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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Entrevista com Mario Oliveira

LÉO BRANDÃO

Acompanhe a entrevista com Mario Oliveira, pré-candidato a Presidência da República pelo Partido Trabalhista do Brasil. Esta é a terceira entrevista realizada com um presidenciável.


Léo Brandão: Por que você é candidato numa eleição polarizada entre PT e PSDB? Afinal, há esta polarização?


Mario Oliveira: A candidatura é para oferecer uma alternativa realmente diferente para o Brasil, sem os vícios das políticas atrasadas e corruptas. O PT e o PSDB estão dividindo o poder por muitos anos e o país continua atrasado e atormentado pelos graves problemas de Segurança, Educação, Saúde, Habitação etc. A polarização é uma tentativa dos partidos dominantes de monopolizarem também o processo eleitoral, uma usurpação do direito de escolha da população.

Léo Brandão: O seu programa de governo critica o PSDB por ter uma política conservadora. Ideologicamente, a sua candidatura não representa o conservadorismo nas questões sociais? Em qual sentido o PSDB é conservador? 

Mario Oliveira: Eu digo que o PSDB é imobilizante, teve a oportunidade e não avançou nas reformas fundamentais, pois é dominado por caciques encastelados no poder partidário. O estado de São Paulo é administrado pelo PSDB faz muitos anos e ainda apresenta educação de baixa qualidade, sistema de saúde insuficiente, insegurança, cidades enfaveladas etc. Querem mais tempo para fazer o que? A minha candidatura é conservadora no sentido de que as instituições devem ser funcionais e republicanas, que devemos ter absoluto respeito pelas leis, que os direitos fundamentais devem ser preservados e protegidos a qualquer custo. Nas questões sociais, os governos atuais se concentram no assistencialismo porque é mais fácil, o difícil é criar empregos de qualidade.

Léo Brandão: O senhor se definiu como um candidato centrista. Propostas como a legalização da Pena de Morte e do fim do Bolsa Família não são consideradas “de direita”? O que difere o centrismo da direita política? 

Mario Oliveira: As propostas são para resolver os problemas de Segurança, da banalização da Vida e do Dinheiro Público e os meios serão os necessários, na seqüência: Rigorismo Penal, Prisão Perpetua e se necessário Pena de Morte (é preciso coibir a violência de qualquer forma, não podemos ter mais 50 mil homicídios/ano no país, é inaceitável). Vou rever o Bolsa Família e propor que os beneficiários trabalhem em projetos de meio ambiente, recebendo um valor maior, mais digno. Pode se dizer que o centrismo significa o ponto de equilíbrio entre o poder do Estado e da Sociedade.

Léo Brandão: Quais setores precisam ser privatizados? Houve erros nas privatizações ocorridas no Brasil?


Mario Oliveira: As demandas da sociedade têm que ser atendidas em tempo hábil. As pessoas têm necessidade de transporte digno agora, de aeroportos, trens e ônibus que funcionem agora, de suprimento de energia agora. Se o Estado não tem recursos, usa-se então a concessão. Prefiro as concessões às privatizações e priorizo as concessões que criarem ativos novos, que criem riqueza (não simplesmente assumir ativos públicos já pagos pela população). O problema das privatizações ocorridas é que não houve um numero suficiente de competidores que assegurasse a melhor proposta para o Estado (vide o caso de Belo Monte, só dois consórcios) e não houve o aporte de recursos privados (usaram-se principalmente recursos públicos para financiar o setor privado).

Léo Brandão: Atualmente, há mais de três dezenas de Ministérios de Estado no Brasil. Quais Ministérios serão mantidos? Os cargos comissionados serão mantidos, extintos ou substituídos por funcionários de carreira?

Mario Oliveira: Temos 38 órgãos com status de Ministério, um exagero evidentemente. Entendo que o número não pode ser maior do que 20. Pretendo reduzir os cargos de livre nomeação gradualmente, de forma que ao final de 4 anos tenhamos no máximo 1000 cargos de livre nomeação somente. A média gerencia tem que ser profissionalizada, ou seja, preenchida com profissionais escolhidos no setor privado ou público, e selecionados por uma Agencia de Recrutamento Independente.

Léo Brandão: O pré-candidato defende o liberalismo econômico ou a intervenção estatal na economia? Qual a sua política para a redução de impostos? O senhor defende a criação de um “Imposto Único”?

Mario Oliveira: Eu defendo a implantação do capitalismo competitivo, diferente do liberalismo sem controle e cartelizado. O Estado deve se concentrar nas suas atividades estratégicas e deixar para a iniciativa privada a geração de riquezas, o que está previsto inclusive na Constituição Federal. Pretendo reduzir a carga tributária de forma seletiva, reduzindo em um primeiro momento as Contribuições (que aumentaram brutalmente nos últimos 16 anos, distorcendo o conceito de federação e concentrando recursos na União). A prioridade será desonerar fortemente os investimentos produtivos, para atrair os investimentos privados nacionais e estrangeiros de risco. O imposto único é uma extraordinária idéia, mas de implantação difícil e demorada.

Léo Brandão: O senhor é pré-candidato a Presidência da República pelo Partido Trabalhista do Brasil, dissidente do PTB. A Reforma Trabalhista, sem redução da jornada de trabalho não seria oposta à ideologia do Trabalhismo?

Mario Oliveira: O cerne da ideologia do Trabalhismo é que os trabalhadores tenham empregos de qualidade e com remuneração digna. A questão da redução da jornada de trabalho é para economias desenvolvidas e ricas, o que não é o nosso caso.

Léo Brandão: Um dos problemas que geram desilusão dos brasileiros à política é a improbidade administrativa. A cada semana novas denúncias aparecem e envolve todos os grandes partidos. Como evitar que casos de corrupção ocorram na esfera pública? O senhor é favorável à lei da Ficha Limpa?

Mario Oliveira: Vou criar uma Agencia Anticorrupção ligada diretamente ao Presidente da República e nomear o vice-presidente para dirigi-la, o que irá demonstrar, de plano, o quanto o Presidente se preocupa com isso. Adicionalmente vou propor penas severas para corrupção (igualar a crime hediondo) e incentivar a delação premiada em dinheiro para quem delatar casos de corrupção. Sou absolutamente favorável a Lei da Ficha Limpa (se para conseguir um emprego comum é preciso ter ficha limpa, imagine para um cargo público).

Léo Brandão: Como seria a governabilidade no seu governo, já que para governar precisa de apoio do Congresso? O senhor oferecerá cargos a partidos fisiologistas em troca de apoio legislativo?

Mario Oliveira: A maior parte das medidas que proponho não precisam de novas leis. Após eleito vou apresentar à sociedade e aos partidos os projetos de governo; com isso vou obrigar que os partidos negociem a sua participação no governo discutindo os projetos e não cargos e interesses. É a forma transparente de tratar do interesse público. Não oferecerei cargos a partidos fisiologistas em troca de apoio legislativo.

Léo Brandão: Por que o candidato quer acabar com a Reforma Agrária? Como lidar com setores como o MST quando “invadem” terras?

Mario Oliveira: A Reforma Agrária é uma bandeira política, por isso é que até hoje não foi realizada. O PT que sempre a defendeu praticamente a abandonou, é só ver o numero de assentamentos nos últimos anos. O custo para assentar uma família é superior a R$ 60 mil (dados oficiais), ora se existir um milhão de famílias teríamos o custo de R$ 60 bilhões, sem garantias de que teríamos sucesso em fixar o homem no campo. Prefiro colocar os recursos nas famílias que atualmente estão no campo, motivando-as a lá permanecerem e evitando que migrem para as já inchadas cidades. O direito de propriedade é absolutamente sagrado e não se pode tolerar invasões, sob risco de desmoralização do Estado, o que já ocorre. Os que liderarem a invasão de terras devem ser punidos criminalmente, simples.

Léo Brandão: Qual a opinião do candidato sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)?

Mario Oliveira: Absolutamente desnecessário e inoportuno. Já temos as leis que cuidam dos assuntos que o PNDH-3 pretende “organizar”. É, na verdade, uma iniciativa totalitária, objetivando tutelar a sociedade por grupos partidários e ideológicos.

Léo Brandão: As fronteiras do País serão protegidas pelas Forças Armadas, para reduzir o narcotráfico?

Mario Oliveira: Sim, pois as Forças Armadas são o poder mais equipado/organizado para proteger nossas fronteiras e impedir o narcotráfico e o tráfico de armas.

Léo Brandão: Caso eleito, como será a relação do seu governo com o governo venezuelano e com a ditadura cubana? Sanções serão necessárias para Países que não governam sob o “Império da Lei”?

Mario Oliveira: O governo venezuelano e o cubano não comungam dos princípios democráticos e de respeito aos direitos individuais. Manteremos com eles relações diplomáticas normais, protocolares. O principio da autodeterminação dos povos e o da não intervenção são fundamentais nas relações internacionais, logo sanções estão descartadas.

Léo Brandão: Caso não chegue ao segundo turno, o senhor pretende apoiar uma candidatura que identifique com os seus ideais?

Mario Oliveira: É uma questão a ser analisada quando e se não passar para o segundo turno.

Léo Brandão: Por que devo votar no candidato Mario Oliveira? Por que devo ter a esperança de ver você no segundo turno?
Mario Oliveira: Entendo que a pergunta deve ser diferente. Qual é o candidato que tem as melhores propostas para o Brasil, que defende os interesses nacionais e não está vinculado a esquemas de poder viciados, atrasados e corruptos? A esperança de me ver no segundo turno decorre do fato de que eu sou efetivamente o único fato novo qualificado que surgiu na política brasileira nos últimos 20 anos e que a população brasileira, ao tomar contato e me conhecer, não hesitará em optar por alguém com as minhas qualificações e disposição para servir de fato ao Brasil e aos brasileiros.

As propostas do pré-candidato Mario Oliveira estão no site do Movimento Independente Brasil.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".