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segunda-feira, 3 de maio de 2010

VALORES EM CONFLITO

ViVerdeNovo

SEXTA-FEIRA, 30 DE ABRIL DE 2010

Por Arlindo Montenegro

Logo ali, a uma legua de beiço da cidade, tenho um amigo chamado Zé Roberto. Desde os 15 anos, trabalhou feito um jegue, que sendo órfão sempre encontrava uma alma "caridosa" que o acolhia em troca de serviços braçais, plantando, colhendo, cuidando de galinhas, porcos e cães e deixando tudo limpinho para a chegada do patrão e convidados todo fim de semana.

Aí o trabalho dobrava: era lavar carro cheio de lama, abastecer o fogão de lenha, colher as verduras na horta, ajudar a limpar toda área da churrasqueira, a cozinha, alimentar os cachorros, passear com os visitantes pelas trilhas do mato, gelar as cervejas, assar as carnes... gostava mesmo era de levar as moças na cachoeira, que elas ficavam quase nuinhas, dando gosto de ver a água espumenta lavando os corpos lisinhos, brilhantes.

Zé não foi à escola mais que naqueles quatro anos em que viveu com a vó e era obrigado, senão o pau comia. Depois ficou só no mundo fazendo um trabalhinho aqui e acolá, sorrindo sempre, respeitoso sempre e rezando sempre prá encontrar um caminho honesto e livre de adversidades. As gorjetas e o pouco dinheiro que recebia pelos "bicos", ia juntando numa caderneta de poupança que o pai tinha deixado prá ele mexer somente depois dos 18 anos. 

Roupa êle ganhava, quase nova, dos moços que visitavam o sitio, tudo de griffe, tenis, camiseta, boné, bermuda. Chegou o dia dos 18 anos e um amigo o orientou para fazer a identidade, a carteira de trabalho e os papéis que lhe conferiam cidadania. Apenas comentou "quanta coisa prá provar que sou gente, quanto trabalho pra carteira assinada!" É assim mesmo Zé, disse o amigo, agora você vai pagar ao governo prá trabalhar. Arranjou um sócio prá vida inteira.

E agora Zé? Vou ver quanto juntei, que nem sei. Se der vou comprar um terreno e fazer uma casa pra casar e ter um filho, batizar e fazer ele estudar prá viver melhor que eu viví até agora. Dito e feito. Dez anos juntando de pouquinho em pouquinho na conta que o pai deixou, pegou o saldo da poupança e pergungou ao amigo: "este tanto dá prá um terreno?" Depende Zé, onde é o terreno que você quer?

Comprou. Quatro mil e poucos metros num loteamento afastado, cheio de mato. O contrato de compra e venda falava de guias e sarjetas, posteamento e água encanada a cargo da prefeitura. Zé podia desmatar 30% da área, estava no contrato. Mas só cortou umas madeiras para usar como postes e cercar o terreno com arame farpado. Tipo dizendo: aqui tem dono! Estava feliz, rindo atôa. 

Passou a escritura, pagou as taxas e começou a pagar uns tijolos e uns sacos de cimento para construir uma casinha. Logo veio o trator da prefeitura, limpando a estrada e sem dó nem piedade, enterrou a cerca. Pois foi reclamar. Ficaram de verificar e o que chegou foi uma multa do meio ambiente, porque ele tinha cortado árvores sem permissão. Pediram uma grana por fora para regularizar. Ele se negou. Pagou a multa pesada do meio ambiente, parcelada. 

Zé não sabe nada a respeito do PNDH. Não entende que o projeto coletivista odeia gente como êle. Não sabe o que estão tramando por toda a América do sul, mas já comecei a informá-lo, devagar, na linguagem que ele entende. Outro dia me perguntou sobre Cuba e como estava com uma página aberta sobre o assunto, li para êle:

O jornal eletrônicoespanhol "Libertad digital", publicou nesta Sexta Feira,23/04/10, um relato assinado por Martin Higueras, sobre o relacionamento entre Cuba e a Venezuela. Tradução livre:

"Desde 2003, a Venezuela recebe milhares de médicos cubanos, supostamente para atender as zonas mais desfavorecidas do país. A versão oficial do governo Chávez, é que o trabalho dos médicos paga a enorme quantidade de petróleo "vendida" e enviada a Cuba. O governo bolivariano assegura que são quase 15.000 profissionais cubanos na Venezuela. Mas os desertores falam de cerca de 40.000.

Os que defendem o regime dos irmãos Castro, justificam o alto nível dos médicos cubanos e seu sistema sanitário o que é falso neste último caso como já está provado. Agora, são justamente esses médicos que orgulham a ditadura, os que mais fogem. Não o fazem a partir da ilha, o que é muito difícil. Aproveitam das viagens que são obrigados a fazer ao exterior.

O diário colombiano El Tiempo, informa que cerca de 2.000 médicos que participam do programa de Chavez "Bairro adentro" – que completou 7 anos na última sexta feira – fugiram da Venezuela, através da fronteira ocidental, pelo estado de Zulia, para alcançar Santander, na Colômbia. A grande maioria foge com risco de vida, conseguindo seu objetivo depois de muitas horas de caminhada.

Para ilustrar os perigos, o jornal relata o encontro de um profissional cubano, com um compatriota, na rodoviaria de Maracaibo, ambos fugindo de Cuba e da Venezuela. Um deles pensa que o outro poderia ser "um dos 60.000 agentes da ditadura", que vivem na Venezuela para cuidar de Chavéz e vigiar de perto outros cubanos. Uma mulher relata que o que mais temem é encontrar um desses agentes, todos militares e conhecidos como "O jurídico". Eles tecem uma rede de informantes no seio dos proprios médicos. Assim, "ninguém fala com ninguém da ideia de fugir, nem com familiares!" Falar por telefone é proibitivo, está interceptado. Se utilizam email, está filtrado. 

No fim do dia, encontraram-se 11 fugitivos em direção à Colômbia. Marisol Gomez Giraldo, editora do "El Tiempo", conta que o grupo foi barrado pela guarda venezuelana e teve os passaportes confiscados. Depois de uma hora na detenção, uma mulher aproximou-se para pedir "dinheiro em troco da liberdade". O preço cobrado era de 10 milhões de bolívares, (4.000 Reais), uma quantia que os médicos cubanos não tinham conseguido economizar. Juntando o que cada um possuia, chegaram perto e foram liberados para seguir em direção ao território colombiano."

Então Zé, é isto que tem muita gente querendo para o Brasil. Acredite, se quiser.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".