SEXTA-FEIRA, 7 DE MAIO DE 2010
O maravilhoso latifúndio caribenho de propriedade dos irmãos Castro, troca a mão de obra de militares, médicos e outros técnicos por petróleo. Eles fazem a segurança pessoal de Chávez, comandam na qualidade de assessores o treinamento do exército vermelho da Venezuela e suas milícias, além de vigiar e controlar os passos dos outros cubanos não fardados. São dezenas de milhares de cubanos servindo à pátria na Venezuela.
É nesta condição, que milhares de médicos e outros profissionais têm fugido da Venezuela (e de Cuba) para a Colômbia, enfrentando longas caminhadas ate a fronteira. As crianças na ilha aprendem a marchar e desde a mais tenra idade são aterrorizadas pelas professoras, que ensinam como o "imperialismo ianque tenta acabar com a revolução".
Agora os temos também no Brasil, médicos e ginastas, espalhados pelo nordeste e em universidade como a Metodista, pertencente à Fundação Volkswagen. Estão felizes cumprindo sua tarefa revolucionária. Cumprindo o legado do Castro comandante, a sandice de "ajudar os povos" – nos quatro cantos do mundo – a derrotar o imperialismo ianque. Aqui não tem para onde fugir, sabem que serão presos, enfiados num jatinho e repatriados.
As mocinhas se prostituem no Malecón – avenida litorânea na cidade de Havana, - agradando os turistas em troca de um tenis, uma calça jeans ou uma blusa que só os estrangeiros podem adquirir nas boutiques que o governo mantém nos hotéis. Outras são contratadas do estado para servir aos convidados estrangeiros, uma prática comum desde os tempos da velha União Soviética.
Não sei se os atuais governantes daqui, que treinaram guerrilha em Cuba, chegaram a cortar cana, na qualidade de voluntários para ajudar a cumprir as metas de produção de Fidel Castro. Em alguns livros escritos pelos internacionalistas que andaram por lá, estão descritos os "convites" para o "trabalho voluntário" no corte de cana.
O que eles não querem ler é o que vem descrito sobre o resultado da gerencia econômica centralizada, sobre a produção e produtividade da industria açucareira cubana: a produção caiu, nivelando-se aos níveis de 1905! É o que está na edição do "El País", jornal espanhol, de 6 de Maio de 2010. A descrição chega a ser trágica quando fala da desmobilização de usinas e redução de postos de trabalho.
O jornalista Maurício Vicent, que assina a matéria, cita: "Entre 2002 e 2004, Cuba reestruturou o setor açucareiro, o que representou o fechamento de quase uma centena de fábricas: das 156 que existiam, ficaram 61 e foram eliminados mais de 100 mil postos de trabalho." Escapou a informação de que as fábricas foram desmobilizadas por falta de reposição de peças. No desmonte, a sucata foi utilizada para manter as remanescentes em atividade.
O jornalista espanhol ilustra com outros dados o funcionamento do que foi o carro chefe para as exportações à URSS, que pagava pelo açúcar cubano o dobro dos preços de mercado: "Segundo analistas, a safra deste ano (09/10) poderá ficar em torno de 1,1 milhão de toneladas, "ou até menor".
"Como dados de referência: em 1924, a safra foi de 4,2 milhões de toneladas; em 1958, de 5,6 milhões; em 1990, o último ano da solidariedade da União Soviética, a produção foi superior a 7,8 milhões de toneladas".
"A catástrofe é evidente. Desde que se iniciou a safra no final do ano passado, somente dez das 44 usisnas que foram ativadas, cumpriram o plano estipulado para esta safra. E somente duas, das 14 províncias (estados) envolvidas conseguiram alcançar as metas. Segundo o "Granma", faltou "controle e exigência" ao Ministério do Açúcar."
A realidade é que chove no molhado. As usinas estão sucateadas sem peças de reposição. "Além disso, a superfície de cultivo dos canaviais diminuiu de 2 milhões de hectares para cerca de 750 mil, segundo dados oficiais".
"Na temporada 2008-2009, a ilha produziu 1,4 milhão de toneladas de açúcar e faturou mais de US$ 600 milhões. Muito longe dos US$ 4 bilhões que obtinha quando o açúcar era a principal fonte de divisas e seu produto de exportação mais importante".
Fica aqui uma sugestão para estreitar os fraternais laços de amizade entre Lula, Fidel e Raúl: enviar brigadas de acampados do mst para cortar cana em Cuba. Poderiam aprender o risco do bordado em missão patriótica e no retorno, na condição de empreendedores, criar e administrar usinas de etanol em seus lotes e terras encampadas dos fazendeiros burgueses.
Dois coelhos de uma só cajadada.
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