REINALDO AZEVEDO
10/04/2012 às 6:21
Por Christiane Samarco, João Domingos e Ricardo Britto, no Estadão. Volto em seguida:
Líderes dos partidos governistas e de oposição começam hoje a coleta de assinaturas no Senado e na Câmara para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a apurar as ligações políticas do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cacheira. Como vários partidos têm parlamentares citados pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, cada um acha que poderá implicar o outro na CPI — que seria a primeira do governo Dilma Rousseff — e com isso colher dividendos eleitorais este ano e em 2014.
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“Quem chegou a colocar um pé nos Estados Unidos certamente colocou os dois em Brasília”, disse o líder tucano no Senado, Álvaro Dias (PR), ao lembrar que os vazamentos só mostraram personalidades do Congresso. “Faltam as do Executivo”. Dias entende que seria ingenuidade supor que a ambição de Cachoeira não chegue a Brasília e ao governo federal. Ele disse que só a Delta Construções S.A. recebeu R$ 4,13 bilhões do governo federal entre 2007 e 2012. “Isso só num CNPJ”, afirmou o senador, referindo-se à empresa que, segundo a PF, teria ligações com Cachoeira em Goiás.
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o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), disse que a intenção de seu partido é estender a investigação para além do envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) com Cachoeira. “Centralizar a apuração em uma só pessoa não é questão de injustiça, mas de falta de justiça”, afirmou. O petista já se articulou com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e contará com a ajuda de peemedebistas como Vital do Rego (PB) para a coleta das assinaturas. Já o líder do DEM na Câmara, Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), avalia que, ao se livrar de Demóstenes, seu partido ficou à vontade para entrar nas investigações de uma CPI.
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No PT. Um dos principais quadros do PT goiano, o deputado Rubens Otoni, aparece em duas fitas de vídeo em conversas comprometedoras com Cachoeira. Numa delas, aparentemente recebe um pacote com R$ 100 mil. Mas isso não intimida o PT, que já preparou até o discurso de defesa para explicar o encontro.
“Trata-se de filmes de 2004 (quando o petista buscava recursos para a campanha de prefeito de Anápolis). Desde então, ele vem sendo chantageado pelo Cachoeira. E aquilo é um caso de caixa 2, que já prescreveu”, disse o líder do PT Jilmar Tatto (SP). O senador tucano Aloysio Nunes (SP) é outro que defende a CPI. “Quem não deve não teme”, disse ele.
Voltei
Vejam que comovente a defesa que o líder do PT faz do deputado Rubens Otoni. Mas tarde, volto ao assunto.
Por Reinaldo Azevedo
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