JULIO SEVERO
Ativista da internet aconselha amigos a procurar outro jeito de sustentar seu ministério
Bob Unruh
© 2011 WND
“Relaxe”, diz o site do PayPal. “Envie pagamentos aos amigos e parentes em segundos com o PayPal”. Afinal, é o “jeito fácil de enviar dinheiro em segundos”. Não há necessidade de cheques, caixas eletrônicos, envelopes e selos; apenas clique no botão na tela de seu computador. Você pode usar o PayPal — a menos, é claro, que você e seus amigos ensinem a perspectiva bíblica de que a homossexualidade não é aceitável para os cristãos e é pecado.
Daí, você recebe uma notificação da gigantesca empresa de transferência de dinheiro dizendo que você está sendo investigado. Outra notificação vem logo depois, dizendo que sua conta está sendo fechada e que o PayPal reterá o dinheiro por 180 dias, e então o devolverá a você. Mas você não mais tem acesso a esse dinheiro.
Essas são as situações complicadas que foram se alargando contra o ativista cristão Julio Severo, que posta artigos online em seu blog internacional Last Days Watchman, ensinando valores cristãos e alertando os leitores quanto às influências anticristãs. Então os executivos do PayPal despacharam um e-mail explicando que por causa de “restrições legais e regulatórias”, a empresa PayPal Private Limited “não pode processar pagamentos de doações para entidades de caridades e organizações sem fins lucrativos que não foram registradas; organizações/partidos políticos; instituições religiosas; levantadores de fundos para pessoas ou organizações, etc.…”
“Essa não é uma decisão que fazemos com pouco caso, e lamentamos profundamente qualquer inconveniência ou frustração que essa questão possa lhe causar”, escreveu “Sugar” do Departamento de Conformidade do PayPal.
“O saldo restante de sua conta será retido em sua conta do PayPal por 180 dias a partir da data em que sua conta foi limitada. Depois de 180 dias, você será notificado via e-mail com informações sobre como receber seus recursos financeiros que restam”.
A mensagem incluía um link para o [texto do] acordo do usuário da empresa que explicava que as transações não poderiam envolver nenhuma violação da lei, vendas de narcóticos ou “itens que promovem ódio, violência, intolerância racial, obscenidade, investimentos fraudulentos, fraude, fumo ilegal ou jogatina”.
A mensagem dizia que as doações para organizações filantrópicas precisam de “aprovação prévia”.
Contudo, nada dizia acerca de impedir amigos de enviar dinheiro a amigos.
“O PayPal diz que não permite o uso de seu serviço para atividades que promovem ódio, violência ou intolerância racial, mas sua ação contra minha conta foi incitada por uma campanha de ódio por parte de ativistas gays que queriam fechar minha conta”, Severo disse para WND. “Estou muito preocupado, pois o PayPal se prostrou aos militantes gays e sua campanha de ódio para que eu fosse excluído do PayPal”.
Ele explicou: “Uso o PayPal para pagar serviços essenciais para mim e minha família. E estamos numa situação muito limitada, pois estamos longe do Brasil por causa de perseguição gay e governamental. Nossos recursos são limitados. E agora sob pressão de meus perseguidores, o PayPal está garantindo que minhas opções para receber doações sejam ainda mais limitadas e difíceis.
“Milhões de indivíduos usam o PayPal para receber dinheiro. Por que não posso receber também?”
Ele disse que é um líder pró-família cristão.
“Não sou uma instituição beneficente. Sou apenas um cristão individual com esposa e quatro filhos pequenos”, disse ele. “Fico pensando se o PayPal fechará as contas dos militantes homossexuais que lançaram essa campanha de ódio”.
O PayPal se recusou a responder a pedidos, através de mensagens por e-mail e telefone, que WND fez ao PayPal pedindo explicações sobre o fechamento da conta de Severo. Um funcionário do PayPal que orientou WND que ele fosse identificado apenas como “porta-voz” disse para WND que a empresa adotará medidas de tolerância zero contra qualquer pessoas que o PayPal decidir que “incitou ódio, violência ou intolerância por causa da orientação sexual de uma pessoa”.
O porta-voz, que insistiu em que sua empresa reconhece os direitos de livre expressão, disse que não comentaria acerca de “nenhuma conta específica”.
“Olha só, gente”, continuou ele, “esse negócio de ser registrado… é tapeação. Registrado? Com quem? Julio não está nos EUA e não precisa se registrar no país em que está localizado”.
“Julio realmente precisa de sua ajuda agora. Se quiser doar, me informe e poderei resolver os detalhes de como enviar doações a ele. (Moneygram e Western Union são provavelmente opções boas, até decidirem também se juntar ao Anticristo!)”
Ele disse que há cristãos que dirão: “Vamos orar, mas não vamos fazer nada para ajudar”.
“Eu não sou assim. Não consigo fazer isso. Não farei isso. Creio que isso é contrário à Palavra de Deus. É como esta parábola: se um filho pedir peixe ao seu pai, ele lhe dará uma pedra?… Meu método é: Ore com todas as forças, lute com todas as forças, faça doações com tudo o que puder”, disse ele.
E um advogado da Europa disse que a atitude do PayPal foi uma demonstração escandalosa de discriminação baseada em convicções.
Numa nota concisa para o PayPal, o advogado austríaco Inge Boening disse para empresa: “Estou profundamente chocado com a decisão impensada e precipitada de se prostrar aos grupos de ódio heterofóbicos, o que é totalmente cruel. Esse caso pois tem de ser considerado como uma continuação da história de perseguição às pessoas religiosas em geral e, junto com os judeus, os cristãos em particular. Em tal situação de cruel arrastão conduzido por grupos de ódio contra pessoas religiosas, a meta do PayPal deveria ter sido uma postura clara e inconfundível contra a perseguição”, disse Boening.
“Essa poderia ter sido a grande chance para o PayPal mostrar ao mundo que, como um fornecedor mundial de pagamentos num mundo diverso, vocês se mantêm neutros no que se refere ao conteúdo das expressões da liberdade de discurso exercida por qualquer um de seus clientes, estabelecendo um precedente que a ação política deveria ter como centro o debate baseado em fatos, não no bullying e tentativas de destruir economicamente o oponente político.
“Contudo, ao demonstrar, contra a liberdade de expressão, servilismo diante dos grupos gays de pressão política, vocês perderam esta oportunidade de frisar a neutralidade. De agora em diante você serão considerados principalmente como um instrumento de supressão da liberdade, em vez de meramente como um fornecedor de serviços de pagamento”.
Boening escreveu que seus próximos passos são claros; se ele não receber confirmação de que o PayPal reverteu sua decisão, ele cancelará sua conta “e incentivará outros a fazerem o mesmo”.
Quando WND noticiou apenas dois dias atrás sobre a “investigação” que foi provocada por uma campanha online de “ódio” contra uma lista de organizações cristãs, foi comentado que a entidade Americanos pela Verdade acerca da Homossexualidade, de Peter LaBarbera, também recebeu uma notificação de investigação do PayPal. Seu ministério, assim como o de Severo, é assumidamente cristão, e ambos lidam diretamente com a perspectiva bíblica da homossexualidade. Na época, uma campanha do site AllOut.org estava energicamente incitando intolerância aos cristãos e estava exigindo que o PayPal parasse de permitir que eles tivessem acesso aos serviços do PayPal.
A campanha online criticou “extremistas anti-LGBT” que estavam usando o PayPal para levantar dinheiro para “suas causas perigosas”.
A campanha coloca como centro do alvo Severo e LaBarbera, bem como Abiding Truth Ministries, New Generation Ministries, Noua Dreapta da Romênia, Truth in Action Ministries, Dove World Outreach, Igreja Batista Palavra da Fé, Instituto de Pesquisa de Família e a Sociedade Americana para a Defesa da Família Tradicional.
Pelo menos uma dessas organizações, Truth in Action (Verdade em Ação), disse que a campanha do AllOut tinha falhas sérias desde o começo, pois AllOut nunca teve nenhum relacionamento de negócios com o PayPal. AllOut alega que esses grupos promovem “ódio”.
Mas Severo insistiu em que exatamente o oposto é a verdade.
“Quero que vocês saibam que nós cristãos amamos os homossexuais, mas discordamos de seus estilos de vida imorais”, dele disse ao PayPal.
Severo disse que AllOut está também em atividade no Facebook, Twitter e por meio de e-mails para pressionar o PayPal a censurar suas convicções religiosas.
LaBarbera disse para WND que sua organização ainda não recebeu notificações subsequentes do PayPal. Mas ele disse que estava muito ciente da campanha “de ódio aos cristãos” que estava sendo fomentada online para aplicar pressão no PayPal.
A questão parece contradizer algumas das próprias declarações da política do PayPal, as quais incentivam as pessoas a oferecer doações para iniciativas benevolentes:
“Use o PayPal em transações para possibilitar que pessoas iniciem um negócio e tenham um trabalho para sair da pobreza. Seu investimento fará uma diferença na vida dos pobres do mundo que trabalham. É um jeito inteligente de fazer o bem no mundo. E com o PayPal, você poderá também fazer contribuições para sua favorita organização sem fins lucrativos doando dinheiro usando sua conta do PayPal”.
A empresa também diz que o PayPal “é o jeito mais rápido de enviar dinheiro aos amigos e família. E se você usa apenas seu banco ou saldo do PayPal, é grátis”.
Além disso, o PayPal afirma que “não existe apenas para o propósito de fazer compras”.
“Use o PayPal para enviar dinheiro via e-mail (ou até mesmo pelo telefone celular) para praticamente todo mundo em 190 mercados e 24 moedas internacionais — tudo o que você precisa é do endereço de e-mail deles. É perfeito para prestações, pagar a babá ou enviar dinheiro como um presente”.
A empresa até oferece várias ferramentas para “prontamente criar mercados de levantamento de fundos que fazem uso do conselho de muitos especialistas para identificar projetos que valham a pena… O PayPal cuida do fluxo de dinheiro nos bastidores”.
Um usuário do PayPal que fez contato com a empresa acerca de sua medida de recusar serviço a Severo foi repelido.
“Niamh” do PayPal escreveu: “Obrigado por fazer contato com o PayPal com relação à medida do PayPal impedindo um cliente de usar nosso serviço. Examinei sua conta e e-mail e posso confirmar que devido à [nossa Política] de Proteção de Dados, não posso fazer comentários acerca de uma conta de terceiro”.
LifeSiteNews já criou uma petição online em apoio aos sites e ministérios cristãos que diz: “Protesto contra o ataque de organizações homossexuais contra os ativistas cristãos Julio Severo, Americans for Truth About Homosexuality (AFTAH) e Tradição, Família e Propriedade (TFP). Incentivo o PayPal a defender o direito de organizações pró-família de usar seu serviço e a rejeitar ataques contra a fé cristã e outras religiões que defendem a moralidade sexual e os valores da família”. De acordo com LaBarbera, a questão é que os ativistas homossexuais não mais estão dispostos a meramente prosseguir seu próprio estilo de vida; eles agora estão exigindo que sejam totalmente silenciadas as pessoas que têm perspectivas bíblicas das quais eles discordam.
“Eles querem dominação ainda que isso signifique caluniar pessoas pró-família como ‘odiadoras’ e destruir nossas liberdades religiosas que tanto amamos”, disse ele.
WND também noticiou quando uma série similar de ataques foi produzida contra ministérios e grupos online que discutem o perigo do islamismo. De acordo com as reportagens, o PayPal eliminou várias contas por causa de preocupações com mensagem desses sites expondo a verdade sobre o islamismo, então restaurou-os um curto tempo mais tarde.
De acordo com Geller, o PayPal lhe enviou cartas explicando que os sites haviam violado as normas da empresa, que proíbem o uso do PayPal para itens que “promovem ódio, violência, intolerância racial ou exploração financeira de um crime”.
A fim de se submeter às normas, Geller relatou, ela foi obrigada a remover o PayPal como opção de pagamento de seus sites, bem como referências à empresa, seu logotipo e características de compra.
Mais tarde, ela relatou que um executivo da empresa PayPal telefonou e explicou que a decisão foi um erro e que os serviços financeiros para os sites dela podiam ser reiniciados.
WND também noticiou quando a organização Charitable Give Back Group, que no passado era conhecida como Rede de Valores Cristãos, disse que ativistas estavam fazendo uma campanha online para coletar assinaturas e assustar clientes por causa da mensagem cristã.