Na Venezuela planejariam complô contra Uribe
El Colombiano, Medellin
A denúncia foi feita em razão de um artigo publicado por The Washington Post, no qual se trata de reacender um caso que relacionaria Santiago Uribe Vélez, irmão do Presidente da República, com um grupo ilegal armado chamado “Os 12 apóstolos”. O presidente Álvaro Uribe Vélez, ao referir-se pela primeira vez à informação – que cita um ex-oficial da Polícia que diz ter provas contra seu irmão – assegurou ontem que “essa infâmia está resolvida há muitos anos pela justiça. Já que estão interessados no tema, ouçam o que disse à Procuradoria um coronel aposentado da Polícia”. O mandatário referia-se a Pedro Manuel Benavides, que se apresentou ante um procurador delegado e assegurou que o coronel (r) Juan Carlos Meneses – quem fez as recentes declarações sobre Santiago Uribe – foi o contato para uma reunião que mantiveram os dois ex-oficiais, com os irmãos Luis Enrique e Javier Antonio Calle Serna, conhecidos como “Os Comba”. Em declarações à Colmundo Radio, Uribe disse que “é espantoso ver como o narco-terrorismo, que odeia este governo, tem grande capacidade de penetração”.
Desde a Venezuela
Ao ser questionado sobre este assunto, o ministro do Interior e de Justiça, Fabio Valencia Cossio, afirmou que “todas essas denúncias requentadas e todo este desprestígio que querem fazer contra o Governo, contra o presidente Uribe e contra sua família, têm uma coincidência e de alguma maneira, todos os que acabam denunciando, passaram pela Venezuela”. Horas antes, o ministro da Defesa, Gabriel Silva, havia afirmado que “há operações de inteligência desde a Venezuela para desprestigiar o presidente Uribe, utilizando todo tipo de artimanhas”.
Segundo o ministro, há evidências “suficientes e contundentes” dessas operações que se desenvolvem “há meses” e são conhecidas pelo próprio Uribe. Silva afirmou que esse suposto plano contra o governante, inclui o testemunho de Meneses que denunciou no jornal norte-americano e ante defensores de direitos humanos em Buenos Aires, Argentina, que o irmão do mandatário colombiano encabeçou um grupo paramilitar nos anos 90 em Yarumal, Antioquia. “Tenho um informe de inteligência que me dá certeza de que estamos diante de uma montagem (...) dos inimigos do presidente”, asseverou Silva sobre as declarações de Meneses que, segundo a Polícia, esteve várias vezes na Venezuela nos últimos tempos.
Havia dinheiro no meio
O diretor da Polícia, general Óscar Naranjo, anunciou, por sua parte, que os irmãos Comba teriam oferecido 500 milhões de pesos a dois oficiais aposentados da Polícia, entre os quais encontra-se Meneses, para que depusessem contra Santiago Uribe acerca de sua suposta responsabilidade na conformação e direção do grupo armado ilegal. “Entre abril e maio de 2008, Benavides assegurou que o coronel Meneses o procurou, pagou-lhe passagens a Medellín, o trasladou a Bogotá e o contatou com um grupo que ele identifica como o bando de ‘Os Comba’, os quais lhe ofereceram 500 milhões de pesos para fazer declarações contra o senhor Presidente da República”, informou o general Naranjo.
Resposta de Santiago Uribe ao jornal
“Rechaço enfaticamente o artigo publicado por The Washington Post”, disse o irmão do mandatário na carta enviada à direção do jornal norte-americano e cujo conteúdo foi conhecido pela agência Reuters. O irmão do mandatário afirmou que trata-se de um artigo “sem equilíbrio nem rigor jornalístico, recorrendo ao testemunho mentiroso de um ex-oficial da Polícia chamado a qualificar serviços pela acumulação de investigações contra ele”. “Devo lembrar que pelas mesmas falsas acusações que The Washington Post tenta reviver contra mim, por suposta conformação de grupos paramilitares, a Procuradoria Geral da Nação da Colômbia arquivou duas investigações”, sustentou Santiago Uribe ao jornal norte-americano.
Tradução: Graça Salgueiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário