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terça-feira, 27 de julho de 2010

Chávez, humilhado e no banco dos réus

FILADASOPA
26 DE JULHO DE 2010


Dramáticas evidências apresentadas pela Colômbia na reunião da OEA, na última quinta-feira, em Washington, colocam Hugo Chávez sentado no banco dos réus.

Quando a Colômbia lançou um ataque em março de 2008 contra um acampamento de terroristas um pouco mais de sua fronteira com o Equador, o mais forte protesto não veio de Quito, mas de Caracas. Hugo Chávez lamentou a morte do homem forte das Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia (Farc), do comandante Raúl Reyes, a quem chamou de “um bom revolucionário”. Ele também gritou pela violação da soberania equatoriana e ordenou que 10 batalhões de tanques venezuelanos fossem enviados para a fronteira de seu país com a Colômbia. “Não penses em fazer isto por aqui", advertiu ao presidente colombiano Álvaro Uribe, "porque seria muito grave, seria motivo de guerra". Wall Street Journal ( Mary Anastasia O'Grady )


Na quinta-feira, a Colômbia se explicou – ainda que indiretamente - por que o senhor Chávez colocou uma espuma sobre essa incursão de 2008. Em uma apresentação de duas horas ante o Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos, OEA, o embaixador colombiano Luis Alfonso Hoyos apresentou uma série de fotos, vídeos, mapas, imagens de satélites e documentos de computador que segundo alega a Colômbia mostram os rebeldes usando a Venezuela como um cofre de refugio da mesma forma que eles estavam usando o Equador.

Hoyos também acusou que a Venezuela sabe dos acampamentos da guerrilha - alguns dos quais estão por lá há muito – e não faz nada a respeito. Na verdade, a Guarda Nacional Venezuelana faz consortes com os rebeldes, afirmou Hoyos.

Perante esta nova informação, a reação de Chávez pela incursão da Colômbia no Equador em 2008 agora parece lógica. Bogotá justificou o ataque à base, alegando que seus apelos a Quito para perseguir às Farc, que tinha descanso e relaxamento em seu território, não tinham dado em nada. Agora nós sabemos que Chávez tinha razões para acreditar que ele seria o próximo. Mas Uribe lançou um tipo diferente de ofensiva na quinta-feira. Ao invés de uma operação militar, incluiu novas informações da inteligência sobre os postos avançados das Farc na Venezuela, e deixou cair como uma bomba no Conselho Permanente da OEA.

Os fatos não foram nenhuma surpresa. Durante anos, Bogotá tem se queixado –sem escassez de prova - sobre o tratamento cordial que a Venezuela dá a guerrilha. Mas pela embalagem e entrega das novas provas, como o fez, Uribe colocou Chávez, publicamente, na cena. Mais importante ainda, ele forçou a questão com seus homólogos do hemisfério.

Hoyos disse à OEA que existem cerca de 1.500 rebeldes do outro lado da fronteira e mais de 75 acampamentos. Lá eles se reagrupam, se organizam, treinam e prepararam os explosivos. Este estatuto de refúgio seguro, explicou ele, produz mais seqüestros e tráfico de drogas em ambos os lados da fronteira. E matam mais pessoas na Colômbia: as fotos das vítimas dos rebeldes passavam na tela, enquanto ele falava.

Hoyos não pediu sanções contra a Venezuela. Ao invés disso, pediu uma comissão internacional para verificar as afirmações da Colômbia. Ele prometeu que seu governo poderia fornecer as precisas “coordenadas” dos locais onde os rebeldes estão instalados. "Se o que existe é apenas uma pequena escola e humildes camponeses, não haveria nenhum problema com uma comissão internacional para verificar se a acusação da Colômbia não é verdadeira", argumentou Hoyos.

Isso soa bastante razoável. Mas a reunião da OEA nem sequer tinha terminado quando Chávez, incapaz de conter sua frustração ao ser descoberto de novo na arena política de Uribe, rompeu as relações diplomáticas com a Colômbia. Foi coisa a certa a fazer, justificou, por uma questão de “dignidade”. Infelizmente para os venezuelanos, no entanto, se seu governo já teve alguma dignidade, isto faz muito tempo. Os dados da Colômbia são apenas a mais recente humilhação que a credibilidade de Chávez sofreu no cenário mundial.

No entanto, apesar do que parecia ser um grande receio chavista, é provável que tenha sido também de seus aliados da região que viram tudo vir abaixo. Na quarta-feira, o embaixador do Equador, na OEA, que assumiu a presidência rotativa do Conselho Permanente, renunciou. Ele disse que tinha de fazê-lo porque ele não foi capaz de cumprir o pedido de seu governo para bloquear a apresentação da Colômbia. O ministro de Relações Exteriores equatoriano, Ricardo Patiño, um aliado próximo da Venezuela, que é aparentemente totalmente familiarizado com a noção das regras institucionais, passou a sexta-feira castigando o Secretário Geral da OEA, José Miguel Insulza, por permitir que a Colômbia invocasse seu direito na OEA para apresentar seu caso.

O Departamento de Estados dos EUA disse que a decisão de Chávez de romper com a Colômbia foi petulante e felizmente também afirmou que irá “apoiar as propostas da Colômbia”. Isso ajudará as chances de uma comissão de verificação no âmbito da OEA. Também explica por que o Equador e a Argentina (e Lula) manifestaram interesse em levar o assunto para a Unasul, onde Uribe seria superado em número pelos tiranos de esquerda.

Mesmo que a comissão de verificação da OEA não chegue a se concretizar, a Colômbia não deixa de ter opções. Poderia pedir ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para invocar a Resolução 1373, que proíbe os membros de abrigar ou ajudar os terroristas.

E na semana passada, o fiscal geral da Colômbia, sugeriu que o assunto poderia ir para a Corte Penal Internacional de Haia.

A multidão pró-Chávez está fingindo preocupação pela guerra. Mas se a Venezuela está dando o refúgio seguro às Farc, é porque já está envolvida em agressão contra seu vizinho. Isso é uma verdade incômoda que é difícil de evitar.

Titulo original - 
Where the FARC goes to fatten up – Venezuela – WSJ – Tradução do FiladaSopa (Arthur)

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".