Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Revelações de um ex-espião cubano

Fonte: BRASIL ACIMA DE TUDO
23 de fevereiro de 2010

No final de seu "avant-propos", Juan Vivés afirma que ele não é nenhum intelectual desiludido, nem um dissidente com ambições pessoais, apenas um homem sedento de liberdade que rejeita uma tirania egocêntrica fantasiada de revolução.


O ex-espião ainda conta como a mídia internacional, artistas e escritores do mundo inteiro apoiaram (e apóiam!!) o cruel regime castrista, disseminando mentiras a respeito do país e da revolução.


Por Ernesto Neto (*)


Um resumo do livro
El Magnifico, escrito por um ex-agente do serviço secreto cubano.

Em recente viagem à Europa, numa livraria em Toulon na França, quando deparei com um livro que dificilmente será traduzido e lançado no Brasil: "
El Magnífico - 20 Ans au Service Secret de Castro", de Juan Vivés, Éditions Hugo et Compagnie, lançado em agosto de 2005.

Juan Vivés é um dissidente cubano que mora atualmente na França e durante 20 anos pertenceu ao serviço secreto de Fidel Castro. Adolescente ainda, foi para guerrilha na Serra de Escambray combater o regime de Batista e posteriormente fez parte da coluna guerrilheira de Che Guevara. Com a revolução vitoriosa, foi indicado e aceitou fazer parte do temível G2, onde, até 1979, esteve presente em quase todas as atividades de espionagem, guerrilheiras e militares em que Fidel fez o pequeno país caribenho participar. O que torna a sua figura ainda mais proeminente é o fato de ser sobrinho de Osvaldo Dorticós ? presidente fantoche de Cuba até 1976 ? e grande amigo de Célia Sanchez que, segundo ele, juntamente com Raúl eram as únicas pessoas que o patético tirano barbudo ainda ouvia.

São 17 capítulos que abrangem desde os motivos que levaram sua família - ricos proprietários de terras - à guerrilha contra Batista até o seu exílio na França, passando por vários outros acontecimentos contados por um ângulo que a esquerda sempre escondeu: a difícil convivência com Che, os primeiros dias depois da vitória, os fuzilamentos à revelia, o assassinato de Camilo Cienfuegos, a invasão da Baía dos Porcos, a crise dos mísseis soviéticos, as primeiras missões na África (Argélia), a morte de Che Guevara, o interrogatório dos prisioneiros americanos do Vietnã em Cuba, o assassinato de Salvador Allende por determinação de Fidel, as missões em Angola (Operação Carlota) e no Saara Espanhol, etc.[*]

No meio de cada assunto, Juan Vivés conta casos que denotam o aspecto mau caráter de Fidel - colérico e com suas alegorias fantasiosas e megalomaníacas - e o prazer sádico que Guevara tinha pelos fuzilamentos e assassinatos: só na Fortaleza de La Cabaña ele comandou 600 sessões. O autor deixa bem claro que todos que se colocaram na frente de Fidel, ameaçando o seu prestígio como Líder Máximo da Revolução, foram misteriosamente "silenciados", sejam por inexplicáveis acidentes como o de Camilo Cienfuegos, sejam por falsas promessas de ajuda como o próprio Che, quando se encontrava na Bolívia.

Certamente os dois capítulos que mais chamam a atenção do leitor são o XI, onde o ex-espião revela um dos segredos mais bem guardados do comunismo cubano: o interrogatório de soldados americanos em Cuba durante a Guerra do Vietnã, e o XV sobre o assassinato de Allende. Por dominar o idioma inglês fluentemente, Vivés foi chamado à traduzir os interrogatórios dos prisioneiros americanos no Vietnã, devido a falta de pessoal capacitado para fazê-lo no pobre país asiático. Ele recusou a missão, afinal era sobrinho do "presidente" e amigo de Célia Sanchez; mesmo assim lhe entregaram dois textos de interrogatórios para que ele os traduzisse. No início ele tinha dúvidas se os prisioneiros estavam ou não em Cuba, mas posteriormente o seu próprio tio (o Presidente) lhe teria dito que havia prisioneiros americanos em território cubano. O que ele nunca soube foi o que fizeram com estes infelizes soldados. Provavelmente foram mortos. O assassinato de Allende por Patrício de la Guardia (seu próprio segurança e que pertencia ao serviço secreto cubano) já não é novidade depois do lançamento do livro Cuba Nostra de Alain Ammar (Ed. Plon, lançado em 2005) com o testemunho do próprio Juan Vivés. Segundo o autor, depois de financiar a campanha de Allende para as eleições chilenas de 1970, Fidel exigia uma postura mais ativa e radical do Presidente chileno em prol da revolução e das mudanças mais abruptas na sociedade. Com as dúvidas, os vacilos e os receios de Allende, que Fidel achava um fraco, não restou outra opção a Castro senão ordenar o seu assassinato. Em consonância com esta versão há dois fatos: a saída dos agentes cubanos do Palácio de La Moneda sem um arranhão sequer e o corpo de Allende não apresentar evidências de suicídio.

A intromissão de Cuba na questão do Saara Espanhol toma uma certa importância no mundo atual, já que Fidel praticamente criou e fomentou o Front Polisario (Frente Popular Para a Libertação de Saguia el Hamra e Rio do Ouro) que posteriormente se islamizou e hoje possui centenas de integrantes do grupo terrorista Al-Quaeda, fugidos da invasão americana do Afeganistão. Com isto, segundo Vivés, Fidel e Che desenvolveram os dois mais antigos grupos terroristas armados do planeta: o próprio Front Polisario/Al-Quaeda e o ETA. Este último apoiado e financiado por Fidel, ainda em Caracas, na Venezuela, logo no início da Revolução depois das relações entre Cuba e o governo espanhol se tornarem tensas.

O ex-espião ainda conta como a mídia internacional, artistas e escritores do mundo inteiro apoiaram (e apóiam!!) o cruel regime castrista, disseminando mentiras a respeito do país e da revolução. Desde as falsas conquistas sociais devidas a Fidel até a glorificação das ditas vitórias épicas obtidas pelo Exército Cubano nas guerras africanas. Gabriel García Marques, por exemplo, ganhou uma mansão no bairro de Siboney em Havana, por ter escrito láureas a favor de Cuba em seu livro Operação Carlota, nome da operação militar cubana em Angola, onde o famoso escritor tenta justificar o injustificável. Segundo ele, uma das mentiras políticas mais bem remuneradas de toda a América Latina. O grande problema para estes intelectuais seria, depois da queda do regime, a devolução desses imóveis aos seus verdadeiros donos que se encontram no exílio.

Durante esta mesma operação militar em Angola é quando começa a se desenrolar a questão do tráfico de drogas envolvendo os irmãos Castro. Juan Vivés escreve que as tropas cubanas trocavam diamante e marfim (abundantes na África) pela heroína por intermédio da máfia de Hong Kong. Daí a droga era enviada a Havana em transportes militares cubanos e posteriormente era transportada para o Panamá, onde agentes cubanos da DGI negociavam com traficantes internacionais. O responsável por esta operação era o General Arnaldo Ochoa, que acabou sendo fuzilado por Fidel juntamente com outros participantes, em um processo digno da época estalinista, no intuito de limpar de todas estas implicações o seu regime. Vivés ainda menciona as relações com o tráfico de cocaína entre Raúl Castro, Daniel Ortega (da Nicarágua) e Pablo Escobar.

Lendo o livro, imaginamos como que um pequeno país caribenho, certamente com o sacrifício extremo de seu povo, foi capaz de enviar tropas e missões de espionagem para várias partes do mundo. Já na metade da década de 60, o exército cubano já possuía 500.000 homens, um pouco menos de 10% de sua população na época. Em sua louca aventura em Angola, em 15 anos de conflito, Fidel utilizou 300.000 homens. Fora os contingentes em outras regiões. Quantos jovens cubanos morreram, salvando a pele de russos, em nome de um regime que apenas escravizou e empobreceu o seu próprio povo?

No final de seu "avant-propos", Juan Vivés afirma que ele não é nenhum intelectual desiludido, nem um dissidente com ambições pessoais, apenas um homem sedento de liberdade que rejeita uma tirania egocêntrica fantasiada de revolução.


(*) Fonte:
http://cafehistoria.ning.com/group/serviosecretocubano?xg_source=activity

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".