mais santa, mais sábia e mais feliz?" Ouviu uma voz que lhe dizia: "Vai ao pórtico da igreja e ali te dirão qual é".

O monge pôs o capuz na cabeça, meteu as mãos nas largas mangas do hábito e atravessou os claustros silenciosos. Chegou ao pórtico. Um pobre ali estava. Passara a noite estendido num banco de pedra e naquele momento espreguiçava-se, benzia-se.

- Bom dia, irmão disse-lhe o monge.
- Bom dia, respondeu o mendigo com rosto alegre e em tom de entusiasmo.
- Irmão, replicou o monge, pelo que vejo estás contente.
- Sempre estou contente.
- Sempre? Então és um homem feliz?
- Muito feliz respondeu o humilde mendigo.
- Feliz?... não creio. Dize-me: Quando tens fome e pedes esmola e não recebes... és feliz?
- Sim, padre, sou feliz, porque penso que Deus, meu Pai, quer que eu passe um pouco de fome. Ele também passou. Mas Deus é muito bom para mim; nunca me falta um pedaço de pão.
- Dize-me - prosseguiu o monge - quando está nevando no inverno e tu, tremendo de frio, vais de porta em porta, como um passarinho que salta de um galho para outro, és feliz?
- Sim, padre, muito feliz, porque penso: é Deus, meu Pai, que quer que passe um pouco de frio, pois também ele passou frio. Aliás, nunca me falta um palheiro, onde passar a noite.
Estava o monge admirado... contemplando-o de alto a baixo, disse:
- Tu me enganas... não és pobre.
Sorriu o mendigo e respondeu: Não, Padre, eu não sou um pobre.
- Logo vi. . . Então, quem és?
- Padre, disse o outro, sou um rei que viajo incógnito por este mundo.
- Um rei?... Um rei?... E qual é o teu reino?
- Meu reino é o meu coração, onde mando sobre minhas paixões! Tenho, porém, um reino muito maior. Vê o senhor esse céu imenso, tem visto o sol, as estrelas, o firmamento? Tudo isso é de Deus, meu Pai. Todos os dias ponho-me de joelhos muitas vezes e digo: "Pai nosso que estais nos céus, como sois grande, como sois sábio, como sois poderoso! Não vos esqueçais deste pobre filho que anda por este mundo. Creia-me: Quando chegar a morte, despirei estes andrajos e voarei para o céu, onde verei a Deus, meu Pai, e com Ele reinarei pelos séculos dos séculos".

O monge não perguntou mais. Baixou a cabeça e voltou ao coro; estava convencido de ter encontrado o homem mais santo, mais sábio e mais feliz neste mundo.

Estudo: Exposição ao Flúor pode Reduzir a Inteligência das Crianças

A NOVA ORDEM MUNDIAL
FRIDAY, 31 DECEMBER 2010



Flúor na Água = Baixo QI ?
A exposição ao flúor pode reduzir a inteligência das crianças, diz um estudo pré-publicado no "Environmental Health Perspectives", uma publicação do Instituto Nacional de Ciências de Saúde Ambiental.

O flúor é adicionado a 70% do abastecimento de água potável pública dos EUA. No Brasil, dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2003 indicam que 75% do volume de água produzido pelos prestadores é fluoretado e se estima que 100 milhões de brasileiros ingerem água fluoretada.

De acordo com Paul Connett, Ph.D., diretor da Rede de Ação do Flúor, "Este é vigésimo-quarto estudo que encontrou essa associação, mas este estudo é mais forte do que o resto porque os autores controlaram variáveis-chave de alterações, e além de correlacionar uma diminuição no nível de QI com os níveis de flúor na água, os autores encontraram uma correlação entre baixo QI e quantidade de flúor no sangue de crianças. Isto nos aproxima de uma relação de causa e efeito entre a exposição ao flúor e danos cerebrais em crianças."

"O que também chama a atenção é que os níveis de flúor na comunidade onde a diminuição de QI foi registrada era inferior ao que o EPA diz ser o nível padrão seguro de fluoretação, de 4 ppm (partes por milhão), e demasiado perto dos níveis utilizados em programas de fluoretação artificial (0,7-1,2 ppm) ", diz Connett. No Brasil o nível considerado "ótimo" é de 0,7 a 1,0 ppm.

Neste estudo, 512 crianças de 8 até 13 anos, em duas aldeias chinesas foram estudadas e testadas: em Wamaio com uma média de 2,47 mg de flúor por litro de água (intervalo de 0,57-4,50 mg/L) e Xinhuai com uma média de 0,36 mg/L (0,18 -0,76 mg / L).

Os autores eliminaram ambos os problemas de exposição ao chumbo e a carência de iodo como possíveis causas para o QI reduzido. Eles também excluíram todas as crianças que tinham história de doenças ou lesões cerebrais e nenhuma tomou chá de tijolo (ou chá compacto), conhecido por conter alto teor de flúor. Nenhuma das vilas está exposta a 
poluição do flúor pela queima de carvão ou outras fontes industriais.

Cerca de 28% das crianças na área com baixo nível de flúor tiveram resultados tão brilhantes, normais ou superiores em comparação com apenas 8% na área que tinha maior nível de fluor na água (Wamaio).

Na cidade com alto nível de fluoretação, 15% apresentaram resultados indicativos de retardo mental contra apenas 6% na cidade com baixa fluoretação. Os autores do estudo escrevem: "Neste estudo nós encontramos uma relação dose-resposta significativa entre o nível de flúor no sangue e do QI das crianças".

Além deste estudo, e 23 outros estudos de QI, existem mais de 100 estudos em animais que relacionam flúor com danos cerebrais (todos os estudos de QI e de estudos do cérebro de animais são listadas no Apêndice 1 do "Caso Contra Flúor"disponível online (em inglês)).

Um dos estudos mais antigos com animais sobre o impacto do flúor sobre o cérebro foi publicado nos Estados Unidos. Este estudo, por Mullenix al. al (1995), levou à demissão do autor pelo Centro Odontológico Forsyth. "Isto enviou uma mensagem clara para outros pesquisadores nos EUA que olhar para os efeitos na saúde do flúor, particularmente no cérebro, não era bom para a carreira", diz Connett.

Connett acrescenta: "O resultado é que enquanto a questão do impacto do fluoreto sobre o QI está sendo perseguido agressivamente ao redor do mundo, praticamente nenhum trabalho foi feito nos EUA, ou em outros países que praticam a fluoretação, a fim de repetir seus resultados. Infelizmente, os órgãos de saúde nos países que praticam a fluoretação parecem estar mais interessados em proteger seus programas de fluoretação de que proteger o cérebro das crianças".

Quando o Conselho Nacional de Pesquisa das Academias Nacionais revisou esse tópico em seu relatório de 507 páginas entitulado "Flúor na Água Potável: uma revisão das normas da EPA", publicado em 2006, apenas cinco dos 24 estudos de QI estavam disponíveis em Inglês. Mesmo assim, o painel concluiu que a ligação entre a exposição ao flúor e a redução do QI seria coerente e "plausível".

Segundo Tara Blank, Ph.D., Diretora para Ciência e Saúde da Rede De Ação do Flúor, "Este deve ser o estudo, que finalmente terminará com a fluoretação da água. Milhões de crianças americanas estão sendo expostos desnecessariamente a esta neurotoxina em uma base diária. Quem em seu juízo perfeito iria diminuir o risco de inteligência de seus filhos a fim de reduzir uma pequena quantidade de cárie dentária, para o qual a prova é muito fraca." (Ver The Case Against flúor, de Outubro de 2010, ).

Fluoretação no Brasil

No Brasil, a Lei no 60507 de 24 de maio de 1974 regulamentou a prática da fluoretação da água. Esta lei afirma no seu artigo 1:
"Os projetos destinados à construção ou à ampliação de sistemas públicos de abastecimento de água, onde haja estação de tratamento, devem incluir previsões e planos relativos a fluoretação da água, de acordo com os requisitos e para os fins estabelecidos no regulamento desta Lei;"
Segundo a Portaria no. 635 de 26 de dezembro de 1975, a concentração de fluor na água deverá variar entre 0,6 até 1,7, dependendo da temperatura média diária.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2003 indicam que 75% do volume de água produzido pelos prestadores é fluoretado e se estima que 100 milhões de brasileiros ingerem água fluoretada.

O estudo pode ser visualizado diretamente abaixo:


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PLC 122: Suas ameaças e perigos

DILMA E AS FARC

HEITOR DE PAOLA



A camarada e compatriota Dilma Rousseff é a tábua de salvação política das FARC



* Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido


Ante o crescente desprestígio das FARC, derivado de suas ações de narco-terrorismo contra a Colômbia e de terrorismo interno contra os próprios guerrilheiros, somados aos golpes psicológicos de conotações políticas e estratégicas sofridos com as operações Fênix, Xeque, Camaleão e Sodoma, as deserções maciças de terroristas, as baixas em combate, as capturas de cabeças e as apreensões de materiais, os terroristas jogam uma cartada com Dilma Rousseff, em busca da legitimação política.

Dentro da Colômbia recorreram a seus correligionários e cúmplices que manipulam os demais integrantes dos chamados “Colombianos pela paz”, para que insistam na legitimação do grupo terrorista. Para este efeito, urdiram a farsa de prometer cinco libertações em desagravo à destituída senadora a quem a Procuradoria encontrou nexos com as FARC.

E na ordem internacional, assessorados pela UNASUL, o Movimento Continental Bolivariano e os “novos melhores amigos” do presidente Santos, recorreram a promover protestos em várias latitudes pela “injusta” destituição em andamento da senadora e a promover ações legais internacionais para buscar sua restituição.

Ao mesmo tempo, com este estratagema de propaganda esquerdista, celebraram com exagero a eleição da terrorista brasileira Dilma Rousseff, em substituição do pró-terrorista Luiz Inácio Lula da Silva. E, que coincidência, a libertação dos cinco seqüestrados para desagravar a “ofendida ex-senadora”, vai-se produzir com o “apoio humanitário do governo brasileiro”, porém como primeiro grande ato de solidariedade internacional da presidente terrorista, em honra da “paz na Colômbia”.

Não é nova a maquiavélica jogada estratégica das FARC, em busca de reconhecimento político com status de beligerância e supressão do qualificativo de terroristas, para receber apoio posterior que lhes permita atacar a Colômbia desde o exterior, e implantar uma ditadura comunista afim a Lula, Chávez, Correa, Ortega, Castro, Lugo, Kirchner, Morales e Mujica.

As FARC já haviam tentado com a farsa da reunião de Chávez, Correa e o índio boliviano com Tirofijo no Caguán, para exigir o despejo de Pradera e Florida. Depois, com a falida trama de Néstor Kirchner para receber Emmanuel, o filho de Clara Rojas, e com a palhaçada de Piedad Córdoba e Hugo Chávez para ajudar a fingir “boa-vontade das FARC” com as libertações dos congressistas e do cabo Moncayo. E em seguida, com o seqüestro do governador de Caquetá e a difusão simultânea na Europa de um filme, editado pelos comunistas argentinos, na qual as FARC aparecem como santos varões.

A diplomacia hipócrita de Santos, Chávez e Correa, após a saída de Álvaro Uribe da Casa de Nariño, indica que os socialistas caviar da UNASUL avançaram em incisivos contatos com Santos e a ministra Holguín, para propiciar “negociações de paz” com as FARC após a libertação dos seqüestrados.

E nelas a “camarada e compatriota” Dilma Rousseff terá um papel preponderante, pois não só está em jogo a ambição totalitária dos comunistas latino-americanos, como a continuidade da liderança de Lula no projeto intercontinental de atacar e destruir os Estados Unidos e seus aliados com a combinação de todas as formas de luta, mediante o desenvolvimento de mil Vietnames em mil partes. E a Colômbia é o ponto ideal para iniciar esse incêndio no hemisfério.

O Congresso da República, a Chancelaria, as altas cortes, as Forças Militares, os meios de comunicação e a sociedade em geral devem entrar em alerta vermelho. Urge desempoeirar as análises dos fracassados processos de paz anteriores, incrementar a ação ofensiva das tropas contra os acampamentos das FARC e pôr nos trilhos a “mediação” de Dilma que, como é óbvio, faz parte do complô contra a Colômbia.


* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com 


Tradução: Graça Salgueiro

Conselhos de um experiente médico de família

CATOLICISMO

O Dr. Valdir Reginato, exercendo a medicina há quase três décadas, transmite sua ampla experiência e ótimas reflexões sobre valores familiares e o bom relacionamento entre pais e filhos

Dr. Valdir Reginato:

“As brigas e separações conjugais freqüentemente provocam desmoronamentos ou verdadeiros cataclismos, principalmente nos caminhos da infância”

Casado há 26 anos, pai de três filhos, o médico Valdir Reginato formou-se pela USP em 1981, adquiriu o título de Doutor em Ciências pela USP em 2005 e é especialista em Bioética pela USP. Atua em Medicina de Família e Terapia de Família. Membro do Centro de História e Filosofia das Ciências da Saúde da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Membro do Comitê de Ética em Pesquisa pela UNIFESP. Professor nas áreas de História da Medicina, Filosofia da Ciência e Bioética na UNIFESP, para os cursos de Biomedicina e Enfermagem. Introduziu em 2007 a disciplina de Espiritualidade e Medicina nos cursos de Medicina e Enfermagem na UNIFESP. Na área de orientação familiar, publicou o livro Aprendendo a ser pai em dez lições (Ed. Paulinas, 3ª edição). É coordenador da Pastoral da Família da igreja Nossa Senhora do Brasil e colunista da revista "Ser Família", com mais de 20 artigos publicados.
Para uma entrevista, a fim de transmitir sua experiência em assuntos relacionadas à instituição da família, que nos dias atuais é tão "bombardeada" por fatores de desagregação, gentilmente atendeu em seu consultório o colaborador de Catolicismo, Sr. Miguel da Costa Carvalho Vidigal.
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Catolicismo — O Sr. é conhecido por suas palestras sobre família, educação e terapia familiar. No que consiste esse trabalho? Como o Sr. chegou à conclusão da importância do assunto?
Dr. Valdir — Acredito que, por ser o quinto de oito irmãos, isto tenha sido um primeiro passo para perceber o valor da família no desenvolvimento pessoal. O processo de educação deve ser sempre considerado na sua forma global, com objetivos claros, ajudando as pessoas a conviver com a diversidade do comportamento humano e com as adversidades das circunstâncias da vida. Muitas vezes essa convivência é causa de doenças, mas ao mesmo tempo fator de colaboração para o tratamento, quando bem empregada. Ao longo da minha carreira de quase trinta anos como médico de família, isto ficou bastante claro, levando-me ao interesse pela terapia familiar.

Catolicismo — Em um mundo em que a família tem passado por um processo de desagregação, o que é ser pai, mãe e filho, sob o seu ponto de vista, para que ela não perca a própria razão de ser?
Dr. Valdir — Nos dias de hoje, tanto como nos de sempre, a relação entre pai, mãe e filho deve estar vinculada não só à origem biológica, sangüínea, mas também e principalmente à afetividade entre os membros da família. Uma variedade enorme de relacionamentos está sendo atualmente apresentada como "novas formas de família". Particularmente, não vejo na maioria desses grupos a proposta de "família", nem que seja respeitada a natureza do seu conceito antropológico. No caso da família, a afetividade está vinculada ao amor de compromisso, com que os pais buscam desenvolver seus filhos para que cresçam como pessoas, não como "meios de satisfação ou realização pessoal dos pais", sejam estes pais biológicos ou por adoção. Os filhos devem corresponder, em conseqüência, ao amor dos pais.


“Negar a Religião na educação é falha grave. Esta educação, como tantos outros hábitos e virtudes, deve ser passada na convivência familiar cotidiana”

Catolicismo — O Sr. pretende dar seqüência ao seu livro Aprendendo a ser pai em dez lições, com algo como "aprendendo a ser filho" ou "aprendendo a ser mãe"?
Dr. Valdir — Estou concluindo um novo livro de crônicas sobre "cenários do cotidiano familiar". Penso que poderá ser uma seqüência ao primeiro.

Catolicismo — Do que trata exatamente a cadeira "Disciplina de Espiritualidade e Medicina", que o Sr. introduziu nos cursos da Unifesp?
Dr. Valdir — A proposta responde a uma formação universitária que tem ocupado os estudantes com fundamentos muito alicerçados na tecnologia. Sem dúvida, o conhecimento técnico-científico é muito necessário para a formação dos profissionais da saúde, mas não se pode jamais esquecer que também eles são seres humano em sua plenitude, dotados portanto de espiritualidade. A própria Organização Mundial de Saúde, a partir de 1998, passou a incluir a questão da espiritualidade como dimensão para a saúde. Nos EUA, há mais de 20 anos este tema ocupa espaço curricular em mais de 100 faculdades de medicina, e aqui no Brasil estamos engatinhando. A receptividade dos alunos de medicina e enfermagem tem sido bastante otimista. Cada vez mais está se confirmando, dentro de metodologia científica, que a espiritualidade interage com a condição de doença-saúde nas pessoas, e quando bem utilizada pode trazer grandes benefícios aos pacientes.

Catolicismo — Qual a importância, para a educação de uma criança e de um adolescente, ter o pai e a mãe sempre juntos? Sob seu ponto de vista, há benefícios? Ou isso é mais ou menos indiferente, segundo apontam alguns?
Dr. Valdir — Costumo dizer que o amor dos pais constrói o "caminho da educação" para os filhos. Quanto melhor o relacionamento dos pais e maior o amor, mais segura será essa estrada. O contrário também é uma realidade, ou seja, as brigas e separações freqüentemente provocam desmoronamentos ou verdadeiros cataclismos nesses caminhos, principalmente na infância. Neste intuito, falamos aos pais que, se querem educar bem os seus filhos, procurem antes de mais nada verificar como está o relacionamento entre ambos. É verdade que casais bem unidos podem apresentar filhos com graves dificuldades; e também ocorre que pessoas bem estruturadas procedam de casais problemáticos. Contudo isto não é a regra, pelo contrário.

Catolicismo — Qual o relevo da religiosidade na formação dos filhos e na união da família?
Dr. Valdir — O homem é por natureza um ser religioso. Assim o verificamos na história da humanidade, em todas as civilizações, ainda que com grande diversidade de crenças. Mas o fato é que noventa por cento do mundo acredita em "um deus". Assim, passar aos filhos a crença dos pais é tão responsável quanto fornecer alimentação, vestuário e habitação. A opção de deixar para depois, conforme a escolha do filho, não me parece justa. Se o alimentamos e o colocamos na escola sem questionamentos, por que esperar que a religião resulte de uma escolha por livre decisão? Negar a religião no processo de educação é falha grave. Esta educação, assim como tantos outros hábitos e virtudes, deve ser passada na convivência familiar cotidiana. Isto se faz em pequenas atitudes desde o despertar — no horário das refeições, nas dificuldades e doenças, nas alegrias conquistadas, nos desafios que se apresentam — até o agradecimento a Deus ao deitar.

Catolicismo — Sabemos que o Sr. atua em uma área na qual muitos tentam afastar os aspectos religiosos. Entretanto vemos que age com predominante espírito católico, inclusive procura se dedicar militantemente a um apostolado no qual medicina, religião e família se confundem e se complementam. O Sr. acredita que as pessoas em geral recebem bem essa posição? Ou ela encontra muita resistência?
Dr. Valdir — O ser humano deve buscar agir com unidade de vida. Isto significa que não podemos ser João na igreja, Joaquim no trabalho e José em casa. A diversidade de circunstâncias exige que o comportamento seja adequado a cada situação e momento, no entanto religião, família e trabalho são parâmetros que não podem alterar o que uma pessoa é. Lembro-me de um paciente português que, embora reconhecendo sua "ignorância escolar", afirmava com enorme sabedoria de vida: "Siga sempre uma hierarquia: primeiro Deus, depois a família, e em terceiro lugar o trabalho. Quando esta ordem estiver trocada, você não estará bem". Viver esta hierarquia com unidade de vida é um desafio a cada dia, mas acredito ser isto o que se deve buscar. Esses elementos se complementam, mas não são equivalentes, pois a participação de uma ou outra é proporcional às condições que se apresentam. Assim, a maior resistência que podemos encontrar, para viver essa unidade de vida, não estará fora de nós, mas dentro de nós. A luta interior é muito maior do que a resistência dos obstáculos externos.


“O Natal é o momento de se recolher na gruta de Belém e contemplar o milagre do nascimento de Cristo. É uma pena que tenham tornado o Natal uma festa de comércio”

Catolicismo — A presidente eleita do Brasil declarou diversas vezes, em seu passado, ser favorável à descriminalização do aborto. Mas durante a campanha eleitoral ela afirmou ser pessoalmente contrária à prática abortiva. No intuito de se explicar perante a sociedade sobre o que poderá fazer a favor do aborto, insistiu que o tema é uma "questão de saúde pública". O que o Sr. espera do novo governo nessa área? Como médico, parece-lhe que o aborto se resume a uma "questão de saúde pública"?
Dr. Valdir — Não vou falar de política, muito menos da futura presidente. Refiro-me somente à questão do aborto. Cientificamente, quanto mais nos aprofundamos no estudo do embrião, mais temos motivos científicos para afirmar que um ser humano se origina no momento da união do espermatozóide com o óvulo, constituindo-se o zigoto. Isto já não pode ser mais considerado questão de opinião ou de gosto, é científico. Assim, o aborto provocado passa a ser um crime. Na busca de justificação para o aborto, encontrou-se nos problemas sociais um forte argumento de caráter psicológico na questão do estupro. Não temos espaço aqui para uma reflexão aprofundada sobre o assunto, mas não posso imaginar que se mate o inocente por causa de alguém que cometeu grave crime de agressão à mulher. Além desse caso, fetos mal formados são seres humanos que precisam cada vez mais ser ajudados pelo desenvolvimento do conhecimento científico, e não eliminados. Assim caminha a medicina desde sempre, buscando meios de tratar os doentes, e não meios de matar os doentes para eliminar a doença. Quanto a ser "questão de saúde pública", eu concordo, só que num âmbito radicalmente oposto ao que se está propondo. Precisamos, isto sim, de uma política que promova uma educação para valorizar a mulher desde a infância; que valorize o compromisso respeitoso do relacionamento entre um homem e uma mulher; que dê uma assistência adequada à gestante; que amplie a reflexão sobre o sentido da vida, desde a sua concepção até a morte natural.

Catolicismo — Estamos em um período natalino, quando normalmente as famílias se reúnem. Em que medida essas reuniões familiares — não apenas no Natal, mas ao longo de todo o ano — influem na constituição de um lar harmônico?
Dr. Valdir — Viver em família deve ser necessariamente uma busca e uma construção para o objetivo da felicidade. Isto é o que toda pessoa deseja: ser feliz! Na família não pode ser diferente. Felicidade não é somente comemoração, mas deve estar presente nas atividades de trabalho, dos afazeres cotidianos do lar, no lazer. Certamente as comemorações são ocasiões muito propícias, e a ocasião do Natal é a mais adequada para a reunião em família. Que outra festa reúne mais o espírito de família que o Natal? É um período que se inicia com o advento, e passo a passo vamos nos preparando para a espera do nascimento de Jesus. É o tempo de contar às crianças a história deste Menino, para que O conheçam e cresçam na sua amizade. É o tempo para que os maiores se esforcem especialmente na prática de virtudes, em preparar o coração mediante o esforço de ações concretas de colaboração no lar ou ajuda aos mais necessitados. É a época em que se deve viver como nunca o perdão e a reconciliação. É o momento de nos recolhermos na gruta de Belém e contemplar o milagre do nascimento de Cristo. É uma pena que tenham tornado o Natal uma festa de comércio. É preciso recuperar o verdadeiro e único sentido do Natal: o nascimento de Jesus para os homens de boa vontade.

Catolicismo — Qual mensagem a Sagrada Família pode trazer neste Natal de 2010?
Dr. Valdir — A Sagrada Família deve ser uma convivência permanente em todos os lares, e não somente uma mensagem durante o Natal. Há alguns anos, sempre que sou convidado para um casamento, presenteio os noivos com uma imagem da Sagrada Família; e nos cursos de noivos, peço que eles a tenham num lugar visível da casa. O espaço destinado a esta entrevista é muito pequeno para se falar amplamente da Sagrada Família. Mas sugiro aos que a leram até aqui, que fechem seus olhos e olhem para os seus corações. Percorram o caminho de vida que os da Sagrada Família fizeram, descrito nas poucas passagens do Evangelho. Vivam as suas dores e as suas alegrias. Percebam a simplicidade do viver. Aprendam a trabalhar com eles no Amor. Enriqueçam-se com o tesouro da sua pobreza. Sejam livres com o exemplo da sua obediência. Orgulhem-se de serem filhos de pais tão humildes. Sintam a imensa felicidade que há na paz do lar de Nazaré. Assim será impossível não querer levar ao mundo a Boa Nova do Natal a todos os homens de boa vontade.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".