Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

GRAVE EQUÍVOCO!

HEITOR DE PAOLA



GRAVE EQUÍVOCO!

HEITOR DE PAOLA

25/05/2004


A maioria dos articulistas de oposição comete um grave equívoco ao considerar&nbspo acordo Brasil-Turquia-Irã sobre material nuclear como uma gafe da diplomacia brasileira. São comentários míopes, que só enxergam de perto, o curto prazo, enquanto o núcleo do poder petista exerce uma diplomacia visando o longo prazo e objetivos maiores. Como já demonstrei antes Marco Aurélio Garcia, o verdadeiro artífice da diplomacia brasileira não é qualquer bocó. Além disto, outros fatores não têm sido levados em consideração.

Um deles é a avaliação errada da posição de Obama. Poucos entenderam, e menos ainda admitiram, que sua eleição representou a guinada para o enfraquecimento dos EUA e seu desarmamento unilateral. A idéia de um mundo ‘multipolar’, abdicando da posição hegemônica americana, não é uma balela: é o leimotiv da nova diplomacia americana. Desde o governo Carter, passando por Clinton, que os liberais da esquerda Democrata, o shadow party, tentam fazer a inversão entre amigos e inimigos.  Nunca é demais relembrar que foi exatamente com o Irã, além da Nicarágua, que Carter inaugurou esta política suicida, patrocinando a queda do Xá e a Revolução Islâmica dos Aiatolás. Seguindo seus passos, Obama, ainda candidato, anunciou que sua política para este país seria de abertura e diálogo. A truculência de Ahmadinejad impediu uma aproximação direta. Nada mais razoável do que usar a disposição do Brasil para assumir papel de liderança mundial, instigado por Moscou: segundo a Agência Reuters, o presidente Barack Obama escreveu para Lula: "Uma decisão do Irã de enviar 1.200 quilos de urânio de baixo enriquecimento para fora do país geraria confiança e diminuiria as tensões regionais por meio da redução do estoque iraniano". Para salvar a face e enfrentar a enorme oposição interna, que inclui membros mais conservadores de seu próprio partido, acrescentou: "Nós observamos o Irã dar sinais de flexibilidade ao senhor e outros, mas, formalmente, reiterar uma posição inaceitável pelos canais oficiais da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)".

Outro ponto, praticamente desconhecido pela mídia mesmo a de oposição, é o interesse da Rússia em vencer o cabo-de-guerra com os EUA na questão. O Presidente russo, Dmitri Medvedev praticamente montou o acordo nos últimos encontros com Lula e Erdogan. Há pouco mais de um mês ele discutiu a proposta em Brasília e Ankara, após uma escala em Damasco, um dos maiores aliados de Teerã. Medvedev insistiu com Teerã para aceitar a iniciativa turco-brasileira, dizendo ser esta a última chance antes das sanções do Conselho de Segurança. Logo depois Lula estava em Moscou de onde voou para Teerã. Obama percebeu os ganhos de Moscou e, por esta razão, acionou os demais membros do CS para&nbspdiscutir as sanções. É preciso muita ignorância da grande estratégia envolvida ou má fé para considerar que houve desprezo e que Lula bancou o palhaço. Vale lembrar que nem naÍndia&nbspnem em sites antiterroristas&nbspisraelenses o consideram gafe ou besteira. Charles Krauthammer considera que o acordo revela que ‘potências em ascensão, aliados tradicionais dos EUA, observando a administração Obama em ação, decidiram que não custava nada alinhar-se com os maiores inimigos da América e não com com um Presidente dado a desculpas e apaziguamentos’. 

Como bem o disse Garcia, o Brasil não é moça de recados e utilizou os interesses de Obama para implementar os seus. Só não vê quem não quer que o Brasil também planeja desenvolver artefatos nucleares. Produz urânio, assim como sua aliada Bolívia, já construiu suas próprias centrífugas em Aramar (*), onde funcionam o Laboratório de Enriquecimento Isotópico e a Usina de Demonstração de Enriquecimento (USIDE), destinados ao futuro submarino nuclear. Tendo assinado o Tratado de Não-Proliferação está com as mãos amarradas pela AIEA. Imaginemos – acredito que certa dose de imaginação deva fazer parte de avaliações políticas – que o Brasil queira usar o Irã para enriquecer seu próprio urânio. Além de fornecer quantidades que o Irã precisa para preencher a quota de 1.200 kg, ainda pode enriquecer o seu por lá.

Isto poderia explicar, também, o porque da escolha de uma candidata tão fraca para a Presidência: Dilma fez parte da equipe que elaborou o plano energético do Lula já em 2002 e foi Ministra das Minas e Energia.

(*) Depois deste artigo ter sido escrito tive acesso à notícia publicada pelo Diario las AméricasBrasil estará preparado para completar ciclo de uranio este año , dice militaro que corrobora minhas idéias.

Artigo para publicação no Jornal Inconfidência, Belo Horizonte, MG

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".