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terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Teoria do Valor-Trabalho de Obama

 

JUVENTUDE CONSERVADORA DA UNB

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Ron Ross
The American Spectator

Ron Ross

Além de ser irritante e ofensivo, o agora notório discurso “você não construiu isso” do presidente Obama provavelmente deixou muitas pessoas confusas. Essa ideia é tão alheia a como a maior parte dos americanos pensa que eles podem ter ficado imaginando de onde isso saiu.

Pense você ou não que é correto chamar Obama de marxista, sua perspectiva de como a economia funciona é marxista de cabo a rabo. Mais especificamente, é um reflexo do que é comumente chamado de “teoria do valor-trabalho” de Marx.

De acordo com o Dictionary of Economics, essa teoria defende que “o valor de um bem ou serviço é proporcional ao trabalho empregado para produzi-lo”.

Economistas imunes ao feitiço do Marxismo consideram a teoria do valor-trabalho uma confusão tremenda. O próprio Marx teve dificuldade em corrigir as lacunas e contradições lógicas dessa teoria. Um problema óbvio é que “trabalho” não é um recurso homogêneo. Assim sendo, não é o único recurso escasso necessário para a produção de praticamente todo bem ou serviço.

A questão de como os preços relativos são determinados ainda é uma questão central em economia. “Teoria dos preços” é o que abarca a maior parte da microeconomia.

Hoje, a conclusão principal sobre o que determina os preços relativos é que eles resultam da interação entre “oferta e demanda”. No contexto da teoria dos preços, oferta e demanda são como gavetas de arquivos onde inúmeros fatores podem ser organizados e analisados.

O preço de qualquer produto é afetado pela quantidade de todos os recursos necessários para produzi-lo – trabalho, energia, terra, informação, tempo, por exemplo. A posição de Marx era que apenas um desses recursos importava, qual seja, o trabalho. Ademais, ele não dedicou nenhuma atenção ao papel da demanda na determinação do preço. É como se ele tivesse tentado fabricar uma tesoura com uma única lâmina e, de fato, um pedaço bem pequeno. Não creio que seja exagero dizer que nenhum economista, além dos crédulos marxistas, pensa que a teoria do valor-trabalho faz algum sentido ou tem alguma serventia para se compreender como a economia realmente funciona.

Karl Marx

Em sua clássica obra sobre a história do pensamento econômico, William Fellner levanta a seguinte questão sobre a teoria do valor-trabalho e oferece uma explicação:

Que função a teoria exerce no sistema marxista, e por que os marxistas contemporâneos continuam agarrando-se a ela? A resposta, pensamos, é que uma doutrina simples e genérica da exploração é a essência do Marxismo enquanto crença, e que é impossível obter uma doutrina da exploração tão simples e genérica quanto a marxista fora da premissa do “direito do trabalhador ao total da produção”. O Marxismoenquanto crença é fundado sobre a ideia de que todo o lucro haurido pelos donos da riqueza resulta da exploração. Ocredo marxista necessita da doutrina da exploração como fundamento. (Grifos no original.) – William Fellner, Modern Economic Analysis

Crer na teoria do valor-trabalho é o que explica a hostilidade ao lucro que é tão prevalente na esquerda. Se o trabalho é 100% responsável pela criação do valor, lucro é roubo. O lucro só é possível se o trabalho é explorado e somente se o capitalista obtém o que não é seu de direito. Da mesma forma, propriedade é roubo, assim como diversas formas de capital. Marx é o inventor da palavra “capitalismo”. Seu túrgido magnum opus de três volumes se intitula Das Kapital.

O Marxismo é, sob diversas formas, uma confusão intelectual. Teoricamente, não faz sentido. Na prática, não levou à utopia, mas à distopia. Os regimes mais horrendos e repressivos do mundo de hoje – Coreia do Norte, Cuba e Zimbábue, por exemplo – são marxistas na teoria e na prática.

Todavia, a visão marxista de mundo continua popular na esquerda. Os discursos de Obama refletem sua crença profundamente sólida de que os donos de negócios não merecem seu quinhão de renda e riqueza que recebem. Todo valor deve ser dos trabalhadores. Qualquer outro arranjo é resultado da “exploração do homem pelo homem”. De acordo com Marx, isso é o que acontece no capitalismo e continuará a acontecer até que a propriedade privada seja abolida. Somente assim a verdadeira igualdade será alcançada.

É importante lembrar que até ideias decrépitas podem ser populares por longos períodos de tempo. Outros dois exemplos clássicos são o Malthusianismo e o Keynesianismo. Suas predições e prescrições políticas se provaram equivocadas um sem-número de vezes, mas ainda mantém grande apelo como doutrinas. O “Ensaio sobre o Princípio da População” de Malthus foi publicado em 1798 e a “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” foi publicado em 1936. A falha do maciço gasto de estímulo dos Democratas deveria ser suficiente para jogar o Keynesianismo na lixeira de ideias que soam boas e se revelam desastrosas quando aplicadas ao mundo real.

John Maynard Keynes

Marx realmente acreditava que o capitalismo colapsasse poucos anos depois da publicação de “O Manifesto Comunista”, em 1848. “Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo”, de V. I. Lenin, publicado em 1916, foi essencialmente uma tentativa de explicar porque o capitalismo ainda existia. Nessa época, os marxistas esperavam que o capitalismo tivesse acabado há muito tempo.

Um mérito de J. M. Keynes foi sua compreensão do poder da ideologia. No parágrafo final de sua “Teoria Geral”, escreveu: “As ideias dos economistas e dos filósofos políticos, estejam certos ou errados, são mais poderosas do que é comumente compreendido. [...] As autoridades loucas, que ouvem vozes no ar, estão destilando seu frenesi de algum escritor acadêmico de alguns anos atrás.”

O fato de Barack Obama ser ou não marxista depende de como você define Marxismo. Quase todo mundo que age como marxista reage abruptamente quando chamado de marxista. Provavelmente há uma centena de marxistas enrustidos para cada um que admite sê-lo. A certidão de nascimento que eu realmente gostaria de ver é aquela que mostra onde a ideologia de Obama nasceu.

Ron Ross, Ph.D., é economista e mora em Arcata, California. É autor do livro The Unbeatable Market.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
"Para conseguir sua maturidade o homem necessita de um certo equilíbrio entre estas três coisas: talento, educação e experiência." (De civ Dei 11,25)
Cuidado com seus pensamentos: eles se transformam em palavras. Cuidado com suas palavras: elas se transformam em ação. Cuidado com suas ações: elas se transformam em hábitos. Cuidado com seus atos: eles moldam seu caráter.
Cuidado com seu caráter: ele controla seu destino.
A perversão da retórica, que falseia a lógica e os fatos para vencer o adversário em luta desleal, denomina-se erística. Se a retórica apenas simplifica e embeleza os argumentos para torná-los atraentes, a erística vai além: embeleza com falsos atrativos a falta de argumentos.
‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".