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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Peña Esclusa fala desde os sótãos da Polícia Política

MÍDIA SEM MÁSCARA

Alejandro Peña Esclusa afirma que os funcionários da Sebin invadiram sua residência, não permitiram a presença do seu advogado, e roubaram dinheiro e objetos."Quem é capaz de roubar também é capaz de plantar".
É um homem pragmático. Quase não há nele nenhuma ironia. Tampouco é amplo em sorrisos. Vozes do continente se levantaram para defendê-lo, dentre eles Fernando Londoño Hoyos. E nos sótãos da polícia política que antes era a DISIP e agora é SEBIN, permanece encarcerado Alejandro Peña Esclusa que, em entrevista exclusiva para Quinto Día, confessou que quem o queria preso era o presidente Chávez.
"A opinião pública conhece somente minha faceta como lutador ou meu trabalho de denúncia; porém, há outra muito mais relevante, que tem a ver com minhas propostas. Durante anos estudei como nações sub-desenvolvidas converteram-se em potências industriais, particularmente os casos dos Estados Unidos, Japão e Alemanha".
"Tenho certeza de que posso contribuir com o futuro desenvolvimento da Venezuela. Muitas dessas propostas as condensei por escrito desde o novo lugar que Deus me colocou: o cárcere".
O que você acredita que há por trás de toda esta declaração de Chávez Abarca e sua detenção?
Trata-se de uma montagem para tratar de neutralizar meu trabalho opositor.
Esta pergunta pode parecer absurda mas, você pode provar que não tinha explosivos em sua residência?
Nunca manipulei explosivos em toda minha vida. Seria uma loucura lê-los em minha casa, e muito menos no escritório de minha filha de oito anos.
É verdade que tinha câmeras em sua casa que gravaram a suposta plantação de provas por parte do SEBIN?
Não tenho câmeras em minha casa.
Qual foi ou é sua relação com Chávez Abarca?
Nenhuma. A primeira vez que soube dele, foi quando li seu nome nos jornais.
Chávez Abarca tem algum motivo ou razão para envolvê-lo em atos terroristas contra o presidente Hugo Chávez?
Quem tem interesse em envolver-me é o próprio Hugo Chávez. O salvadorenho é só um instrumento como foi a "testemunha estrela" Giovanny Vázquez.
Relata-me em detalhes como foi sua captura.
Aproximadamente 20 funcionários do SEBIN entraram em minha casa. O fiscal não permitiu a presença do meu advogado. Estiveram em todos os ambientes, evidentemente sem supervisão alguma. Por isso lhes foi muito fácil "plantar" os explosivos. Além disso, roubaram dinheiro e objetos. Quem é capaz de roubar, também é capaz de plantar.
Você chegou a pensar que sua detenção pudesse acontecer depois da deportação de Chávez Abarca?
Sim. Eu adverti em um vídeo gravado dois dias antes da invasão, publicado em www.fuerzasolidaria.org. Além disso, um jornal dominical também havia advertido.
Você diria que suas ações contra Chávez e o governo são do tipo terrorista ou golpista?
Ao contrario! Sempre condenei publicamente o terrorismo. Critiquei a aliança de Hugo Chávez com as FARC, justamente por ser um grupo terrorista.
Você trabalha pelo derrocamento do presidente Chávez?
Eu trabalho para criar um grande movimento nacional que consiga a renúncia ou a destituição de Chávez pelas vias pacíficas, democráticas e constitucionais. Chávez não está apto para governar e, além disso, viola a Constituição todos os dias.
Com que pessoas você tem relação na oposição venezuelana?
Depois de 26 anos de vida política ininterrupta, conheço praticamente todos os dirigentes opositores, embora me relacione melhor com a sociedade (ONGs). Tenho sido muito crítico da Mesa da Unidade porque ela participa de eleições sem dizer a verdade sobre a fraude que o Conselho Nacional Eleitoral comete. Estou certo de que a oposição obterá duas terças partes dos assentos nas eleições parlamentares de 26 de setembro, porém o governo só reconhecerá uns quantos deputados.
Que alcance têm esses trabalhos que você disse que vinha realizando contra o presidente Chávez e o Foro de São Paulo?
Meu trabalho contra Hugo Chávez e o Foro de São Paulo é muito amplo e bem documentado. Fui o primeiro a denunciar os nexos de Chávez com Fidel Castro e com as FARC (1995). No ano de 2000, o acusei ante a Procuradoria por Traição à Pátria, devido a seus vínculos com as FARC. Fui eu quem organizou as primeiras marchas contra Chávez (2001), exigindo-lhe a renúncia. No ano passado viajei a Haya e iniciei os primeiros trâmites para acusá-lo por delitos de lesa-humanidade ante a Corte Penal Internacional. Depois viajei a Washington e o acusei ante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos por promover a violência e a guerra na América Latina. Viajei por todo o continente e inclusive pela Europa, denunciando as características totalitárias do modelo chavista. Meu trabalho opositor tem sido tão efetivo, que por isso Chávez necessitava neutralizar-me pondo-me preso.
E o do Foro de São Paulo?
Tenho sido seu principal detrator, fazendo denúncias gravíssimas contra ele nas principais cidades do mundo. Meus livros contra o Foro de São Paulo circulam em espanhol, inglês e português.
Que relação tem ou teve com Francisco Chávez Abarca?
Absolutamente nenhuma! Não tenho a menor idéia de quem é ele, exceto pelo que li na mídia. Suspeito que trabalha para o G2 cubano e que sua missão era prejudicar aos que nos opomos ao regime.
Você é cabeça ou pertence à seita Tradição, Família e Propriedade, que em 1984 pretendeu assassinar o Papa João Paulo II?
Jamais pertenci à Tradição, Família e Propriedade. Essa é uma das calúnias mais difundidas pelo governo. Quanto à tentativa de assassinato do Papa, quem vai acreditar em semelhante estupidez? Boa parte do que eu escrevi, como o livro "O Continente da Esperança", é inspirado em João Paulo II. O Cardeal Rosalio Castillo Lara era meu bom amigo e mentor. A ele dediquei outro de meus livros, "Arte Clásico y el Buen Gobierno".
Que tipo de identificação ou aproximação teve com Lyndon La Rouche?
Quando eu era jovem, entrei em contato com as idéias de La Rouche, as quais devido à minha inexperiência me pareceram interessantes, porém depois fui detectando seus erros e inconvenientes e rompi definitivamente com ele. Há muitos anos não tenho nada a ver com La Rouche.
Você preside a União de Organizações Democráticas da América. Que fim persegue UnoAmérica?
UnoAmérica é uma das iniciativas mais valiosas e esperançosas da história recente. Trata-se de uma plataforma que no momento já conta com 200 ONGs e que luta para defender a democracia e a liberdade em toda a região. Em minha opinião, UnoAmérica é a semente da verdadeira integração ibero-americana. Além disso, é a antítese ideológica e pragmática do Foro de São Paulo.
Você tem relação, como disse Nicolás Maduro no ano passado, com o terrorista Posada Carriles?
Jamais tive a ver com Posada Carriles, nem sequer o vi pessoalmente. O governo se vê obrigado a me caluniar porque não tem nada concreto contra mim. Nunca cometi nenhum crime. Não tenho antecedentes penais. Estou orgulhoso de afirmar que, durante meus 56 anos de vida, nunca sujei meu nome ou o de minha família.

Quinta-feira, 23 de julho de 2010.

Entrevista publicada no semanário Quinto Día de Caracas - Venezuela
Sebastiana Barráez Pérez - Sebastianabarraez@yahoo.com
Tradução: Graça Salgueiro

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".