Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O STF E A LEI DA ANISTIA

O STF E A LEI DA ANISTIA

Nivaldo Cordeiro

01 de maio de 2010
http://www.nivaldocordeiro.net/ostfealeidaanistia

 
O país acompanhou com interesse o debate no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Lei da Anistia, porque o assunto é, deveras, candente. O placar a mim me surpreendeu: 7 x 2. Surpreendeu-me porque dois votos foram favoráveis à revisão da lei (ou, mais propriamente, à nova compreensão da lei). Que dois dos maiores magistrados não tenham acompanhado a sensatez é algo a preocupar. Bem fez o relator ao declarar que ao STF não cabe legislar.

Eu tive o cuidado de ouvir na internet as falas dos ministros. Minha admiração por Gilmar Mendes só cresceu. A que tenho pelo atual presidente, Cézar Peluso, se consolidou. O voto de Eros Grau me surpreendeu, pois o relator foi admirável na sua peça. Mas a imagem negativa que já tinha de RicardoLewandowski e de Carlos Ayres Brito, votantes em contrário da maioria, foi confirmada.

Eu havia comentado anteriormente (A loucura dos direitos humanos) texto do ministro Lewandowski que mostra a sua adesão acrítica à tese dos direitos humanos, de duvidoso valor jurídico e certamente carente de qualquer fundamento filosófico sério. Vi o ministro, ao falar ao plenário do STF, levar a sua adesão a essa esdrúxula tese, e o disse textualmente: sua base jurídica para rever a Lei da Anistia é o fato de que o Brasil é signatário de tratados internacionais de direitos humanos. A Emenda Constitucional 45, elaborada na vaga terrível da revolução gramsciana em curso no Brasil, consagrou o seguinte:

§ 3º
 Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

Obviamente que temos aqui um verdadeiro atentado à soberania nacional, mormente em se considerando que não há consenso sobre a extensão dos tais direitos humanos, conceito sempre cambiante e perigosamente alargado para abrigar os piores vícios como virtudes. Deixar que entes estrangeiros legislem como se tivessem mandato constituinte do povo brasileiro é inaceitável.

[Submeter cidadãos brasileiros a uma corte internacional controlada Deus saberá por quem não parece ser coisa razoável. Esse tribunal é um braço do governo mundial que está a emergir e constitui um grande perigo para a soberania nacional. Tecnicamente, o ministro Lewandowski estava coberto de razão jurídica ao aderir à tese de que juízes de primeira instância poderiam aceitar processos contra os brasileiros que deram combate à subversão armada, assim culminando o processo de vingança que as esquerdas puseram em curso contra esses bravos patriotas. O erro foi ter aprovado a citada Emenda Constitucional.]

Bem vimos para onde pode levar a loucura dos direitos humanos na recente Conferência chamada pelo governo do PT sobre a matéria, no final do ano passado. A esquerda quer, a partir das palavras de ordem em nome dos direitos humanos, subverter a ordem constituída, abolir a normalidade constitucional, derrogar a democracia representativa e, mesmo, sobrepor-se aos tribunais.

A fala de Carlos Ayres Britto prescindiu de qualquer justificativa jurídica, suportando-a unidamente no ódio de palanque que as esquerdas sempre carregam na boca, em qualquer botequim onde se reúnem seus membros, militantes políticos. Deu voz ao que move essa gente. Disse-o com todas as letras: “A humanidade não perdoa”, claramente aí a palavra humanidade está representando o Partido. Prescindiu de qualquer sofisticação formal.

O que prevaleceu na decisão foi a sensatez. A revisão da lei lançaria o Brasil em uma aventura política, difícil de medir as conseqüências. Haveria tumultos. A normalidade institucional estaria ameaçada. Vimos a derrota da tese dos assim chamados direitos humanos em boa hora. Não foi pouca coisa. Nossos bravos guerreiros foram protegidos pela Corte.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".