Movimento bolivariano das FARC: Apêndice do Foro de São Paulo e do Socialismo do Século XXI
*Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido
Os recentes esperneios de Chávez desde Caracas e de Correa desde Moscou, em torno das complexas relações diplomáticas, políticas e comerciais com a Colômbia, corroboram uma vez mais que por trás das atitudes teatrais destes dois peõezinhos de Fidel Castro estão a dupla moral de Lula da Silva, os interesses geoestratégicos da Rússia, as ambições comerciais da França, a obsessão extremista muçulmana em acabar com a civilização ocidental, a estupidez funcional dos democratas norte-americanos que preferem calar frente a uma realidade tão evidente, e a indiferença crônica do povo colombiano por sua sorte e seu destino, produto da corruptela tradicional e da violência comunista envolta com o narcotráfico que não nos permitem sair do atoleiro.
Somado a isto, a palhaçada de Lula da Silva de confabular-se com a Venezuela para que compre armamento em toneladas fabricado na Rússia, ao mesmo tempo em que o Brasil entra na injustificada carreira armamentista nuclear e, concomitantemente, dizer a Uribe que lhe preocupa a presença norte-americana em bases colombianas pela suposta segurança regional, só serve para confirmar:
1. O complô comunista contra a Colômbia está latente e mexe-se com muita força nos cenários internacionais, frente à inoperância da Chancelaria colombiana e seus corpos diplomáticos e consulares creditados no exterior, indiferentes e ineficientes para prevenir a ação publicitária e propagandística das FARC e seus comissários políticos.
Por desgraça, os burocratas do Ministério de Relações Exteriores, do mesmo modo que os politiqueiros responsáveis pela prolongada débâcle que nos tem carcomido durante mais de meio século, continuam convencidos de que a agressão narco-terrorista dos comunistas armados e desarmados contra a Colômbia, não lhes diz respeito e que se trata apenas de um problema de ordem pública que as mal equipadas e sempre vilipendiadas Forças Militares e Policiais devem resolver.
2. O manhoso espicha-encolhe de Correa e seu pitoresco chanceler, corrobora que não interessa ao mandatário equatoriano recompor as relações com a Colômbia, senão atuar ao estilo das FARC: com dilações calculadas, com trapaças, com mentiras em uníssono com a construção de uma série de provas fictícias, que no médio prazo justificariam sua negativa para abrir negociações diplomáticas com a Colômbia.
Claro, com o duplo propósito de incidir nas próximas eleições presidenciais, pois Uribe é a pedra no sapato, é o obstáculo que é necessário remover do caminho, para que os mandantes da ditadura cubana imponham Teodora ou qualquer outro bandido de colarinho branco filo-comunista no cargo presidencial.
E nessa ordem de idéias, Uribe seria o responsável de que a “boa-vontade” do “agredido” presidente Correa não pudesse se cristalizar na normalização das relações. Típica cartilha de Fidel Castro, o mesmo que pede abertura dos Estados Unidos à Cuba, e simultaneamente diz que os Estados Unidos são os responsáveis pela miséria que sua ditadura levou ao povo cubano.
3. O massacre dos jovens colombianos na Venezuela foi um crime de Estado, perpetrado pela sinistra associação delitiva entre os serviços de segurança chavistas e terroristas do ELN, cobiçados por esse governo dentro do território venezuelano. Isto deve ser denunciado com veemência pela Colômbia em todos os tribunais internacionais.
A pantomima chavista da captura de dois espiões do DAS e a maquiavélica demora da entrega dos cadáveres, muito ao estilo da permanente mediação de “Colombianos pela Paz” para a libertação dos seqüestrados, corroboram que todas estas atividades pró-FARC estão sincronizadas com as trapaças de Lula, com os “fervorosos desejos pacifistas do Foro de São Paulo”, com a astuciosa proposta do acordo humanitário, com as virulentas críticas de comunistas chiques e invejosos contra Uribe por permitir a presença gringa em quartéis colombianos, e com o evidente plano chavista de agredir a Colômbia para recuperar sua imagem interna, apoiar às FARC, cumprir as determinações de Lula e Fidel, e apoiar o boquirroto mandatário equatoriano em sua negativa de normalizar as relações com a Colômbia.
4. Os narcotraficantes de todos os cartéis, inclusive o das FARC, encontraram nos governos da Venezuela e do Equador os aliados ideais para movimentar carregamentos de coca, ingressar insumos, lavar dinheiro e conspirar contra as instituições colombianas, como demonstra, por exemplo, que Chávez tivesse em seu poder cópias de documentos de inteligência do DAS, ou que o Departamento de Estado tenha sido reiterativo em assinalar a Venezuela como santuário narco-terrorista.
5. Os comunistas latino-americanos, fiéis aos ensinamentos terroristas e ortodoxos de Marx e Lênin, estão em guerra contra a institucionalidade democrática, a livre empresa e a liberdade de expressão na América Latina, pois lhes assiste o credo dogmático e arcaico inspirado por seu patrão, o terrorista cubano Fidel Castro, que o socialismo está vigente e que a solução aos males gerados pela violência comunista, o narco-tráfico consentido por todos os governos esquerdistas como uma forma de atacar o “império” e a fanfarronice de corruptos dirigentes políticos de todas as vertentes, se soluciona com a imposição de uma ditadura similar à cubana em todo o hemisfério.
São retrógrados assim os comunistas chiques, seus comparsas e a grande quantidade de estúpidos funcionais que, por falta de uma visão futurista, comungam com o atraso e o obsoleto credo esquerdista em contraste com a celeridade com que os países industrializados ingressam no comércio sem fronteiras, no intercâmbio cultural, na liberdade de expressão, na defesa da individualidade, etc.
6. As persistentes declarações do índio cocalero boliviano contra a presença militar gringa na Colômbia, é uma prova a mais de que os comunistas latino-americanos estão preocupados com que seu odiado inimigo (USA) combata o tráfico de cocaína com o qual as FARC financiam os projetos propagandísticos de guerra política internacional contra a Colômbia. É a mesma razão pela qual Correa se opôs às fumigações na fronteira.
7. O pior é que não cessa a consuetudinária tragicomédia colombiana. Enquanto a Corte Suprema macaqueia com emboscadas e de costas para os colombianos para torpedear a lista tríplice para o novo Procurador, o candidato Rafael Pardo Rueda, cuja passagem pelo Ministério da Defesa foi vergonhoso e que com certeza era um João Ninguém antes das eleições parlamentares de 2006, cuja cadeira no parlamento foi obtida por fingir que era uribista, agora procede como o cão que morde a mão do dono que o alimenta. Do mesmo modo faz a fútil ex-chanceler e ex-embaixadora Noemí, que critica de viva voz o que nunca foi capaz de fazer. É ver para crer...
Em meio desse entorno de graves agressões contra a Colômbia, de conspirações politiqueiras de altas instancias judiciais, de descarados argumentos “democráticos” de Samper, Gaviria, Noemí, Pardo Rueda e de todos os donos do caos atual, as massas amorfas colombianas seguem silenciosas e indiferentes ante sua sorte e seu destino.
Enquanto os comunistas de dentro e de fora do país conspiram com persistente gravidade, atacam por todos os meios possíveis o presidente Uribe, verdadeiro obstáculo a seus interesses particulares, nem a imprensa, nem a academia, nem os diretórios políticos, nem ninguém com poder decisório convoca o país a refletir acerca de realidades sensíveis tais como: a iminente agressão armada do governo venezuelano contra a Colômbia, a gravidade da legalização progressiva que os governos de Cuba, Venezuela, Brasil, Nicarágua, Equador e Bolívia dão às FARC, a necessidade de demandar tais governantes ante instâncias internacionais, a necessidade de tirar a Chancelaria da preguiça em que vive, a inadiável continuidade da Estratégia de Segurança Democrática, a despolitização dos entes judiciais e muito mais.
Pelo contrário, Chávez injeta com dinheiro clandestino os grupos de esquerda (armados e desarmados) que propugnam tirar Uribe do poder e impedir sua necessária reeleição. Em várias regiões do país há células chavistas construindo os embriões dos mesmos planos com que Chávez manipula os venezuelanos. Prova disso é a aproximação do mandatário venezuelano com [Gustavo] Petro e outros membros do Polo, o financiamento dos “concertos pela paz” de Teodora, os bloqueios aos produtos colombianos, a junção siamesa entre Chávez e Lula para Zelaya retornar a Honduras, a descarada presença de funcionários da embaixada venezuelana em atividades políticas de esquerda na Colômbia, a beatificação de Tirofijo e outros terroristas na Venezuela, até o vergonhoso extremo que os cubanos que manipulam Chávez a seu bel prazer, impuseram que nos textos de ensino primário e secundário os estudantes aprendam que Tirofijo não era um bandido mas um herói, etc.
A conclusão é que, por trás das atitudes teatrais dos peõezinhos de Fidel Castro (Chávez e Correa), estão a dupla moral de Lula da Silva, os interesses geoestratégicos da Rússia, as ambições comerciais da França, a obsessão extremista muçulmana para acabar com a civilização ocidental, a estupidez funcional dos democratas norte-americanos que preferem calar frente a uma realidade tão evidente, e a indiferença crônica do povo colombiano por sua sorte e seu destino.
* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com
Fonte: El Tiempo
Tradução: Graça Salgueiro