6 06UTC maio 06UTC 2010 às 1:14 am
Hoje destoarei um pouco do tradicional foco em refutações aos neo ateus e direcionarei-me a um outro grupo de pessoas: padres, rabinos e pastores. E estou considerando apenas a religião cristã e também a judaica, pois são aquelas com as quais eu nutro maior familiaridade.
A minha maior crítica é pelo fato de que hoje em dia a grande parte destes que citei não conseguem ser líderes de suas religiões, no máximo representantes formais. Acho belíssima a atitude de muitos deles ao pregarem a palavra de Deus, e transmitirem a palavra da Bíblia (ou Torá, no caso dos judeus), mas isso está longe de ser suficiente. A minha crítica é justamente pelo fato de que hoje em dia há FALTA DE LIDERANÇA naqueles que deveriam ser LÍDERES religiosos.
A liderança é o ato de conduzir um grupo de pessoas, melhorando os resultados deste grupo de pessoas. E isso não é feito pela força, mas sim pela inspiração e senso de decisão, além de um claro foco naquilo que se quer. Obviamente, eles querem realmente pregar e divulgar a Bíblia e o Torá, respectivamente, mas não tem sido suficiente para preparar bilhões de religiosos para o conflito intelectual que tem acontecido.
Com isso, os anti-religiosos conquistaram pouco a pouco o domínio da mídia, e hoje executam fortíssima doutrinação no ambiente acadêmico. Enfim, a liderança religiosa atual falhou. Miseravelmente.
Sei que não é agradável uma constatação dessas, mas é um momento de reflexão. E quando eu falo de líderes, não é para mim e nem para a maioria dos leitores deste blog. E sim para o cidadão comum, que é vítima constante de armações midiáticas e jogos políticos, que, mesmo sem sua compreensão, interferem decisivamente em seu dia-a-dia. Por exemplo, dentre o cidadão comum, quando ele assiste ao lançamento de um filme como “400 contra 1”, ou até “Salve Geral”, muitas vezes não tem a mínima noção do MOTIVO pelo qual tais filmes são lançados. Ou quando existe esse ataque de pânico moral contra a Igreja Católica na mídia? Muitos fiéis não conseguem sequer realizar o motivo pelo qual isso está acontecendo. E se não conseguem ter acesso à essa informação, já é um problema de liderança. Caberia aos que tem o papel de orientá-los e conscientizá-los dos problemas relativos à sua cosmovisão (referente aos inimigos dela) ajudá-los a estarem mais preparados em relação ao que está acontecendo.
Um exemplo de atitude de líder religioso é a o do Pe. Paulo Ricardo, que fez essa brilhante palestra sobre oMarxismo Cultural. É uma palestra de conscientização, de esclarecimento, além de fortemente embasada por fatos. Enfim, o Pe. Paulo Ricardo está, ao menos para o grupo daqueles que assiste suas palestras, tendo uma postura de líder, postura que inclui mostrar os perigos que podem se abater sobre os religiosos, ajudando-os.
Infelizmente, muitos poucos atuam dessa forma (ainda), em alguns casos optando mais pelas palavras bonitas e confortantes, mas que, embora algumas de muita sabedoria, estão longe de serem suficiente.
O cenário é outro. É um cenário de guerra intelectual, onde os inimigos da religião atuam com armas cada vez mais sofisticadas, principalmente as armas da mídia, da reforma do pensamento, da propaganda. O modelo antigo de padre, pastor ou rabino nem precisaria mudar muito no modelo de atuação, mas simplesmente a mudança de postura, de um perfil passivo para um líder, além de um conhecimento essencial dos assuntos relativos às ameaças contra os religiosos, já ajudaria. E muito.
Portanto, quando eu falo de “novos líderes religiosos”, falo de uma nova postura, e não de uma “revolução” nos quadros das instituições religiosas. Mas que a liderança atual não está servindo, fica difícil negar isso.
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