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sábado, 8 de janeiro de 2011

Miguel Nicolelis no Roda Viva da TV Cultura



Entrevista com o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que foi ao ar na TV Cultura dia 10 de novembro de 2008, dia mundial da ciência pela paz e pelo desenvolvimento. A gravação ocorreu dia 29 de outubro 2008. Mais informações em http://stoa.usp.br/tom/weblog/35479.html.


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Miguel Nicolelis dedica prêmio científico a seus professores

O cientista brasileiro comemora o prêmio de R$ 4,4 milhões e comenta suas chances ao Nobel. Leia entrevista

Natasha Madov, iG São Paulo | 29/07/2010 21:31


Foto: Manoel Marques/Revista Brasileiros
Miguel Nicolelis: um candidato brasileiro ao Nobel
A ciência brasileira comemora: o neurocientista paulistano Miguel Nicolelis ganhou, por seu pioneirismo, de um prêmio de US$2,5 milhões (R$ 4,4 milhões), um dos mais cobiçados dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês)

A verba será doada ao longo de cinco anos e servirá para aprofundar suas pesquisas sobre o funcionamento do sistema nervoso e a interação cérebro-máquina.“O projeto é importantíssimo. Poucos recebem esse volume de dinheiro para um projeto nos Estados Unidos”, disse ao iG o professor titular de neurocirurgia da Faculdade de Medicina da USP Manoel Jacobsen Teixeira.

"O Nicolelis é um entusiasta. Para criar novas tecnologias, tem sonhar porque elas ainda não existem. Se você não tiver alma de artista, não será um investigador. Ele tem essa alma. E é um investigador completo. Ele faz de tudo, de construir o eletrodo a analisar os dados. Tudo com muita competência.", completa o neurologista, que também tem um trabalho em conjunto com Nicolelis em pessoas com Parkinson no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
O projeto consiste na implantação de eletródios no cérebro de pessoas com Parkinson, que emitem estímulos elétricos sobre os neurônios, revertendo os sintomas da doença. Os sinais são controlados por um marcapasso. Está programada a realização de 12 cirurgias deste tipo. A primeira delas aconteceu em maio.

A notícia do prêmio do NIH foi recebida com alegria em Natal, cidade onde Nicolelis é diretor científico do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS), referência mundial de pesquisa biomédica, e que mantém projetos como a Escola de Educação Científica Alfredo J. Monteverde. “O prêmio foi muito bom, pois, com o dinheiro o Dr. Nicolelis poderá manter os estudos do laboratório em Duke por dois anos”, disse Dora Montenegro, diretora da escola científica, que atende crianças do ensino público em Natal.
Foto: © AP
Nicolelis posa com um dos seus animais de laboratório em 2000: pioneiro no estudo da interação cérebro-máquina
"Meu negócio é trabalhar"
Em uma conexão entre Atlanta e San Francisco, o neurocientista conversou com o iG sobre a repercussão do prêmio, seu trabalho em Natal e nos Estados Unidos, as possibilidades de um Nobel no futuro e mostrou que mesmo longe, não perde uma notícia da sua outra paixão, o Palmeiras. Leia abaixo:

iG: Como o senhor recebeu a notícia do prêmio?
Miguel Nicolelis: Recebi com muita alegria, com muita satisfação. É algo inédito e muito difícil de conseguir. Todo pesquisador americano é convidado a se inscrever para esse prêmio, com uma espécie de dissertação. São alguns milhares de cientistas que se inscrevem mandando um texto sobre o futuro da ciência na sua área. E depois esse número é drasticamente reduzido para uns 30, 40 finalistas, e cada um deles dá uma aula rápida, de 15 a 20 minutos e o comitê dá uma nota e escolhe o grupo vencedor. É um processo de vários meses, meio torturante. Eu sabia que a minha nota foi alta, pelo relatório do comitê, mas a gente nunca sabe o que acontece no final.

iG: O que pretende fazer com a verba?
Nicolelis: Expandir as nossas pesquisas na área da interface cérebro- máquina. Poderemos testar uma série de idéias e testar uma série de tecnologias que não poderíamos sem esse prêmio. E poderemos avançar esse campo de uma maneira bem mais rápida do que eu imaginava há duas semanas. 
Primeiro vamos poder expandir a capacidade de registro da atividade elétrica do cérebro de algumas centenas de células para algumas dezenas de milhares. Só isso será um avanço muito grande.
Poderemos construir um espaço virtual para criar avatares de nossos animais de laboratório, nossos primatas, o que vai permitir que testemos do ponto de vista técnico e operacional todos os aspectos da veste robótica que nós estamos desenvolvendo.
E se os testes forem como imaginamos, poderemos avançar para testes com pacientes bem mais rápido do que eu imaginava antes. Vamos acelerar todas as etapas. Nosso trabalho com Parkinson, se tudo der certo, em um ano já conseguimos. O trabalho com as vestes robóticas, levará uns dois ou três até iniciarmos algum teste clínico.
iG: Como divide seu tempo entre Natal e Estados Unidos? 
Nicolelis: Mais ou menos 30% do meu tempo eu passo em Natal. O resto passo entre Estados Unidos e Europa, nos laboratórios e dando palestras. Lá trabalhamos também com interface cérebro-máquina. Também colaboro com o Sidarta Ribeiro, em estudos da atividade do córtex cerebral e sonhos. Mais um ex-aluno meu, Rômulo Fuentes, está chegando em Natal para continuar o trabalho com Parkinson em primatas.
Temos várias linhas de trabalho que estão transformando Natal num polo muito importante de neurociência no Brasil, que está sendo conhecido no mundo inteiro. Onde eu vou o pessoal pergunta do instituto em Natal. É muito bom ter isso.
E neste momento temos 18 crianças da periferia de Natal que fizeram nosso curso de educação científica e vão passar a ser estagiários do Instituto de Neurociência, vão fazer iniciação científica. São crianças que vieram de escolas públicas com problemas seríssimos, passaram três anos conosco e agora desenvolveram não só o interesse e a paixão como a capacidade de se tornar cientistas mirins e vão passar a trabalhar nos laboratórios do instituto. Lá é um celeiro de cientistas.
iG: O senhor é o primeiro brasileiro a ganhar esse prêmio. Que outras pesquisas brasileiras merecem destaque internacional?
Nicolelis: Vários, em todas as áreas do conhecimento. Os professores Ruth e Victor Nussenzweig, e seu trabalho em malária em Nova York, que é espetacular. O professor Luiz Hildebrando Pereira da Silva que era do Instituto Pasteur e agora está em Rondônia. Tanto dentro quanto fora do Brasil, existem cientistas brasileiros com um talento enorme, é difícil de lembrar o nome de todos. A qualidade dos cientistas brasileiros é muito alta atualmente.
iG: Volta e meia seu nome é citado como um provável prêmio Nobel. O que o senhor acha disso?
Nicolelis: Ah, eu não tenho a menor idéia. [ri]. Eu não sei de nada.
iG: Mas ouvir isso não é novidade para o senhor, não?
Nicolelis: Ouvir, não. Mas eu não tenho opinião nenhuma. Não sou eu quem vota, não sou eu quem decide, eu só fico quietinho. Meu negócio é trabalhar.
Eu gostaria de dedicar esse prêmio da NIH a todos os professores que tive no Brasil. É uma classe tão sofrida, que trabalha com tantas dificuldades. Mas desde o primeiro ano da escola primária, até a universidade e depois da universidade, foram os professores brasileiros que me ajudaram a perseguir o meu sonho. É a todos eles que eu dedico esse prêmio.

iG: E o senhor soube da volta do Valdívia ao Palmeiras?
Nicolelis: Ô, essa eu fiquei sabendo na hora. Esse tipo de notícia eu não perco.

(Colaboraram Maria Fernanda Ziegler, enviada a Natal e Alessandro Greco, especial para o iG)

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".