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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Educando mal os jovens: Salvando as crianças de seus pais

Fonte: NEO-ATEÍSMO, UM DELÍRIO




Retirado do livro “A Verdade sobre o Cristianismo” (2007), de Dinesh D’Souza

Parece que os ateus não se contentam em cometer suicídio cultural – querem levar seus filhos com eles. A estratégia ateísta pode ser descrita desta forma: os religiosos geram seus filhos e nós os ensinamos a desprezar as crenças de seus pais. Assim, a secularização da mente de nossos jovens não é, como muitos pensam, a conseqüencia inevitável de um processo de aprendizado e amadurecimento. Pelo contrário, é, em grande parte, orquestrada por professores e mestres para promover idéias anti-religiosas.

Considere um exemplo oportuno dessa estratégia. Nos últimos anos, algumas famílias e conselhos escolares pediram que as escolas públicas ensinassem opções alternativas à evolução darwiniana. Esses esforços desencadearam um grande protesto por parte da comunidade científica e de não-cristãos. Defensores da teoria da evolução acusam os desagradáveis pais e conselhos escolares de retardarem a aquisição de conhecimento científico em nome da religião. O Economist expressou em seu editorial que “o darwinismo tem inimigos principalmente porque não é compatível com uma interpretação literal do livro do Gênesis”.

Isso é possível, mas o darwinismo não tem amigos e defensores, sobretudo, pela mesma razão? Considere a alternativa: os darwinistas estão simplesmente defendendo a ciência. Mas pesquisas mostram que a grande maioria de jovens nos Estados Unidos, hoje, não tem conhecimento científicos, desconhece todos os aspectos da ciência. Quantos jovens que concluíram o ensino secundário poderiam dizer qual é o significado da famosa equação de Einstein? Muitos jovens não fazem idéia do que é fotossíntese nem do que trata a lei de Boyle. Então, por que não existe um movimento político para lutar pelo ensino da fotossíntese? Por que a União Americana de Liberdades Civis (ACLU, sigla em inglês) não está movendo ações em favor da lei de Boyle?

A resposta é clara. Para os defensores do darwinismo, não menos do que para seus críticos, a religião é o problema. Assim como alguns se opõem à teoria da evolução porque acreditam que seja antireligiosa, muitos outros a apóiam pela mesma razão. É por isso que temos o darwinismo, mas não o keplerismo; encontramos darwinistas, mas ninguém se descreve como um einsteiniano. O darwinismo tornou-se uma ideologia.

O movimento bem organizado para promover o darwinismo e excluir alternativas faz parte de um projeto educacional maior em escolas públicas de hoje. Deixarei que os defensores desse projeto o descrevam com suas próprias palavras. “A fé é um dos maiores males do mundo, comparável ao vírus da varíola, mas muito mais difícil de erradicar”, escreve Richard Dawkins. “A religião é capaz de levar as pessoas a uma loucura tão perigosa que, para mim, a fé se assemelha mais a uma espécie de doença mental”. Embora reconheça que muitos acreditam que Deus fala ou responde às orações, Dawkins argumenta que “muitos pacientes de manicômio tem uma fé interior inabalável de que são o próprio Napoleão [...] mas isso não é razão para que o restante de nós acredite neles”.

O colunista Christopher Hitchens, um darwinista entusiástico, escreve: “como vamos saber quantas crianças tiveram sua vida psicológica e fisica irreparavelmente mutilada pela inculcação compulsória da fé?” A religião, ele declara, sempre “espera treinar a mente ainda em formação e indefesa do jovem”. Melancólico, conclui: “Se a instrução religiosa não fosse permitida até a criança chegar à idade da razão, estaríamos vivendo em um mundo muito diferente”.

Se a religião é tão ruim, o que deveria ser feito a seu respeito? A resposta é que deveria ser erradicada. De acordo com Sam Harris, acreditar no Cristianismo é como acreditar na escravidão. “Eu seria o primeiro a admitir que as perspectivas para erradicar a religião em nossa época não parecem boas. Todavia, o mesmo poderia ser dito sobre os esforços para abolir a escravidão no final do século 18″.

Mas como a religião deveria ser eliminada? Nossos educadores ateus têm uma resposta breve: pelo poder da ciência. “Eu, pessoalmente, sinto que o ensino da ciência moderna é corrosivo para a crença religiosa, e sou totalmente a favor disso”, declara o físico Steven Weinberg. Se os cientistas podem destruir a influência da religião sobre os jovens, “então penso que essa pode ser a contribuição mais importante que temos a dar”.

Uma forma pela qual a ciência pode minar a plausibilidade da religião, segundo o biólogo E. O. Wilson, é mostrar que a própria mente é produto da evolução e que a escolha moral livre é uma ilusão. “Se a religião [...] puder ser sistematicamente analisada e explicada como um produto da evolução do cérebro, seu poder como fonte externa de moralidade acabará para sempre”.

Ao abolir todas as verdades transcendentes ou sobrenaturais, a ciência pode se estabelecer como a única fonte de verdade, nosso único acesso à realidade. O objetivo da educação científica, segundo o biólogo Richard Lewontin, “não é fornecer ao público o conhecimento da distância até a estrela mais próxima e do que os genes são feitos”. Pelo contrário, “a questão é fazê-lo rejeitar as explicações irracionais e supersticiosas do mundo, os demônios que existem apenas em sua imaginação, e aceitar um aparato social e intelectual, a ciência, como a única fonte de verdade”.

O que, então, acontece com a religião? O filósofo Daniel Dennett sugere que “nossas tradições religiosas, sem dúvida, deveriam ser preservadas, assim como as línguas, a arte, os trajes, os rituais, os monumentos. Zoológicos agora são vistos mais ou menos como refúgios de segunda classe para espécies ameaçadas de extinção, mas, pelo menos, são refúgios, e o que preservam é insubstituível”.

Como tudo isso pode ser conseguido? A resposta é simples: por meio da doutrinação nas escolas. Richard Dawkins recentemente lançou uma série de DVDs intitulada Growing Up in the Universe [Crescendo no Universo], baseada em suas palestras de Natal para crianças no Instituto Real. As palestras promovem a filosofia de vida secular e naturalista de Dawkins.

Daniel Dennett recomenda que as escolas ensinem religião como um fenômeno puramente natural. Com isso, preconiza que deveria ser ensinada como se fosse falsa. Dennett afirma que a religião é como um esporte ou um câncer, “um fenômeno humano composto de eventos, organismos, objetos, estruturas, padrões”. Ao estudarem a religião baseados na premissa de que não há verdade sobrenatural que lhe seja subjacente, Dennett afirma que os jovens virão a aceitar a religião como uma criação social que não leva a nada além de esperança e aspirações humanas.

Quanto ao ateísmo, Sam Harris argumenta que deveria ser ministrado como uma mera extensão da ciência e da lógica. “O ateísmo não é uma filosofia. Não é nem uma visão do mundo. É simplesmente uma admissão do óbvio [...] O ateísmo nada mais é que barulhos que pessoas racionais fazem quando estão diante de crenças religiosas”.

Eis um exemplo prático de como isso funciona. Em seu famoso programa Cosmos, exibido pelo canal público norte-americano PBS, o astrônomo Carl Sagan desenvolveu o slogan que se tornou sua marca: “O Cosmos é tudo o que existe, ou existiu, ou existirá”. A implicação de Sagan estava clara: o natural é tudo que existe, e simplesmente não há sobrenatural. Isso foi apresentado não como uma afirmação metafísica, mas como a descoberta inquestionável da ciência.

Mas, pelo menos, foi apresentado para adultos, que podiam avaliar os argumentos de Sagan e formar sua opinião. Não demorou muito, e a defesa da doutrina de Sagan surgiu sob a forma de livros infantis. Um deles, The Berenstain Bears’ Nature Guide [Guia da natureza dos ursos Berenstain], mostra os ursos dando um passeio pela floresta. Na página que exibe uma bela cena está estampada em tipos sofisticados a mensagem ideológica: “a natureza é tudo o que EXISTE, ou EXISTIU, ou EXISTIRÁ”.

O efeito de toda essa doutrinação, argumentam os principais defensores do ateísmo, não é que a religião desaparecerá, mas que deixará de ser importante. O escritor Jonathan Rauch chama o processo de “apateísmo”, o que ele define como “um desinteresse por tudo que diga respeito à própria religião, e um desinteresse ainda maior pela religião dos outros”. Rauch argumenta que mesmo muitos que se autodenominam cristãos, hoje, são, na verdade, apateístas. “Não é uma apostasia”, afirma ele. “É um progresso”. Rauch espera testemunhar toda a nossa cultura se transformar nisso.

Se o sobrenatural deixar de se tornar um tema de devoção, o que acontece com o impulso religioso? Alguns educadores argumentam que as crianças deveriam ser ensinadas a ter respeito pela ciência, a qual pode ocupar o lugar da religião como objeto de veneração por excelência. “Deveríamos nos guiar pelo sucesso da fórmula religiosa”, recomendou Carolyn Porco, cientista e pesquisadora do Instituto de CIência Espacial, no Colorado, em uma conferência sobre ciência e religião, em 2006. “Vamos ensinar desde cedo às nossas crianças a história do Universo e sua incrível riqueza e beleza. Ela já é muito mais gloriosa e deslumbrante – e até estimulante – do que qualquer lição apresentada por qualquer escritura ou concepção divina que conheço”.

Sem dúvida, é possível que os pais – principalmente os pais cristãos – queiram se expressar sobre toda essa situação. É por isso que agora os educadores ateus estão levantando a questão sobre se os pais deveriam ter controle sobre o que os filhos aprendem. Dawkins pergunta: “Até onde consideramos as crianças como propriedades de seus pais? Uma coisa é dizer que as pessoas precisam ser livres para acreditar no que desejam, mas devem ser livres para impor suas crenças aos filhos? O que mais precisa ser dito para que a sociedade intervenha? E quanto a criar as crianças para que acreditem em mentiras descaradas? Não é sempre uma forma de abuso infantil classificar as crianças com crenças sobre as quais são pequenas demais para ter refletido?”.

Dennett observa que “algumas crianças são criadas em tal prisão ideológica que voluntariamente se tornam seus próprios carcereiros [...] privando-se de qualquer contato com as idéias libertadores que poderiam muito bem mudar-lhes a mente”. A culpa, ele acrescenta, é dos pais que as educaram. “Os pais não são donos de seus filhos assim como eram os donos de escravos antes, mas são, em vez disso, seus mordomos e guardiões e devem ser cobrados pelos de fora no que se refere ao seu papel de guardiões, o que implica que os de fora têm o direito de interferir”.

O psicólogo Nicholas Humphrey afirmou em palestra recente que, assim como a Anistia Internacional trabalha para libertar presos políticos em todo o mundo, professores e mestres seculares deveriam trabalhar para libertar as crianças da influência nociva da instrução de seus pais religiosos. “Os pais, no que lhes diz respeito, não tem uma licença dada por Deus para aculturar seus filhos em quaisquer caminhos que eles, pessoalmente, tenham escolhido: não têm o direito de limitar os horizontes de conhecimento dos filhos, de criá-los em uma atmosfera de dogma e superstição ou de insistir para que sigam os caminhos retos e limitados da própria fé”.

O filósofo Richard Rorty argumentou que os professores seculares nas universidades devem “preparar as coisas de modo que os alunos que entrarem como fundamentalistas religiosos fanáticos e homofóbicos saiam da faculdade com visões mais parecidas com as nossas”. Rorty observou que os alunos são felizardos por se encontrarem “sob o benevolente herrschaft de pessoas como eu, e ter escapado das garras de seus pais aterradores, viciosos, perigosos”. Afirma ele que os pais que mandam seus filhos para a faculdade deveriam reconhecer que, como professores, “vamos certamente tentar desacreditá-los aos olhos dos filhos, tentar despojar sua comunidade religiosa fundamentalista de dignidade, tentar fazer com que suas visões pareçam estúpidas, em vez de dignas de debate”.

É assim que muitos professores seculares tratam as crenças tradicionais dos alunos. A estratégia não é argumentar com visões religiosas ou provar que estão erradas. Pelo contrário, é sujeitá-las a tal desprezo a ponto de elas serem empurradas para fora dos limites de uma discussão aceitável. Essa estratégia é eficaz porque os jovens que vão para boas faculdades estão extremamente ansiosos por aprender o que significa ser um homem formado em Harvard ou uma mulher formada por Stanford. Assim, seus professores podem facilmente levá-los a pensar de determinado modo simplesmente apresentando os novos pontos de vista como arrojados e iluminados. De igual modo, os professores podem pressionar os alunos a abandonar o que os pais lhe ensinaram apenas rotulando aquelas posições de simplistas e rudimentares.

Uma segunda estratégia bastante usada para promover o ateísmo no campus utiliza o veículo da sexualidade adolescente. “Contra o poder da religião”, um defensor do agnosticismo me respondeu, “empregamos um poder igual, se não maior – o poder dos hormônios”. O ateísmo é promovido como um meio para que os jovens se libertem do constrangimento moral e sejam indulgentes com seus desejos. A religião, nessa estrutura, é descrita como uma forma de repressão sexual.

A história que conta como os jovens passam de uma infância de inocência e devoção religiosa para uma adolescência questionadora, sexualmente liberada e, por fim, cínica agora é a história de muitas famílias na cultura ocidental. Embora em geral seja representada como uma forma de iluminação ou liberação, trata-se igualmente de um ataque de motivação ideológica contra a religião e a moralidade tradicionais, que são excluídas das considerações ou tratadas com presunçoso desdém. O biólogo Kenneth Miller, que testemunhou a favor da evolução em julgamentos, admite que “uma presunção do ateísmo ou do agnosticismo é universal na vida acadêmica [...] As convenções da vida acadêmica, quase universalmente, giram em torno da suposição de que a crença religiosa é algo que as pessoas abandonam à medida que se tornam mais cultas”.

As crianças passam boa parte de seu cotidiano na escola. Os pais investem suas economias em educação acadêmica para confiar sua prole a profissionais que têm a obrigação de educá-la. Não é impressionante que os educadores tenham descoberto uma forma de transformar os pais em instrumentos de sua própria ruína? Não é impressionante que tenham convencido mães e pais cristãos a financiar a destruição de suas próprias crenças e valores? Quem disse que os ateus não eram espertos?

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".