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sexta-feira, 4 de junho de 2010

Ódio a Israel ameaça palestinos

FOLHA

04/06/2010-08h03


Sérgio Malbergier

é jornalista. Foi editor dos cadernos Dinheiro (2004-2010) e Mundo (2000-2004), correspondente em Londres (1994) e enviado especial da
Folha a países como Iraque, Israel e Venezuela, entre outros. Dirigiu dois curta-metragens, "A Árvore" (1986) e "Carô no Inferno" (1987). Escreve para a Folha.comàs quintas.



Como judeu, descendente de avós que perderam pais e irmãos no Holocausto nazista, é de embrulhar o estômago ver a guerra mundial contra Israel.
Nem um século se passou desde que o mundo observou passivamente Hitler e seus aliados exterminarem 6 milhões de judeus indefesos no coração da Europa, e o coro histérico e irracional contra os judeus voltou com força e abrangência. É o antissemitismo travestido de antissionismo.
Sim. Até Emir Sader sabe que não é possível distinguir o Estado judeu dos judeus. Odiando-se um, odeia-se os outros.
E os inimigos de Israel (dos judeus) deixam isso bem claro. Seja no (re)uso do acervo iconográfico antissemita clássico, como vemos nas charges na mídia oficial árabe e "progressista" europeia, seja no grito por boicotes à vibrante e independente academia israelense, que traz de imediato à memória os boicotes aos negócios de propriedade judaica nos primórdios da Alemanha nazista.
Que se conteste e proteste contra atos e políticas adotadas pelo governo de turno em Jerusalém, como os próprios israelenses não param de fazer desde antes de o Estado judeu ser oficialmente declarado por David Ben-Gurion, em 1948.
Mas suspeito, para dizer o mínimo, do tom de ódio indignado de parte importante da opinião pública (a mais vocal, mas não necessariamente a mais numerosa) em relação a tudo o que Israel faz.
Não se está aqui, obviamente, apoiando as mortes no barco com ativistas e militantes que rumava para Gaza. Mas o conflito no Oriente Médio é muito mais complexo do que maniqueísmos reducionistas e manipulações grosseiras. Estas só servem para enganar desavisados de boa-fé e promover extremistas de má-fé.
A guerra próxima não é entre israelenses e palestinos, mas entre os israelenses e palestinos que querem a paz contra os israelenses e palestinos que não querem a paz. O segundo grupo é minoria nos dois lados, mas consegue impor o conflito justamente porque sua complexidade dificulta tanto um acordo e o sangue já derramado fomenta tanto ódio e medo.
E há ainda a guerra mais distante que Israel trava contra o extremismo islâmico e seus apoiadores no mundo árabe-islâmico. O uso cínico que ditaduras opressoras como Irã e Síria faz da causa palestina, a eterna bucha de canhão de terceiros interesses no Oriente Médio, talvez seja hoje o principal combustível do conflito.
Israel retirou suas tropas do sul do Líbano em 2000 e desde então a região está tomada pela milícia terrorista extremista islâmica xiita Hizbollah, apoiada pelo eixo Damasco-Teerã. O Estado judeu retirou suas tropas da faixa de Gaza em 2005, e o grupo extremista terrorista islâmico sunita Hamas tomou o controle da região, apoiada pelo eixo Damasco-Teerã.
Servindo a seus patronos estrangeiros, Hizbollah e Hamas transformaram as regiões recém-desocupadas por Israel em bases de foguetes contra o país, o que levou a guerras sangrentas nos dois palcos e afastou ainda mais a possibilidade de paz.
Os palestinos precisam ter seu Estado, até o premiê nada moderado de Israel, Bibi Netanyahu, já o admitiu. Hostilizar Israel da forma com que os apoiadores cegos dos palestinos fazem só atrasa esse justo objetivo ao reforçar mais uma vez a ideia de que a discriminação contra os judeus segue muito viva.
Viva a tolerância. Não viva o ódio.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".