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quinta-feira, 6 de maio de 2010

Δεν υπάρχει δωρεάν γεύμα (*)

MÍDIA A MAIS

por João Luiz Mauad em 4 de maio de 2010


Ministro das Finanças grego George Papaconstantinou. Enquanto não houver seriedade e o mercado puder agir, a Grécia continuará amargando terrível crise econômica
As notícias sobre a crise financeira grega na imprensa mundial têm, pelo menos, alguma coisa em comum: as fotografias.  Sem exceção, as matérias são ornadas com imagens de autoridades circunspectas e preocupadas ou manifestações de rua contrárias a qualquer perda de privilégios.
 A Grécia é hoje um retrato cruel daquilo em que se tornou o famigerado estado de bem estar social europeu.  Ninguém admite nem sequer a possibilidade de perder algum “direito adquirido”.   Aposentados, pensionistas, funcionários públicos, estudantes, todos estão dispostos a lutar, com unhas e dentes, se necessário, para manter seus privilégios. Pouco importa quem vai pagar a conta, no presente ou no futuro.  Acreditam que o Estado é uma fonte inesgotável de recursos, bastando aquilo que os demagogos convencionaram chamar de “vontade política” para que seja feita a “justiça social”.
Chega a ser patético assistir a essas manifestações, não raro impregnadas de rancor e ódio contra os credores que pretendem - Oh! Suma ganância – recuperar sua poupança, antes que ela vire pó.  A própria existência da União Européia é hoje vista com desconfiança, principalmente porque a união monetária que oficializou o Euro como moeda única tornou-se um grande entrave para os governos perdulários de muitos países.  Se antes as crises financeiras dos governos eram “enfrentadas” com medidas populistas irresponsáveis, como emissão de moeda (leia-se: inflação) e manipulação da taxa de câmbio, hoje isso não é mais possível.
 
A atual “tragédia grega” é exemplar.  Mostra, em cores vivas, o que pode acontecer quando um país inteiro resolve viver acima de suas possibilidades, sem se importar com a conta, achando que terceiros (no caso, principalmente os alemães) estariam obrigados a quitá-la.  Qualquer ajuste fiscal proposto é logo repelido pela população, que se recusa a abrir mão do seu conto de fadas socialista.
 
O primeiro membro dos chamados PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) a sentir os efeitos da crise financeira que abalou o mercado em 2008 e 2009 foi a Irlanda. Mas, talvez por estar menos impregnado da ilusão da vida fácil, o país fez o seu dever de casa direitinho: aprovou um orçamento extremamente rígido para expurgar os contínuos déficits orçamentários, reduziu salários de funcionários públicos, cortou outras despesas correntes, enfim, deu demonstrações inequívocas à comunidade financeira internacional de que realmente pretendia honrar seus compromissos. A resposta foi quase imediata e parece que a dívida soberana da Irlanda encontra-se hoje equacionada.
 
O mesmo não ocorre com a Grécia ou com Portugal. Seus povos estão embriagados pela fantasia do “almoço grátis” e seus governantes possuídos pelo devaneio de prover a felicidade geral sem custos, ou melhor, à custa dos outros. Não por acaso, esses países aumentaram muito as suas dívidas “soberanas” durante o período do boom econômico da última década.
 
A Grécia, por exemplo, “pulou” de um déficit orçamentário de 3,6% do PIB (embora esse número seja altamente questionável, já que há fortes suspeitas de que o governo anterior maquiava as estatísticas para adequá-las às regras da UE) em 2006 para 13,6 % em 2009. Já a dívida pública saltou de 205 bilhões de Euros para 273 Bilhões no mesmo período.
 
O problema grego tem solução? Eu diria que sim. Mas a única solução realmente efetiva e de longo prazo é a solução de mercado. Tal como ocorreu no caso irlandês, é preciso que as duas partes, credores e devedor, façam o dever de casa, a fim de resolver um problema que é mútuo. A solução que vem sendo aventada para o problema da Grécia, com forte injeção de recursos do BCE e do FMI é a pior possível. Os gregos continuarão acreditando que podem comer de graça e os credores ficarão mais uma vez sem punição por terem empregado mal o seu capital.
 
Enquanto isso, os alemães (principalmente) continuarão pagando uma conta que não é sua. Até quando? Isso, só o tempo pode responder.
 
(*) É assim que o tradutor do Google traduz para o idioma grego a frase: “Não existe almoço grátis”.   Se eu pudesse dizer alguma coisa útil àquele povo, isso é o que eu diria.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".