Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

UMA REAÇÃO TARDIA À CONFECOM

Fonte: NIVALDO CORDEIRO


UMA REAÇÃO TARDIA À CONFECOM

22 de fevereiro de 2010


Quando recebi a programação do Fórum Democracia e Liberdade de Expressão e vi que o mesmo estava recebendo patrocínio das entidades patronais e das grandes empresas de comunicação que boicotaram a Confecom, além do próprio Instituto Millenium, percebi que o evento havia sido concebido como uma resposta dessas entidades e dessas empresas à grande ameaça do governo Lula (e do próximo governo Dilma, se vier a se eleger) à produção de notícias de forma empresarial. À ameaça gigantesca a todo o setor empresarial dedicado às comunicações que foi o Confecom.

Achei estranho não ter recebido convite para participar do evento, eu que, por meus próprios meios, e com o integral apoio institucional do jornal eletrônico Mídia sem Máscara, fui o único observador independente que lá estive. Fiz não apenas a reportagem dos acontecidos, bem como as análises mais originais, a partir do meu artigo Confecom: a sovietização do Brasil, fiz também uma pesquisa histórica e demonstrei as ligações entre os promotores da conferência, o Foro de São Paulo e o Foro Social Mundial e todas as modificações políticas ocorridas à época na regulação das comunicações em países como Argentina, Venezuela e Equador.


Posso dizer que ninguém da mídia fez um trabalho assim. Esses que estão reunidos para o evento no próximo primeiro de março viram os acontecimentos de longe e acovardaram-se por não dar o primeiro combate no tempo certo, conforme eu mesmo apontei na época da Confecom. A bem da verdade meus textos foram o primeiro combate direto contra a conferência e seus resultados e o Mídia Sem Máscara foi o único órgão de imprensa a denunciar o que estava acontecendo nos devidos termos, até então coberta pelo manto negro do silêncio unânime.


Um evento contra a Confecom agora é não apenas fora de época, é inútil, ineficaz. A Confecom já cumpriu seu papel, está influenciando o governo Lula, o programa da candidata Dilma, já virou portarias e decretos e está ressuscitando a Telebrás, que vai concorrer no fornecimento de serviços de infra-estrutura de banda larga com as empresas de Telecom.


Em suma, se tem alguém neste país, como diria Lula, capaz de falar com autoridade sobre os acontecidos naConfecom, suas origens e conseqüências, de sua própria dinâmica, sou eu. Fiquei surpreendido por não ter sido convidado a participar do evento, pois sei que o material que produzi foi lido por toda a gente, tendo sido inclusive reproduzido parte dele no site do Instituto Millenium.


Quando recebi a nota oficial do Heitor de Paula e da Graça Salgueiro denunciando que o evento virou um convescote de centro-esquerda, comprometido em não contrariar o governo do PT e dando voz a atores políticos e midiáticos que são, eles mesmos, autores do processo que criou a Confecom, então tudo se esclareceu de vez. Não fui convidado porque estou no campo conservador e os conservadores ali não são bem vindos. Alguém conservador não tem porque ir lá ver o evento.


Quer raio de reação é essa que não pode reagir? Para que o evento? Ora, isso não passa de um simulacro de reação, nem mesmo chega a ser um protesto, tímido que seja. Parece coisa de quem não tem o que fazer. Não será com essa arenga acovardada e adesista que o livre mercado de idéias e conteúdo no Brasil será preservado. Que as instituições democráticas serão preservadas.


Bem fizeram Heitor de Paula e Graça Salgueiro em não aceitarem integrar a farsa de sentarem-se ao lado de notórios comunistas. Não se combate o inimigo confraternizando com ele e dando a ele as armas, as poucas, para que ele mesmo as use. É mais que equívoco, é burrice. De minha parte, fui poupado de ter que recusar. Melhor assim.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".