Baixa de “Biojó”, outro golpe tático de conotações estratégicas
* Coronel Luis Alberto Villamarín Pulido
O ataque aéreo-terrestre da Força Pública contra a Frente 48 das FARC, na qual pereceram 22 terroristas incluindo Domingo Biojó, é um golpe tático de conotações estratégicas a favor da Colômbia contra o narco-terrorismo comunista, e uma roda no pau à argúcia publicitária das FARC e seus comparsas com a farsa do diálogo de paz.
A morte em combate de “Biojó” e seu círculo imediato, desbarata o estratagema da porta-voz oficial das FARC na Europa e América do Sul, deixa Chávez e Correa sem ar e obstaculiza as trapaças de Lula destinadas a legitimar as FARC, dar-lhes status de beligerância, abrir embaixadas nos países com governos pró-terroristas do hemisfério e, ao mesmo tempo, abre outras possibilidades para incrementar a progressiva desarticulação fariana.
Após as mortes de Reyes e Edgar Tovar, o Secretariado enviou Biojó ao Putumayo, não só para controlar os ingressos derivados do narcotráfico, mas para organizar as relações clandestinas com funcionários oficiais do governo de Correa e dirigentes equatorianos comunistas vinculados ao Movimento Continental Bolivariano (MCB).
Por sua estrutura acadêmica e concepção política, Biojó encarnava um férreo difusor da linha estratégica de Cano, Márquez e Catatumbo. Típico bandido comunista expert em combinar todas as formas de luta, mentir até ao respirar e massacrar sem piedade e sem escrúpulos a todos os chamados “inimigos de classe”.
De novo, a inteligência militar apontou um êxito contundente. A localização precisa do acampamento facilitou que os bombardeiros atacassem a tempo e sem permitir a fuga dos delinqüentes. Do mesmo modo que sucedeu com Reyes, Acacio, Martín Caballero, Felipe Rincón, Sonia “la Pilosa”, Danilo, Buendía e outros terroristas.
Também ficou demonstrado que, mais do que negociações ingênuas e sem norte, a primeira coisa que se necessita é vontade política para derrotar as guerrilhas. O resto vem por acréscimo. Com este golpe, Cano perdeu outra batalha estratégica, estabelecida pelo mesmo quando em declarações a Al Jazeera propôs fazer a paz, mas, ao mesmo tempo, ordenou uma agressão sistemática contra a Polícia Nacional que, para seus cálculos político-militares é o degrau mais fraco da cadeia de segurança nacional, ao mesmo tempo em que seus comparsas de “colombianos pela paz” e os mandatários comunistas do hemisfério lançavam a proposta de abrir negociações de paz, dirigidas a legitimar o terrorismo na Colômbia.
A “Operação Fortaleza II” desbaratou outra vez o conchavo, tal como sucedeu quando houve coincidente boa-vontade do Monsenhor Castrillón no momento em que as FARC seqüestraram e degolaram o governador de Caquetá, ou na farsesca mediação de Chávez, ou na manipulada Operação Emmanuel, ou ainda na farsa da libertação de Moncayo e dos dirigentes políticos que, por ordem de Cano, aspiravam ao Congresso para jogar para a frente o intercâmbio humanitário pró-fariano.
Desde há vários anos a guerra na Colômbia se combate com especial ênfase no plano estratégico e de alta política. Por isso há tantas pressões internacionais dos governos comunistas do hemisfério. E por isso, as tropas são obrigadas a causar às FARC mais golpes táticos de conotações estratégicas, com ênfase especial em inteligência militar especializada para localizar alvos rentáveis, e uma alta dose de estratégia integral de guerra psicológica e ação cívico-militar, para desbaratar os projetos políticosfarianos regionais que terroristas com o perfil de Biojó ou os membros do Partido Comunista Clandestino - que na realidade não são tão clandestinos - constroem ao longo e ao largo do país, pois em seu afã de legitimar as FARC, alguns deles integram organizações não-governamentais abertamente pró-terroristas.
* Analista de assuntos estratégicos - www.luisvillamarin.com
Tradução: Graça Salgueiro
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