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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Bento XVI à Europa: Deus não é inimigo do homem

RAINHA MARIA
07.11.2010

“É necessário que Deus volte a ressoar alegremente sob o céu da Europa”


SANTIAGO DE COMPOSTELA - "A Europa deve abrir-se a Deus, ir ao seu encontro sem medo": esta é a grande mensagem lançada pelo Papa Bento XVI na viagem a Santiago de Compostela, evocando novamente o "Europa, seja você mesma", de João Paulo II, neste mesmo lugar, há 18 anos.

Diante das 7 mil pessoas que puderam estar na Plaza del Obradoiro e das milhares que puderam acompanhar a celebração através dos telões espalhados em vários pontos da cidade, o Papa quis recordar que Deus "não é o inimigo do homem".

"É uma tragédia que, na Europa, sobretudo no século XIX, se afirmasse e divulgasse a convicção de que Deus é o antagonista do homem e o inimigo da sua liberdade."

"Deus é a origem do nosso ser, alicerce e cume da nossa liberdade, não seu opoente - sublinhou o Papa. Como é possível que se tenha feito silêncio público sobre a realidade primeira e essencial da vida humana?"

"Os homens não podem viver na escuridão, sem ver a luz do sol. E, então, como é possível que se negue a Deus, sol das inteligências, força das vontades e ímã dos nossos corações, o direito de propor essa luz que dissipa todas as trevas?", perguntou-se o Papa.

Frente a um paganismo que propugna uma visão de um Deus invejoso e contrário ao homem, afirmou, "é necessário que Deus volte a ressoar alegremente sob o céu da Europa".

É necessário também que o nome de Deus, "essa palavra santa, não seja jamais pronunciada em vão; que não se perverta, fazendo-a servir a fins que lhe são impróprios".

"É preciso que seja proferida santamente. É necessário que a percebamos assim na vida de cada dia, no silêncio do trabalho, no amor fraterno e nas dificuldades que os anos trazem consigo."

Nova evangelização
Por isso, o Papa sublinhou que "a contribuição específica e fundamental da Igreja para essa Europa, que percorreu no último meio século um caminho rumo a novas configurações e projetos", é "que Deus existe e que é Ele quem nos deu a vida".

"Somente Ele é absoluto, amor fiel e indeclinável, meta infinita que se transluz detrás de todos os bens, verdades e belezas admiráveis deste mundo; admiráveis, mas insuficientes para o coração do homem."
A Europa, acrescentou o Papa, "deve abrir-se a Deus, ir ao seu encontro sem medo, trabalhar com sua graça por aquela dignidade do homem que haviam descoberto as melhores tradições: além da bíblica, fundamental nesta ordem, também as de época clássica, medieval e moderna, das quais nasceram as grandes criações filosóficas e literárias, culturais e sociais da Europa".

A cruz dos caminhos de Santiago, afirmou, "supremo sinal do amor levado até o extremo, e por isso dom e perdão ao mesmo tempo, deve ser nossa estrela orientadora na noite do tempo".

"Não deixeis de aprender as lições desse Cristo das encruzilhadas dos caminhos e da vida, nas quais Deus vem ao nosso encontro como amigo, pai e guia."

"Ó cruz bendita, brilhai sempre nas terras da Europa!", exclamou Bento XVI.

A seguir, o Papa quis advertir a Europa sobre o perigo de viver de costas para Deus.

"Permiti que eu proclame daqui a glória do homem; que advirta sobre as ameaças à sua dignidade pela espoliação dos seus valores e riquezas originais, pela marginalização ou a morte infligidas aos mais fracos e pobres - afirmou. Não se pode dar culto a Deus sem velar pelo homem, seu filho, e não se serve o homem sem perguntar-se quem é seu Pai e responder à pergunta por ele."

"A Europa da ciência e das tecnologias, a Europa da civilização e da cultura, tem que ser, ao mesmo tempo, a Europa aberta à transcendência e à fraternidade com outros continentes, ao Deus vivo e verdadeiro, a partir do homem vivo e verdadeiro."

"Isso é o que a Igreja deseja oferecer à Europa: velar por Deus e velar pelo homem, a partir da compreensão que de ambos nos é oferecida em Jesus Cristo", disse o Papa.

Por isso, convidou os cristãos a "seguir o exemplo dos apóstolos, conhecendo o Senhor cada dia mais e dando um testemunho claro e valente do seu Evangelho".

"Não existe maior tesouro que possamos oferecer aos nossos contemporâneos", sublinhou Bento XVI aos presentes.

Espírito de serviço
Para os discípulos que querem seguir e imitar Cristo, afirmou, "servir os irmãos já não é uma mera opção, mas parte essencial do seu ser".

O serviço que os cristãos estão chamados a dar "não se mede pelos critérios mundanos do imediato, do material e do vistoso, mas porque se faz presente o amor de Deus a todos os homens e em todas as suas dimensões, e dá testemunho d'Ele, inclusive com os gestos mais simples".

O Pontífice se dirigiu especialmente aos jovens, convidando-os a seguir este caminho, "para que, renunciando a um modo de pensar egoísta, de curto alcance, como tantas vezes vos propõem, e assumindo o de Jesus, possais realizar-vos plenamente e ser semente de esperança".

Também se dirigiu aos "chefes dos povos", recordando que, "onde não há entrega aos demais, surgem formas de prepotência e exploração que não dão espaço para uma autêntica promoção humana integral".

"Isso é o que nos recorda também a celebração deste Ano Santo Compostelano. E isso é o que, no segredo do coração, sabendo-o explicitamente ou sentindo-o sem saber expressá-lo com palavras, vivem tantos peregrinos que caminham a Santiago de Compostela para abraçar o Apóstolo."

Fonte: www.zenit.org

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".