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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Nem todos têm AIDS

JULIO SEVERO e OLAVO DE CARVALHO

Cavaleiro do Templo: o texto baixo é de tradução do Julio Severo, datada de 2006. O áudio é do programa TRUE OUTSPEAK de ontem (05/05/2010).





Mas muita gente está engolindo a idéia paranóica de que “Todo o mundo está em risco”.

24 de agosto de 2006


Michael Fumento

Manifestações em favor de campanhas de prevenção se destacaram durante a abertura da XVI Conferência Internacional da AIDS em Toronto, Canadá, na semana passada. Oh, que tristeza! É tarde demais. No mesmo dia, o jornal Washington Post colocou uma foto na sua primeira página mostrando um homem com uma camiseta onde se lia: “Nós todos temos AIDS”. Pode jogar fora as camisinhas, esqueça a abstinência e não se incomode de fazer um teste. Ou qual é a parte do “todos” que você não entende?

É sério. Esse tipo de propaganda é só um exemplo de como ideologias políticas sempre aleijam as campanhas contra a AIDS. Ninguém realmente crê que nós todos temos AIDS. Mas muita gente está engolindo a idéia paranóica de que “Todo o mundo está em risco”. Não há dúvida que tal idéia atrapalha todo esforço de mirarmos a atenção naqueles que de fato estão em risco. A ciência inteira da epidemiologia (que começou quando o médico londrino John Snow mapeou os casos de cólera em sua cidade e descobriu que estavam todos agrupados ao redor de uma única bomba d’água) depende de se identificar os fatores de risco para se obter uma melhoria. No caso de Snow, bastou-lhe remover o cabo da bomba d’água e a epidemia cessou.

Ele teve a sorte de não ter de lidar com ativistas carregando cartazes dizendo: “A água não causa a cólera. O que causa a cólera é o preconceito e a ignorância!”

Desde 
1985, quando a revista Life retumbou em imensas letras vermelhas, “Agora Ninguém Está a Salvo da AIDS”, os ativistas vêm lutando furiosamente contra a idéia de que a AIDS atinge como alvo aqueles que se envolvem em determinadas condutas. No entanto, nas duas décadas posteriores a AIDS permanece nos EUA uma doença predominante em homens homossexuais e usuários de drogas intravenosas. Menos de 39.000 americanos foram diagnosticados com AIDS em 2004 (dados mais recentes de que se dispõe), e menos de 16.000 morreram de AIDS. Isso significa 1 de cada 770 e 1 de cada 1.875 respectivamente. O fato é: quase todo mundo está a salvo da AIDS.

Mas é claro que a atenção principal dessa conferência é a questão internacional da AIDS, que todos sabemos está varrendo continentes inteiros do mapa. Uma alta autoridade de Uganda disse que dentro de dois anos sua nação “será um deserto”. O programa Nightline da ABC News declarou que dentro de 
12 anos “50 milhões de africanos poderão morrer de AIDS”.

O problema é que essas predições foram feitas em 
1986 e 1988. Contudo, desde 1985, a população de Uganda duplicou. Os 50 milhões de mortos para o ano 2000 do programa Nightline demonstraram ser 20 milhões em 2005, de acordo com as estimativas da ONU. Além disso, “na África abaixo do Saara, a região mais atingida pela epidemia da AIDS, os dados também indicam que o índice de incidência do HIV já chegou ao ponto máximo na maioria dos países”, de acordo com o Relatório da UNAIDS 2006.

Essas estatísticas são da própria agência da ONU que vem exagerando de modo flagrante a ameaça mundial da AIDS. Por exemplo, em 
1998 essa agência estimou que12% dos ruandeses de 15-49 anos de idade estavam infectados; hoje diz que é só 3%. Que diferença, hein? Por outro lado, outras agências haviam estimado uma estatística ainda mais horrível: que 30% dos ruandeses estavam infectados. De acordo com James Chin, uma ex-autoridade da ONU que realizou algumas das primeiras estimativas globais do HIV, tais estatísticas inventadas são “pura propaganda para defender interesses ideológicos”.

Entretanto, o ex-presidente americano Bill Clinton declarou aos participantes da conferência: “É difícil imaginar como o mundo poderá crescer, a menos que lidemos com a AIDS”. A verdade é que o crescimento da população mundial é mais acelerado nas regiões mais duramente atingidas pela AIDS.
Quanto à alegação bizarra de que ainda nos resta lidar coma AIDS, a UNAIDS relata que 1.3 milhão de pessoas nos países de renda baixa e média receberam terapia antiretroviral em 2004, cinco vezes mais do que o número de 2001. O sangue doado passa hoje por testes até mesmo nos países mais pobres. O nível de testes e educação nas nações mais pobres aumentou muito.

Enquanto isso, os gastos mundiais com a AIDS foram em média 
1.7 bilhão de dólares entre 2002-2004, mas chegaram a 8.3 bilhão de dólares em 2005 e o orçamento para 2007 é 10 bilhões. O tamanho imenso dessa verba, e o desejo de tirar uma fatia, é tudo o que você precisa saber para entender como a conferência de Toronto conseguiu atrair de modo impressionante 24.000 participantes que são com todo acerto rotulados de “a indústria da AIDS”. Apesar disso, a UNAIDS insiste, esses 10bilhões não serão o suficiente.

Ninguém está se importando com o fato de que até mesmo o atual orçamento para lidar com a AIDS está tirando dos recursos que deveriam ser investidos para combater a malária e a tuberculose. Anualmente, essas duas doenças matam juntas duas vezes mais pessoas do que a AIDS. A terapia antiretroviral para tratar a AIDS não cura ninguém e embora custe relativamente pouco no Terceiro Mundo — 
300 a 1.200 dólares por ano — em comparação com a América do Norte, pode-se curar a tuberculose com 65 dólares de medicamentos. Dá para impedir a malária na África e Ásia por uma ninharia utilizando-se o DDT, mas os ambientalistas radicais e a União Européia bloquearam sua utilização naquelas regiões que mais precisam.

Pobres vítimas da malaria e da tuberculose. São obrigadas a morrer, porque não têm uma doença politicamente correta.

Michael Fumento é autor de 
The Myth of Heterosexual AIDS (O Mito da AIDS Heterossexual) e especialista em saúde e ciência no Instituto Hudson em Washington, D.C., EUA.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.comwww.juliosevero.com.br

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".