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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Le Fanu: a ciência contra o materialismo

Fonte: MÍDIA SEM MÁSCARA

Le Fanu traz os aportes do conhecimento adquirido pela neurociência desde a Década do Cérebro (1990), que evidenciam a impossibilidade de explicar a mente a partir do cérebro.


A leitura de um artigo do rabino Jonathan Sacks, que recomendei num post de 3 de fevereiro, me levou a descobrir o livro Why Us - How sience rediscovered the mistery of ourselves, do médico e escritor inglês James Le Fanu. A obra ainda não chegou ao Brasil, mas existe uma tradução para o português de Portugal e, tanto em inglês quanto na última flor do Lácio, ela está disponível pela internet (ver Livraria Cultura). Direto ao assunto, Le Fanu é um médico formado em Cambridge e no Royal London Hospital, que se tornou escritor e jornalista especializado em temas científicos, colaborando com veículos de prestígio junto à comunidade acadêmica internacional, como o British Medical Journal, a Lancet, o Journal of the Royal Society of Medicine, bem como periódicos de interesse geral, como o Sunday Telegraph, The Spectator, o New Satesman e a GQ.

Não falta a Le Fanu a credibilidade de seus pares, ou não faltava até o momento, pois a tese de Why Us?certamente há de estigmatizá-lo entre os cientistas e fazer dele uma ovelha negra. O que diz o livro? Diz, com todas as letras, que já está na hora de jogar teoria de sir Charles Darwin na lata de lixo da ciência, bem como na da história e, nesta, juntamente com Marx e Freud. Alguns podem se perguntar o que há de novidade nisso. Será que eu nunca havia ouvido mestre Olavo de Carvalho a dizer que as idéias do naturalista inglês não tinham nenhum fundamento? Ouvi, sim, mas nunca o havia ouvido justificar essa tese com outros argumentos que não os da fé, eu queria mesmo era ouvir os argumentos da razão (como aqueles que Olavo emprega ao analisar o marxismo). Enfim, fides quaerens intellectum, nas palavras de Santo Anselmo.


Partindo das descobertas científicas promovidas pela genética e pela neurociência nos últimos 15 anos, Le Fanu demonstra como os furos na teoria de Darwin estão se transformando em buracos negros. Ou, pior, como eles sempre foram buracos negros que, beneficiados por uma série de circunstâncias histórico-políticas, erigiram-se em verdades científicas. Entre vários outros fatos, o autor mostra como as descobertas do projeto Genoma Humano contradizem, no que se refere ao ser humano, a ideia de evolução tal qual postulada pelo darwinismo, de vez que a imensa semelhança entre os genes de um chimpanzé e o de um homem, não sustentam nenhuma possibilidade de variabilidade e mutação ao longo do tempo. Por que nossos genes são tão iguais entre si, se havíamos nos afastado um do outro, transformando-nos em espécies distintas, num processo que se estendeu por milhares de anos?


Há várias outras questões em Why Us? que simplesmente refutam a idéia de que ter ficado de pé e ter desenvolvido um cérebro grande se constituíram em vantagens que nos fez passar pelo implacável teste da seleção natural. Ao lado delas, Le Fanu traz os aportes do conhecimento adquirido pela neurociência desde a Década do Cérebro (1990), que evidenciam a impossibilidade de explicar a mente a partir do cérebro. Tudo indica que, de fato, há uma relação entre os dois, mas nada permite supor que a mente tenha o cérebro como sua causa, exceto a vontade de comprovar as teses de um paradigma materialista que se tornou hegemônico a partir do século XIX, depois de Darwin. A partir do que revelam as imagens obtidas por meio da tomografia computadorizada do cérebro, a mente continua um imenso mistério, no qual se pode divisar apenas uma luz: a de que a realidade é dual, pois não se esgota na matéria. O fenômeno humano só pode ser conhecido a partir da admissão do lado imaterial dessa realidade.


A contribuição de Le Fanu não se encontra somente no fato de ele, um membro respeitado da comunidade científica, romper abertamente com o paradigma darwinista, numa obra de divulgação científica. Também está em que seu livro não avança, propositalmente, em direção a um paradigma religioso. É no plano científico e não no religioso ou filosófico especulativo que a obra quer trazer certezas. O escritor põe em xeque o que diz a ciência estabelecida, refuta as hipóteses com que o conhecimento se fazia até a atualidade, mas evita a infértil discussão entre evolucionismo e criacionismo, que, tendo se conduzido até agora in partibus infidelium, no estádio que pertence à (pseudo)ciência darwinista, só tem ajudado esta a reiterar sua aparência de verdade. Sem pretender fazer a apologia da religião e sem bancar o filósofo, Le Fanu se limitou somente a pôr o dedo na ferida: as evidências de que a ciência de hoje dispõe desmentem definitivamente o materialismo. O resto é mistério.

Publicado originalmente com o título
Le Fanu: ou como a ciência redescobriu o mistério da nossa existência.
http://observatoriodepiratininga.blogspot.com


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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".