Trecho:
DELÍRIO - Alteração grave do juízo, representado pela crença numa idéia falsa ou irreal, ou um conjunto de idéias que não têm base na realidade e não são suscetíveis à influência da razão, da lógica, ao senso comum, da persuasão ou de uma explicação racional. Podemos também definir delírio como uma crença patológica em fatos irreais ou concepções imaginativas destituídas de base. Os temas comuns são as idéias de grandeza, perseguição, ciúme e culpabilidade. Trata-se freqüentemente de elaborações mais ou menos incoerentes, fantásticas e puramente imaginativas. Por outro lado, o delírio é uma manifestação muito pessoal da realidade, motivada por necessidades também muito pessoais. A expressão delirante do Eu se manifesta por idéias típicas. No delírio de grandeza o indivíduo se crê dono do mundo, dando magnifica importância a si mesmo. Acredita, por exemplo, que é Napoleão, Deus ou Buda. Pode ainda acreditar que é objeto de um amor absoluto, dono de um pensamento inspirado e de um corpo perfeito e prodigioso.
No delírio de referência, o indivíduo sente que todos o observam e estão falando sobre si. O delírio de persecução caracteriza-se pela crença do indivíduo em que todos tratam de ameaçá-lo ou destruí-lo de alguma maneira. Os delírios corporais são aqueles em que a pessoa tem idéias confusas sobre seu corpo. Acredita que seu organismo está se decompondo, que está mudando de sexo ou que expele maus odores. Não se pode esquecer que pode ocorrer também um sistema delirante complexo, envolvendo os vários tipos acima mencionados. Um mecanismo bastante freqüente na maioria dos delírios é o delírio de interpretação. É caracterizado pela organização e extensão progressiva de um sistema delirante ao redor de numerosas interpretações sem que haja, habitualmente, alucinações. Caracteriza-se também pela persistência da lucidez, ausência do enfraquecimento intelectual e incurabilidade.
Uma manifestação mais comprometedora do delírio é o estado chamado agudo. É caracterizado por uma confusão mental grave que se acompanha de um comprometimento profundo do estado geral, distúrbios da temperatura, agitação, alucinações etc. Esse estado liga-se a uma lesão tóxica ou infecciosa do encéfalo, podendo provocar a morte. Uma forma de delírio agudo é o "delirium tremens", que ocorre no alcoólatra crônico, quase sempre por ocasião de um traumatismo, de moléstia, ou suspensão brusca da bebida. Caracteriza-se por agitação, tremores, suores e alucinações terrificantes.
A permanência de um sistema delirante invariável é a característica principal das alterações chamadas paranóides. Como a característica principal de um delírio é sua invulnerabilidade à influência da persuasão exterior é evidente que nada se conseguirá com a tentativa de convencer o indivíduo da falta de lógica de sua idéia delirante. Tal intento poderá somente intensificar sua angústia e aumentar a necessidade de projetar-se mais longe. Pelo fato de que a idéia delirante pode ser um perigo para o indivíduo, faz-se necessária sua internação. Em alguns casos, porém consegue-se alguma recuperação do enfermo somente afastando-o de um ambiente tenso.
No delírio de referência, o indivíduo sente que todos o observam e estão falando sobre si. O delírio de persecução caracteriza-se pela crença do indivíduo em que todos tratam de ameaçá-lo ou destruí-lo de alguma maneira. Os delírios corporais são aqueles em que a pessoa tem idéias confusas sobre seu corpo. Acredita que seu organismo está se decompondo, que está mudando de sexo ou que expele maus odores. Não se pode esquecer que pode ocorrer também um sistema delirante complexo, envolvendo os vários tipos acima mencionados. Um mecanismo bastante freqüente na maioria dos delírios é o delírio de interpretação. É caracterizado pela organização e extensão progressiva de um sistema delirante ao redor de numerosas interpretações sem que haja, habitualmente, alucinações. Caracteriza-se também pela persistência da lucidez, ausência do enfraquecimento intelectual e incurabilidade.
Uma manifestação mais comprometedora do delírio é o estado chamado agudo. É caracterizado por uma confusão mental grave que se acompanha de um comprometimento profundo do estado geral, distúrbios da temperatura, agitação, alucinações etc. Esse estado liga-se a uma lesão tóxica ou infecciosa do encéfalo, podendo provocar a morte. Uma forma de delírio agudo é o "delirium tremens", que ocorre no alcoólatra crônico, quase sempre por ocasião de um traumatismo, de moléstia, ou suspensão brusca da bebida. Caracteriza-se por agitação, tremores, suores e alucinações terrificantes.
A permanência de um sistema delirante invariável é a característica principal das alterações chamadas paranóides. Como a característica principal de um delírio é sua invulnerabilidade à influência da persuasão exterior é evidente que nada se conseguirá com a tentativa de convencer o indivíduo da falta de lógica de sua idéia delirante. Tal intento poderá somente intensificar sua angústia e aumentar a necessidade de projetar-se mais longe. Pelo fato de que a idéia delirante pode ser um perigo para o indivíduo, faz-se necessária sua internação. Em alguns casos, porém consegue-se alguma recuperação do enfermo somente afastando-o de um ambiente tenso.
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Delírio humor-congruentes
A distinção fundamental entre Idéias Delirantes (que é o delírio) e Idéias Deliróides, é que nas Idéias Deliróides a imagem do mundo exterior é falsificada de acordo com as demandas afetivas e instintivas fragilizadas. O sistema deliróide constrói a realidade da qual a pessoa necessita emocionalmente, portanto, é uma construção da realidade secundária às exigências emocionais e não, como no Delírio, uma ocorrência primária.
O raciocínio que caracteriza a idéia deliróide é bastante similar àquele que todos nós utilizamos, embora de grau muito diferente (patológico). Seria uma fantasia ou devaneio patologicamente mais sólido que aqueles aos quais todos nós estamos sujeitos nos momentos de angústia. Na penúria nos imaginamos ganhando na loteria, o deliróide tem certeza de que ganhou... Por isso a idéia deliróide é compreensível para as pessoas normais na maioria das vezes. Nossas crenças tendem a ser subjetivamente coloridas e, sem dúvida, todos recorremos a certas ficções por insegurança. O emprego da Racionalização e da Projeção com propósitos defensivos, por exemplo, têm o mesmo objetivo psicológico da utilização patológica desses Mecanismos de Defesa como acontece nas Idéias Deliróides.
As Idéias Deliróides, notadamente aquelas organizadas e sistematizadas, constituem tentativas de manipular os problemas e as tensões da vida através da fantasias elaboradas para fornecer aquilo que a vida real nega, entretanto, devido ao seu aspecto mórbido, tais fantasias não são construídas numa estrutura compatível com uma adaptação social normal.
Verificamos, com frequência, que o conteúdo das Idéias Deliróides revela aspectos significativos dos problemas pessoais do paciente. As fontes desses problemas podem ser frequentemente encontradas em inclinações e impulsos contrariados, esperanças frustradas, sentimentos de inferioridade, inadequações biológicas, qualidades rejeitadas, desejos importunantes, sentimentos de culpa e outras situações que exigem uma defesa contra a angústia. Uma profunda necessidade de consolo pode ser satisfeita por idéias auto-elogiosas, portanto, uma falsa Idéia Deliróide de grandeza, por exemplo, pode refletir uma defesa contra sentimentos de inferioridade. Na Depressão Grave com Sintomas Psicóticos, como sabemos e bem atestou Kurt Schneider, embora a tristeza vital seja considerada primária, no sentido de ser também incompreensível e psicologicamente irredutível, dela deriva e se vincula toda a gama de Idéias Deliróides depressivas. Essas Idéias Deliróides são pseudo-delírios ou Delírios Secundários, como os denomina Jaspers, por tomá-los psicologicamente compreensíveis e dentro do quadro clínico geral em que se formam. Atualmente fala-se também em Delírio Humor-Congruentes.
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