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terça-feira, 21 de setembro de 2010

PROGRESSIVA DETERIORAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

BRASIL SOBERANO
Artigo publicado em 15.09.10 no MM

Prof. Marcos Coimbra
Conselheiro Diretor do CEBRES, Acadêmico fundador da Academia Brasileira de Defesa, Professor de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.

As Instituições podem ser classificadas como reguladoras e operativas. Reguladoras são aquelas de função normativa, que controlam o funcionamento de uma parte diferenciada da estrutura social, a qual visa a atender necessidades vitais do grupo como, por exemplo: Família, Igreja, Estado, Escola etc. As operativas dizem respeito aos órgãos, serviços ou entidades, tais como o Congresso Nacional, o Tribunal do Júri e os Correios, sobre as quais é desnecessário qualquer comentário.

Todas as Instituições Nacionais atravessam um tenebroso processo de deterioração na atual conjuntura. Vamos analisar as reguladoras. Partindo a análise da Instituição Família, a mais importante de todas, não é difícil realizar um diagnóstico. Extremamente fragilizada, ela é, de início, enfraquecida por atravessar uma fase de transiência, onde os valores de gerações anteriores foram abandonados e não foram erigidos valores novos em sua substituição. Em especial, os jovens são expostos desde cedo a agressões do cotidiano, sejam elas reais ou virtuais.

As reais principiam pelas conseqüências perversas do processo de globalização em curso, caracterizado pela exclusão social, pelo desemprego, pela implantação do capitalismo selvagem, pelo desencanto, pela perda do referencial moral e ético. As virtuais, representadas pelo avanço das comunicações, apresentam, além do tão decantado lado positivo de democratização à informação, também seu lado negativo, com a exposição de mentes sem maturidade, a uma quantidade vultosa de informações, muitas vezes de qualidade perniciosa.

É muito difícil conseguir um trabalho decente, capaz de proporcionar uma vida digna a todos os integrantes do núcleo familiar. Geralmente, em toda unidade familiar existe pelo menos um desempregado ou um subempregado. Os mais velhos, com os parcos recursos oriundos de suas minguadas aposentadorias, cada vez mais são os responsáveis pelo sustento dos seus descendentes. São submetidos a uma desumana carga tributária, onde predominam tributos indiretos regressivos e também diretos incidindo sobre seus magros estipêndios, ao mesmo tempo em que a autoridade pública isenta total ou parcialmente do pagamento dos tributos devidos as grandes corporações. Seus rendimentos não são reajustados adequadamente há anos, ou o são em percentuais mínimos, ocasionando a crescente queda do poder aquisitivo dos detentores de renda fixa, trabalhadores, aposentados, pensionistas, crescentemente endividados, pelo furor consumista, graças à concessão do crédito irresponsável.

A contrapartida que deveria ser fornecida pelo setor público é de inferior qualidade. A Instituição Escola, em especial a representada pela educação pública, está nos seus estertores, esmagada pelo corte de recursos orçamentários e por iniciativas demagógicas, como as denominadas "cotas", bem como pelo nefasto sistema de “aprovação automática”. Professores da rede pública são agredidos dentro das unidades educacionais por alunos e até mesmo por “responsáveis” dos mesmos. O narcotráfico impõe suas regras a todo o conjunto discente e docente. São incluídas no currículo disciplinas desnecessárias, em função de razões ideológicas, enquanto os alunos revelam-se analfabetos funcionais, ao final do processo. São incapazes de inserção no mercado.

A Instituição da expressão psicossocial assistencial não é diferente. As condições de nossos hospitais públicos, com raras exceções, a despeito dos esforços hercúleos dos profissionais, são inferiores a de clínicas veterinárias. Daí, o cidadão é obrigado a gastar para pagar empresas particulares de educação, saúde e até previdência, pois com as mudanças impostas nos últimos tempos, poucos vão conseguir obter aposentadoria daqui a alguns anos. Serão obrigados a trabalhar até a morte ou então se aposentar para voltar a trabalhar. Os serviços concedidos, como energia, comunicações, são reajustados em dólar, periodicamente, através de contratos generosos para as empresas, em sua maioria, multinacionais.

O Estado democrático de direito no Brasil atual é uma ficção. Rouba-se descaradamente em todos os níveis. O primeiro mandatário está em campanha eleitoral aberta há dois anos, desafiando a Justiça Eleitoral, impondo ao seu partido e ao país uma candidata escolhida por ele, sem a mínima credencial para exercer as funções de presidente, na certeza de que continuará a mandar através dela. A máquina do governo, em seus três âmbitos, federal, estadual e municipal, compra corações e mentes. A Igreja atravessa talvez a pior crise de sua história, dividida entre diversas denominações e fragmentada pela flagrante infiltração de facções político-partidárias. As Forças Armadas estão sob o jugo do marechal Jobim.

Chegamos à conclusão de que um escravo talvez tivesse, em termos materiais, é óbvio, condições de vida superiores às de grande parte da população brasileira. A concentração de renda é brutal. Com a proletarização da classe média, encontramos, de um lado, os miseráveis e, do outro lado, uma minoria privilegiada, intocável, que assegura seus privilégios sempre, seja qual for a administração eleita. A administração federal concede aos pobres a famigerada Bolsa Família, em quantitativo irrisório, em comparação ao pago através da “Bolsa Banqueiros” concedida ao segmento financeiro, não por acaso, o principal financiador de campanhas eleitorais, em conjunto com as empreiteiras.

Os estragos provocados pelo consumo das drogas lícitas e ilícitas crescem a cada momento. E há irresponsáveis que, do alto de seu "saber", querem agravar o problema, defendendo a descriminalização das drogas e a proibição da comercialização e posse de armas de fogo pelo cidadão honesto, digno e de bons costumes, ao invés de defender o combate ao uso das drogas lícitas, também. Estas pessoas não entendem que os consumidores de drogas, lícitas ou ilícitas, são dependentes químicos e como tal devem ser tratados, pois são doentes.

Eis uma modesta contribuição para a agenda dos futuros detentores do poder político no Brasil, onde não há oposição verdadeira e, seja qual for o resultado do pleito de outubro, pior não fica. Isto, de acordo com o futuro deputado federal Tiririca, exemplo verdadeiro do perfil dos nossos congressistas, ao lado do estreante senador Netinho.

Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Sítio: www.brasilsoberano.com.br

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".