Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A destruição da pequena empresa

MÍDIA SEM MÁSCARA

A idéia mesma de se ter independência econômica está desaparecendo, restando tão somente às pessoas virarem assalariadas das empresas gigantes ou do governo. Um mundo completamente regulado e no qual a alma é escravizada.
A forma nova que o movimento comunista internacional assumiu, na segunda metade do século XX, é fazer o conluio entre os revolucionários e os mega capitalistas. Abandonou-se de uma vez a idéia de planejamento central. Os revolucionários tomam conta do poder de Estado e, a partir dele, movem os recursos financeiros, as leis a as polícias a favor dos assim chamados metacapitalistas (acho que o termo foi cunhado por Olavo de Carvalho, mas não tenho certeza). É uma grande ilusão achar que há divergência de interesses entre esses maganos enriquecidos e os revolucionários. O tal "mercado" é sócio e cúmplice dos revolucionários governantes.
No Brasil, o exemplo mais conspícuo é a aliança entre os banqueiros e o PT, desde a famosa Carta ao Povo Brasileiro. O Brasil é o paraíso dos banqueiros, paga as maiores taxas de juros do mundo e nenhum economista será capaz de explicar essa anomalia se não olhar o pano de fundo político, essa privatização do Estado. Nunca podemos esquecer que foi dos cofres da Visanet, controlada pelos maiores banqueiros pátrios, que saiu o dinheiro para o Marcos Valério pagar o mensalão. Nenhum deles foi chamado a depor, ficando a impressão que o dinheiro saiu do Banco do Brasil.
Esse conluio está destruindo a pequena empresa independente, no Brasil. Quando se regulamenta, se encarece a produção, coloca-se normas de difícil cumprimento para as empresas, na prática aquelas que não têm estrutura e escala de grande empresa têm lavrada a sua sentença de morte. Eu vi isso acontecer no mercado do varejo, cada vez mais concentrado porque as normas dos diferentes níveis de governo impedem que pequenas empresas sejam economicamente viáveis. Vi isso acontecer no mercado livreiro. Vi isso acontecer na indústria de brinquedos, tudo isso como executivo atuante.
O Estadão de hoje (domingo, 25), no caderno de Economia, dá a manchete de que o BNDES disponibilizou R$ 18,5 bilhões para emprestar ao setor de frigoríficos. Claro que só terão acesso a esses recursos os maganos. É a sentença de morte das pequenas e médias empresas do setor. O consumidor pagará mais caro e o produtor terá a sua renda diminuída.
Veja, meu caro leitor, que o governo capta recursos a 10,75% ao ano e os transfere aos amigos do rei a taxas variadas, inferiores a essa, que nunca passam de 8% ao ano. É uma doação que é feita com os impostos pagos pelos pobres para os ricos. O governo do PT e de Lula da Silva está destruindo as pequenas e médias empresas, vale dizer, o meio de vida de milhares de brasileiros. Empregos são também impiedosamente destruídos.
E esse é só um exemplo. O processo tem vindo ao longo dos anos. O fenômeno não é apenas brasileiro, é mundial. Os governos querem que as empresas sejam perfeitas. Para alcançar o objetivo que é inalcançável (a perfectibilidade), inventam regras que encarecem o processo produtivo. Não querem beneficiar o consumidor, o meio ambiente o os trabalhadores, como é usual nos seus discursos. Querem mesmo é impedir a concorrência das pequenas empresas, incapazes de cumprirem as regras. Quem tem um pequeno negócio sabe perfeitamente bem do que eu estou falando. As leis conspiram e os pequenos negócios estão condenados à falência.
Do ponto de vista da economia política isso é um desastre. A classe média independente do governo está desaparecendo. A idéia mesma de se ter independência econômica está desaparecendo, restando tão somente às pessoas virarem assalariadas das empresas gigantes ou do governo. Um mundo completamente regulado e no qual a alma é escravizada. Basta olhar o conteúdo que se pede nos concursos públicos de acesso a cargos públicos. Eu vi em provas de português, de interpretação de texto, serem propostos trechos da obra de Rousseau, o maldito, que pode ter sido um bom revolucionário, mas nunca foi um mestre da língua portuguesa. Quem não rezar na cartilha de Gramsci jamais será aprovado em concurso público para cargos das carreiras de Estado.
Do mesmo modo, nas grandes corporações o processo é equivalente. A ciência da Administração está tomada pelo politicamente correto. Cotas para tudo, servilismo diante do Estado, o contador e o advogado são mais importantes na organização do que os engenheiros de produção. O ideal de igualdade é o mantra de todos os manuais de Administração. Admirável mundo novo, presente em qualquer grande empresa, nacional ou internacional.
É horrível o processo em curso. É a burocratização de tudo. É dantesco o emburrecimento geral. Será preciso uma contra-revolução política para corrigir esse desastre e ela começa e acaba na redução do tamanho do Estado. Reduzir o Estado será também reduzir o poder das grandes corporações e o ressurgir do poder empreendedor da gente miúda. É reduzir a judicialização de tudo, a desgraça do nosso tempo. O que temos hoje é o fascismo econômico elevado à perfeição.
Liberdade é praticamente sinônimo de liberdade econômica, a grande lição de Adam Smith.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".