AS GRANDES HERESIAS
27 de julho de 2010
Foi editado finalmente no Brasil, no final do ano passado, o livro AS GRANDES HERESIAS, do anglo-francês Hilaire Belloc, pela Editora Permanência. Belloc foi um autor que marcou o seu tempo. Filho de pai francês e mãe inglesa, ficou órfão de pai aos dois anos de idade e a mãe optou por ir morar na Inglaterra. Assumiu a cidadania inglesa, mas prestou serviço militar na França, o que mostra que foi um homem dos dois mundos. Foi muito amigo de Chesterton, assim como de H.G Wells e Bernard Shaw. Deixou vasta obra.
Belloc foi um católico devoto. Neste livro ele nos legou um grande trabalho histórico, ainda que haja na obra algo de inacabado. Também pudera, foi concluído em 1938, véspera dos maiores acontecimentos militares e políticos de todos os tempos. Nele Belloc narra as grandes heresias que afetaram o catolicismo – para ele sinônimo de cristianismo – desde o começo. O livro tem algumas singularidades, ente elas o fato de colocar o islamismo como uma forma de heresia cristã, a mais letal e perigosa de todas, a que tem posto o Ocidente em xeque desde o seu surgimento. E foi profético ao dizer que o Islã poderia novamente repetir suas façanhas, mesmo que na ocasião da conclusão do livro não houvesse mais nenhuma potência islâmica capaz de desafiar o Ocidente. É como se tivesse previsto o 11 de setembro.
Outra afirmação sua bastante contundente foi dizer que todas as igrejas protestantes não passam de heresias e sua verve é implacável sobretudo com as seitas fundadas por João Calvino. Hoje em dia a coisa pode soar politicamente incorreta, já que vivemos tempos de covardia. Tempos de relativismo religioso e cultural, tempos de ecumenismo com o qual certamente ele não se conformaria. Para ele, a verdade estava com o catolicismo e ponto.
Seu capítulo final discorre sobre a fase moderna, mas é curto e incompleto por não ter visto o desfecho do nazismo e do muro de Berlim. Mas, ainda assim, previu muita coisa importante. A dissolução dos costumes cristãos não passa, segundo ele, da repetição da tragédia das heresias mais antigas, notadamente aalbingense, com sua permissividade, sua luta pela dissolução do matrimônio, seu desvalor pela vida humana. Escreveu Belloc sobre os albingenses:
“Todos os sacramentos foram abandonados. Em seu lugar, um estranho ritual foi adotado, que envolvia a adoração do fogo, chamado ‘a consolação’, por meio do qual acreditava-se que a alma era purificada. A propagação da espécie humana foi atacada; o casamento era condenado e os líderes da seita espalhavam todo tipo de extravagâncias que se podem encontrar pairando sobre o maniqueísmo e o puritanismo, onde quer que apareçam. O vinho é mal, a carne é má, a guerra era sempre absolutamente má, e assim também a pena capital; mas um pecado sem perdão era a reconciliação com a Igreja Católica”.
Podemos ver que, se vivo fosse, Belloc acharia que os albingenses voltaram, nesses tempos de aborto estatizado, de sexo livre, de casamento homossexual, de perversões de toda ordem homologadas pelo sistema jurídico. Nem mesmo o protestantismo venceu; seu sucedâneo é a confraria dos ateus, que tomou conta dos centros de saber de todo o Ocidente. Talvez os tempos de hoje sejam bem piores do que aqueles de 1938. Quem saberá o que virá em dois anos? A roda da história está novamente acelerada e os acontecimentos podem se precipitar.
4 comentários:
Não sei como o Sr. Nivaldo encara, por exemplo, as bombas de Hiroshima e Nagazaki, ou os rituais com velas, fumaça, azeite na cabeça e cinza na testa, auto comiseração e silício, mas, parece-me que temos que rever alguns conceitos. O ritual milionário do Papa e a pedofilia e a homossexualidade são sinais dos tempos?
Fiquei em dúvida com relação às palavras de Nivaldo: a obra é mal escrita, não previu o autor o que aconteceu dois anos após e também afirma que os judeus eram comunistas (e, portanto Hitler tinha " razão"), como pode ser imperdível? Que obra é essa? Não sou protestante nem judeu, mas acho que é preciso esclarecer esse ponto.
Deixa eu te contar um segredo, masnãoespalha para ninguém, tá? Pedofilia e homossexualidade sempre existiram. Não se aprende dentro da Igreja. Já se entra lá sendo pedófilo e/ou homossexual.
Nívea, vou enviar sua dúvida para o autor. Esperamos em breve uma resposta, que, chegando, postarei aqui.
Abraços
CT
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