AMIGOS DA CRUZ
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Texto retirado do blog: http://amigocruz.blogspot.com/2010/09/compreenda-o-que-e-o-gramscismo-e.html#ixzz1lQEbCohS
"As duas últimas décadas conheceram, todavia, uma evolução importante na ideologia (a praxis) do marxismo. Trata-se da obra que o marxista Antônio Gramsci (1891-1937) escreveu durante seus útimos anos nos cárceres da Itália fascista. Nela se da uma moderação das tesis rigorosas do materialismo histórico com fins mais táticos. Para Gramsci as idéias e crenças não são simples emanação passageira da economia, se não que possuem uma realidade que constitui a cultura em que cada homem e cada povo vive imerso.
A idéia propulsora do pensamento gramsciano é a de que Revolução nunca se realizará verdadeiramente enquanto não se produza de um certo modo orgânico e dialético dentro do que Gramsci chama uma cultura, que é o que haverá que desmontar e substituir ao próprio tempo que se utiliza. Se a revolução brota de um ato violento ou de uma ocupação militar, sempre será superficial e precária, e se manterá assim mesmo em um estado violento. O homem não é uma unidade que se justapõem a outras para conviver, se não um conjunto de inter-relações ativas e conscientes. Todo homem vive imerso em uma cultura que é organização mental, disciplinada através de uma autocrítica, que será motor de mudança. A vida humana é um emaranhado de convicções, sentimentos, emoções e idéias; ou seja, criação histórica e não natural. Daí o interesse de Gramsci pelo cristianismo ao que considera germe vital de uma cultura histórica que penetra na mente e na vida dos homens, suas reações profundas. Será preciso, para que a revolução seja orgânica e “cultural”, adaptar-se ao existente e, pela via da crítica e a autoconsciência, desmontar os valores útimos e criar assim uma cultura nova. O aríete para essa transformação será o Partido, vontade coletiva e disciplinada que tende a fazer-se universal. Sua missão será a infiltração na cultura vigente para transformá-la em outra nova materialista, a margem da idéia de Deus e de tudo de valor transcendente.
Sua arma principal será a lingüística (a gramática normativa) que penetre na linguagem coloquial, alterando o sentido das palavras e suas conotações emocionais, até crer em quem fala uma nova atitude espiritual. Se se muda os valores, se modifica o pensamento e nasce assim uma cultura distinta. O meio em que esta metamorfose pode realizar-se é o pluralismo ideológico da democracia, que deixa indefeso o meio cultural atacado. Porque, nela só existem “opiniões” e todas são igualmente válidas. Esse trabalho se alcançará atuando sobre os “centros de irradiação cultural” (universidades, foros públicos, meios de difusão, etc.) nos que, aparentando respeitar sua estrutura e ainda seus fins, se inoculará um criticismo que lhes leve a sua própria autodestruição. Se se consegue infiltrar a democracia e o pluralismo na própria Igreja (que tem nessa cultura o mesmo papel reitor que o Partido na marxista), o êxito será fácil. A democracia moderna será como uma anestesia que impossibilitará toda reação no paciente, ainda quando esteja informado do sistema que está sendo penetrado em sua mente.
Esta é a revolução cultural, meta principal do atual marxismo, e movimentos como Cristiano para el socialismo e outros semelhantes que desejam o que se tem chamado autodemolizione da Igreja.
Traduzido do espanhol pelo Amigo da Cruz.
CIUDAD, Rafael Gambra. Historia sencilla de la filosofia, Madrid: Rialp. 22 ed., 1997, p. 212-214
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