Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro concede Medalha Tiradentes a Olavo de Carvalho. Aqui.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Por que alguém iria querer explodir a Times Square?

MÍDIA A MAIS

por Daniel Pipes
em 27 de maio de 2010


A grande mídia concorda – O Islã não teve participação alguma no atentado terrorista de Faisal Shahzad
Quando chegam notícias de muçulmanos empenhando-se em atos de violência, a tríade formada por políticos, responsáveis pela aplicação da lei e a mídia invariavelmente presume que o perpetrador sofre de incapacidade mental ou emocional (Para uma rápida lista de exemplos, veja “Jihad Repentina’ ou ‘Estresse desordenado’ em Fort Hood”).
Ao invés disso, eles deveriam começar com uma suposição de intenção de jihad. Ou seja, a expectativa padrão deveria ser de fervor ideológico, não de insanidade. Difundir o Islã e aplicar a lei islâmica são os objetivos. Obviamente, existem alguns muçulmanos malucos e eles realmente empenham-se em atos violentos, mas estes constituem uma porcentagem microscópica dentre os 15.247 incidentes terroristas provocados por muçulmanos desde o 11 de Setembro, como contabilizados pelo site www.thereligionofpeace.com.
A tentativa fracassada de explodir um SUV na Times Square em Nova York incitou especulações sobre os possíveis motivos do armador da bomba, mesmo antes de a identidade de Faisal Shahzad, um imigrante do Paquistão, tornar-se pública.
Robert Dreyfuss, do The Nation, descartou a possibilidade de ser um jihadista do grupo Talibã situado no Paquistão: “[M]e parece muito mais provável que [ele] seja um maluco agindo sozinho ou algum membro de uma filial também maluca do Tea Party, contra o governo e de extrema direita”.
Então, apenas algumas horas após a prisão de Shahzad, autoridades apressaram-se em assegurar ao público de que suas ações nada tinham a ver com o Islã. Exemplos do dia 4 de maio:
  • Mike Bloomberg, Prefeito de Nova York: a bomba pode ter sido plantada por “alguém com uma agenda política que não aprove a legislação de saúde ou algo do gênero. Pode ser qualquer coisa”.
  • Mahkdoom Qureshi, Primeiro Ministro paquistanês: “Isso é um contra-ataque [Contra as atividades militares dos Estados Unidos no Paquistão]. Isso é uma reação. Uma retaliação. E vocês deveriam esperar isso. Não sejamos ingênuos. Eles não irão sentar e os convidar a eliminá-los. Eles irão contra-atacar”.
  • Nadeem Haider Kiani, porta-voz da Embaixada paquistanesa em Washington: é cedo demais para determinar exatamente o que motivou o armador da bomba, mas evidências sugerem que ele é “um indivíduo com distúrbios”.
  • Cable News Network(CNN): “Pode-se confirmar que sua casa foi hipotecada recentemente. Quero dizer, pode-se imaginar que isto trouxe muita pressão e sofrimento para essa família”.
  • CBS News: “Não está claro se outros suspeitos estão à solta OU quais poderiam ter sido os motivos”
  • The Washington Post: Logo em seguida à manchete, “A crise econômica se junta ao terrorismo”, Ezra Klein afirma que a casa de Shahzad foi hipotecada e comenta: “Esse cara é como a teoria das cordas para a mídia: ele reúne histórias supostamente incompatíveis que impulsionaram a última década. Dito isto, obviamente você não quer especular por que alguém ‘realmente’ fez alguma coisa. O coração dos homens é opaco, e os motivos são complexos”.
E aqui segue um apanhado dos jornais de hoje:
  • Aplicação da lei (conforme publicado pelo NY1): “Investigadores dizem que ainda não têm um motivo para as ações de Shahzad” (Dia 5 de maio de 2010).
  • Kifyat Ali, parente de Shahzad: “Estamos em choque. Ele não tinha ligação alguma com qualquer partido político ou grupo da jihad”. (Dia 5 de maio de 2010).
  • Manchete, Associated Press: “Suspeito de atentado de carro bomba em Nova York coopera, mas motivo é um mistério” (Dia 5 de maio, 2010).
  • Notícia, Associated Press: “Autoridades federais não estão falando sobre um motivo, na prisão do cidadão americano naturalizado, acusado de tentar explodir a Times Square em Nova York”. (Dia 5 de maio de 2010).
  • New York Post “exclusiva”: Shahzad “disse que foi levado ao mal devido ao lamaçal de mortes dentre os líderes do grupo terrorista, fontes policiais revelaram ontem. Fontes disseram que ele foi uma testemunha ocular de ataques ao longo dos oito meses que passou no Paquistão, desde o verão passado” (Dia 5 de maio de 2010).
  • USA Today, manchete: “Motivo do suspeito de atentado com carro bomba continua um mistério” (Dia 5 de maio de 2010).
  • The Guardian, manchete: “Bomba na Times Square: Paquistaneses continuam confusos quanto aos motivos do armador da bomba”. (Dia 5 de maio de 2010).
Comentários:
 
(1)    Algumas dessas interpretações destacam os motivos como misteriosos, alguns especulam sobre uma coisa ou outra – mas todos assiduamente evitam falar do elefante na sala.
(2)    Não se pode ganhar uma guerra se não se tem a coragem de nomear o seu inimigo.
(3)    Nomear o inimigo significa mudar alguns dos aspectos mais agradáveis da vida ocidental, portanto é difícil de fazer.
(4)    Eu acredito que nomear o inimigo somente ocorrerá quando um cataclismo ponha um fim na nossa paciência com eufemismos.
 
Atualização, 5 de maio de 2010: Não surpreendentemente, notícias do Paquistão confirmam que Shahzad tem ligações com o terrorismo islâmico, como reportado por Alex Rodriguez no Los Angeles Times, “Conexão surge entre bomba na Times Square e grupo militante paquistanês”:
 
Um dos homens presos no Paquistão em conexão com a infrutífera tentativa de explodir a Times Square em Nova York é um membro do Jaish-e-Muhammad, um grupo militante paquistanês aliado a Al Qaeda, disseram fontes da inteligência em Karachi na quarta-feira. A revelação marca a primeira vez que um grupo militante paquistanês em específico esteve associado com o caso de Faisal Shahzad, o americano de 30 anos de idade e de raízes paquistanesas, acusado do infrutífero plano de atentado a bomba. Mas não significa, necessariamente, que a organização orquestrou o plano ou coordenou as ações de Shahzad.
 
Tradução: Roberto Ferraracio
 
Publicado originalmente na National Review Online, no dia 5 de maio de 2010. Também disponível no site do autor.

Nenhum comentário:

wibiya widget

A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".