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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A derrota de Obama

ÍNTEGRAS
SEGUNDA-FEIRA, 8 DE NOVEMBRO DE 2010

O partido Republicano representa a mais pura mentalidade americana de amor à liberdade... A ideia de liberdade nos EUA está intimamente associada a uma visão "prática" da liberdade e não a definições abstratas do que seria a liberdade.

por Luiz Felipe Pondé para a Folha

Obama (quase) já era. O partido Republicano derrotou o partido Democrata nas eleições de 2 de novembro. Para se reeleger, ele deverá vencer a impressão de que governa apenas para alguns "liberais" alienados. Obama é bom de papo, mas ruim de governo.

Interessante ver como esse fato parece estranho para quem tem uma visão deturpada da política americana e, por isso, insiste em identificar os republicanos com o "mal" e os democratas com o "bem". O partido Republicano representa a mais pura mentalidade americana de amor à liberdade. É ai que devemos procurar uma resposta para a virada republicana nestas eleições, coisa impensável em 2008.

Por que ninguém se pergunta: se os republicanos são tão "maus", por que tantas mulheres e negros (supostas vítimas sociais) são republicanos? Por que tantas candidatas republicanas?

Obama é visto como mau presidente de duas formas diferentes. A primeira, por parte de seus eleitores, como um fraco, incapaz de fazer as mudanças prometidas. A segunda, por parte de seus críticos, como a mais cabal prova do que os americanos não querem: um presidente da Suécia na Casa Branca.

Quando Obama foi eleito em 2008, em meio à histeria coletiva do novo messias, escrevi nesta coluna que a histeria passaria e que ele, em breve, revelaria sua condição de farsa. Ele é um presidente elitista, inábil e com uma visão infantil do seu próprio país. Resultado, ele rachou os EUA no meio, produzindo fenômenos como o "Tea Party", movimento que muitos insistem em classificar como um amontoado de ignorantes retardados mentais. Quem pensa assim, está enganado. O "Tea Party" representa um grito histérico de "não se metam em minha vida". A histeria de Obama criou a histeria do "Tea Party".

Para além de temas como sua derrota diante do desemprego, sua demonização do mercado financeiro e a "conta" do seguro saúde, Obama representa o que muitos americanos entendem como "socialismo": obrigar os produtivos a pagar a conta dos preguiçosos. Os EUA são a nação mais poderosa do mundo, e os americanos se perguntam: por que devemos abandonar nossa tradição de que cada um cuida de sua vida para vivermos como os "pobres" europeus?

A ideia de liberdade nos EUA está intimamente associada a uma visão "prática" da liberdade e não a definições abstratas do que seria a liberdade. Abstrações como essas estão mais próximas de autores como Rousseau e Marx e seus delírios políticos, e menos da concretude de autores como Locke ou Tocqueville e a ideia de liberdade como virtude gerada pelo movimento cotidiano das pessoas buscando sua felicidade, sem ninguém "ajudando" ou "atrapalhando".

De início, ser livre para os americanos é arcar com os riscos que a liberdade gera. Coisa de gente grande e não de criança. Para os americanos que disseram "não" ao Obama agora, ele é uma criança com o ego inflado.

Do ponto de vista republicano, a liberdade proposta pelos democratas (principalmente a esquerda do partido, representada por gente como Obama e seu séquito) é semelhante à rebeldia de filhos que exigem sair de casa, mas querem que os pais continuem a pagar suas contas. Para os republicanos, liberdade é algo que se conquista e não algo que se recebe.

Um outro erro comum é associarmos a posição republicana à postura "antiprogresso" ou a favor da pobreza da maioria. Não, para eles, é exatamente o contrário: progresso social (compreendido como uma sociedade na qual mais pessoas vivem em melhores condições) é resultado de menos constrangimento da ação livre das pessoas na busca cotidiana de seus interesses materiais. A pobreza se combate com trabalho árduo e não com ideias sobre como a riqueza é feia.

Para um republicano, ninguém tem o direito de me dizer no que gasto meu dinheiro ou se tenho ou não que ajudar os mais pobres. Ao contrário: é deixando que os não preguiçosos trabalhem em paz que teremos mais condições de ajudar a quem tem azar na vida ou é menos competente no massacre que é a vida cotidiana.

Com estas eleições, os Estados Unidos podem, finalmente, sair do "surto Obama".

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".