Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

AS GRANDES HERESIAS

NIVALDO CORDEIRO


AS GRANDES HERESIAS
27 de julho de 2010



Foi editado finalmente no Brasil, no final do ano passado, o livro AS GRANDES HERESIAS, do anglo-francês Hilaire Belloc, pela Editora Permanência. Belloc foi um autor que marcou o seu tempo. Filho de pai francês e mãe inglesa, ficou órfão de pai aos dois anos de idade e a mãe optou por ir morar na Inglaterra. Assumiu a cidadania inglesa, mas prestou serviço militar na França, o que mostra que foi um homem dos dois mundos. Foi muito amigo de Chesterton, assim  como de H.G Wells e Bernard Shaw. Deixou vasta obra.
Belloc foi um católico devoto. Neste livro ele nos legou um grande trabalho histórico, ainda que haja na obra algo de inacabado. Também pudera, foi concluído em 1938, véspera dos maiores acontecimentos militares e políticos de todos os tempos. Nele Belloc narra as grandes heresias  que afetaram o catolicismo – para ele sinônimo de cristianismo – desde o começo. O livro tem algumas singularidades, ente elas o fato de colocar o islamismo como uma forma de heresia cristã, a mais letal e perigosa de todas, a que tem posto o Ocidente em xeque desde o seu surgimento. E foi profético ao dizer que o Islã poderia novamente repetir suas façanhas, mesmo que na ocasião da conclusão do livro não houvesse mais nenhuma potência islâmica capaz de desafiar o Ocidente. É como se tivesse previsto o 11 de setembro.
Outra afirmação sua bastante contundente foi dizer que todas as igrejas protestantes não passam de heresias e sua verve é implacável sobretudo com as seitas fundadas por João Calvino. Hoje em dia a coisa pode soar politicamente incorreta, já que vivemos tempos de covardia. Tempos de relativismo religioso e cultural, tempos de ecumenismo com o qual certamente ele não se conformaria. Para ele, a verdade estava com o catolicismo e ponto.
Seu capítulo final discorre sobre a fase moderna, mas é curto e incompleto por não ter visto o desfecho do nazismo e do muro de Berlim. Mas, ainda assim, previu muita coisa importante. A dissolução dos costumes cristãos não passa, segundo ele, da repetição da tragédia das heresias mais antigas, notadamente aalbingense, com sua permissividade, sua luta pela dissolução do matrimônio, seu desvalor pela vida humana. Escreveu Belloc sobre os albingenses:
Todos os sacramentos foram abandonados. Em seu lugar, um estranho ritual foi adotado, que envolvia a adoração do fogo, chamado ‘a consolação’, por meio do qual acreditava-se que a alma era purificada. A propagação da espécie humana foi atacada; o casamento era condenado e os líderes da seita espalhavam todo tipo de extravagâncias que se podem encontrar pairando sobre o maniqueísmo e o puritanismo, onde quer que apareçam.  O vinho é mal, a carne é má, a guerra era  sempre absolutamente má, e assim também a pena capital; mas um pecado sem perdão era a reconciliação com a Igreja Católica”.
Podemos ver que, se vivo fosse, Belloc acharia que os albingenses voltaram, nesses tempos de aborto estatizado, de sexo livre, de casamento homossexual, de perversões de toda ordem homologadas pelo sistema jurídico. Nem mesmo o protestantismo venceu; seu sucedâneo é a confraria dos ateus, que tomou conta dos centros de saber de todo o Ocidente. Talvez os tempos de hoje sejam bem piores do que aqueles de 1938. Quem saberá o que virá em dois anos? A roda da história está novamente acelerada e os acontecimentos podem se precipitar.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não sei como o Sr. Nivaldo encara, por exemplo, as bombas de Hiroshima e Nagazaki, ou os rituais com velas, fumaça, azeite na cabeça e cinza na testa, auto comiseração e silício, mas, parece-me que temos que rever alguns conceitos. O ritual milionário do Papa e a pedofilia e a homossexualidade são sinais dos tempos?

Nívea Rocha disse...

Fiquei em dúvida com relação às palavras de Nivaldo: a obra é mal escrita, não previu o autor o que aconteceu dois anos após e também afirma que os judeus eram comunistas (e, portanto Hitler tinha " razão"), como pode ser imperdível? Que obra é essa? Não sou protestante nem judeu, mas acho que é preciso esclarecer esse ponto.

Cavaleiro do Templo disse...

Deixa eu te contar um segredo, masnãoespalha para ninguém, tá? Pedofilia e homossexualidade sempre existiram. Não se aprende dentro da Igreja. Já se entra lá sendo pedófilo e/ou homossexual.

Cavaleiro do Templo disse...

Nívea, vou enviar sua dúvida para o autor. Esperamos em breve uma resposta, que, chegando, postarei aqui.

Abraços

CT

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".