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quarta-feira, 21 de março de 2012

Se a Academia Brasileira de Letras quiser te dar um prêmio, dica: não aceite!

 

ABL

Ronaldinho Gaúcho imortal

Arnaldo Niskier

Foi um gol de letra do presidente da Academia Brasileira de Letras, Marcos Vilaça. Convidou a diretoria do Flamengo para um almoço na Casa de Machado de Assis, com pelo menos três grandes atrações: o craque Ronaldinho Gaticho, o técnico Wanderley Luxemburgo e a presidente Patrícia Amorim.

Para valorizar o evento, Vilaça comemorou os 110 anos de José Lins do Rego, escritor paraibano que era torcedor fanático do "Mengão", como pude observar nos tempos iniciais de jornalista esportivo. Era um consagrado romancista, com o seu clássico "O menino de engenho", mas escrevia com toda paixão a respeito do Flamengo e seus craques da época, entre os quais o inesquecível Zizinho. Aliás, não perdoou o grande atacante quando este se transferiu estranhamente para o Bangu. Zé Lins escreveu contra ele, desdizendo tudo o que, antes, era uma profunda e aparentemente definitiva admiração.

Voltemos ao almoço na Casa de Machado de Assis.Ronaldinho foi perguntado por um repórter se agora era "carioca". Agradeceu delicadamente a gentileza e disse que seria "gaúcho" até morrer, mas estava amando o Rio e a receptividade do seu povo. Depois, outro repórter quis saber qual o último livro lido por ele. Ronaldinho ficou sem jeito, disse que não lembrava, mas que iria pedir conselhos aos imortais presentes. Aí, Vilaça mandou descolar um livro de Zé Lins sobre o Flamengo e deu de presente ao craque. "Assim você pode iniciar a sua vida de leitor, porque terá a necessária motivação."

Patrícia Amorim, Ronaldinho e Wanderley Luxemburgo foram homenageados com a Medalha Machado de Assis, alta condecoração da ABL, que procura se aproximar do povo, homenageando o clube mais querido do Brasil. Todos ficaram emocionados. Anotamos as palavras do técnico rubro-negro: "Quem poderia imaginar que um garoto pobre, nascido em Tanguá, hoje Nova Iguaçu, um dia seria homenageado pela mais importante casa de cultura do país?" 

O que se comeu no almoço foi o menos importante. Valeu o papo que correu solto, a presença de personalidades brasileiras, como o desembargador Marcos Faver, hoje presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo, sócios beneméritos, entre os quais descobri Walter Oaquim, com quem joguei basquete no juvenil do América F.C. Ele nunca negou que fosse torcedor do "Mengão", mas era tijucano, como toda a sua família, o que fazer?

Os descendentes de José Lins do Rego, um dos grandes representantes do moderno romance nordestino brasileiro, deram um bonito colorido à festa, no centro da cidade do Rio. Suas filhas Cristina e Elizabeth estavam muito felizes e o neto, José Lins do Rego Veras, que sentou ao meu lado, trouxe uma bandeira do Flamengo para oferecer à Academia. Quando se falou nisso, Patrícia Amorim, com _ muita propriedade, chamou o símbolo de "manto sagrado". Levantou e fez a leitura de um artigo de Zé Lins, em que ele comentou a conquista de um tricam-peonato de futebol, com toda paixão que colocava em suas palavras. No meio do artigo, uma gozação no Vasco da Gama, que perdera a final. Como se vê, isso vem de longe...

Jornal do Commercio (RJ), 15/4/2011

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
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A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".