10 de março de 2002
Grupo quer divulgar causas das Farc.
Secretário de petista lança comitê de apoio a guerrilha colombiana
JOEL SILVA
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Um dos secretários do prefeito de Ribeirão Preto e coordenador do programa de governo do pré-candidato à Presidência do PT Luiz Inácio Lula da Silva, Antônio Palocci Filho, vai lançar um comitê pró-Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no município. O secretário é o ex-vereador Leopoldo Paulino (PSB), que compõe a base de apoio do prefeito de Ribeirão.
As Farc são o maior grupo guerrilheiro colombiano, com cerca de 17 mil homens. São responsáveis por centenas de seqüestros em 2001. Foram atribuídos ao grupo mais de 1.700.
O escritório será lançado oficialmente no dia 20, na Câmara de Ribeirão. A sede será o Templo da Cidadania, instituição cultural sem fins lucrativos, da qual Palocci é membro fundador. Também fazem parte do grupo, que deve se chamar Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano e aos Movimentos de Libertação Nacional, os vereadores governistas Beto Cangussú (PT) e José Antônio Lages (PT) e o médico petista Edmundo Raspanti, diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som) de Ribeirão.
Parte do comitê diz que quer defender as causas das Farc, mas não sua violência. "A idéia é que a gente possa divulgar ao máximo em todas as partes do Brasil a situação do povo colombiano e as verdadeiras causas da luta das Farc contra o governo local", afirmou Cangussú. Paulino, no entanto, é radical: "Não acho que é a eleição que vai resolver, é a revolução. Hoje no Brasil não há condição de fazer uma revolução armada, mas na Colômbia não é assim. Eles têm um exército organizado".
Palocci e Luiz Inácio Lula da Silva não foram encontrados para falar sobre o assunto ontem. O comitê vai colher assinaturas pró-Farc e defender as posições do grupo guerrilheiro no Brasil. No lançamento, um guerrilheiro deve estar presente. "Precisamos difundir e abrir comitês das Farc no mundo inteiro sobre os problemas que ocorrem naquele país", disse Cangussú.
Para "selar a união", houve uma reunião em Ribeirão Preto entre Paulino e Olivério Medina, porta-voz informal das Farc no Brasil, que chegou a ser preso em 2000 em Foz do Iguaçu (PR), a pedido do governo colombiano, acusado de atividades terroristas.
"Se conseguirmos passar algo para a população, " vamos prestar um serviço à mente das pessoas", afirmou o advogado Vanderley Caixe, um dos fundadores das Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro que atuou entre 1967 e 1969.
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o órgão não se manifesta sobre questões internas, mas afirmou que o Brasil apoia o governo do presidente colombiano, Andrés Pastrana, que foi eleito democraticamente.
As lideranças políticas do PT, PSB e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) contam com posições divergentes sobre a criação do comitê. A deputada federal Luiza Erundina (PSB) disse que é contrária à forma de luta das Farc e que acha "meio estranho" o secretário Leopoldo Paulino, de seu partido, organizar um comitê de apoio ao grupo guerrilheiro. "Não tenho muita ligação com ele Paulino e não sei quais são as razões dele", disse Erundina.
O líder do MST José Rainha Júnior disse que é solidário ao povo colombiano. " Eles estão sendo massacrados pela mão do imperialismo norte-americano."
Para a cônsul-geral da Colômbia em São Paulo, Marta de Arevalo, "é muito estranho alguém se solidarizar com foras-da-lei, as Farc".
O caso será levado ao conhecimento da embaixada colombiana no Brasil.
Colaborou Evandro Spinelli, da Folha Ribeirão
As Farc são o maior grupo guerrilheiro colombiano, com cerca de 17 mil homens. São responsáveis por centenas de seqüestros em 2001. Foram atribuídos ao grupo mais de 1.700.
O escritório será lançado oficialmente no dia 20, na Câmara de Ribeirão. A sede será o Templo da Cidadania, instituição cultural sem fins lucrativos, da qual Palocci é membro fundador. Também fazem parte do grupo, que deve se chamar Comitê de Solidariedade ao Povo Colombiano e aos Movimentos de Libertação Nacional, os vereadores governistas Beto Cangussú (PT) e José Antônio Lages (PT) e o médico petista Edmundo Raspanti, diretor do MIS (Museu da Imagem e do Som) de Ribeirão.
Parte do comitê diz que quer defender as causas das Farc, mas não sua violência. "A idéia é que a gente possa divulgar ao máximo em todas as partes do Brasil a situação do povo colombiano e as verdadeiras causas da luta das Farc contra o governo local", afirmou Cangussú. Paulino, no entanto, é radical: "Não acho que é a eleição que vai resolver, é a revolução. Hoje no Brasil não há condição de fazer uma revolução armada, mas na Colômbia não é assim. Eles têm um exército organizado".
Palocci e Luiz Inácio Lula da Silva não foram encontrados para falar sobre o assunto ontem. O comitê vai colher assinaturas pró-Farc e defender as posições do grupo guerrilheiro no Brasil. No lançamento, um guerrilheiro deve estar presente. "Precisamos difundir e abrir comitês das Farc no mundo inteiro sobre os problemas que ocorrem naquele país", disse Cangussú.
Para "selar a união", houve uma reunião em Ribeirão Preto entre Paulino e Olivério Medina, porta-voz informal das Farc no Brasil, que chegou a ser preso em 2000 em Foz do Iguaçu (PR), a pedido do governo colombiano, acusado de atividades terroristas.
"Se conseguirmos passar algo para a população, " vamos prestar um serviço à mente das pessoas", afirmou o advogado Vanderley Caixe, um dos fundadores das Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional), grupo guerrilheiro que atuou entre 1967 e 1969.
A assessoria de imprensa do Itamaraty informou que o órgão não se manifesta sobre questões internas, mas afirmou que o Brasil apoia o governo do presidente colombiano, Andrés Pastrana, que foi eleito democraticamente.
As lideranças políticas do PT, PSB e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) contam com posições divergentes sobre a criação do comitê. A deputada federal Luiza Erundina (PSB) disse que é contrária à forma de luta das Farc e que acha "meio estranho" o secretário Leopoldo Paulino, de seu partido, organizar um comitê de apoio ao grupo guerrilheiro. "Não tenho muita ligação com ele Paulino e não sei quais são as razões dele", disse Erundina.
O líder do MST José Rainha Júnior disse que é solidário ao povo colombiano. " Eles estão sendo massacrados pela mão do imperialismo norte-americano."
Para a cônsul-geral da Colômbia em São Paulo, Marta de Arevalo, "é muito estranho alguém se solidarizar com foras-da-lei, as Farc".
O caso será levado ao conhecimento da embaixada colombiana no Brasil.
Colaborou Evandro Spinelli, da Folha Ribeirão
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