Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O MITO DA DIVISÃO ISLÂMICA

HEITOR DE PAOLA



O MITO DA DIVISÃO ISLÂMICA

HEITOR DE PAOLA

12/07/2010

Venho estudando detidamente os fundamentos do Islam e as estratégias diplomáticas utilizadas no trato com o Ocidente e Israel. É fato que existem sérias divergências entre os países islâmicos, entre as quais:

- Persas x Árabes - Xi’itas x sunitas - Islamismo x nacionalismos - Estados x Estados

Se tomarmos em consideração a faixa de Gaza, por exemplo, no caso de um conflito no qual Israel perca o controle que ainda mantém sobre o território e tendo em vista o apoio total recebido do Irã pelo Hamas, colocaria problemas imediatos para o Egito. Um enclave iraniano ali o ameaçaria diretamente. Deve-se contar com a hipótese de que, mesmo sem a ocupação por tropas iranianas, Gaza pode se tornar um santuário para terroristas xi’itas que teriam uma base segura para atacar a liderança árabe nacionalista e laica (até certo ponto) do Egito Sunita. A Turquia é outro país ameaçado pela política agressiva do Irã, assim como a Arábia Saudita.

Não obstante, que ninguém se fie de que estas divergências se sobrepõem à estrita unidade islâmica quando tratam com os infiéis. Tentar explorar estas desavenças é cair numa armadilha sem saída. A visão islâmica do mundo obedece a linhas que não levam absolutamente em consideração a geopolítica, como fazem os Ocidentais, mas sim princípios religiosos: é o mundo islâmico, ummah, Dar al-Islam,  e a vasta região de territórios dos dhimmi, a conquistar para a fé islâmica: o Dar al-Harb. E entre os primeiros estão os Judeus, nunca perdoados desde que recusaram a conversão exigida pelo próprio Profeta Maomé. É preciso deixar claro que, por irracional que pareça, a política é um assunto secundário para os muçulmanos, bem assim como a sobrevivência pessoal.

Arábia Saudita, Egito, Turquia e todos os demais se rejubilariam com um ataque nuclear iraniano que destruísse Israel, mesmo que parte da população ‘palestina’ fosse também evaporada. O único que temem é que o Irã se aproveite disto para estabelecer a hegemonia persa xi’ita em todo o Oriente Médio.

Israel, por ser um país livre e democrático, está internamente dividida entre ortodoxos, ultra-ortodoxos, liberais, laicos, ateus, e até árabes muçulmanos. Já o Islam é uma grande unidade totalmente baseada no Corão e demais escrituras sagradas. O grande risco é basear qualquer política de enfrentamento confiando que no Islam também existem liberais e moderados. É totalmente falso e o mito da tolerância islâmica é uma lenda inventada por Edward Saïd, um dos mais desonestos escritores de um século mentiroso por excelência. Sua publicação de Orientalism em 1978 tornou-se rapidamente um best seller e influenciou todos os estudos acadêmicos sobre o Oriente desde então. Numa década de auto-ódio dos acadêmicos americanos, interessados em tudo que fosse hate America first – que infelizmente retoma toda força com a administração Obama – caiu como uma mosca do mel. Não nos esqueçamos de que aquele ano foi o auge da dominação marxista na administração Carter que culminou no ano seguinte com a traição ao Xá e a tomada do poder pelos Aiatolás que hoje ameaçam desencadear o novo Holocausto. Saïd, para deleite de seus leitores, usava orientalismo para significar uma tradição ocidental de interpretações preconceituosas do Oriente baseadas no imperialismo europeu dos séculos XVIII e XIX. Doces palavras para ouvidos pervertidos pela obsessão anti Ocidental e anti-semita!

Que digam os israelenses que confiaram durante anos na ‘tolerância’ turca e agora enfrentam um novo tipo de marinha: além da de guerra e da mercante, os turcos inventaram a ‘marinha humanitária da paz’!

Artigo para publicação no Jornal Visão Judaica, Curitiba, PR

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".