SÉCULO DIÁRIO
Justiça decreta preventiva dos inevstigados no esquema Iases-Acadis; evidência de que há muita coisa a ser esclarecida
Editorial
27/08/2012 20:43 - Atualizado em 27/08/2012 21:04
A cada dia que passa as evidências mostram que o esquema de corrupção instalado no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Justiça, pode ser muito maior do que se imagina.
O Diário Oficial desta segunda-feira (27) confirmou a intervenção na Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social (Acadis). O texto publicado no DIO-ES, que justifica a intervenção, chama a atenção para as evidências apontadas no relatório do delegado que comanda as investigações. A publicação cita o envolvimento de pessoas ligadas à Acadis em atos ilícitos.
Em outras palavras, a maracutaia é tão ardilosa, envolve tanta gente, que se tornou quase impossível para o Estado fazer uma intervenção conjunta com representantes da organização.
Caberá ao defensor público estadual Bruno Nascimento tomar integralmente as rédeas da Acadis, inclusive seu quadro de funcionários, já que o Estado não tem como dispensá-los de imediato, pois os educadores são responsáveis hoje pelo acompanhamento de mais de 240 adolescentes em conflito com a lei que cumprem medida de internação nas unidades de Cariacica e Linhares, que eram administradas pela Acadis.
Nesta segunda (27), a Justiça também determinou a prisão preventiva de oito pessoas – entre elas estão a diretora-presidente do Iases Silvana Gallina e o diretor-executivo da Acadis Gerardo Mondragón. Essa turma já permanecia detida desde o dia 17 último, mas com a prisão preventiva decretada, os investigados podem ficar mais 30 dias atrás das grades.
A prorrogação das prisões é mais um elemento que confirma que o delegado Rodolfo Laterza, que comanda a operação, começou a desenrolar o fio da meada, que promete ser extenso e capaz de enredar outras pessoas no esquema de corrupção do Iases.
A reportagem publicada nesse domingo (26) por Século Diário também deixou uma preocupação em relação aos investigados. Na última terça, quando a reportagens levantava as informações no sítio do Inbradese – organização comprada por Mondragón com cheques sem fundos -, era possível encontrar fotos e textos que relacionavam Mondragón a Silvana Gallina.
Dois dias depois, curiosamente, o site do Inbradese foi retirado do ar, e com ele todas as informações sobre os dois principais investigados. Mais um forte indício de que há pessoas empenhadas em apagar os rastros da corrupção.
Agiu correto o delegado ao pedir a preventiva dos suspeitos. Ainda que existam pessoas soltas dificultando as investigações, a manutenção da prisão dos oito envolvidos deve dar tranquilidade para o delegado concluir as investigações.
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