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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

ESPÍRITO SANTO: Dona Isabel

 

SÉCULO DIÁRIO


A vida, morte e ressurreição da ex-militante da Pastoral Carcerária Isabel Borges, acusada, abandonada e humilhada pelo que não fez

Henrique Alves

19/08/2012 11:00 - Atualizado em 19/08/2012 19:40

Com a boca aberta, a língua para fora e uma expressão grave, Zuca assiste ao espetáculo deprimente que seu companheiro protagoniza. Thor, um corpulento labrador amarelo-claro, de bem vividos sete anos, pusera-se de barriga para cima no chão frio da varanda. Vira, revira e desvira-se inquietamente aos pés da dona, como que implorando carinho ou demonstrando inteira submissão.

Isabel faz-lhe uma festa e comenta: “Ele sempre teve problemas de pêlo, com carrapato. É preciso muito cuidado”. Isabel estava tranquila na iluminada manhã daquela quarta-feira (15). Como todos os dias, às 6h ela já estava de pé. O café da manhã também foi o de todos os dias: um pedaço de mamão, meia fatia de pão integral e uma xícara de café.

Não parecia que dali a alguma horas, com um soberbo vestido e um xale a cobrir-lhe elegantemente o ombro esquerdo, ela seria agraciada com a Comenda Ewerton Montenegro Guimarães, durante a abertura da V Conferência Internacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que terminou sexta-feira (17) em Vitória. Concedida pela seccional capixaba da OAB, a comenda é um tributo simbólico aos que se destacam na defesa dos direitos humanos.

De certa forma, a mineira Isabel Aparecida Borges da Silva, 67 anos, foi homenageada pelo que não fez. Como alguns outros, o ex-secretário de Segurança do governo Paulo Hartung, Evaldo Martinelli, e a delegada do Núcleo de Repressão à Organização Criminosa (Nuroc), Fabiana Maioral, sabem o que ela fez. E, talvez, melhor que a própria Isabel, sabem o que ela não fez.

Em 2006, aos 25 anos de devoção à Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Vitória, apaziguando ânimos, mediando conflitos, debelando rebeliões, evitando tragédias e salvando a pátria de secretários de Segurança e de Justiça, Isabel viu-se de repente enredada num pesadelo kafkiano.

Já leram O Processo? Igualzinho. Basta trocar poucas palavras de um dos inícios mais devastadores da literatura mundial: alguém certamente havia caluniado Isabel Borges, pois certa tarde ela foi acusada de uma série de crimes sem ter feito mal algum.

Durante os três encontros com a reportagem, Isabel enunciou inúmeros “por ques?”. Reação típica de quem foi tragada pela vertigem de eventos atrozes, gratuitos e sem sentido. Ela conta a história do bolo. Todo ano a Pastoral promovia uma festa de Natal para os detentos. Uma das atrações era sempre um irresistível bolo confeitado.

Mas certa vez na Casa de Custódia de Viana implicaram com o bolo de Isabel. Acusaram-lhe de rechear o interior com uma pistola ponto 40, razão pela qual os agentes, para o desgosto da confeiteira, queriam parti-lo. “Eu não queria que partisse o bolo. Eu queria que o bolo chegasse bonito lá dentro”, ri-se. A relutância de Isabel em violar a integridade física da iguaria foi, claro, interpretada como um indício de culpa.

Para a sorte dela, o bolo foi fatiado. Não havia nada além da combinação de leite, açúcar, farinha, ovos e manteiga. Ainda assim, foi indiciada. “Por que não me prenderam? Cadê a pistola? Cadê o que gerou essa acusação?”, protesta.

Isabel Borges nasceu em Lagoinha (MG), única menina entre quatro varões. O pai a chamava de “princesinha”. Era uma família carente, de uma “pobreza infinita”, como define Isabel. Quando tinha dois anos, os Borges se mudaram para a favela de Turiaçu, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Moravam num exíguo barraco. Os filhos todos dormiam perfilados numa cama de casal.

A mãe, dona de casa, era uma mulher crua, sem instrução, além de católica fervorosa. O pai, pespontador, era uma figura ambígua: sonhador, romântico e boêmio. Gostava de beber e dançar. Mas quando exagerava na dose, o que fazia com frequência, a esposa sofria. “Nunca esqueço uma cena dele quebrando tudo, xingando ela e ela limpando os cacos de vidro entre os dedos dele”, lembra.

Os homens da casa também sofriam com o destempero paterno. Mas na carne. Após 22 anos de uma turbulenta união, um dia brotou a gota d’água e a semente da revolta nasceu milagrosamente da resignação católica da mãe de Isabel. Ela juntou quatro filhos e se mandou para Belo Horizonte. Apenas um ficou, tinha que servir o exército. Quando deixaram a casa, Isabel lembra, já na rua, do choro lancinante do irmão que ficou.

Os cinco foram morar com três tias, irmãs da mãe e tão ou mais carolas que ela. Isabel tinha 13 anos. As dificuldades não cederam e Isabel viu que tinha que trabalhar. Arrumou um emprego de balconista nas Lojas Americanas. Foi subindo na hierarquia: virou subchefe de setor, depois chefe e, finalmente, encarregada. Ia e voltava a pé da labuta, queria poupar o dinheiro do ônibus para investi-lo em casa.

Há quase 30 anos Isabel Borges mora sozinha numa belíssima casa de dois pavimentos, com ares coloniais, encravada aos pés do Morro do Moreno, na Praia da Costa, Vila Velha. É um dos poucos exemplares a salvo do furor imobiliário que há anos varre o bairro. Para o deleite de Thor e Zuca, um amplo e verdejante jardim se estende pela entrada e fundos da residência.

Pelo porte e localização, não é um imóvel acessível a qualquer mortal. Isso também suscitou diversos comentários acerca das atividades da militante. Ela diz que nem liga mais para boatos de como ela vive e se sustenta. Tem até preguiça de se explicar.

A casa liga-se à famigerada história da Loteria Federal, que há mais de três décadas abençoou o ex-marido. Foi na Americanas que Isabel conheceu o estoquista que seria seu futuro esposo. Já casados, mudaram-se para São Paulo. Na capital paulista, Isabel começou uma história efetiva com a Igreja Católica, atuando nas equipes de liturgia e canto.

Aí o destino deu mais uma de suas voltas: o marido fora demitido. Recebia um dos salários mais altos da empresa. Como era capixaba, veio para Vitória, tanto em busca de um recomeço quanto pela saúde de um dos filhos do casal. O menino sofria de asma e bronquite. Os pais acharam que Vitória seria melhor para sua saúde. A vida, aqui, contudo, não prosperou - e todo mundo voltou para Belo Horizonte. Mal sabiam que a sorte era mineira: ele queria comprar um bilhete da loteria, mas, desempregado, achou que era muito dinheiro. Então dividiu o bilhete com um amigo mecânico. A bolada de milhões - uma grana inconcebível - foi dividida ente os dois.

Assim retornaram ao Espírito Santo e foram morar numa casa à Rua Castelo Branco, em Vila Velha, também na Praia da Costa. Só anos depois ela se fixou na atual residência.

Mulher de cabelos negros, olhos grandes e sorriso delicado, Isabel Borges tem uma contundente veia questionadora. Ela não sabe da onde veio esse perfil. A carolice materna não a influenciou. Esta, aliás, só fez fermentar uma natureza insatisfeita: a filha criticava a mãe, as atitudes, a submissão ao sofrimento, a pura e simples resignação. “Eu jamais aceitaria aquilo”, crava.

É possível que muitas das mais de 500 pessoas que lotaram um dos salões do Centro de Convenções de Vitória não sabiam quem era uma das homenageadas da noite (a a ministra da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, também ganhou a comenda).

Isabel Borges dedicou um quarto de século à obsessão de defender a dignidade de seres humanos que erraram uma ou mais vezes na vida e que agora pagavam (justamente) por isso em (injustamente) cubículos sufocantes. “Eu queria que eles tivessem a liberdade de descobrir que eles eram seres humanos, que erraram, que tinham que pagar. Mas que tinham que pagar com dignidade”, fala.

“Quando existiam todos esses problemas dentro dos presídios, era Isabel que ia até o juiz, era Isabel que ia até o Ministério Público. As armas não resolveram o que eu resolvi com a palavra”, diz, sem posar de heroína. A habilidade em resolver pepinos nos horrores das cadeias nasceu de um trabalho cotidiano, que lhe valeu a afável alcunha de Dona Isabel: assim era conhecida entre os do lado de lá das grades.

De volta ao Espírito Santo, agora numa bela residência na Praia da Costa, Isabel queria retomar os mesmos pios trabalhos que fizera em São Paulo. Começou na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em seu próprio bairro, também com liturgia e canto. À época, em todo Brasil nasciam as Pastorais Sociais: Operária, da Saúde, do Menor, entre outras. Isabel resolveu se engajar na Pastoral Carcerária.

Uma vez a convidaram a visitar um presídio. Tiritava de medo - “Meu Deus do Céu, o que que eu tô fazendo aqui?!” - mas foi. Quando finalmente deixou o Instituto de Readaptação Social (IRS), na Glória, em Vila Velha, a impressão era das piores. Tinha achado aquilo terrível.

Os anos seguintes, no entanto, provariam o contrário. Aquele era um mero dia de visitas, ou seja, era um dia tranquilo. Isabel não viu ali nada perto do que veria pelas mais de duas décadas seguintes.

No início, a pretensão era pouca ou nenhuma. A militância resumia-se a orar pelos presos e voltar para casa. Aos poucos, porém, a vida nos presídios se revelou em sua inteireza, sem disfarces. E aquela alma questionadora viu tudo.

Isabel concluiu, imediatamente, que não poderia ir lá apenas rezar. As barbaridades, torturas e misérias que testemunhou não permitiam a omissão. “Quando entrei para esse trabalho, eu entendia que a gente tinha uma linha assim: ver, julgar e agir. Eu vi. E a partir do momento em que eu vi, como é que eu ia me calar?”.

Em 2006, após as rebeliões deflagradas na Casa de Passagem de Vila Velha e no Presídio de Segurança Máxima de Viana, os internos deste foram transferidos para a Casa de Custódia de Viana. Daqui ligou um preso para o celular de Isabel. Ela estava em casa. Segundo o relato do preso, mais de 80 internos haviam sido torturados. Isabel lhe orientou a preparar uma lista com o nome das vítimas. Um promotor queria ouvi-las.

E advertiu: “Não mintam”. Muitas vezes, o mesmo policial que castigava o interno o conduzia ao hospital. E nesse trajeto o carrasco, digamos, trabalhava a cabeça da vítima, que desistia da denúncia. À mesa da sala, com o jornal do dia nas mãos, ela ainda falou da queima de mais um ônibus e que, segundo denúncias, a ordem partira de presos da Segurança Máxima.

“Se não foi, não deveriam ter escrito”, censurou. Antes das rebeliões, membros de entidades de direitos humanos visitaram os presídios. A queima de ônibus estava rolando solta e denúncias davam fé de que as ordens saíam da Segurança Máxima. Mas os internos de lá negavam. Padre Xavier interveio. Foi dele a proposta de que os presos fizessem a própria defesa através de uma carta que seria entregue às autoridades.

Na presença da diretora do presídio e de dois assistentes sociais, Isabel recebeu a carta e a levou para governo e imprensa. Ao celular, ela finalizou: “Se não é daí, então essas pessoas que estão fazendo aquilo não deviam dizer que é daí”. Daí nasceu a acusação de que Isabel orientava presos na redação de bilhetes. Foi o primeiro golpe de uma série inclemente que demoliu uma vida e uma história de 25 anos.

Isabel sobreviveu ilesa a ameaças, armadilhas, cartas anônimas, denúncias vazias. “Eu sabia que um dia a cruz viria”, diz. Apenas o governo levado à Organização das Nações Unidas (ONU) por conta das “masmorras capixabas” conseguiu silenciá-la. O Estado a indiciou por incitação ao crime, auxílio a fuga, tráfico de drogas, formação de quadrilha, queima de ônibus, tentativas de homicídio e 18 assassinatos.

Daí em diante sua vida passou de um pesadelo kafkiano a um suplício dantesco. Setores de governo e de imprensa vilipendiaram-na. Até a Casa de Deus negou-lhe abrigo. Isabel estava só.

Os primeiros quatro meses foram de trevas. Uma escuridão irremediável. Isabel errava murcha, desamparada e abatida pelo casarão silencioso. Chorava como nunca, todos os dias, toda hora, em qualquer cômodo. Até hoje a neta de 12 anos consola quando a flagra: “Vó, mas o motivo já acabou”. Em vão.

Isabel não entende como tudo aconteceu, de onde partiu, por ordem de quem. Uma ponto porém é ainda mais nebuloso os demais: o abandono. Foi a dor mais aguda. O que explica que todos, inclusive os companheiros mais próximos, tenham, de certo modo, comungado com a covardia? Como fica o preceito de uma Igreja segundo o qual, se uma ovelha fica para trás, o pastor larga todas e vai ao encontro da caída?

Dom Luiz Mancilha, arcebispo de Vitória, à época não se pronunciou. E acabou que o abandono também plantou o ódio, que alvejou sobretudo a Igreja Católica. Aos poucos, porém, as trevas foram se dissipando. Isabel percebeu que estava se destruindo, fazendo justamente o que seus “eles” queriam. Ela tinha que se levantar para seguir e se defender. Ao mesmo tempo, se agarrou à fé. Orava e pedia a ajuda de Deus.

Durante aqueles quatro meses, a única pessoa que não largou sua mão foi Maria José, uma companheira da Pastoral e a única que ligava e oferecia amparo. Em dezembro, o celular toca. “Estou com a consciência pesada”, disse a voz do outro lado. Era Padre Xavier. Foi a primeira chamada de alguém mais íntimo desde agosto. Aos poucos, amigos e companheiros reapareceram.

Atribuiu-se o sumiço repentino a uma forte pressão para que Isabel fosse deixada quieta. Mas explicação não a convence. “Eu não entendia porque era aquela visão que sempre tive: se você era meu companheiro e estivesse numa situação igual a que aconteceu comigo, eu nunca ia te abandonar. Eu, Isabel. Não sei você”.

A vida é irônica. Fazia sol na tarde do dia 2 de agosto de 2006. Isabel estava em reunião na sala da Pastoral na Arquidiocese de Vitória. Discutia ali a implantação pelo governo de um projeto de proteção a agentes de direitos humanos que pudessem sofrer o que ela sofreu.

A imprensa passara todo aquele dia à sua procura. Quando saiu com o carro para ir embora, um jornalista já estava a postos. Ele foi ao encontro de Isabel com uma folha em mãos, dizendo que uma conversa dela com presos havia sido interceptada e que ela era acusada de queima de ônibus.

E ainda: na época um agente penitenciário havia sido morto. Suspeitaram que um bilhete encontrado com ele fora elaborado pela militante. O crime também caiu na conta de Isabel. Ela pensou: “Ih, caramba. E agora?”. O mundo ruiu. A partir daquele instante sua vida já não lhe pertencia.

Num primeiro momento, houve defesa. Houve reuniões, todos seus companheiros se pronunciaram. Não adiantou. Chegou um ponto em que consideraram: não há salvação. Deixaram que Isabel carregasse sozinha a sua cruz.

Apenas este ano, por cabal ausência de provas, os procedimentos abertos contra ela foram arquivados pelo Ministério Público Estadual (MPES). Então vieram as homenagens. Em junho, Isabel recebeu o Prêmio Nacional de Direitos Humanos; essa semana, uma comenda; e nesta quarta-feira (22), no Palácio Anchieta, receberá o  Dom Luiz Gonzaga Fernandes. Isabel trata com todo o respeito os prêmios que recebeu e receberá. Fica lisonjeada. Mas sabe que honrarias não curam dores morais.

Ano passado, ela foi indicada ao mesmo Dom Luiz Gonzaga Fernandes. Mas o conselho, formado por pessoas que há conheciam de longa data, não aprovou sua contemplação. O arquivamento dos inquéritos ainda não viera. Poderia haver constrangimento para o governo. Na quarta, o deputado estadual Cláudio Vereza (PT), na fila das autoridades, assistiu à solenidade no Centro de Convenções de Vitória. Em 2011, ele integrava o conselho que negou o prêmio a Isabel Borges.

“Vó, mas o motivo já acabou”, repetiria a neta. Mas, claro, Isabel questiona: “O motivo já acabou será? Se me perguntarem se o arquivamento disso tudo me deixou feliz... Não sei se me deixou feliz. Eu posso até dizer que me deixou aliviada. Mas feliz, não sei, pela injustiça, pela convardia”, diz.

A Pastoral Carcerária, à época coordenada por Isabel, era uma pedra no caminho do governo por tudo que presenciava e denunciava: as vísceras do Novo Espírito Santo foram expostas ao país e ao mundo. A Pastoral precisava de alguma forma ser desqualificada. Fabiana Maioral indiciou Isabel por 18 mortes. “Dizer que eu matei 18 presos... Eu matei? Eu tirei preso da mão de outro preso e falei ‘não vai matar!’”.

O episódio, em que evitou uma morte anunciada, dá o tom do nível de envolvimento com a causa. Talvez tenha sido apaixonado demais. E talvez o grande erro tenha sido dar o telefone de sua própria casa, mesmo que, por isso, tenha salvado muitas vidas.

O gesto, no entanto, foi apenas mais um dos muitos que formou a mulher que discutia numa boa até com o temido Toninho Pavão. Aí nasceu o Dona Isabel. “Tudo deles era ‘Só a senhora mesmo, Dona Isabel. Só a senhora mesmo’’”. Por isso ela diz: se um dia se candidatar, o santinho virá assim Só a senhora mesmo, Dona Isabel.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".