LUCIANO AYAN
Fonte: Paulopes
A história do ateu americano Patrick Greene (foto), 63, que anunciou sua conversão ao cristianismo, teve uma sequência inesperada: ele disse que voltou a ser ateu.
A notícia da “conversão” foi destaque em sites religiosos de todo o mundo, embora Greene fosse até então um obscuro e desconhecido cidadão. No Brasil, por exemplo, o Verdade Gospel, do pastor Silas Malafaia, estampou: “Ateu se converte; veja do que a compaixão é capaz”.
A “compaixão”, no caso, teria sido uma boa ajuda financeira que Greene tinha recebido de uma igreja batista para levar adiante o tratamento de uma doença que o ameaça deixar cego de um olho.
Em um e-mail onde afirma ter anunciado “cedo demais” a sua conversão ao cristianismo, Greene diz que, em que pese o “amor, bondade e compaixão” que recebeu dos batistas, não pode renunciar a 50 anos de ateísmo.
Ele disse que, após ter feito um exame de consciência no último fim de semana, concluiu que se dizer religioso vai contra tudo que lutou em toda a sua vida, como a igualdade de direitos aos homossexuais e legalização do aborto. “Eu não posso continuar pensando e sentindo que mudei o meu coração e mente.”
A história foi mal contada desde o começo porque verdadeiramente ninguém deixa de ser ateu de um dia para outro, após um depósito em sua conta bancária. Ou Greene não bate bem da cabeça ou ele aplicou um golpe nos crentes.
Meus comentários
Se eu achava que havia limites para a ingenuidade, agora vi que eu estava errado. Novos limites são descobertos a cada dia que passa.
No meio de uma guerra política, é óbvio que qualquer pessoa adulta deveria encarar a tal “conversão” do Patrick Greene com ceticismo. E jamais, sob hipótese alguma, sair “comemorando” essa conversão. Como alguns sites cristãos, incluindo o de Silas Malafaia, fizeram a “comemoração”, agora terão que aguentar a extrema humilhação de terem sido tratados como idiotas.
Eu sinto muito falar a verdade (mas é a orientação deste site: falar a verdade nua e crua), mas esses são os fatos.
Ademais, se esqueceram da regra máxima da guerra política. O importante é ficar no ataque, não na defesa. Para que “defender” o cristianismo (usando a propaganda de um suposto ateu convertido), se o importante é atacar o neo ateísmo e o humanismo?
Entretanto, a necessidade de “defender” o cristianismo foi tanta, mas tanta, que eles criaram um ponto de vulnerabilidade, que foi exposto quando o ateu disse que a conversão dele era só “brincadeirinha”.
Quem foi ingênuo, que aguente a humilhação.
Esta, infelizmente, eu tenho que reputar como uma merecida humilhação.
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