04.06.2010 - 8:23am
Cavaleiro do Templo: cabe aqui dar atenção ao trecho "essa coisa de direita e esquerda é bastante discutível". Quando conseguíamos (na política) identificar quem era quem, ficava mais fácil saber de que lado estar, não é mesmo? Cada candidato com sua percepção do mundo, restava a cada um de nós a escolha clara e definida. Tem razão o poeta quando diz, com outras palavras, que não sabemos mais quem é quem. Não é fácil para o eleitor comum (digo, aquele que "entende" o mundo através dos jornais da banca de revista e das TVs abertas) saber quem é quem. Todo mundo está acima das ideologias. Somos superiores a elas. O que significa que todo mundo é idiota, que quer pegar o melhor de todos os mundos e montar um Frankstein pessoal, nosso monstro particular. Coisa de criança. Quando não sabemos quem é quem, em toda e qualquer disputa ganhará sempre o mais enganador, os "vaselina", "os caras".
Sem direita nem esquerda
Prestes a entrar merecidamente na Academia Brasileira de Letras, afinal ele realmente é um escritor, o poeta Ferreira Gullar mantém uma visão crítica sobre o atual momento da política brasileira. Aos 80 anos (“Mas não me sinto com essa idade”), o maranhense Ferreira Gullar lançará em setembro o livro “Em alguma parte alguma”.O poeta do “Poema Sujo” afirma que se preocupa com o futuro do país, mas não poupa pólvora contra o presidente-metalúrgico. “O Lula é um farsante, não merece confiança. Não entendemos o que ele faz”, dispara. Na entrevista concedida ao jornal “Folha de São Paulo”, Gullar questiona a atitude de Lula da Silva na política externa. “Como abraçar o Ahmadinejah [presidente do Irã], de um regime que é uma ditadura teocrática, que realizou uma eleição fraudulenta. O povo protestou contra o resultado e Lula disse que aquilo é choro de perdedor”.
Na década de 1960, o poeta era um comunista de carteirinha. Pela sua militância política chegou a viver no exílio. Hoje, não pensa como antes e diz que “essa coisa de direita e esquerda é bastante discutível. “Quem é de esquerda? O Lula é de esquerda? Não me faça rir. Eu nunca tive medo de pensar por mim mesmo. Não fico preso a uma verdade indiscutível”.
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