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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Eleições 2010 - Direita, volver

Fonte: ISTO É
N° Edição:  2102 |  19.Fev - 21:00



Direita, volver



Ele é a favor da pena de morte e da prisão perpétua, promete rever o Bolsa Família, é contra a universidade pública gratuita e quer o seu voto para ser o próximo presidente do Brasil.


Alan Rodrigues
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LEGALISTA
Mário Oliveira diz querer governar sob o “império da lei”
 
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A poucas semanas do aniversário de 25 anos do fim da ditadura militar que governou o Brasil por duas décadas, o ex-soldado e hoje advogado Mário de Oliveira Filho prepara-se para lançar o programa de governo de sua pré-candidatura à Presidência da República pelo Partido Trabalhista do Brasil, o PTdoB. O documento de 89 páginas é uma compilação de propostas e conceitos ideológicos polêmicos  que, antes mesmo de ser divulgado oficialmente, tem aglutinado em torno do pré-candidato simpatizantes do golpe de 1º de abril de 1964, militares da ativa e da reserva, policiais que tiveram participação direta nos órgãos de repressão e empresários que admiram a história e a capacidade intelectual de Oliveira, um filho de ferroviário que atingiu o auge de sua carreira como executivo da área internacional da Construtora Norberto Odebrecht.

Oliveira tem cativado a atenção desse grupo heterogêneo por defender posições marcadamente conservadoras. Entre suas principais propostas está a implantação imediata da pena de morte, da prisão perpétua, o fim do ensino público gratuito (nas universidades), a extinção das cotas para negros e índios nas universidades federais e a manutenção da jornada de trabalho de 44 horas. “Vivemos uma situação de guerra. Essa alternativa é para acabar já com a violência que tomou conta do País”, diz Oliveira. “Governarei sob o império da lei.”


O pré-candidato do PTdoB também é contra o principal programa de distribuição de renda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Bolsa Família. Para ele, é um erro grave do governo conceder benefícios financeiros a pessoas que não trabalham. “Vou colocar esse pessoal para trabalhar em frentes de reflorestamento que pretendo abrir no Nordeste.” Em seu governo a reforma agrária seria extinta e o MST seria tratado como uma quadrilha. “Não há necessidade de reforma agrária no Brasil e o MST é composto por bandidos”, afirma ele, pausadamente, em um tom de voz sereno. As propostas de Oliveira têm encontrado eco junto a uma parcela da população brasileira que não se vê mais representada pela crescente polarização partidária do cenário político brasileiro. Apesar das diferenças programáticas e, em alguns casos, ideológicas, tanto o PT quanto o PSDB têm seus quadros formados por políticos que combateram, em maior ou menor grau, a ditadura militar. “Existe um grande eleitorado à procura de um novo Estado”, diz a cientista política da USP Maria Socorro Souza Braga. Para ela, tanto o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quanto o do presidente Lula deixaram os setores médios da sociedade desprotegidos do “cobertor” que o Estado estendeu sobre os mais pobres (o que não quer dizer de maneira alguma que a solução seja tirar o cobertor dos mais pobres para colocar onde quer que seja). Os apoios a Oliveira têm se concentrado na internet.

Seja por redes de e-mail, seja por sites ou blogs, seu nome tem sido apresentado a comunidades virtuais compostas por militares, policiais e apoiadores de toda a sorte.

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Em um e-mail público, o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto, popularmente conhecido na época da ditadura militar como “Carteira Preta” pede apoio à candidatura de Oliveira. “Ele é nacionalista de verdade, temos que mudar nosso País, tirando-o das mãos do crime  organizado que está no poder”, afirma Carteira Preta, ligado diretamente ao delegado Sérgio Paranhos Fleury quando este chefiava o Deops de São Paulo na década de 70. Dentro e fora dos quartéis, Oliveira também é bem-visto. “Suas propostas de mudanças são bem centradas e podem acabar com os costumes negativos da política brasileira”, diz o general de Brigada Paulo Chagas, ex-sub-chefe do Estado Maior do Exército de Brasília entre 2004 e 2006. O site Ternuma (Terrorismo Nunca Mais), conhecido por abrigar defensores da ditadura militar, também recomenda que seus visitantes procurem conhecer melhor as propostas de Oliveira. Nessa campanha virtual, a candidatura de Oliveira já vai ganhando espaço. Referência dos “porões”, o blog Alerta Total fez uma enquete entre seus visitantes e ele ficou em segundo lugar, com 15% das intenções de voto, perdendo apenas para o candidato tucano José Serra, que foi o escolhido de 50% dos votantes. “Vamos crescer, ainda somos pouco conhecidos”, diz o presidente do PT do B, Luiz Tibet. De fato, o partido conta com uma estrutura capenga. Com pouco mais de 125 mil filiados – o PT, por exemplo, tem mais de um milhão –, os trabalhistas têm apenas um deputado federal, 14 estaduais, oito prefeitos, 300 vereadores e nenhum senador ou governador. Pior: a legenda, que deverá seguir sozinha na corrida eleitoral, só conta com dois minutos diários de espaço na tevê e arrecada anualmente pouco mais de R$ 1 milhão.

Dinheiro, no entanto, não parece ser exatamente um problema para Oliveira, que não esconde sua boa posição financeira. Ele acredita que conquistará mais de dois milhões de seguidores e, com a ajuda deles, pretende arrecadar R$ 40 milhões. “É o valor que precisamos para vencer as eleições”, diz ele, um assíduo frequentador de bons – e caros – restaurantes, apreciador de um bom vinho e amante de ópera. Apesar da fleuma, seu berço é proletário. Seu pai foi operário da Rede Ferroviária Federal – e um ex-militante do Partido Comunista Brasileiro – e a mãe, dona de casa. Sua história de estudante é igual à de milhares de brasileiros que venceram as adversidades. Estudou em escola pública até chegar à universidade. Ex-funcionário concursado da Petrobras, Mário Oliveira é mato-grossense da cidade de Aquidauana. Sétimo filho de uma prole de nove, esteve na Rússia, viveu na Suíça e, de volta ao Brasil, se lançou na política em 2006 filiando-se ao Partido Verde, legenda que abandonou no último ano. “O PV é um partido contraditório e midiático. Ele tem todo cuidado do mundo com o macaco-prego e não ataca a questão das favelas, que é um problema de saúde pública.” Agora ele acha que fez a escolha certa indo para o PT do B e é a partir dele que quer colocar em prática seu projeto político de se tornar presidente do Brasil.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".