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domingo, 26 de agosto de 2012
A Terra no Eoceno: temperaturas e CO2 máximos
estimularam maravilhosa expansão da vida vegetal e animal
Como fazer para que o leitor normal aceite como provada a hipótese do aquecimento global quando um estudo científico de porte fala mais bem em sentido contrário?
A BBC deu um exemplo disso, para não citar outras caixas de ressonância habituais do catastrofismo ambientalista.
Há um modo de apresentar a matéria pondo destaques e ênfases, apelando a insinuações e, para garantir, deixando alguns astuciosos contrafortes nas partes provavelmente menos lidas. Vejamos.
Há 52 milhões de anos existiram na Antártida palmeiras e espécies vegetais do tipo baobabs. O clima era tropical e a vegetação exuberante, comprovou um trabalho publicado pela revista “Nature”.
O trabalho foi elaborado por cientistas da Universidade de Goethe e do Centro de Investigação do Clima e Biodiversidade de Frankfurt.
Florestas da Nova Zelândia se assemelham
às do centro da Antartida no Eoceno
Os especialistas analisaram amostras de rochas extraídas do fundo do mar na Terra de Wilkes.
As amostras contêm fósseis de pólen e esporas originadas na costa antártica. Os investigadores reconstituíram teoricamente a vegetação da zona e acham que a costa se parecia com alguma localidade do Caribe.
As temperaturas na costa antártica oscilariam entre 10º C no inverno e 25º graus no verão.
O interior do continente, porém, era mais frio, mas havia florestas compostas por araucárias do tipo que hoje se encontram na Nova Zelândia.
As amostras analisadas provêm do início do Eoceno, período em que as temperaturas na Terra foram muito altas e a concentração de CO2 atingiu mais do dobro da atual.
O valioso trabalho apenas confirma o que sempre afirmaram os cientistas objetivos: que a Terra já passou por períodos de aquecimento entre as diversas glaciações na História.
O Eoceno (entre 56 milhões e 33 milhões de anos atrás) foi caracterizado por altas temperaturas e concentrações de CO2 elevadíssimas, favorecendo o desenvolvimento de bosques tropicais que se espalharam por todo o globo, inclusive nos polos, além da vegetação e dos mamíferos (dinossauros e baleias notadamente).
Naquele período – antes da deriva continental ou separação dos continentes – a Antártida estava ligada à Austrália.
O período concluiu com um grande esfriamento da temperatura global (entre 36 e 33 milhões de anos atrás) que extinguiu maciçamente os grandes mamíferos, talvez 20% da fauna do planeta.
Aquecimento global e super-nivel de CO2 favoreceram o planeta todo.
Concepção artística de uma floresta alemã no Eoceno
Após os dados, o viés.
A notícia menciona o suposto “aquecimento global antropogênico” e sugere ao leitor que o Eoceno “foi marcado por uma espécie de ‘'efeito estufa’... que teria semelhanças com o momento atual da Terra”, como escreveu a BBC.
A BBC apresenta os resultados do estudo como um “retorno ao futuro”: o aquecimento global estaria nos levando a um período enormemente quente parecido com o Eoceno.
A comparação é uma arapuca sob múltiplos pontos de vista.
1) A extinção de espécies vivas, a redução das florestas e certa desertificação aconteceram com o esfriamento e a diminuição do nível de CO2 na fase final do Eoceno. O contrário da pregação alarmista atual que aponta no aquecimento global: extinção de espécies, redução da área habitável, desertificação, redução da água doce, entre outras "catástrofes" planetárias.
2) O fenômeno, comparável ao “efeito estufa”, que segundo a BBC gerou o Eoceno, foi extraordinariamente favorável à flora e à fauna. Outra negação do que o alarmismo espalha a propósito do “efeito estufa”.
3) Se é para comparar, deveria se concluir que o aquecimento global e o aumento do CO2 – se é que existem – nos conduziriam a uma extraordinária expansão da vida e multiplicação das espécies. O contrário do alarmismo, que anuncia a extinção das espécies e a desertificação dos continentes habitados.
Terra aqueceu sem influência humana. Concepção artística da Antártida no Eoceno
4) A apresentação enviesada omite mais um dado essencial da polêmica atual: há 52 milhões de anos o homem não existia.
Sobretudo a civilização moderna – responsabilizada pelo aquecimento global antropogênico – dava sinais nem de vir a nascer.
5) Por fim, a duração das mudanças no Eoceno se contabiliza em milhões de anos. Agora bem, esses prazos não impressionam ao leitor. Resultado, a nota da BBC introduz uma especulação própria, a qual é feita para assustar.
O golpe consiste em dizer que, segundo o estudo, mudanças imensas como as do Eoceno poderiam acontecer agora, “quiçá em menos tempo”.
Citando um coautor, a BBC destaca que “se as emissões [de CO2] continuarem sem cessar por causa da queima de combustíveis fósseis, é provável voltarmos a obter essas concentrações em poucas centenas de anos”.
6) No último parágrafo do longo artigo, a BBC deixa montada uma defesa: segundo James Bendle, da Universidade de Glasgow, coautor do trabalho, “o Eoceno apresenta elevações de níveis de CO2 que não serão alcançados tão cedo e que talvez jamais venham a ser alcançados caso ocorra uma redução na emissão de CO2”.
Jörg Pross: CO2 não explica aquecimento do Eoceno
Conferindo outras fontes informativas, como o diário Clarín, de Buenos Aires, verificamos que para outro membro da equipe científica, o professor Jörg Pross, paleoclimatólogo na Universidade Goethe, o nível de CO2 na atmosfera do Eoceno não é suficiente por si só para explicar as condições quase tropicais na Antártida, tirando a base para as fantasias alarmistas.
E Mariano Memolli, diretor do Instituto Antártico Argentino, apontou que os estudos apresentados são “apenas modelos teóricos”, ou exercícios mentais cuja aplicação na realidade é desconhecida.
Porém, passando rapidamente os olhos sobre a notícia, o leitor desprevenido ficará com a impressão contrária. E poderá sair velhacamente ludibriado.
Postado por Luis Dufaur às 23:54
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