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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Escândalo da Bancoop: Justiça aceita denúncia contra João Vaccari Neto

VEJA
28/10/2010 - 17:31


O tesoureiro do PT é réu no processo sobre o desvio de 170 milhões de reais da cooperativa



Laura Diniz e Adriana Caitano
A juíza Patrícia Inigo Funes e Silva, da 5ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia contra o tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras cinco pessoas envolvidas no caso de desvio de dinheiro da Bancoop, que lesou cerca de 3.000 pessoas. Com a decisão, Vaccari e os demais citados tornam-se réus em processo criminal por estelionato e tentativa de estelionato, formação de quadrilha ou bando e falsidade ideológica. Vaccari e Tomás Edson Botelho Fraga, ex-dirigentes da Bancoop, e Ana Maria Ernica, atual diretora, também respondem por lavagem de dinheiro.
A juíza ainda determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal de Vaccari e de Ana Maria. Na decisão, a magistrada afirmou que  há "relevante suspeita do envolvimento dos referidos acusados na prática dos crimes descritos na denúncia". E ressaltou que "o sigilo não pode servir de escudo protetivo para o exercício e proveito de atividades ilícitas".
O pedido da abertura de processo foi feito no último dia 19, pelo promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo. Em depoimento à CPI da Bancoop, na Assembleia Legislativa do estado, Blat afirmou ter “indícios suficientes de autoria e materialidade contra diretores, ex-diretores e terceiros que participaram desta verdadeira organização criminosa, que fraudou milhares de cooperados que não receberam suas unidades habitacionais e foram achacados."
Os outros três réus são a mulher de Tomás, Henir de Oliveira, a advogada da Bancoop, Leticya Achur Antonio e a presidente da Germany, Helena Conceição Pereira Lage. "Quando eles estavam à frente da cooperativa simplesmente ocultaram movimentações financeiras para dificultar a identificação das transações", comentou Blat, na Assembleia. 
De acordo com o promotor, os envolvidos devem ser condenados por estelionato porque 1.133 pessoas compraram apartamentos da Bancoop, mas ainda não têm onde morar, e por tentativa de estelionato, porque outras 2.362 vítimas tiveram de pagar muito mais do que o combinado inicialmente para receber seus apartamentos. Blat estima que a quantia desviada pelo esquema chegaria a 170 milhões de reais. 
Histórico - O caso Bancoop foi revelado por VEJA, em março deste ano. A reportagem indicava a descoberta do Ministério Público de São Paulo de que dirigentes da cooperativa desviavam recursos de empreendimentos imobiliários para abastecer seus próprios bolsos e o caixa dois de campanhas petistas. Em contrapartida, integrantes do PT afirmaram que o promotor agia com interesses eleitorais para beneficiar pessoas ligadas ao ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra. 
Diante da acusação, a bancada tucana na Assembleia conseguiu reunir assinaturas suficientes para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar o caso, que foi criada no mesmo mês da reportagem. Na edição de 13 de março, VEJA destacou ainda a relação entre o escândalo da Bancoop e o mensalão, indicada pelo depoimento à Procuradoria-Geral da República de Lúcio Bolonha Funaro, um dos maiores especialistas em fraudes financeiras.

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A teoria marxista da “ideologia de classe” não tem pé nem cabeça. Ou a ideologia do sujeito traduz necessariamente os interesses da classe a que ele pertence, ou ele está livre para tornar-se advogado de alguma outra classe. Na primeira hipótese, jamais surgiria um comunista entre os burgueses e Karl Marx jamais teria sido Karl Marx. Na segunda, não há vínculo entre a ideologia e a condição social do indivíduo e não há portanto ideologia de classe: há apenas a ideologia pessoal que cada um atribui à classe com que simpatiza, construindo depois, por mera inversão dessa fantasia, a suposta ideologia da classe adversária. Uma teoria que pode ser demolida em sete linhas não vale cinco, mas com base nela já se matou tanta gente, já se destruiu tanto patrimônio da humanidade e sobretudo já se gastou tanto dinheiro em subsídios universitários, que é preciso continuar a fingir que se acredita nela, para não admitir o vexame. Olavo de Carvalho, íntegra aqui.
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‎"O que me leva ao conservadorismo é a pesquisa e a investigação da realidade. Como eu não gosto de futebol, não gosto de pagode, não gosto de axé music, não gosto de carnaval, não fumo maconha e considero o PT ilegal, posso dizer que não me considero brasileiro - ao contrário da maioria desses estúpidos que conheço, que afirma ter orgulho disso". (José Octavio Dettmann)
" Platão já observava que a degradação moral da sociedade não chega ao seu ponto mais abjeto quando as virtudes desapareceram do cenário público, mas quando a própria capacidade de concebê-las se extinguiu nas almas da geração mais nova. " Citação de Olavo de Carvalho em "Virtudes nacionais".