Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

AS MASSAS E O ESTADO

AS MASSAS E O ESTADO

José Nivaldo Gomes Cordeiro


Apresentação no Instituto Cervantes

Colóquio sobre Ortega y Gasset

12 de novembro 2008

 

Minhas Senhoras e meus Senhores,

 

Quero cumprimentar os organizadores desse evento e, ao fazê-lo, a todos os presentes. É uma honra para mim estar aqui nesta Casa dedicada ao grande Miguel de Cervantes, para falar da obra de um outro grande espanhol, José Ortega y Gasset. Meu tema não poderia ser outro, eu que dediquei  grande parte de minha atividade intelectual dos últimos tempos a estudar a obra de Ortega: o homem-massa e sua relação com o Estado na obra do filósofo celtibero. É o que pretendo comentar aqui.

 

No conjunto da obra de Ortega certamente esse tema é o mais difundido e é o maior triunfo científico de sua sociologia. Diante da sua filosofia não é o tema principal, todavia. O filósofo foi cirúrgico na sua análise e nas suas previsões nelas fundadas, daí ter encantado gerações de admiradores. Ao chamar a atenção do mundo para esse fenômeno – a emergência do homem-massa – Ortega o fez como um desesperado, que tinha em mira a sua querida Espanha, que via como invertebrada, isenta de homens egrégios. É na obra ESPANHA INVERTEBRADA, do início dos anos vinte, que poderemos enxergar por inteiro o que ele olhou e pensou. E previu com muita acuidade. O famoso REBELIÃO DAS MASSAS virá depois como um refinamento dessa sua obsessão com a vida de Espanha, seu discurso para os não espanhóis.

 

E por que me interessei pelo tema? Tomo aqui as palavras do próprio Ortega, escritas em 1934 no prólogo à quarta edição do ESPANHA INVERTEBRADA: “Alguém em pleno deserto se sente enfermo, desesperadamente enfermo. O que fará?”  A imagem é primorosa, é como eu me sinto nesses tempos tormentosos. Por me sentir assim é que eu venho aqui falar a vocês. A minha alma sente o duplo efeito: a ameaça dos perigos dos tempos e a insuficiência de conhecimento alegada por Ortega, socraticamente, ele que era um grande mestre. Com mais rigor e propriedade faço minhas as suas palavras e lamento a minha própria ignorância.

 

O mundo hoje padece de crises e incertezas da maior envergadura, semelhantes àquelas vividas por Ortega no período em que escreveu o ESPANHA INVERTEBRADA e o A REBELIÃO DAS MASSAS. Novamente tempos de grandes perigos. “A história está novamente em movimento”, para usar a bela frase profética de Arnold Toynbee. Isso nos deveria fazer quedar, sem ter o que fazer diante do inevitável? De forma alguma. No mínimo, temos que imitar o filósofo e falar nem que seja às estátuas, como o fez em Paris. Ou às almas bondosas que aqui estão. Falar é sempre um grande remédio para a alma desesperada.

 

Por isso a atualidade de suas reflexões. Quero aqui me debruçar sobre três conceitos: homem-massa, Estado e o poder, ou seja, “quem manda no mundo”. Creio que estão contidas nessas expressões as preocupações do filósofo e a investigação para compreender esses três temas é que lhe deu as chaves para a compreensão da dinâmica política atual.

 

Não posso aqui deixar de me referir à recente eleição de Barack Obama para a Presidência dos Estados Unidos. Em tudo e por tudo sua eleição está carregada de significados. Quem ouviu o primeiro discurso do presidente eleito em Chicago, diante da multidão prostrada, não pôde deixar de se admirar e de se apavorar. “Change, gritavam. E também: “Yes, we can”. Estamos aqui novamente diante de um líder de multidão que é ele mesmo a expressão do homem-massa tornado chefe de Estado. Sua característica principal, quando comparado com lideranças genuínas, é que chefes como Obama não lideram a multidão, são por elas liderados. Daí porque essas palavras-força hipnotizam e apavoram.

 

Obama só tem a oferecer às massas o poder de Estado posto a serviço de seus apetites e estes não são banais, são impossíveis de ser atendidos: suprimir a lei da escassez, eliminar a crise econômica por medida legislativa e unilateralmente impor a paz quando a guerra se faz necessária. E, a fracassar a paz, como no passado, fazer a guerra pela guerra, no ativismo bélico motivado por razões econômicas e ideológicas, e não pelos nobres e racionais motivos geopolíticos.

 

Em resumo, Obama é o exemplo mais completo e acabado de chefe de multidões erguido aos ombros pelos homens-massas desde que Hitler foi eleito, em 1933. Vimos como acabou aquela experiência histórica. Temos que decifrar o enigma atual e buscar o sentido das imorredouras palavras de Sófocles, na peça ÉDIPO REI:

 

Naufraga a polis – pode conferi-lo -;

a cabeça já não é capaz de erguê-la

por sobre o rubro vórtice salino:

morre no solo – cálices de frutas;

morre no gado, morre na agonia

do aborto”.

 

Eu não encontraria palavras mais poéticas e mais trágicas para descrever o teor da grave crise econômica mundial instalada e a carência de um governante sensato na condução do Estado, em período tão critico. A ideologia por excelência dos homens-massa é o socialismo. E a causa da crise são as medidas socialistas tomadas no passado. E, quanto mais a crise se agrava, mais medidas socialistas são pedidas pela multidão ao governante, que é seu espelho. A causaçãocircular gera uma espiral política infernal que há um século redundou na pira em que queimou o mundo e os homens na estupidez da guerra e na busca desesperada da solução existencial – a perfeição em vida – pela ação burocrática do Estado. O apogeu dessa loucura foram os fornos crematórios e a bomba atômica, de triste memória.

 

O que viu Ortega? O surgimento das multidões urbanas, átomos individualizados que herdaram o melhor da tradição ocidental, mas quais filhos pródigos de pais ricos, nada fizeram para dispor do que receberam. E entre os muitos bens herdados dois se destacam especialmente: a técnica, originada da filosofia e da ciência empírica, que deu às multidões luxos jamais imaginados pelos ricos de outrora; e o Estado, esse portento agigantado pelos modernos administradores, poder comprimido posto nas mãos desses filhos das massas, homens notavelmente despreparados para seu autogoverno.

 

A ausência dos “melhores”

 

A primeira grande desgraça que Ortega viu nos novos tempos foi o que ele chamou de “a ausência dos melhores”. Ortega entendia que há uma hierarquia natural, em que a minoria “egrégia”, em tempos sadios, é aceita como a liderança espontânea, cabendo às massas copiar-lhe o exemplo vital e obedecê-la. Quem é essa elite?

 

Ao ler a obra orteguiana fica sempre a pergunta impertinente. Seria o “nobre” assemelhado ao filósofo platônico? É possível que possamos ver aqui esse parentesco. No entanto, precisamos qualificar o sentido, pois essa minoria egrégia não deve ser confundida, para Ortega, com uma classe letrada ou de verniz sacerdotal, “filósofa”. Ortega repetidas vezes afirmou que é nobre aquele que dá mais de si, que se sacrifica, que supera as próprias restrições pessoais, pondo-se a serviço dos seus. É aquele que sabe das virtudes e as pratica. Não há, portanto, a idéia de uma aristocracia do conhecimento, mas do ser vital, que traz em si a história viva. Mesmo um homem simples pode ser um egrégio.

 

O homem nobre é o oposto do demagogo que vai à praça pública pregar facilidades para se tornar governante e que empresta sua oratória para dar voz aos vícios insaciáveis das massas.

 

Tampouco podemos falar de uma aristocracia de sangue. O filósofo desdenha dessa idéia e deixa claro que nobreza não pode ser transmitida geneticamente, como diríamos hoje. Nobreza de sangue é apenas uma caricatura jurídica da verdadeira nobreza, a repetição mecânica e um reconhecimento tardio do valor de um ser nobre que viveu no passado.

 

Então, o que é? Penso que para ele são aquelas pessoas que têm o sentido da história e da tradição. São aqueles que carregam o ônus das virtudes consagradas no Ocidente. São aqueles que fazem da história – mais das vezes a de tradição oral – o seu presente, fundando nela suas ações. Seu viver expressa essa atualidade do antigo. Fazem o dia a dia contemplando os milênios predecessores. Gente assim tinha ficado escassa no seu tempo, como escassa está atualmente. Os egrégios sumiram precisamente porque não há mais um passado vivo, mas a crença no presente eterno, que se perpetua.

 

Terá faltado a Ortega, por conta de seu agnosticismo, ligar esse “direito à continuidade” aos valores judaico-cristãos. Uma grande lacuna na sua produção teórica. A leitura atenta de sua obra, todavia, leva, de forma inescapável, a valorizar o cristianismo e colocá-lo, com o devido destaque, na coleção de requisitos para tornar alguém um ser egrégio. Tem sido, o cristianismo, o veículo pelo qual a atualidade histórica tem sido transmitida nos dois últimos milênios e não podemos deixar de creditar à Igreja Católica o mérito de reconhecer na filosofia clássica seu outro Testamento, conforme a análise lúcida do então jovem teólogo Joseph Ratzinger, no seu INTRODUÇÃO AO CRISTIANISMO, de 1967.

 

Essa consciência história é o impregnar-se com as virtudes da tradição, a temperança, o senso de justiça, a tolerância. Virtudes assim podem ser praticadas sem que haja a aquisição de cultura livresca, bastando que não seja quebrado o fio da tradição. Por isso que Ortega insistia que um dos direitos mais importantes da pessoa humana era o da “continuidade”, precisamente o de se ter um passado e de se viver o presente, construindo o futuro, sem perder de vista o legado precioso das gerações anteriores.

 

O império do Homem-massa

 

O homem-massa de Ortega é o oposto do ser egrégio como antes definido. É homogêneo, desprovido de passado. É o senhorito satisfeito. E reside aqui nessa constatação sua reprovação mais desabonadora: um ser sem passado é um ser sem história, recriado como que vindo do nada a cada geração. Junte-se a isso a confiança de quem domina as técnicas, capazes de grandes maravilhas, e aí teremos o personagem mais arrogante de todos os tempos.

 

O mundo que se apresenta a partir da segunda metade do século XIX é o das multidões, apinhadas nas grandes cidades. O impacto dessas aglomerações não pode ser minimizado. O ser individual perde a identidade, torna-se uma mônada indiferenciada, uma gota perdida em um oceano de gentes. Em oposição, agiganta-se o grande organizador dessas massas, o Estado, cujo papel muda radicalmente desde então, como veremos a seguir.

 

Ortega estava preocupado com a Espanha e a Europa, mas acabou por se tornar um profeta dos graves problemas do nosso tempo. Um escritor para o século XXI, para usar a expressão empregada por Vargas Llosa ao falar da obra de Cervantes. Ortega mesmo frisou que os problemas políticos seriam epidérmicos se a sociedade estivesse sadia, se seu corpo (as massas) e sua cabeça (a elite egrégia) estivessem interagindo como deve ser. Os fenômenos políticos, no entanto, podem ser elevados a alto grau de ameaça, a ponto de colocar a própria sobrevivência da humanidade em risco, se os tomadores de decisões de Estado foram meros representantes das massas insaciáveis. Os problemas políticos então deixam de ser epidérmicos e passam a ser o fator determinante para que a própria vida humana tenha continuidade. Os fornos crematórios de Hitler ainda não perderam de todo o calor, naquela loucura completa que foi o exercício do poder por um legítimo representante do homem-massa. Bombas atômicas estão prontas para uso em várias partes do planeta neste exato momento.

 

É nesse contexto que devemos tomar a célebre advertência de Ortega: “Eu sou eu e minha circunstância e se não a salvo, não salvo a mim mesmo”. Sábias e imorredouras palavras. Salvar as circunstâncias em política passou a ser um imperativo de nosso tempo. E salvar essas circunstância é resgatar o poder de Estado das mãos dos demagogos, dos chefes de multidão.

 

Os genocídios comunistas também não devem ser jamais esquecidos. O comunismo, assim como o nazismo, o fascismo e o progressismo, são expressões da política executada diretamente pelos homens-massa, que transformam rufiões oriundos da multidão em mandatários das nações. Homens sem passado e sem escrúpulos, que pregam facilidade e fazem a apologia de um futuro perfeito, em delirante fuga da realidade. Não são apenas crimes que esses homens praticaram, eles transformaram o Estado, de ferramenta para o bem-comum, na máquina de matar gente em larga escala. Talvez não haja na língua um vocábulo capaz de traduzir a hediondez do que estamos a ver.

 

O que é o Estado?

 

Podemos olhar o Estado de muitos ângulos e o que menos nos interessa aqui é vê-lo pela ótica jurídica. Alguém já disse que o Estado é uma ficção. Mas ficção não mata, mas a loucura, sim. O Estado é uma realidade ou uma ferramenta, como definiu Ortega y Gasset. Essa ferramenta é muito importante e sempre foi perigosa, porque o Estado é, antes de tudo, violência concentrada, capacidade de matar, de tributar, de prender, de sujeitar os indivíduos.

 

O Estado, quando conduzido por gente moralmente inferior, torna-se o grande algoz da humanidade. É isso que temos visto desde então. A própria guerra, cuja natureza nobre sempre foi cultuada pelo melhores, nos tempos hodiernos muda de caráter, passando de instrumento para a recuperação do equilíbrio político e da afirmação da segurança coletiva para  a ação de destruição pura e simples de comunidades diferentes. O homem-massa anseia pela homogeneidade. A guerra passou a matar à escala industrial apenas para satisfazer ideologias cegas, motivadas pela falsa capacidade que teria de aperfeiçoar a humanidade. A busca da igualdade irracional motiva muitos dos morticínios contemporâneos.

 

O Estado, enquanto ferramenta, nos tempos antigos permitiu ao homem criar uma ordem e, a partir dela, deixar frutificar os seus engenhos, a própria liberdade ela mesma. Sem o Estado não haveria como construir um espaço de liberdade, em que o homem em geral pudesse construir seu próprio destino. Ao contrário do que pensam aqueles de tendências anarquistas, a alternativa ao Estado não é haver mais liberdade, mas sim, o seu oposto, o caos, que é a escravidão da alma. Importa, pois, não substituir uma ilusão por outra, ou seja, o Estado gigante (ou Total, como costumo chamar), pela sua ausência, mas sim, domesticá-lo e trazê-lo para proporções humanas. Fazer novamente o criador dispor de sua criatura.

 

O Estado só pode ser benigno quando conduzido pela elite egrégia, que carrega a tradição e sabe da missão e das limitações do ente estatal. A elite sabedora de que o Estado precisa, necessariamente, ser “mínimo”, como defenderam os liberais clássicos. A maior das mentiras da modernidade foi recriar o antigo mito sofista da igualdade, sobrepondo-se à necessidade mais terrivelmente ameaçada de todos os tempos, a liberdade. O homem-massa, quando alçado ao poder – e até mesmo para ser alçado ao poder – quer tornar o Estado o instrumento para a implantação da igualdade. Esse terrível engano está na raiz dos monstruosos crimes cometidos pelos coletivistas de todos os calibres.

 

O resultado dessa visão errônea é a estatização progressiva e inexorável da vida cotidiana. Tudo passou a depender do ente estatal. A moeda é do Estado, os regulamentos se multiplicam, a vida espontânea tende ao desaparecimento. Os homens são “coisificados”, tratados com seres incapazes de uma vida adulta e responsável. É Estado-mamãe, que tudo provê, mas que não permite o menor desvio de seus regulamentos. Afinal, as leis são inexoráveis e quando se legisla sobre a banalidade da vida torna-se a própria vida uma prisão infame.

 

Uma crítica à democracia

 

Trago aqui aos senhores essas reflexões finais, tomando o quadro político que se apresenta aos nossos olhos. Acompanhamos agora as campanhas eleitorais no Brasil e no nos EUA. Pudemos ter uma clareza muito grande como a política pode ser perigosa, um nefasto exercício de auto-engano. O homem-massa eleitor é agora cortejado não para eleger os melhores partidos e as melhores pessoas para governar. Ele agora é chamado a escolher quem vai colocar “mais” e “melhor” o Estado a serviço de seus apetites, de suas idiossincrasias, de suas ilusões. “Change” e “Yes, we can” são mantras de mobilização de alto poder destrutivo, grávidos que estão de violência irracional.

 

Temos, pois, a resposta à terrível pergunta de Ortega: “Quem manda no mundo?” Os piores, os moralmente inferiores, os cegos, os potencialmente genocidas, são esses os que mandam no mundo. São os socialistas que mandam no mundo. Essa laia tem hoje nas mãos as rédeas do poder.

 

O discurso político de todo postulante aos votos parte do suposto da estupidez factual da maioria dos eleitores, que não compreende o Estado e nem os movimentos políticos, mas que julga ser seu “direito” ter todas as benesses que as classes políticas lhes prometem em troca do seu voto. É crença estabelecida que o Estado tem a obrigação de prover as necessidades básicas, do emprego à escola, da saúde à aposentadoria. Essa crença decreta o fim da democracia, que supõe o indivíduo capaz de prover-se a si mesmo, mesmo que os sistemas eleitorais formais permaneçam funcionando. Estamos a ver o suicídio do sistema democrático e nada lembra mais um Estado policial do que a forma assumida pelos Estados contemporâneos, em todos os lugares.

 

Vimos nesses exemplos precisamente o esgotamento da experiência da democracia de massas, em que o voto universal não está condicionado por uma estrutura partidária que respeite e proteja a continuidade dos valores da democracia liberal. Do jeito que as instituições estão organizadas, tanto aqui como nos EUA ou em qualquer lugar do mundo, a demagogia da igualdade ou – o que é a mesma coisa – a demagogia de que o Estado teria uma função beneficente (para usar a deliciosa expressão empregada por Ortega em texto de 1953) triunfou. Posso dizer que é o triunfo do totalitarismo, do Estado Total.

 

Qual será a alternativa, meus senhores e minhas senhoras? Eu não sei. Sei apenas que, ficando como está, a humanidade transformará o Estado de instrumento de libertação em instrumento de escravidão e morte. Tudo contra o que Ortega y Gasset desesperadamente lutou, conforme o testemunho de sua obra. Tudo contra o que todos nós devemos lutar.  Não podemos esquecer jamais que vivemos tempo de grandes perigos.

14 comentários:

Everardo disse...

"Cada um conforme a sua capacidade e a cada um conforme a sua necessidade". Nada mais pode ser próximo aos ensinamentos de Jesus do que essa máxima do ideal de justiça socialista. Isso nada tem a ver com crimes cometidos por governos e conjunturas que assumem modelos da direita ou da esquerda radical. Da mesma forma, a igualdade formal do liberalismo não resolveu os problemas a que se propôs. Em nenhum lugar e em tempo algum. Mas, essas minhas afirmações poderiam ser contestadas, desde que com argumentos e não com dogmas surrados, maniqueístas, daqueles que se julgam donos da verdade e que falam em nome de Deus, sabe lá onde foram buscar tal autoridade.

Cavaleiro do Templo disse...

"Cada um conforme a sua capacidade e a cada um conforme a sua necessidade" na boca de um esquerdopata é apenas DISCURSO, meu chapa, que JAMAIS chegou nem mesmo perto de acontecer no mundo real onde quer que se deitou esta doença pelo planeta afora. Agora o "cada um conforme a sua capacidade e a cada um conforme a sua necessidade" aconteceu DE FATO nos não-esquerdopatas como os Estados Unidos, por exemplo.

E é esta a essência da revolução. Discurso, e nada mais. Quem sabe e quer fazer, vai e faz. Quem não sabe e/ou não quer, sobe no palanque e faz o que vemos no Brasil.

Everardo disse...

Mas, eu vejo essa lógica nos programas sociais do governo do Presidente Lula, quando o Estado arrecada de quem mais tem capacidade de produzir (inclusive face ao acesso a recursos públicos de incentivo à produção) e distribui entre aqueles que foram colocados à margem da sociedade, do consumo, do acesso à educação de qualidade por governos elitistas, concentradores e "darwinistas". Foram governos desumanos, racistas, cruéis que entregaram milhões de família à tragédia da fome, com discursos moralistas de que devem apenas trabalhar. Mas, essa ação de natureza social tem reflexos positivos também na própria economia. Veja que foi criado um mercado interno de 12 milhões de consumidores, quase o tamanho do mercado da Argentina, sem endividamento externo, sem corrupção. Esse fator foi preponderante para que tivéssemos estabilidade interna e externa durante essa crise que se abate sobre os países ricos. O reconhecimento disso está no elevado conceito do Brasil lá fora e na extraordinária aceitação do governo por todas as classes sociais. Eu acredito nisso, e posso demonstrar com números, sem a força das emoções e do preconceito. Não se pode deixar de perceber QUEM está alinhado no pensamento contrário. Não o incluo, Sr. Cavaleiro, mas observe que os golpistas, que mancharam o nome do nosso Exército, com tirturas, e os corruptos, estão posicionados na linha de resistência contra o nosso desenvolvimento.

Cavaleiro do Templo disse...

Bom, vamos ver se você entende mesmo esta lógica. Você utiliza um computador para ler meu site, tem gente que não tem um. Quando você vai começar a eliminar esta "injustiça social" e liberar seu micro para o uso por quem não tem um? Deve também ter mais de uma cueca, tem gente que não tem nenhuma. Esta "injustiça social", dar todas as outras cuecas e ficar com um só, vai acontecer quando? Deve também ter mais dinheiro na conta que a imensa maioria. Quando vamos ver a sua "justiça social" agindo sobre si mesmo, em benefício dos necessitados?

E quando a "justiça social" abater-se-á sobre o filho do presidente da república, que você ver ter muita lógica?

Pimenta nos olhos dos outros é refreco.

Para finalizar, olhem que definição maravilhosa dos países socialistas/comunistas adorados por este presidente, definição esta do Everardo:

"Foram governos desumanos, racistas, cruéis que entregaram milhões de família à tragédia da fome, com discursos moralistas de que devem apenas trabalhar."

Tem explicar Cuba, China e Coréia do Norte, entre outros, melhor?

Everardo disse...

Posso não ter sido compreendido, Cavaleiro. Me refiro a socialismo. O radicalismo está presente em todas as ideologias, são os extremos de todas as coisas. O socialismo prega a justiça social. A distribuição de cuecas (acredito que o senhor usa o exemplo como metáfora) exemplifica bem a incompreensão do paradigma socialista pela ótica do pensamento radical. O socialismo respeita a propriedade, mas assegura os limites sociais da propriedade. A simbologia que comporta o caso de Cuba diz bem aonde pode chegar um povo no limite da sua exploração, a não ser que o senhor desconheça o que era a Cuba de Fulgêncio Batista, um simples prostíbulo de milionários texanos.
Se eu tivesse que "vencer debates" utilizando exemplos de radicalismo, talvez pudesse utilizar os chefes católicos da inquisição para sujar a igreja católica, falar dos Papas que enlamearam a igreja católica. Isso não se deve fazer. O ideal de justiça socialista é um ideal, e o senhor poderá até não concordar com ele, não pode é tentara invalidá-lo usando a estratégia de apontar crimes cometidos por "comunistas". O socialismo está presente em todos os países do mundo. Em alguns, majoritariamente no governo, em outros, integram o corpo de normas jurídicas (como no caso brasileiro). Isso nada tem a ver com criminosos.

Cavaleiro do Templo disse...

Não existe incompreensão alguma, nem radicalimso, quando cito o que você mesmo escreveu e peço suas providências pessoais contra as injustiças. Continua válido os exemplos que citei, mesmo depois de teu novo comentário. Se fala em justiça social, vamos ver quando ela vira de ti para os outros.

Avise-nos, ok?

Everardo disse...

O IBGE poderá nos fornecer centenas de exemplo de justiça social que está sendo feita. Milhões de pessoas saindo da miséria e ninguém perdendo seus bens para que isso aconteça. Quem está perdendo o quê em razão dos direitos sociais inseridos na nossa CF de 1988? Duvido que se aponte algum...

Cavaleiro do Templo disse...

Enquanto você tiver mais de uma cueca, seu discurso será nada mais que isto: palavrório.

Everardo disse...

Acho que a sua reação de irritação denuncia a falta de argumentos intelectualmente honestos. Não é a distribuição de cuecas que produz a justiça social. A justiça social vem de políticas públicas. Isso é o oposto da concentração de renda, do racism, da intolerância.

Cavaleiro do Templo disse...

Ahhhhhh... Consegui o que eu queria!

Vejam isto, olhem como pensa um esquerdopata:

"A justiça social vem de políticas públicas."

Ou seja, o monopólio da "justiça social" não tem nada a ver com as criaturas esquerdopatas ou com o cidadão normal, é o Estado que vai "acertar" as coisas. Tirar de um e dar para outros. Claro, nunca será tirado nada de um esquerdopata, nem mesmo uma de suas milhares de cuecas.

Por isto os esquerdopatas não se sentem obrigados a fazer nada pelo próximo, mesmo que tenham 3 milhões de cuecas no armário e vejam o vizinho sem nenhuma.

E o Estado, nas mãos de esquerdopatas da "juztissa çossiáu", terá que ter em mãos poderes plenos para exercê-la. É fácil entender: você só obriga o outro a fazer o que ele não quer SE VOCÊ TIVER MAIS PODER QUE ELE. No caso de uma país, é a mesma coisa. O Governo terá que ter poder para te OBRIGAR a fazer o que você não quer.

Notem bem que não é o caso de leis e fazer o cidadão obedecê-las. É o caso de se ter em mãos poder ACIMA DE TUDO E TODOS para impor os devalírios (devaneios + delírios) da mente esquerdopata.

Em resumo: CUBA, CHINA, CORÉIA DO NORTE, URSS...

Está entendido agora como a coisa toda funciona? É com vaselina que eles querem colocar, deixaram de fazer como foi em Cuba.

Tudo se resume a TER EM MÃOS PODER TOTAL. Depois disto, é como as últimas fotos de Fidel usando conjuntos da ADIDAS e da NIKE.

A "justiça social" dos esquerdopatas revolucionários é: tudo para nós do grupo, pro resto, o resto (se restar algo).

Anônimo disse...

O senhor está com o pensamento embotado pelo ódio. Eu poderia apostar que tem algum interesse contrariado ou alguma frustração, por ver que, no mundo inteiro, a solidariedade está preenchendo todos os espaços antes ocupados pelos individualistas "liberais", que só olham para os seus próprios interesses. Não há mais espaço para fascistas e a idade média não é apenas página virada, é página que a humanidade matém viva para que as atrocidades da era das trevas não voltem mais a acontecer, como aconteceu sob a orientação de Hitler, Mussolini, Oliveira Salazar, Pio XII, tendo o Brasil escapado da ação intergalista e de suas organizações paramilitares graças aos nossos traços culturais. Caso contrário, teríamos "inquisições" promovidas pelos nazi locais, contra negros, mulheres (porque as odeiam?) e homossexuais (declarados, bem explicado, pois são enrustidos que odeiam os que possuem a coragem de assumir).
Imagine-se um magote de pedófilos milionários dizendo-se porta vozes do próprio Deus para acumular fortunas e palácios...Xô!!

Cavaleiro do Templo disse...

É claro, o odioso ser humano sou eu e não os "da solidariedade estatal" que mataram cem milhôes de pessoas em seus próprios países. Evidente, você está certíssimo. Você rezou muito bem a cartilha dos "da solidariedade estatal", viu? Aquela parte que diz "somos os melhores seres humanos já nascidos, os que não estão conosco são os piores seres humanos já nascidos".

Anônimo disse...

Felizmente o estado brasileiro é laico, pois imagino que orientado por pessoas que pensam assim estaria hoje fomentando a escravidão e o tráfico de negros (muito mais desumano que o de drogas) e mantendo alguns pequenos grupos (como esse que se diz herdeiro do trono brasileiro) em permanente ócio pago com a exploração dos outros. Deveriam trabalhar, como qualquer um, e não viverem de mordomias custeadas pro laudêmios e outras formas de parasitismo contra o Estado.

Cavaleiro do Templo disse...

Não se preocupe, a laicidade do socialismo não escraviza só os negros. Não nos esqueçamos que a pregação da igualdade é o mote. Todos na merda, EXCETO o partido, claro, que vivem "em permanente ócio pago com a exploração dos outros. Deveriam (os do partido) trabalhar, como qualquer um, e não viverem de mordomias custeadas pro laudêmios e outras formas de parasitismo contra o Estado".

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".