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quarta-feira, 26 de maio de 2010

A orfandade do liberalismo

DIÁRIO DO COMÉRCIO


Em alguns poucos estados, como São Paulo, existe coerência política, como comprova a chapa formada por Geraldo Alckmin e Afif Domingos.

Aristóteles Drummond - 19/5/2010 - 20h43

Democracia especial, essa que montaram no Brasil pós-abertura. O povo é de centro, empreendedor e acredita na iniciativa privada. Apresentamos uma extraordinária mobilidade social e, no entanto, ninguém quer defender o empresário do achaque via impostos, fiscalização corrupta e legislação enlouquecedora na área ambiental e na trabalhista.

Alguns ideólogos de esquerda, que arranjaram um escudo para esconder suas convicções sob a denominação de "cientistas políticos", deitam falação e enchem páginas defendendo maior presença do Estado na economia e fazendo insinuações de toda ordem ao empreendedor. O agronegócio é tido como predador; a indústria, como  agressão ao meio ambiente; o comércio, uma forma fácil de ganhar dinheiro. Estes analistas, geralmente, vivem de salários pagos por entidades públicas ou ONGs subvencionadas pelo governo.
Os empresários que querem saciar suas ambições pessoais e vaidades disputam eleições por agremiações que negam o que são e o que fazem – socialistas uns, ambientalistas outros. Na fúria de deter o progresso, até projetos públicos, como nos casos de Belo Monte e das estradas Cuiabá-Santarém e Porto Velho-Manaus, entram na linha de fogo desse grupo voltado para o atraso.

A maioria do Congresso, de certa maneira, barra iniciativas despropositadas, mas por vezes se deixa inibir pelo apelo demagógico de alguns – como a proposta que diminui a carga horária semanal do trabalhador, quando deveríamos estar pensando em trabalhar mais e não menos.

Nas majoritárias, reina o que se convencionou chamar de "politicamente correto", com exceções honrosas, como em São Paulo, onde o candidato Geraldo Alckmin enfrenta a patrulha de seu partido e completa sua chapa com o líder empresarial e homem público coerente e preparado, Guilherme Afif Domingos. Outro exemplo é Sérgio Cabral, no Rio, que enfrenta a marginalidade nas favelas, prestigia a livre empresa e consegue cotar bem o crédito internacional do Estado, fato singular no Brasil. E, em Minas, Antonio Augusto Anastásia começou o choque de gestão no primei ro mandato de Aécio Neves, virou vice, hoje é governador e candidato à reeleição, ao que parece com um vice da melhor tradição política mineira, de bom senso e equilíbrio, que preside a Assembleia, Alberto Pinto Coelho.

Até o ex-governador paulista e candidato José Serra irritou-se quando perguntado se privatizaria o Banco do Brasil e a Petrobras – que cumprem seu papel, mas estão ganhando espaços indesejáveis nos mercados em que atuam – e se manter o banco e a Petrobras não significa que não reste um estoque de empresas a serem colocadas à venda. Quem é liberal não condena a presença estatal, tantas vezes necessária, mas desconfia de quem nem quer tocar no assunto.

A crise campeia e a turma fica nesse duelo ideológico, elitista, indiferente ao sofrimento dos que não têm emprego e à angústia dos que querem empreender e são ameaçados pelos impostos – fiscais, responsabilidades trabalhistas e até a invasão de seu domicílio. Alguém precisa dar um norte aos brasileiros voltados para a produção, a geração de riquezas, empregos e impostos legítimos. Mas quando se devolve aos presidiários o direito do voto e a sociedade se cala, não dá para ficar otimista. 


Aristóteles Drummond é jornalista e vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro. 
ari.drummond@yahoo.com.br

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".