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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As vítimas do terrorismo esquecidas pela Argentina

DEXTRA
QUARTA-FEIRA, 5 DE JANEIRO DE 2011


Retratos de cidadãos argentinos sequestrados e desaparecidos são pendurados na frente da Casa Rosada (ao fundo) em 2000.

Mary Anastasia: Wall Street Journal, 3 de janeiro de 2010
Tradução (feita por recomendação e a pedido de Heitor de Paola) : Dextra


Aqueles que controlam o passado controlam o futuro; quem controla o presente, controla o passado.

— Palavra de ordem partidária do Grande Irmão: "1984", de George Orwell


Milhares sofreram com a explosão de violência esquerdista que precipitou o golpe militar de 1976

A justiça não é facilmente garantida em nenhum lugar do mundo. Mas hoje na Argentina não se pode nem mencionar em público as vítimas do terrorismo de esquerda durante os anos 70, muito menos fazer um esforço para ganhar alguma causa na justiça para elas ou seus parentes vivos.

Se alguém tenta, a pessoa corre o risco de ser pichada pela esquerda como um amigo fascista do antigo governo militar. Os politicamente corretos sabem que os que foram vítimas das brutalidades dos guerrilheiros que Juan Perón certa vez chamou de "juventude maravilhosa" precisam ser apagados da memória nacional.

A advogada e ativista de direitos humanos Victória Villarruel, de trinta e cinco anos, recusa-se a cooperar. Ela fundou o Centro Argentino para o Estudo Legal do Terrorismo e suas Vítimas, com a missão de documentar os milhares de crimes terroristas cometidos de 1969 a 1979. Ela acredita que lançar luzes sobre esta década sombria pode ajudar a garantir um futuro mais justo para todos os argentinos.
Todos conhecem a história de como os militares argentinos tomaram o governo em 1976 e passaram a esmagar os movimentos subversivos de forma impiedosa. Seus abusos são legião e em 1983 eles finalmente saíram de cena, em meio a hiperinflação e caos econômico.
Mas a Argentina viveu uma outra tragédia antes disto e durante algum tempo depois que os militares tomaram o poder. Foi uma onda de massacres e destruição, cometidas pelas mãos de guerrilheiros de inspirção castrista que buscaram tomar o poder aterrorisando o país. Suas ações provocaram o caos em uma escala nacional que levou ao golpe militar.
Entretando, com a morte ignominiosa do governo militar, os terroristas e seus simpatizantes têm tido sucesso em reescrever esta história, descrevendo apenas os crimes de seus inimigos de farda. Alguns dos atuais ou ex-membros do governo Kirchner, além de outros que estão no congresso ou que trabalham na imprensa foram membros bem conhecidos de organizações subversivas.
Em uma entrevista em Buenos Aires, feita em novembro, a Sra. Villarruel me disse que nem os políticos da oposição defendem a causa das vítimas dos terroristas, porque fazer isto tornou-se "tabu". O estado, diz ela, as trata "como se nunca tivessem existido." 

Um dos resultados é que uma geração de argentinos cresceu sem nenhuma conciência da história completa daquele período de terror. A opinião da Sra. Villarruel é que "a verdade e a justiça" exigem que as vítimas sejam reconhecidas.
O seu livro de 2009, "Eles chamavam a si mesmos de idealistas", é um passo na direção deste objetivo [Veja os dois primeiros vídeos abaixo]. Nele ela documenta com fotografias e recortes de periódicos a devastação que os terroristas perpetraram contra seu próprio povo. "Subjugar ou morrer": eis as palavras de ordem do Exército Revolucionário do Povo (ERP), pixadas em um caminhão que aparece em uma fotografia. No livro estão incluídas fotografias de algumas das vítimas: bebês, adolescentes, diplomatas, empresários, juízes, policiais. Alguns foram sequestrados e assassinados. Outros foram mortos ou feridos simplesmente porque estavam parados por perto quando uma bomba explodiu. Menores foram recrutados por exércitos revolucionários. Todos foram consderados alvos legítimos pelos rebeldes, que buscavam refazer o mundo através da violência.
Na entrevista de novembro, a Sra. Villarruel descreveu o trabalho de seu centro sobre o terrorismo, analisando registros de jornais e conversando com membros familiares e testemunhas onde quer que elas estejam disponiveis. Muitos, ela disse, continuam com medo de represálias.
Ela me disse que o Centro conseguiu identificar 13 074 vítimas dos terroristas. Estes são números preliminares. A Sra. Villarruel preocupa-se tanto com a exatidão do trabalho que ela está fazendo a lista ser auditada de forma independente duas vezes. Ela espera que as cifras finais estejam prontas por volta de meados deste ano.
É interessante observar que o número de processos abertos contra o governo militar com acusações de abuso de poder totalizam menos de 9 000. Enquanto isto, a justificativa do governo Kirchner para ignorar as vítimas do terrorismo de esquerda é a alegação de que elas foram vítimas de crimes comuns e que os responsáveis estão agora isentos de imputabilidade porque os crimes prescreveram. Mas a Sra. Villarruel diz que sua pesquisa demonstra que as vítimas foram civis atacados por movimentos de guerrilha em uma busca impiedosa pelo poder. Se for verdade, os crimes não prescreveram, de acordo com a Convenção de Genebra de 1949, ratificada pela Argentina.
A Sra. Villarrel escreve que, ao estudar o terrorismo dos anos 70, ela nunca "entendeu as razões pelas quais um grupo, atrubuindo-se a representação popular, decidiu assassinar seu próprio povo, alegando uma suposta causa justa e necessidades políticas." É igualmente difícil entender por que os argentinos permitiram a estes patifes controlarem este passado e gozarem de impunidade legal.



***

Nós: Qualquer pessoa decente e minimamente bem informada a respeito da América do Sul sabe que os governos militares instituídos durante as décadas de 60 e 70 do século passado foram uma reação necessária contra movimentos comunistas fomentados pelas ditaduras soviética e cubana por todo o subcontinente. Infelizmente, os bravos generais que assumiram o poder foram fracos e não tiveram a coragem necessária para completar o serviço que começaram. Os comunistas que foram apenas exilados ou deixados vivos em seus países tomaram o poder poucos anos depois e hoje estão transformando toda a região em uma nova União Soviética, seja pela via revolucionária explícita, como na Venezuela e na Bolívia, ou de forma mais gradual, pela via gramsciniana, como no Brasil e na Argentina. Se tivessem sido mortos até o último, como seria o correto, hoje não estaríamos vendo nossos países todos, um a um, virando ditaduras comunistas.





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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".