Na Rússia falta trigo e o povo teme retorno à URSS
FLAGELO RUSSO
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
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Trigo sarraceno só no cartaz |
O povo russo acha que os tempos soviéticos da escassez de trigo estão de volta. O Kremlin atribui a falta à seca, acusa à especulação ‒ velho pretexto do falido regime ‒, mas teme uma reação violenta do povo, escreveu Clifford Levy, chefe do escritório do “The New York Times”em Moscou.
Levy fala de cidadãos soviéticos girando pelos supermercados e trocando boatos como nos tempos do vetusto comunismo. O trigo sarraceno, alimento central para os russos, desapareceu das prateleiras.
Os ferozes incêndios florestais que flagelaram o país estão ligados a essa escassez, mas paira na Rússia a forte impressão de um retorno à velha ditadura. Os incêndios patentearam a permanência dos desastrosos métodos administrativos comunistas.
Então, as explicações do regime não convencem como tampouco convenciam outrora. Os idosos percorrem as ruas à procura de mercadorias, prática soviética que o jornalista americano define como “técnica aperfeiçoada na época do comunismo”.
“Não consigo encontrar trigo sarraceno em parte alguma e, se pudesse encontrá-lo, o preço seria alto demais para mim”, queixa-se uma velha senhora.
O Kremlin está apelando à tropa de choque para dispersar os comícios da oposição, e a maioria dos russos parece não se importar. Afinal, os políticos de um ou outro lado passam uma impressão de cumplicidade.
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Museu da Memória, Tomsk.
Passado não esclarecido
assombra russos. |
Mas o trigo sarraceno é o cereal do café da manhã, acompanha a carne, está nos recheios e é feito de muitas formas. Vagamente poderia se comparar a situação a um desaparecimento do arroz e do feijão no mercado brasileiro.
O presidente Dmitri Medvedev garantiu à população que o governo trabalha para reverter a situação, mas só parece ter reavivado a lembrança das desculpas esfarrapadas do regime socialista. Ele ameaçou fantasmagóricos manipuladores do mercado de trigo sarraceno, gesto que evoca o pesadelo leninista.
Medvedev foi a uma loja em Voronezh, 300 km ao sul de Moscou, e pediu: “Há trigo sarraceno na loja?”. “No momento, não”, respondeu a funcionária. Porém, o governo insiste que há trigo sarraceno em quantidade e Putin proibiu a exportação de grãos até 2011 (no mínimo), para estabilizar o mercado doméstico. Onde está o prezado alimento?
Os rumores galopam como nos piores tempos do socialismo real. Os preços no mercado negro duplicaram.
A carência desse trigo não é a causa profunda dos temores: a Rússia toda sente que a velha ditadura soviética paira sobre o país, encarnada pela atual cúpula política.
A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame.
Olavo de Carvalho, íntegra
aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
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Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".
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